MIDNIGHT SIX (pt.II)
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...beijou o canto da boca dele, para então depositar um selinho demorado...
Deidara segurou sua cintura e deu um pequeno giro, o empurrando contra a parede e o beijando com vontade, como se estivesse finalmente soltando um desejo reprimido.
- Pode me dizer o que foi isso? – Obito perguntou quando o beijo foi quebrado, meio sorrindo, meio confuso.
- Eu aprendi com o cara da pizza?
Obito ergueu uma sobrancelha. – Aprendeu com o ca... – Baixou a cabeça riu. – Ok, Dei.
Deidara acompanhou Obito até a janela e os dois pularam para fora do quarto. Percebeu que Obito ficara um pouco tenso e sua expressão estava com algo que Deidara não soube distinguir, segurou sua mão, mas Obito esquivou.
- Dei...
Foi então que Deidara soube que ele estava preocupado com o que as pessoas iriam pensar, não com medo da própria imagem, ele não parecia se importar com o que falavam dele, mas receoso que Deidara ficasse com uma vida ruim após os verem juntos.
- Obito, eu não me importo, não mais. – Deidara segurou sua mão novamente e dessa vez Obito não a negou. – Além do mais, você deveria estar se preocupando com a sua imagem rebelde, uma vez que com a minha presença, ela não existe.
Obito riu e aproximou seu rosto, tocando seus narizes, sua mão foi até o rosto de Deidara e lá permaneceu, o toque de seus dedos delicadamente trazendo sensações altas e bagunçadas.
- Você me faz tão calmo. – Sussurrou. – Por um tempo eu fiquei confuso no motivo de eu me sentir diferente com você, porque com todos eu me sentia como um ignorante, rude e raivoso, mas com você... é o contrário, e então eu percebi. Você me faz calmo, Dei.
Deidara sentiu-se como se tivesse descoberto algo que ele nem ao menos conhecia o nome.
Obito beijou sua bochecha e passou um braço por cima de seu ombro, não em uma posição de amigo ou irmão, mas em uma posição de relacionamento, talvez as pessoas não notassem a diferença, mas o que os dois sentiam era muito mais do que amizade.
- O que vamos fazer? – Perguntou Deidara, passando a mão na cintura do outro, agora eliminando totalmente a perspectiva de amigo entre eles.
- Vamos visitar sete lugares da cidade. – Respondeu Obito para baixo e sorrindo.
Deidara sorriu com ele e os dois andaram rua abaixo daquele jeito. As pessoas por eles e olhavam para trás como se fosse algo absurdo, as duas mulheres que sempre falam sobre a vida dos outros sussurraram entre si e apontaram não tão discretas para os dois.
Mas Deidara ignorou as pessoas, em vez disso, olhou para cima e apertou os olhos ao ter contato com a luminosidade do sol, os raios que vinham dele eram fortes e quentes e fazia Deidara entender porque as estrelas ficavam fora de seu caminho e porque a lua se banhava em sua luz, ele pensa em como Icarus não percebeu ao voar para cima, longe do chão, no horário de claridade, que seria uma má ideia.
O primeiro lugar foi na praça principal, onde crianças dançavam em roda e jogavam flores para cima ou colocavam no cabelo das outras pessoas, seus rostos estavam pintados e Deidara notou que elas faziam uma apresentação para as pessoas que passavam por ali e pediam dinheiro para as que paravam e assistiam.
Obito levou Deidara até elas e algumas das pessoas que também pararam, os olharam torto, mas não foi o suficiente para que eles se separassem, longe disto.
Deidara observava os movimentos da dança e se maravilhava ao ninguém errar o passo. Os pés moviam-se, não como uma dança de profissionais na TV, mas como uma dança simples carregada de emoção, que lhes fazia sentir algo.
A dança havia terminado e as crianças agora distribuíam flores para as que assistiram e recebiam as moedas dentro de um potinho brilhoso. Quando uma loirinha foi até eles, os dois sorriram junto a ela e se abaixaram para escutar o que ela queria dizer.
- Olá, poderiam ajudar a instituição de arte Fitzgerald, nós fazemos apresentações pela cidade para arrecadar fundos para nossos estudos e para os hospitais infantis. – Sua voz fininha e alegre fez Deidara sorrir ainda mais. – Qualquer valor será bem-vindo.
Obito lhe entregou uma nota de cinco dólares e Deidara fez o mesmo, adicionando algumas moedas que tinha no bolso. Ela gentilmente ergueu o potinho e os dois colocaram dentro dele.
- Vocês querem uma flor? – Perguntou a morena ao lado dela.
- Sim, o loirinho aqui ama flores. – Disse Obito sorrindo.
- Vocês têm algum glitter? – Deidara perguntou após colocarem duas flores em seu cabelo, presas em sua orelha. – Ele ama brilho no rosto.
- Ei!
As garotinhas riram e a loirinha pegou um potinho de glitter de dentro da bolsa que elas carregavam com as flores, já que dentro de um bolso havia a maquiagem que elas usavam para as apresentações. Obito deixou que elas colocassem glitter dourado em uma linha grossa que ia da metade do caminho abaixo de seus olhos até perto do cabelo onde suas maçãs do rosto começavam.
- Agora você. – Ela disse ao pegar outro potinho e ir em direção a Deidara. O glitter foi passado do mesmo modo, destacando seus olhos azuis por ser prateado. – Vocês estão quase tão bonitos quanto a gente.
Deidara riu e voltou a ficar de pé.
- Obrigado, é um bom elogio considerando que vocês estão lindas.
Elas sorriram e saíram dali, acompanhando as demais para uma van branca.
- Como você está incrível com isso no rosto? Eu devo estar ridículo. – Disse o moreno.
- Você não está ridículo. – Deidara segurou em sua mão e o beijou. – Glitter combina com você. – Obito corou. – Para onde vamos agora?
Obito o levou para almoçar em um restaurante perto dali, onde eles comeram um grande duo filé com acompanhamento de macarrão batata frita, e coquetéis de morango (-Estão na promoção, Dei!). Teve olhares, claro, mas Deidara estava tão focado nos olhos do Obito e no seu rosto com glitter e o que ele tinha a dizer que nem ao menos percebeu.
- Eu não gosto de gatos. – Disse Obito.
- Mas eles são muito legais, Tobi, por que não gosta deles?
Obito limpou a garganta e tossiu um pouco. – Eu só não gosto.
Deidara sorriu e olhou atentamente para a expressão do rosto do outro que deu um sorriso.
- Você tem medo de gatos. – Não foi uma pergunta.
- Eu não tenho medo de gatos, você tem medo de gatos! – Disse apressadamente, corando ao mesmo tempo.
Deidara começou a rir histericamente. – O que? – Ele continuou a rir e Obito jogou uma batata no seu rosto, mesmo se juntando a risada logo depois.
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Continua...
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