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História Middle of the Night - Madara Uchiha x Oc - Capítulo 8


Escrita por: __Melanin__

Capítulo 9 - Capítulo 8


Fanfic / Fanfiction Middle of the Night - Madara Uchiha x Oc - Capítulo 8


Meu dia geralmente começa agitado,mas hoje é diferente. Hoje é meu dia de folga. Antes eu não via a hora desse dia chegar e quando finalmente chega não tenho ideia do que fazer. Já faz 3 semanas desde que a conversa do Ayoma com meu otousan, mas a situação continua estranha entre eles.

-Tem certeza que vai ficar aqui? É um saco ficar olhando pro ar.- Ayoma perguntou, mas não tirei meus olhos do teto, aquilo tinha me chamado a atenção.- Sabe que pode ir com a gente.

-Hum... não. Sabe que eu odeio matar pessoas. Só faço isso por obrigação, não porque eu gosto.

-Ninguém gosta, mas é disso que vivemos, então...

-Eu não vou. Talvez eu passe na ala médica e ajude, quem sabe...

-Bom, não vou insistir... - Continuo encarando o teto, sem me virar. Ouço seus passos lentos caminharem até a porta, como se ele estivesse pensativo ou chateado de alguma maneira. Esperei ouvir o som da porta se abrindo, mas não foi dessa vez.- Ah... antes que me esqueço, tem um cara te procurando lá fora.

-Inoji?- Nessas últimas semanas eu tenho me encontrado muito com ele. Seja na esquina ou nas fontes termais... e sempre com um olhar estranho. Ele está me dando medo.

-Não mesmo, ninguém nunca viu esse cara aqui, mas disse que é urgente. Estão interrogando ele... na verdade, estão torturando ele. E ele se recusa a falar algo até que você o encontre.- Me levanto rápido demais, e veio uma tontura, mas logo passou.

-Assim do nada?- E se for o cara do rio? Não converso com ninguém de fora além dele. E faz quase duas semanas que não vejo ele. Por que isso agora? Nunca fomos próximos. Fudeu.- Vou passar lá agora.- Tento dar um sorriso, claramente estou nervosa e não sei disfarçar. Numa tentativa de me acalmar comecei a esfregar as palmas das mãos nas minhas pernas.

-Tem algo que queira me contar.- Seu olhar desviou das minhas mãos e foi para meus olhos, está em dúvida.

-Não, claro que não. Mas é um pouco amedrontador um estranho surgir do nada e querer falar com alguém que nunca encontrou.- Me levanto e caminho até a porta.- Vamos, eu te acompanho até metade do caminho.

Assim que saímos senti olhares de algumas pessoas que passavam por nós. Não os culpo, eu provavelmente teria feito o mesmo, mas não anula o fato de que incomoda.

-Onde está esse estranho no fim das contas?

-Na tenda dos Akimichi.- Quando estava indo em direção sinto sua mão segurando meu braço. Me virei quase que imediatamente para ele.- Por favor, tome cuidado.

-É claro que vou.- Dei um leve sorriso e o abracei.- Não morra.

-Não vou.- O olhei pela última vez e segui meu caminho. Nunca se sabe o quando vai perder alguém.

Quando cheguei a porta eu parei e suspirei, estou me preparando mentalmente para algum sermão ou para as coisas que aquele estranho tem a me contar. Dei uma olhada ao redor pelos cantos dos olhos pois sentia que estava sendo observada. E estava. Era ele de novo. Apenas ignore, quem sabe ele só está afim de você e com vergonha de chegar? Quem sabe... penso comigo mesma, me tentando reconfortar naquela situação um tanto quanto bizarra.

Entro na tenda. Tinha uns 3 guardas e o estranho, que para a minha sorte não era o do rio.

-Queria falar comigo... seja quem você for. Estou aqui, pode falar.- Ele não esboçava nenhuma reação, seu olhar apenas ficou mais rígido. Não ia me deixar intimidar por um cara assim.

-A sós.

-Sabe que não podemos. Para de atrasar nossas vidas.- Um dos guardas falou.

-Pelo amor de Kami, vocês sabem tão bem quanto eu quem ela é. Ela pode fácilmente me matar se assim quisesse.- Bem, isso não é algo que se espera ouvir de um estranho.

-Por favor, podem sair. Eu vou ficar bem.

-Vamos esperar lá fora.- Dito isso eles se retiraram, mas não sem dar um olhar de "cuide-se".

-Então, o que tem a me falar.- Me sentei na cadeira a sua frente na mesa. De longe não conseguia ver muito bem, mas agora deu para ver, estava ensaguentado. Marcas e cortes de lâminas por todo seu rosto. Se não o curasse rápido pegaria uma infecção.- Veio... pedir para te curar?

-Não, vim a pedido do Daiymo Tatsuo. Ele tem uma proposta a você.

-Se for casamento diga a ele que me recuso.- Me encolhi quase que instantaneamente.- Ele não é o primeiro a me pedir e talvez não seja o último.

-Pelo ao contrário, Senhorita. Ele escutou muitas canções sobre sua beleza e força. Então por um lado ele sente pavor de você. Mas tenho que concordar sobre a beleza...

-Por favor vá direto ao ponto, eu tenho soldados para curar.

-Ele pede que entre na organização. É algo extremamente secreto e com perigos de nível mundial. Por favor, peço que não comente isso com ninguém.- Não pude deixar que soltar uma risada.

-Faça-me o favor. Com tanta gente habilidosa por aí vem logo em mim? Conta outra.

-Não é brincadeira. E por favor, vamos parar de fingir modéstia. Não chegaria onde chegou se não fosse mais habilidosa e esperta que os demais.

-Bem... sobre o que é essa organização no fim das contas?

-Ainda não decidimos.

-E quer que eu participe de algo que nem tem nome? Parece mentira.

-Como eu disse anteriormente, não é mentira.- Deu um longo suspiro e voltou.- Se não houver mais interrupções...

-Fica a vontade.

-Continuando, é uma organização secreta, nossos objetivos variam. Suponhamos que o País da Cachoeira tenha algo extremamente importante para o nosso país e que se cair nas mãos erradas pode causar um enorme estrago mundial. Nosso objetivo é recuperar seja lá o que isso for e trazer de volta.

-Não me leva a mal não, mas minha vida já é muito complicada sem eu entrar nessa droga, quem garante que vou receber algo em troca, porque claramente ninguém entraria nisso a não ser por uma recompensa boa, ou quem garante minha segurança?

-Nosso Daiymo vai providenciar o que precisar. O mais importante é concluir a missão e com toda certeza será bem recompensada. E a segurança é por conta própria. Se for morta trataremos de encobrir seus rastros e terá um funeral adequado.- Inconsientemente eu dei um olhar de desconfiança.

-Olha, se isso for realmente verdade, o que eu duvido que seja, não acho que isso vala a pena. Isso parece mais um jogo desumano e brutal, e como disse antes, minha vida é complicada e desastrosa o suficiente para entrar nessas furadas. Não quero ser grossa com você, mas tem gente mais habilidosa que eu sim, como Senju Hashirama ou Uchiha Madara. Talvez devesse falar com um deles, a menos que já estejam envolvido.

-Precisamos de o máximo de discrição possível, e eles são sim extremamente forte e poderosos, mas nem um pouco discretos, então nem consideramos colocar-los na lista.- Ele se calou por um momento, pelo olhar dele, dá para perceber que está tentando buscar as palavras adequadas.- Por favor senhora, reconsidere o pedido. É de fato muito arriscado, mas acredito que a recompensa seja o sufiente. Pelo menos para manter seu clã estável.

Agora ele tocou na ferida. Não haveria como alguém de fora souber as dificuldades que estamos passando. Esse cara sem dúvidas tem nos observado e estudado como funcionam as coisas por aqui.

-Bem... acho que está um tanto quanto enganado. Não estamos com problemas financeiros.- Um leve sorriso apareceu no canto de sua boca. Tem ninjas sensoriais alertas o tempo inteiro e os animais do clã Inuzuka também e ainda sim conseguiu reunir informações sobre nós. Concerteza não é um shinobi qualquer.

-Vamos lá, somos uma dupla agora.- E aproxima cada vez mais perto, até chegar ao meu ouvido. Fiquei parada, não vou me deixar intimidar por esse cara.- Quer mesmo negar dinheiro as pessoas Senhorita Johanssen? Acho que sabemos o seu destino se a situação não melhorar. E pelo o que soube, não é o que deseja.- Sussurrou no meu ouvido e não se afastou. Espera uma resposta.

-Está insistindo demais. Por que? Não pode voltar para casa de mãos vazias?- Sussuro em seu ouvido. Ele tentou parecer instável, mas deu um leve suspiro na tentativa que eu não perceber-se. Se afastou e sentou onde estava antes.

-Tens duas semanas para pensar na proposta.

-Não preciso de duas semanas. Já disse minha resposta.

-Mesmo assim, use esse tempo para reconsiderar.- Me levanto.- Tem alguma prova que Daiymo Tatsuo te mandou aqui.

-Infelizmente não. Acho que vai ter que confiar ás cegas.

-Ja nee.- Saio dali.

-Estarei de volta daqui a duas semanas.

Não vou mentir, se for verdade o que ele diz, é realmente uma proposta muito tentadora. Mas e se for mentira? Nem provas aquele cara tem.

-O que você está fazendo?- Olho para trás, é meu otousan.

-Caminhando pra ala médica.

-Acho que não mais, vai ter reunião agora.

-Achei que estava em batalha, você e o Ayoma. E por que eu tenho que ir junto? Eu não sou necessária lá.

Ele me olhou com o olhar "sério?"

-Representatividade.- Disse silabando as palavras e sorrindo depois.

-E eu vou representar o que exatamente?

-Nossa família...?- Disse como se fosse a coisa mais óbvia.

-Tem você e o Ayoma para isso.

-Acho que hoje somos só eu e você. Sua mãe insistiu em ajudar na ala médica e Ayoma foi batalhar.

-Bom, vamos então. - Nem me esforço para sorrir.

Nem ele suporta mais essas reuniões sem sentido. Às vezes convocam a reunião e não tem nada haver conosco. E o meu pai para não dar uma péssima impressão vai a todas elas. Eu geralmente vou quando posso ou quando não tem nada para fazer.

Assim que chegamos adentramos aquela tenda que eu tanto odeio. Odeio até passar por perto. Todas às vezes que venho aqui só acontece coisa ruim ou é perda de tempo. Só faltava nós e como sempre fui para o meu canto... não está com cara que isso vai terminar pacificamente.

-Como já devem imaginar o inimigo não está tão desorientado quanto parece. Pelos resultados das últimas batalhas, parecem ter estudado com bastante cautela nossas formas de ataque e defesa.- Paro de ouvir por aqui mesmo.

Eu até que gosto de discutir planos para batalhas, mas dessa vez a proposta do estranho me chamou mais a atenção do que essa reunião. Ele falou de uma forma tão confiante, talvez eu deva levar a sério o pedido dele. Se o Daiymo Tatsuo estiver realmente envolvido nisso, não terei outra escolha a não ser aceitar. Daiymos geralmente não aceitam não como resposta, então sou basicamente obrigada a fazer parte... de sei lá o que é essa organização.

Mas, se eu tiver a opção de recusar, essa seria a resposta mais sensata a se dizer. Eu estaria colocando minha vida em um risco muito maior em prol de um lorde. Claro, estou em risco todo dia, mas as chances concerteza aumentaram muito e tenho certeza que outros Daiymos de outros países contratariam shinobis tão bons quanto eu. Seria uma matança por debaixo dos panos.

-Devemos aproveitar enquanto ainda temos chance e atacar pelo mar. Uma boa parte dos soldados estariam lutando em terra. Pegamos nossos navios e vamos cruzar o mar até o Sul do nosso país. Como eles estão focados aqui, aquelas áreas são as menos protegidas e são mais fáceis de se conquistarem.- Me distraio com a voz de meu otousan.

-Arriscado demais. Aquele garoto Senju albino... como se chama mesmo?- Iori perguntou.

-Tobirama.- Respondi. Só sei o nome dele porque acidentalmente meu irmão ouviu alguém o chamando por esse nome e ele respondeu.

-Esse mesmo, dizem que ele é extremamente inteligente. Se ele fizer jus ao que as histórias contam, já devem ter pensado nisso muitas vezes.

-Todos nós sabemos que as histórias que os bardos contam são exageradas. Vai ver ele não é tudo isso o que se espera.- Hideki respondeu.

A partir dessa parte da conversa fiquei mais interessada a reunião.


                   °•TIMESKIP•°


Depois de horas pensando em qual estratégia é a melhor, acabou que durante a reunião me cansei e pensei em coisas muito aleatórias. Assim que saímos fui direto para o rio, para ver se encontro aquele cara de novo. O sol tinha acabado de se pôr.

Ah, se eu soubesse. Fiquei mais algumas boas horas esperando ele. Estava andando de um lado para o outro. Isso na verdade até que foi bom, fiquei analisando se eu entro nessa bendita organização ou se não, na reunião também pensei bastante sobre isso, mas ficou muito melhor quando fiquei em paz, no silêncio, apenas eu e minhas ideias. E no final eu já estava falando comigo mesma, quem visse aquela cena concerteza pensaria que eu sou louca.

-Mas e se for mentira. Droga... tenho duas semanas para pensar nisso, por quê estou me preocupando então?

-Eu não sei, me diz você.- Tomo um susto com a voz grossa. Devo ter pulado, já que logo após meu susto foi acompanhado de uma risada.

-A quanto tempo você está aí?- Me viro para ele.

-Tempo o suficiente para saber que você está surtando.

-Não estou não. Só costumo pensar alto quando estou sozinha.

-E agora eu acabei com a sua felicidade?- Me deu um sorriso sacana. Ele tem um sorriso muito bonito...

-Sim.

Depois disso nem eu nem ele falamos mais nada, a falta de assunto no início de uma amizade é o que mata de raiva. Você quer falar tanta coisa, mas não pode falar nada. Ele ficou encarando as pedras no fundo do rio, com a luz da lua dava para ver perfeitamente. E os seus olhos refletiam a água, e por sinal, são os olhos mais escuros que já vi.

-Então... você ainda não me contou nada sobre você.

-Bem, você que desapareceu.

-Estive ocupada, sabe... com tudo.

-Bem, me diga mais sobre você.

-Não, me diz você.

-Como posso confiar em alguém que não sei quase nada?

-Acho que posso dizer a mesma coisa pra você.- Ele ficou em silêncio por um tempo, pensando no que responder.- Vamos lá, qualquer coisa. Me diz seu nome.

-Não posso.

-Sua idade então...?- Estava cansada de ficar em pé, resolvi sentar. Olho para o homem do outro lado e ele está com umas pedras na mão, mas não parece que quer jogar-lás.

-24.

-Você é só dois anos mais velho que eu? Pensei que tinha uns 30, 35.

-Calma lá, eu tenho um coração sabia?

-Não parece. É sempre tão seco. Isso afasta as pessoas.

-E por algum motivo você continua aqui.- Foi quando me toquei, ele deve ser uma pessoa muito solitária. Parece que já foi feliz mas que não tem esperanças tem tantas esperanças.

-Acho que senti uma conexão com você.

-Só te vi 3 vezes, como acha que já tem conexão comigo?- Suas palavras saem duras.

-Não sei. Apenas sinto que tenho...- falo mais baixo, não quero que se sinta incomodado comigo.- Não vai jogar pedras no rio?- Seu olhar é distante, se perdeu com o rio.

-O que?- Agora ele me encara. Por um momento pensei.

-Perguntei se vai jogar as pedras no rio. Te vi fazendo isso nas duas vezes que te vi.- Seus olhos brilhavam com a luz da lua. E pela primeira vez eu pude realmente admirar cada detalhe de seu rosto.

-Hoje não...

-Já que estamos aqui, podíamos fazer algo. Sei lá, qualquer coisa.

-Me conta mais sobre você.

-Você realmente não vai desistir tão rápido né?- Deu de ombros.- Ok, bem, não tenho nada de interessante a te dizer.

-Todo mundo tem uma história para contar. Mas se não quiser contar a sua...

-Bom... não sei o que contar.- Fico um tempo pensando em algo.- Ah, quando eu era criança, tinha uns 9 ou 10 anos fiquei bastante interessada em passsáros. Isso porque eu achei um pombo na rua e queria saber tudo.- Inconscientemente dou um leve sorriso.- Lembro que fiquei tão obcecada que dois dias depois meu otousan me deu um livro sobre passáros. Mas acabou que eu o perdi e não nunca mais encontrei ele.- Ele me olha atento, como se quisesse tentar me decifrar ou algo assim.

-Ele deve ter ficado com raiva.

-Até que não. No início eu fingia que estava lendo no quarto com a porta fechada para ele não perceber, mas com o tempo fui me cansando e parando. Acho que ele ainda acredita que tenho esse livro até hoje.

-Lembra de algo do livro? Porque se não foi basicamente dinheiro jogado no lixo.

-Muita pouca coisa. Gosto mais de geografia e história. Sabe, conhecer as regiões e as culturas. Isso sempre me fascinou.

Eu não consigo parar de olhar ele. Não sei se é a luz da lua, ou a nossa conversa, até mesmo o seu cabelo longo, mas de algo está o deixando atraente.

-Preciso ir. Ja nee.- Devo ter reparado demais, deve ter pensado que sou uma psicopata ou sei lá.

-Ah... beleza, ja nee. Te vejo amanhã?- Ele parece ser uma pessoa razoável, eu aceitaria ser amiga dele de bom grado.

-Quem sabe. Tanta coisa pode acontecer até lá.

-Ok né.- Aceno e entro para dentro da mata.

Quanto mais eu tenho me encontrado mais curiosa fico ao seu respeito. É algo que eu sinto que vai dar ruim, mas quero insistir e tentar.



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