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História Midnight Circus - 3.Get Involved


Escrita por: KAMI-seme

Notas do Autor


Obrigada aos que falaram que eu não desistir )o)
Aqui tem mais um cap super chato pra vocês~ yeah
Espero que gostem ^^

Capítulo 3 - 3.Get Involved


3.Get Involved

 

A lamina fria e afiada da faca tremia contra minha pele, Taemin estava com os olhos marejados, mas ainda sim tentava parecer firme e ameaçador. Eu queria socá-lo por me enganar e fingir estar tão abatido, mas eu não conseguiria fazer isso mesmo se estivesse com a raiva que eu deveria estar. Porque na verdade eu sabia que Taemin estava na mesma situação que um animal selvagem e machucado, ele estava me atacando para se defender, eu era o único inimigo pra ele naquele momento.

Que droga.

Coloquei a mão delicadamente no seu braço, e esperei um pouco para começar a fazer um leve carinho ali, subindo os dedos vagarosamente na direção de sua mão – a pele dele era tão macia – tentando acalmá-lo do mesmo jeito que eu fazia com o nosso tigre – embora o tigre não fosse tão problemático mesmo nos seus piores dias.

- Você não quer fazer isso, Taemin – Murmurei, enfim tocando sua mão e apertando um pouco a mesma, tentando fazê-lo soltar a faca sem pressionar tanto, qualquer movimento e falso e ele poderia me cortar mesmo que sem querer. – Se você me matar vai fugir daqui para onde? Uma cadeia? Pense bem...

O garoto piscou algumas vezes um tanto atordoado, por um momento a faca pressionou mais minha pele e eu achei que seria o meu fim, mas então senti seus dedos soltarem a lamina e ouvi seu soluço baixo. Taemin estava se rendendo. Peguei rapidamente minha faca de sua mão, a jogando para fora da cama e antes que ele pudesse se afastar foi a minha vez de nos girar, ficando por cima do seu corpo magro e segurando seus braços com força, o imobilizando. Ele não achava que iria me ameaçar e tudo ficaria bem, não é?

- Ta me machucando! – Ele reclamou com a voz chorosa, me olhando com aqueles lindos olhos castanhos. Taemin era estupidamente bonito para um garoto e eu precisei me concentrar para não deixar minha atenção ser tomada por sua beleza – Eu só quero ir embora, por favor!

- Você vai pra onde?! – Gritei irritado, mas na verdade eu estava só um pouco chateado. O vi se assustar ainda mais com meu tom de voz e então ficou parado, desistindo de tentar escapar dos meus braços – Quer voltar pros seus pais que te venderam como se fosse uma mercadoria? Pra que eles possam te vender de novo? Ou vai ficar vagando sozinho e sem dinheiro por uma cidade desconhecida e perigosa?

- Eu sei me virar sozinho...

- Mas não vai! Você é nosso agora, e se você não se comportar eu vou te deixar com o Onew. Quer voltar pra ele?

- Não! Por favor...

Senti o garoto se encolher de medo em baixo de mim e desviar o olhar pra parede, eu havia atingido no lugar certo. Afrouxei o aperto nos seus braços aos poucos, quando ele enfim pareceu estar mais controlado. Porem continuei por cima do mais novo. O cheiro que vinha de Taemin havia ficado muito bom depois de estar de banho tomado, e era faltava vontade para se afastar dele, mas menti pra mim mesmo com a ideia de que estava o prendendo na cama apenas para ter certeza que o menor não fugiria.

- Eu preciso voltar, eles podem ter se arrependido... Você sabe o que é ser abandonado pela própria família? É uma dor tão horrível.

Ri soprando da pergunta do pequeno, eu sabia como era aquilo, talvez não na mesma intensidade que ele, mas sabia.

- Eu também fui abandonado pela minha família, Taemin – Vi o mais novo olhar pra mim de forma curiosa, enxugando os olhos de um jeito quase infantil e em seguida jogando os braços na cama de qualquer jeito. Ele manteve o olhar em mim, como se estivesse esperando que eu continuasse. Taemin pareceu relaxar, enquanto eu me apoiava nos cotovelos, com um braço de cada lado do seu corpo... talvez o menor estivesse fingindo novamente – Você não quer ouvir a historia trágica de Choi Minho, não é?

- Eu quero sim.

- Você não vai sair correndo enquanto eu falo? Porque se fizer isso eu juro por Deus que quero as suas pernas.

- Já fui quebrado demais, vou ficar quieto... – Analisei um pouco sua expressão, ele não parecia estar mentindo, o que era um problema, já que notei que ele podia mentir muito bem.

 

Revirei os olhos e deixei meu corpo cair ao seu lado, olhando distraído pro teto do trailer e sentindo que o olhar dele estava em mim. Mesmo estando desconfiado, não hesitei em contar para Taemin como fora ser abandonado em um orfanato quando ainda tinha quatro anos – e como as crianças lá podiam ser cruéis com as mais novas – e depois contei a sensação de ser abandonado novamente aos seis, o quanto foi estranho e ao mesmo tempo bom crescer no ambiente do circo e ressaltei o máximo possível como eu era diferente de Onew – apenas para que ele não saísse correndo pra longe de mim assim que pudesse –. Eu podia notar que a atenção dele estava completamente focada na minha historia naquele momento, mesmo que ela não fosse tão interessante. Pelo menos ninguém nunca havia se mostrado tão interessado, Taemin até mesmo fazia perguntas.

Em troca eu pedi para que ele me falasse um pouco dele, e descobri que Taemin gostava de cantar – o que explicou a linda voz que escutara minutos mais cedo – e sabia tocar piano, também descobri que ele tinha alguns amigos que foi obrigado a deixar pra trás, e sua bebida preferida era banana milk, um tipo de leite em caixa pra crianças, mas que ele nunca podia comprar pela falta de dinheiro. Conversamos sobre muitas coisas naquela noite, relacionadas a mim e outras relacionadas a ele. Deixei que Taemin tomasse minha vitamina de frutas e eu acabei tomando sua água, enquanto não me importava da forma confortável que ele pareceu se instalar em minha cama.

Não podia ser o mesmo garoto que colocara uma faca no meu pescoço.

O Lee era um bom garoto, e eu me perguntava como alguém poderia ter feito tantas coisas ruins com ele. Quando enfim o sol nasceu, Taemin já estava cochilando na minha cama, o cabelo bagunçado se espalhava sobre o meu travesseiro, a minha camiseta que ficara grande nele agora estava amassada e levantada até um pouco acima da sua barriga, já que ele se mexia bastante, e fora impossível não notar que ele usava apenas uma boxer. Suas pernas eram finas – e bonitas – tão brancas que davam vontade de marcar, mas Onew já havia feito isso, pois logo notei alguns hematomas espalhados pelo corpo alheio.

Taemin era tão lindo, e ao mesmo tempo um alvo tão fácil para as pessoas, me irritava pensar que ele ficaria desprotegido a mercê das outras pessoas ali, nem todos eram tão legais e bondosos quanto Jonghyun e – agora – eu.

Eu precisava proteger o irritante Lee Taemin.

 

●●●●

 

Faziam cinco dias desde que o Lee havia dormido no meu trailer e a partir de  então as coisas haviam ficado diferentes. Ele não tentara mais fugir – não que ele tivesse muitas chances de fazer isso – durante a manhã ele trabalhava com os outros funcionários, arrumando o que podia e limpando as arquibancadas do circo. Na hora do almoço ele e Jonghyun ficavam responsáveis por ajudar a servir a comida para todos ali, durante a tarde ele podia descansar dentro da jaula dele, a qual eu havia colocado perto do meu trailer e feito uma espécie de cobertura para que não molhasse, assim como forrei o lado de dentro com almofadas e cobertores, seria bem confortável se não fosse tão estreita e exposta, mas eu não podia fazer nada sobre aquilo. Após terminar o espetáculo da tarde eu o libertava e saia para passear com ele, apenas para que o menor pudesse esticar as pernas um pouco. Quando eu não tinha tempo para isso era Jonghyun quem saia com ele. E de certa forma ficamos mais próximos um do outro.

Era quase meia noite e naquele dia não teríamos o show principal por ser domingo, todos queriam passear e sair pra beber, menos eu. Meu corpo estava tão dolorido devido alguns trabalhos extras que eu preferi ficar sozinho daquela vez.

- Não vai sair, hyung? – Ouvi a voz suave do garoto que dominava meus pensamentos nos últimos dias. Virei para fita-lo e vi que Jonghyun estava ao seu lado, com uma roupa um tanto chamativa, e o perfume tão forte que me deixou brevemente enjoado. Como alguma garota conseguia realmente gostar daquele baixinho?

- Hoje não, Taemin – Dei de ombros, me encostando na cerca quebrada próxima ao trilho de trem – O que estão fazendo aqui?

- Eu vim entregar o Taeminnie pra você, vou sair com a minha namorada – Jonghyun falou animado, segurando na mão do menor e na minha em seguida, juntando as duas e nos soltando.

Tão idiota.

- Que namorada, Jonghyun? – Taemin perguntou curioso, mantendo sua mão sobre a minha como o mais velho havia deixado, e aquele toque parecia tão bom – A ruiva que você estava beijando mais cedo? Ou a Sulli?

- Nenhuma das duas. É a filha do pastor da cidade, ela vai me levar pra conhecer a paz interior.

- No interior dela? – Ergui uma sobrancelha e senti Taemin me empurrar com o cotovelo, ele não gostava daquele tipo de assunto – Não precisa responder, só não arranje nenhuma confusão!

Eu sabia que era pedir demais para Jonghyun não arranjar confusão, porem não custaria tentar.

- Boa sorte em sua conquista, Jonghyun – Taemin encorajou o baixinho, que apenas retribuiu com um sorriso e foi embora. Deixando-me sozinho de mãos dadas com o mais novo. Taemin não soltou minha mão e não seria eu a fazer aquilo, afinal, gostava de estar na companhia do menor, era agradável.

Talvez... estivéssemos nos tornando bons amigos.

Puxei Taemin para afastá-lo da cerca e caminhamos pra mais longe do circo do que já estávamos. Atravessando os trilhos e parando apenas quando a luminosidade era baixa demais para enxergar o que tinha longe de nós, e ali nos sentamos juntos, pouco acomodados no frio do gramado.

 

- Olha só, hyung – Taemin falou repentinamente, apontando pro céu com a mão livre, onde pude ver uma estrela cadente passando lentamente, era a primeira vez que eu via uma e não parecia tão rápida como nos filmes.

- Faz um pedido, Taemin.

- Por que eu faria um pedido para um disco voador? Eles podem me escutar daqui? – Pisquei algumas vezes incrédulo, rindo alto em seguida e o puxando pra perto de mim, deixando um braço sobre seus ombros. Taemin era tão adorável.

- É uma estrela cadente, idiota.

- Oh... Já sei o que pedir! – Ele riu baixo, fechando os olhos e ficando quieto por um breve segundo, antes de sorrir. – Pronto.

- O que desejou?

O menor riu soprando e não me contou, eu me lembro de ter insistido durante um longo tempo, mas Taemin estava decidido a não me falar, e eu podia ver no seu sorriso que ele estava feliz naquele momento, apesar de tudo o que ocorrera, ele estava sorrindo pra mim. Olhei novamente para a estrela cadente que estava quase sumindo de nossas vistas e suspirei, desejando silenciosamente que Taemin sempre pudesse sorrir daquele jeito.

 

Não lembro ao certo quantas horas ficamos sentados ali, Taemin mantinha o olhar no céu e eu não conseguia desviar o meu olhar de seu rosto. Era como se seus olhos  brilhassem mais que as estrelas e eu tinha plena consciência do quanto meus pensamentos ficavam idiotas na sua presença. Tirei um cigarro do bolso e o acendi com o isqueiro, dando uma pequena tragada em seguida. Eu odiava fumar, mas me acalmava sempre que eu estava muito nervoso – como por exemplo quando eu brigava com Onew e ele ganhava – e eram raras as ocasiões em que eu precisava poluir o meu pulmão para ficar relaxado. Mas nos últimos dias eu não conseguia continuar calmo na presença do Lee, o que resultou na minha transformação de O garoto mais saudável, para o Garoto Chaminé. Se eu tivesse um câncer a culpa seria completamente dele.

- Eu posso experimentar? – Taemin perguntou de forma inocente, deitando a cabeça no meu ombro e levando uma mão até o meu cigarro, tentando tira-lo da minha boca.

- Você não tem idade pra isso – Murmurei, e ele se aproveitou que eu havia aberto a boca para falar, para tirar o cigarro de mim e levar até seus próprios lábios.

Taemin tragou o cigarro de forma ansiosa, o que me rendeu boas risadas quando o vi se engasgar com a fumaça. Afaguei suas costas e disse para ele soprar o ar pra fora.

- Isso é horrível, por que você fuma? – Taemin falou em meio a uma tosse misturada com risada, antes de devolver o cigarro aos meus lábios, e tudo o que eu conseguia pensar era que os lábios dele também haviam tocado ali.

- Me ajuda a relaxar – Dei de ombros, passando uma mão pelo cabelo de Taemin e o colocando pra trás.

- E o que te estressa?

O que eu poderia responder? Era uma pergunta muito direta, então preferi ignorá-la. Dei de ombros e continuei brincando com uma mecha de seu cabelo, gostando de como era macio e cheiroso. Ele parecia tão bonito, que eu não resisti em me aproximar dele.

 

● Lee TaeMin ●

 

Eu sentia que ainda não havia colocado toda a fumaça pra fora, e Minho ainda queria se aproximar de mim com aquele cigarro na boca, trazendo mais fumaça ainda pro meu rosto. Coloquei as mãos em seu peito e o empurrei um pouco, vendo-o rir de forma divertida. Eu gostava de ouvir sua risada, de ver seu sorriso e sentir os carinhos discretos que ele me fazia, era como se aos poucos ele conseguisse fazer pequenos – bem pequenos – curativos no meu coração machucado. Eu continuava sem esperanças de um futuro melhor, e tudo o que eu queria era ir embora dali, então decidi me esforçar para me dar bem naquele lugar, até que a poeira baixasse para eu poder fugir.

- Taemin – Ouvi sua voz próxima e o fitei, o cigarro ainda estava no canto de seus lábios enquanto ele sorria de um jeito quase encantador. Quase.

- O que foi, hyung?

Minho abriu a boca pra falar, mas eu não prestei atenção no que ele disse, meu olhar se voltou para uma figura atrás dele, mas ainda sim um tanto distante. Parecia ser uma mulher com uma camisola branca, ela estava cambaleando em nossa direção. Pisquei repetidas vezes esperando a imagem sumir, mas ela continuava se aproximando de nós.

- Minho! O que é aquilo? – Segurei o rosto do maior e o virei na direção da mulher. O moreno deixou o cigarro cair na grama e se apagar, eu pude sentir seus  braços fortes me segurem e me colorem de pé junto com ele, estava escuro demais para reconhecer o rosto dela.

- Moça... você precisa de ajuda? – Minho perguntou alto, mas tivemos apenas alguns murmúrios arrastados em uma língua desconhecida pra mim, e aparentemente para o maior também, já que ele mantinha uma expressão confusa.

- É um fantasma? – Sussurrei, agarrando-me ao braço do moreno.

- Claro que não.

E então a mulher parou de andar, ficando há alguns metros de distancia e pendendo a cabeça pro lado, senti meu corpo se arrepiar de medo e recuei um passo. A mulher pendeu a cabeça pro outro lado. Dessa vez fora Minho quem recuou me puxando, e quando eu estava prestes a fazer outra pergunta ela começou a correr na nossa direção. Minho segurou meu pulso com força e correu também, me arrastando junto enquanto fugíamos da mulher estranha.

Minho era tão rápido, eu mal conseguia correr ao seu lado – mesmo ele diminuindo o ritmo para não acabar me arrastado de verdade pelo chão – ele olhava algumas vezes pra trás e eu podia escutar passos atrás de nós, mas ao contrario de Minho, eu não tinha tanta coragem para olhar. Quando enfim passamos os trilhos de trem e pulamos a cerca quebrada – o que me rendeu arranhões na canela – nós paramos de correr.

Olhei para trás e não havia mais ninguém atrás de nós, deviam ser por volta de duas horas da manhã e estava tudo tão silencioso. Os que já haviam voltado da noite de folga dormiam, mas dava pra perceber que mais da metade dos funcionários estavam fora.

- Que merda foi essa? – Minho falou exaltado, olhando em volta mais uma vez antes de me puxar para longe da cerca – Não quero dormir sabendo que tem uma mulher louca solta aí fora.

- Pelo menos não é você que dorme do lado de fora – Revirei os olhos e o acompanhei para onde estava mais iluminado, próximo aos outros trailers e barracas – Acho que ganhei mais um trauma para a coleção...

- Ela devia estar bêbada, não se preocupe.

Suspirei pesadamente e tentei acreditar nas palavras de Minho, mas assim que ele me colocou de volta na jaula e foi dormir eu esqueci totalmente delas. Enrolei-me no cobertor e fiquei o mais encolhido possível naquele espaço pequeno, deixando apenas o rosto para o lado de fora, observando tudo o que se movimentava, e levei bons sustos durante a madrugada. Principalmente quando Jonghyun chegou bêbado e com a camiseta rasgada, ele se sentou sobre a minha jaula e ficou cantarolando, ignorando totalmente meus pedidos para que ele fosse dormir.

Mas não fora pior do que ver Onew chegando. Ele me olhou intensamente ao passar por onde eu estava, com um sorriso sínico nos lábios, o mesmo sorriso que dirigiu à mim após me provocar inúmeras lesões pelo corpo, alguns hematomas ainda nem haviam desaparecido totalmente.

Fora uma noite frustrante, como todas as outras depois que meus pais me venderam para o circo. E quando enfim consegui relaxar para dormir, o sol já estava nascendo, o que me rendeu belas três horas de sono antes de ouvir a corneta tocar. Era hora de trabalhar para alguns, mas pra mim era hora de ser escravizado e ainda ter que ouvir coisas como “Você tem sorte por estar fazendo apenas esses serviços”. Obviamente ser vendido contra a vontade, apanhar, ser obrigado a dormir em uma jaula e ainda ser escravizado era um grande sinônimo de sorte. Mas ao invés de responder eu apenas sorria, o sorriso mais falso que conseguia mostrar.

Eu precisava me enturmar ali e fazer parte da “família” para poder ter uma chance de fugir. Eu odiava aquele lugar, odiava todas aquelas pessoas que não eram Jonghyun e Minho. Mas não é como se eu fosse sentir saudade deles depois de ir embora, ia apenas lembrar-me dos dois irmãos como “O idiota que me salvou e o outro idiota que tornou minha dor mais agradável”.

 

Naquela manhã Jonghyun estava com ressaca demais para me auxiliar no trabalho, de forma que Onew ficara responsável por aquilo. Eu estava varrendo uma das arquibancadas enquanto ele me seguia de perto, tão perto que eu podia sentir sua respiração contra minha nuca. Minhas mãos tremiam levemente e eu tentava terminar minha tarefa o mais rápido que podia.

- Você devia ser o meu brinquedinho, sabia? – Ouvi sua voz rouca, fazendo com que eu me arrepiasse. Mas não eram arrepios bons como os que Minho me causava, era um que dava vontade de sair correndo. – Mas o Choi sempre quer tudo pra ele, alguém precisa ensinar uma lição nesse garoto.

Senti as mãos de Onew em minha cintura, enquanto ele aproximava seu corpo do meu ao ponto de colar minhas costas no seu peito. Apertei a vassoura com força em minhas mãos, eu estava pronto para acertá-lo com ela e sair correndo, mas ele me soltou rapidamente antes que eu pudesse fazê-lo. Ergui a cabeça e vi Jonghyun vindo em nossa direção, conversando despreocupadamente com Minho, que estava logo atrás. Demorou um pouco para que eles me notassem ali, e pude ver o mais alto me lançar um olhar confuso e depois franzir o cenho ao ver Onew tão próximo.

- Onew hyung! – Jonghyun falou em meio a um sorriso – Appa estava te procurando, ele quer saber se vai abrir o show essa noite.

- Claro, irei falar com ele.

- O que estavam fazendo aqui? – Minho perguntou desconfiado, e eu apenas olhei de um irmão pro outro, com medo de responder aquela pergunta e Onew acabar me matando ali mesmo.

- Vim ficar de olho no escravo no lugar do Jong, mas agora que estão aqui não preciso mais – Onew deu de ombros e se afastou, logo sendo seguido por Jonghyun que correu atrás dele falando algo sobre sair com a namorada nova.

Fiz um bico discreto ao ver Jonghyun ir embora, eu queria conversar com ele e perguntar sobre a mulher que nos perseguiu noite passada. Porém suspirei mais aliviado ao estar sozinho com Minho, voltando a limpar a arquibancada e sentindo que ele me observava. Era mais relaxante trabalhar com o moreno ali. 

- Taemin, eu quero te mostrar uma coisa – O mais velho falou de forma animada, estendendo uma mão na minha direção, a qual eu peguei antes mesmo de conseguir pensar em algo para responder – Vamos.

Deixei que Minho me conduzisse até próximo do picadeiro, onde havia uma escada estreita e comprida que levava à uma pequena base de ferro no alto. Ele me mandou subir na frente e veio logo atrás de mim, e quando enfim cheguei em cima não tive coragem de olhar para baixo. Era tão alto.

- Preciso de ajuda pra treinar, você vai me ajudar – Minho sorriu de canto, pegando um dos lados do trapézio e o soltando de uma corda que o prendia à base de ferro. Ele não esperava que eu subisse nisso, não é?

- C-Como?

- A Sulli está ocupada e eu preciso treinar com alguém – Ele deu de ombros, me empurrando até a beira da plataforma e me fazendo segurar naquela pedaço de ferro com as duas pontas amarradas. Olhei para baixo e vi que havia uma rede lá, mas parecia tão distante, eu provavelmente morreria antes de chegar nela.

- Eu não sei fazer isso! Eu... você está tentando me matar?

- É divertido, Taemin – Ele riu baixo e então me afastou da beira, tomando meu lugar – O outro já está solto, presta atenção em como eu vou fazer e depois você faz igual, vou estar lá esperando para segurar sua mão.

Minho não me dera tempo de responder, logo ele já havia pulado da plataforma. O jeito que ele se pendurou no trapézio e pulou de um pro outro parecia incrivelmente difícil, e eu o admirei por fazer aquilo tão bem. Respirei fundo e segurei a barra de ferro quando se aproximou novamente da base, vendo que o Choi se balançava do outro lado, usando apenas as pernas para se segurar enquanto seus braços estavam esticados na minha direção.

Tomei toda a coragem que eu tinha e o imitei, pulando da plataforma.

Fora horrível. Meus braços eram finos e frágeis de mais para aquele tipo de coisa, eu achei que iria cair assim que perdi o chão, mas consegui aguentar alguns poucos segundos, o que fora tempo suficiente para ver a mão de Minho próxima de mim e a segurar. Ele era ainda mais forte do que parecia, com um só braço conseguiu me puxar pra cima e se sentar no trapézio, fazendo com que eu ficasse no seu colo.

- Você tem certeza que não quer me matar? – Perguntei assustado, segurando-me nele com força e olhando pra baixo – É tão alto!

- Eu preciso te ensinar – Ele me puxou pra mais perto, enquanto parava de balançar aos poucos.

- Eu não tenho interesse nisso, eu quero descer!

- Taemin – Ele falou em um tom preocupado – O Appa disse que não podemos manter você, mesmo que possa limpar as coisas, traz mais prejuízo do que lucros...

- Então posso ir embora? – Perguntei esperançoso.

- Não. Você acabaria denunciando a gente e não podemos correr esse risco, pro appa, você se torna útil ou você morre.

Fechei os olhos ao escutar aquilo e parei de tremer por um segundo, achei que havia me livrado daquele perigo, mas novamente estava tendo minha vida ameaçada. Como se já não bastasse toda a merda pela qual eu havia passado. Desviei o olhar pro rosto do maior, ele tinha um semblante preocupado e eu me senti melhor por saber que pelo menos ele tentava me salvar.

- Seria melhor que eu morresse então, não é? – Dei de ombros, não parecia restar muitas alternativas.

- Eu não vou deixar você morrer!

- Mas e se eu quiser? E se eu estiver cansado de viver? – Falei um pouco alto, tentando me soltar dos seus braços. Minho tentara me segurar, o que acabou nos fazendo cair do trapézio. A sensação de estar caindo era assustadora, mas ao menos pude sentir seus braços me agarrando de forma protetora antes de nossos corpos baterem contra a rede e serem jogando levemente pra cima, e só quando paramos ali que eu tive coragem de abrir os olhos novamente.

Minho estava por cima de mim, o cabelo bagunçado devido a queda e o seu corpo me impedindo de tentar me mover. Coloquei as mãos nos seus ombros e tentei empurrá-lo, mas fora em vão.

- Você não tem o direito de escolha, Taemin – Ele sussurrou, aproximando o rosto do meu e encostando uma testa na outra. Eu podia sentir suas respiração contra minha pele, fazendo com que o meu coração acelerasse e meus dedos se prendessem em sua roupa.

O que ele está fazendo?

- Não se esqueça que eu também sou seu dono agora... Não posso me conformar de ver você morrer assim.

Senti Minho parar de respirar por um momento, enquanto seus lábios quentes e macios tocavam nos meus, em um beijo quase carinhoso. Eu não sabia o que pensar, não sabia o que dizer, quando ele afastou o rosto novamente do meu parecia que tudo estava girando. Virei a cabeça para o lado apenas para esconder minhas bochechas coradas. E do outro lado das arquibancadas eu pude ver Onew nos observando. Ele piscou pra mim, fezendo um gesto com a mão que eu não entendi e fora embora antes de ser notado por Minho.

Eu estou tão ferrado.

Continua...


Notas Finais


Adivinhem quem é a mulher louca? )o) Ela vai ser uma personagem importante ^^
Mereço reviews?? hm? hmm?? Devo fazer capítulos menores?


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