História Midnight - Dois Sentimentos diferentes

    - Alguém não está bem? - Ladson pergunta quando todos já estão fora do carro.    

 - Minha cabeça bateu no vidro, mas acho que tá tudo bem. - Disse Luke.   

 - Ééhh.. Tá sangrando. - Disse Lola.     

Ele toca na testa e olha para o dedo. - É, agora senti a dor.   

 - Eu bati a cabeça no assento da frente, - Disse Rita - Não tá saindo sangue não né?   

 - Não. 

    - Tirando o susto tá todo mundo bem sim. - Diz Leonardo.    

 -  Bom, então podemos continuar. - Disse Peter.     

Eles se entre-olharam.     

- A gente não tem o que fazer aqui mesmo. Então vamos. - Disse Rita.

     - É, vamos. - Lydia disse. 

    - A gente já deve tá chegando. - Concordou Lola.  

   - Vamos andando. - Ladson disse e começou a caminhar, os outros seis atrás.     

Eles passavam por um matagal onde o verde e amarelo queimado subiam alguns centímetros de suas cabeças. Porém não atrapalhava muito eles e podiam ver uns aos outros. Mesmo assim ficavam todos pertinho um dos outros. 

    - Já deve ser umas cinco horas. - Disse Luke que tinha um pedaço de pano branco na cabeça que Ladson tinha trago em sua mochila.   

  - 17:15 eu diria. - Contradisse Ladson que sempre gostou de ver o tempo pela posição do sol.    

 - Qual é o plano mesmo quando chegarmos? - Perguntou Luke.   

 Peter olhou para Ladson, algo parecia apontar que Luke tinha um plano.   

  - Procurar outros Super humanos. - Ladson respondeu.    

 Luke ia na frente e não pôde ver o olhar que Ladson lançou a Rita, apontando depois o olhar para Luke.

    - E aí voltar para salvar Nicolly? - Ele perguntou.  

   - Sim. - Ladson continuou - Mas antes vamos treinar um pouco nossos poderes. Acho que você já pode tirar esse pano da cabeça.  

   Rita acompanhava os pensamentos que corriam na cabeça de Luke com atenção, caso descubra algo que o incrimine contra eles.

    Luke tira o curativo e passa delicadamente os dedos na testa verificando se estava tudo certo. 

    - Você quer de volta? - Ele perguntou estendendo o pano com algumas manchas de sangue.  

   - Não, guarda com você, depois a gente lava ele quando tiver oportunidade. 

    - Tá.  

   Andaram mais alguns metros naquele matagal até:  

  - Gente! - Exclamou Lola - Olhem lá!  

   - O quê?

    Todo olharam e viram um pouco longe uma construção. 

    - Vamos lá. - Disse Lydia. 

    - Será que chegamos? - Peter pergunta.   

  - Com tanto mato não dá pra ver nenhuma outra construção. - Disse Leo.  

   - Vamos mais rápido. - Diz Peter e sai correndo.   

  - Ah, eu tô muito cansada. - Diz Lola.    

 - Eu também. - Responde Ladson e vai atrás de Peter na corrida.    

 Luke os persegue e os três deixam os outros para trás.  

   - Correndo ou não, - Fala Rita - a gente vai chegar lá, então eu vou andando mesmo.  

   - Eu vou com você. - Diz Leo.   

  - Eu também.    

 - Eu também.     No fim Ladson, Luke e Peter esperam os outros pra todos chegarem juntos.   

  - Parece estar abandonado. - Disse Rita.   

  - Pelo som, do outro lado deve estar a cidade. - Disse Lola.   

  - Pensei que fosse mais barulhento. - Disse Lydia. 

  - Também achei.    

  - Talvez ainda esteja um pouco longe. - Leo respondeu.  

    - Pelo som acho que não. Parece estar depois dessa construção. - Disse Rita.     

 - Pessoal, agora me veio o medo. - Disse Lola olhando pra baixo e mudando o assunto - E se o que o pessoal da prisão nos disse era verdade.    

 - Sobre o que? - Ladson perguntou.   

  - Sobre os normais não gostarem da gente.   

  ...   

  - Não sei.-Respondeu.   

 - Acho que é verdade. - Peter entra na conversa.    

 Todos olham pra ele.     

 - Nós devemos ser tão odiados a ponto dos próprios pais darem os seus filhos. - Peter continuou - Afinal, não foi isso o que aconteceu com a gente Ladson e Lydia?   

 Ladson e Lydia se entre-olharam e depois olharam de volta para Peter.

   ...   

 - Por que será que somos tão odiados? - Peter continuou, agora parecia triste -.. Eu não entendo..    

 - Talvez demos trabalho quando éramos pequenos. - Disse Lydia - Vai ver nós não tínhamos controle sobre nossos poderes. 

... Tristeza tomou conta do lugar. 

  - Eu não lembro de dar trabalho pra eles. - Ladson disse.   

  - Eu também não. - Disse Peter - O que sei é que minha mãe foi dada como louca, já que eram os primeiros casos..   

  - Para as pessoas era loucura alguém ter poderes. - Disse Leo.    

 - É, e meu pai não soube como lidar com uma aberração em casa. 

    - Tá, chega. - Ladson disse sem nenhuma emoção - O que passou, passou, não adianta chorar pelo leite derramado. Infelizmente algo estava errado na época, lembram? Alguma tal doença maluca que estava contaminando. Não importa mais! - Agora uma raiva crescia nele - Talvez alguns de nossos antigos pais nos odiavam mais e daí?! Agora não temos mais pais! Agora é só a gente! - Já estava furioso, muito furioso- Só irmãos sem pais, órfãos. Juntos conseguimos fugir daquela prisão! Mais infelizmente deixamos uma de nós para trás. Imaginem como ela está. A nossa missão agora é achar ajuda e voltar pra salvá-la, e é só isso o que vamos fazer agora! Além de proteger uns aos outros como sempre fizemos.  

   Um silêncio veio junto com uma ventania. Ladson estava vermelho e sua respiração tentava se acalmar. Peter parecia demonstrar ter entendido o recado. 

    - Isso mesmo. - Disse Leo calmo como sempre, porém o coração batendo forte com essa versão do Ladson - Já completamos a primeira parte do plano: fugir daquela coisa.. desgraça , e chegar aqui. Agora a segunda missão é: treinamento.

     As garotas acenaram um sim com a cabeça.  

   - Ótimo então. - Disse Peter - Vocês já esqueceram aquele velho Peter né? Por que agora vocês estão com minha nova versão,     

- Hum. - Fez Rita.     

 - A versão que protege vocês, - Peter continuou -, que não vai descansar até salvar Nicolly.. e Steve, e uma versão que ama vocês.  

... Silêncio de novo  

   - Nousss. - Disse Rita - Nunca pensei que ouviria isso de você.  

   - Não estraga Rita. - Falou Ladson com um sorriso. 

- Não é só você Peter. - Disse Lydia - Acho que todos nós mudamos um pouco.   

  - Pode apostar. - Leo conclui - E ninguém vai derrubar essa família aqui meu amigo.