Aquela manhã foi dolorosa para Mark, não só por estar na escola, mas porque sabia que a tarde teria que levar Jackson ao aeroporto e vê-lo partir para China. Havia se apegado tanto a ele em tão pouco tempo. Dormiu em muitas das aulas naquele dia e quando elas acabaram, ele correu para fora da escola com Bambam, Youngjae e Jaebum, mas ao chegarem no carro viram Jackson sentado no capô.
-Está tão ansioso para ir para casa que nem suportou esperar? -Mark perguntou chateado e cruzando os braços.
-Não! -Jackson riu e saiu do capô, os outros se dirigindo para dentro do carro lentamente. -Não pense assim, eu só queria te ver mais rápido, posso?
-Não. -Mark disse Ainda emburrado. -Você vai embora e vai me deixar sozinho com esses loucos!
-Você viveu a vida toda com eles, amor. -o apelido chamou a atenção de Mark, que fitou o rosto de Jackson e apertou os olhos até ficarem apenas uma linha. -Ok, Mark! -disse Jackson com uma careta.
-Viu? É fácil. Me chamar assim parece que temos alguma coisa e como eu disse...
-Não quer que eu traia a Mei.
-Ah, esse é o nome dela. -disse sem nenhuma emoção. Jackson arqueou uma sobrancelha e riu.
-Ciúme? - Jackson se aproximou e Mark o afastou empurrando-o pelos ombros. -Ah, Markie...
-Não na frente dos pervertidos que estão nos assistindo pelo parabrisa do carro. -sussurrou com a boca rígida para que não notassem, Jackson se virou e viu os três amigos de Mark quase grudados no vidro, eles saltaram pelo susto e voltaram para os seus bancos fingindo estar conversando. -Idiotas.
-Plateia às vezes é bom. -argumentou abrindo os braços como se mostrasse algo.
-Jackson, estamos na frente da minha escola, onde metade das pessoas sabem que eu já namorei com Jinyoung.
- E a outra metade? -Jackson perguntou sugestivo, voltando a se sentar no capô.
-Essa outra metade acha que ainda estamos namorando. -Mark se sentou ao lado de Jackson, ele estava irritado, via como olhava a escola como se fosse a coisa mais estupida do mundo.
-Tudo te prende a esse idiota. -murmurou mexendo nos buracos da calça que vestia. -Por que suportou ele por tanto tempo?
Mark não gostava de tocar no assunto, era uma relação complicada e dolorosa, mas ninguém conhecia Jinyoung como Mark, ninguém sabia dos problemas que ele tinha e Mark sabia que Jinyoung ficaria muito mal sem ele.
-É complicado, Jackie. -foi tudo que pode responder.
-Sempre dizem isso.
-Quem?
-As pessoas que não querem admitir alguma coisa. Eu não vou te forçar, você sabe. -pausou com um suspiro. -Não quero que se machuque.
-Eu não vou.
-Não pode me prometer isso. -Jackson disse baixo, com um sorriso melancólico. -Não me prometa nada, Mark.
-Tá tudo bem? -perguntou preocupado. -Você não me parece bem.
-Só... estou planejando uma coisa aí. Não sei se vai dar certo, depois te conto. -o relógio de Jackson apitou e ele suspirou. -Uma hora para o meu voo.
-Ok, vamos indo. -Mark pulou do capô e sorriu. -Eu expulso o Bambam do banco da frente.
-Não precisa.
Mark contornou à frente do carro até a janela de Bambam e se inclinou. Fingindo que estava ouvindo música, ele olhava o horizonte como se não visse Mark. O mais velho só pode rir ao ver o cabo do fone de ouvido desconectado do celular.
-BamBam, você não sabe nem fingir que está ouvindo música. Agora saia daí. -ele abriu a porta e Bambam, com raiva por ter deixado claro o seu disfarce, se levantou e foi para o banco de trás. -Obrigado.
Ele riu e voltou a contornar o carro para o seu lado do carro, passando por Jackson que ria dele e do amigo.
-Eu não quero ir embora. -Jackson resmungou enquanto colocava o cinto. -Mas eu volto logo.
-Aí eu dou valor, viu Mark? -Bambam disse afobado se jogando entre Youngjae e Jaebum para ficar no meio do carro. -Gastar dinheiro para te ver, dou valor.
-Pare com isso, criança abominável. -Mark disse tentando acerta-lo com uma mão. -Não enche.
O caminho até o aeroporto foi mais doloroso que a espera, Mark perdia o humor a cada quilômetro. Quando chegaram lá, Bambam, Jaebum e Youngjae se despediram de Jackson no carro mesmo, iriam deixar Mark a sós com ele novamente.
Os dois esperaram o voo ser chamado sentado nas cadeiras de espera, com as mãos dadas. Mark com os olhos cheios de lágrimas e Jackson com o coração apertado. Quando disseram o número do voo de Jackson, uma lágrima silenciosa correu o rosto de Mark.
-Markie, se você chorar eu choro. -Jackson riu o puxando para um abraço. -Eu vou voltar. -sussurrou. -Não vou deixar você sozinho com ele, amor, nunca.
Mark assentiu fungando e se afastando para o ver.
-Me manda mensagem quando chegar, certo?
-Claro. -Jackson riu e o deu um selinho rápido antes de se levantar e fugir dos tapas de Mark. -Eu merecia, você ia me deixar ir embora sem uma despedida certa.
-Mas... -Mark tentou argumentar e Jackson pôs um dedo sobre seus lábios.
-Beijo de amigo não vale, lembra?
-Lembro. -Mark disse se levantando com os braços cruzados. -Vai lá, voltar pra sua namorada.
-Não fica com ciúme, Markie! -ele o abraçou pela cintura e balançou-o até Mark rir. -Isso, sorria, fica lindo assim.
Ele o soltou e pegou a mochila no chão, sorriu e o surpreendeu com outro selinho.
-Até mais. -sussurrou bem perto do seu rosto.
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