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História Midnight Circus - 12. New Star


Escrita por: KAMI-seme

Notas do Autor


Desculpem a demora com o capítulo. Tive alguns contratempos e distrações com isso de vestibular zzz, mas enfim Midnight Circus está de volta! Espero que gostem, esse é o penúltimo capítulo, mas vai ter um epilogo, então esperem mais duas atualizações! ^^
obs: Minha beta estava ocupada, então esse capítulo foi betado pela @shiniingshawol, autora de Personal Soldier (2min) ^^

Capítulo 12 - 12. New Star


12. New Star

 

Os dias pareciam passar arrastados depois da partida de Taemin, eu o levei até a estação de trem e nos despedimos com um ultimo beijo, ele disse que me amava mais do que qualquer outra pessoa, e que voltaria pra mim um dia, mas eu não tinha certeza se tal milagre poderia acontecer. Lembro bem de como acariciei seu rosto uma ultima vez e lhe dei um beijo na testa, sussurrando que tudo ficaria bem e que ele devia se cuidar. Nossa ultima troca de olhares fora através da janela do trem, um ultimo aceno, um adeus.

Naquele dia eu chorei como no dia em que o perdi pela primeira vez, mas ao menos eu sabia que ele estava bem e estava feliz, eu deveria me esforçar para ser feliz então. Pelo menos foi o que decidi na teoria, mas na pratica era bem mais difícil. Logo no primeiro mês sem Taemin, meu numero de magica se tornou o pior de todo o espetáculo – não que ele fosse bom antes –, e tive que agradecer à Deus por Sulli enfim tirar o gesso e voltar ao trapézio comigo, mas ainda sim, era um tanto decadente. Eu cometia vários erros e caia varias vezes, como um idiota. Minha parceira tinha vontade de me esganar quando tais coisas aconteciam, era fácil decifrar isso pelo seu olhar de raiva e o dedo do meio que ela me mostrava do outro lado do picadeiro. Sempre tão gentil, nossa adorável Sulli.

Minha relação com Onew se tornou pior ainda, nem sequer nos olhávamos, ele havia ficado com uma cicatriz no rosto – graças à Taemin – e ainda sim ele continuava fazendo sucesso com seu ridículo numero de atirar facas. As pessoas realmente não tinham bom gosto. Como podia ser divertido ver aquele ser desprezível que era o meu irmão, arremessando facas na direção de uma pobre coitada rodando em uma roleta?

 

Mas por outro lado, eu fiquei mais próximo de Jonghyun e de Victoria, a Cigana sempre fazia previsões sobre Taemin pra mim, ela dizia coisas boas e que ele estava bem, estava em segurança e a salvo, mas eu não sabia se ela falara a verdade ou se apenas dizia para me tranquilizar. Enquanto Jonghyun me acompanhava nas noites de bebedeira e controlava o numero de garrafas para que eu conseguisse voltar andando. Ele escutava toda noite a mesma historia sobre o quanto eu sentia falta do meu namorado e toda noite ele me dava um tapinhas nas costas e dizia para eu ficar bem, mas meia hora depois ele me deixava sozinho, para ir com a primeira mulher de saia que aparecesse no bar. Nem dava para imaginar que este louco tinha um filho. Eu soube que ele se casara com a tal filha do pastor, mas quando descobriu que ela já estava esperando um segundo filho dele, fugimos todos da cidade e ele disse que um dia voltaria para pegar as crianças, talvez num futuro muito distante. Ele não tinha jeito.

Eu queria saber como Jonghyun conseguia ficar sempre tão feliz, mesmo com tantos problemas. Ele devia ter algum tipo de dom especial, ou talvez eu tivesse nascido para ser infeliz, pois se esta era minha missão na vida, eu a estava desempenhando com maestria.

 

Quando se completaram cinco meses após a partida de Taemin, eu me sentia completamente morto por dentro. Eu bebia como se não houvesse amanhã, eu saia com meus poucos amigos e fingia que estava me divertindo com eles, eu fumava na companhia de mulheres desconhecidas que ocasionalmente iriam parar na minha cama. Eu as chamava de “Taemin” no meio da noite, e elas pareciam não se importar com esse detalhe, nem quanto eu pedia para que elas virassem de costas, pois assim parecia mais com ele. A todo momento eu tentava preencher o vazio que ele deixou em meu peito, mas parecia algo impossível, mulher nenhuma no mundo ocuparia aquele lugar.

Eu só me perguntava... Aonde estaria o meu pequeno namorado?

 

● Lee TaeMin ●

 

- Lave esse piso direito! – Era o tipo de grito que eu escutava o dia todo enquanto trabalhava naquele restaurante imundo na periferia de Seul. O lugar tinha uma estrutura rustica demais, a iluminação falhava à todo momento e o meu quartinho nos fundos era tão frio quanto o Alaska.

Eu trabalhava como faxineiro naquele lugar para me manter, e com o salario eu pagava aulas de canto. Eu achei que acabaria passando a vida toda naquele lugar, o qual era tão ruim quanto o circo – apesar de ter minha preciosa liberdade – as pessoas judiavam de mim quando eu falava sobre meus sonhos, porém nada me faria desistir deles, nem a saudade que eu tinha de Minho.

 

Em algum ponto da primavera as coisas mudaram bruscamente. Eu fui chamado na aula de canto para conversar com minha professora, ela era uma mulher simpática e sempre me arranjava algo para comer ou me doava roubas velhas que seus filhos já não queriam mais, eu não sabia como ela conseguia cantar tão bem numa idade já avançada, mas era a melhor daquela cidade. Naquela manhã eu a ouvi dar uma das melhores noticias de minha vida, eu havia sido escolhido para participar de um concerto em um pequeno teatro. E aquele fora apenas o primeiro passo.

 

Todas as noites eu pensava em Choi Minho, em como nossas vidas se entrelaçaram e em como era doloroso estar longe dele agora. Eu ainda podia sentir seu cheiro se fechasse bem os olhos e me concentrasse, mas o que eu realmente queria poder sentir era o seu abraço, o calor daquele corpo tão mais forte que o meu. Porém eu não voltaria para aquele lugar... Eu precisava de algo melhor, eu precisava de mais.

Aquele pequeno concerto fora um empurrão nos dominós enfileirados da minha vida. Eu vesti minhas melhores roupas e toquei para aqueles bastardos ricos que me assistiam com certa gula, como se eu fosse uma presa à ser caçada. E um homem não tão diferente do meu antigo mestre me encontrou primeiro que os outros da sua laia, ele estava disposto a investir em mim em troca de alguns favores no começo, por isso, depois assim que terminei de assinar o contrato tirei minhas roupas e deixei que ele abrisse minhas pernas, ao mesmo tempo em que abria novas portas pra mim. Aquilo era realmente desprezível, mas eu não podia negar que Choi Siwon era um homem menos repugnante que os outros que tentaram me forçar à manter relações sexuais com eles. Ele me lembrava Minho – embora fosse mais forte e educado – Siwon me ajudou durante um ano inteiro, alguns diziam que ele era meu namorado, outros achavam que era meu cafetão. Mas a verdade é que nos tornamos amigos, e quando ele me trocou por um garoto mais bonito nós festejamos juntos. No lugar do meu corpo ele passou a exigir uma porcentagem pequena dos meus lucros, enquanto meus trabalhos aumentavam ao ponto de que as pessoas precisavam marcar uma hora para me contatar.

E assim nós fomos da periferia ao centro da cidade. Nos mudamos para um bairro luxuoso de Seul com o dinheiro que eu ganhava por meu talento. Siwon e seu namorado não se continham com as festas – que agora eram às minhas custas – e eu não negava a diversão que eles me proporcionavam. Naquele segundo ano de liberdade eu fui corrompido pelo dinheiro... E era um prazer culposo e delicioso.

 

- Taemin, o que são essas coisas velhas que eu achei na sua gaveta? – A voz grave do Choi chegou ao meu ouvido naquela manhã, enquanto eu me exercitava com seu namorado na sala de nossa casa – Tem uma foto sua com cabelos grandes, parece uma garota.

- Ei! Não toque nisso! – Levantei-me em um pulo, indo até o maior e tirando a caixa de suas mãos, ali haviam todas as coisas de valor sentimental que eu tinha. Uma foto com Choi Minho. Um adesivo de propriedade do circo e alguns presentes que havia recebido da Cigana e de Jonghyun antes de partir – São... coisas importantes.

- Havia uma carta junto, quem é Choi Minho? – Siwon perguntou curioso, jogando o tal envelope para dentro da caixa também. Aquela pergunta me pegara de surpresa. Afinal, o que Choi Minho significava agora?

Respirei fundo e fechei a caixa, antes de forçar um pequeno sorriso.

- Ele não é ninguém importante.

 

Apesar das palavras duras para mim mesmo, eu sabia que não era verdade. E fora por isso que horas mais tarde eu decidi recusar as festas que tanto me divertiam, as minhas drogas rotineiras que causavam as melhores alucinações de Choi Minho, e me concentrei em escrever tudo o que eu precisava com uma pena em um papel simples.

Uma carta para o Midnight Circus.

 

● Choi MinHo ●

 

- Minho você precisa sair daí! – Jonghyun gritava do outro lado da porta, eu sentia como se minha cabeça fosse estourar só por ter que escutar o barulho irritante daquele palhaço baixinho.

- Eu não estou! – Gritei irritado, mas de nada adiantaria já que eu acabara de entregar minha localização.

- Eu vou derrubar essa porta, você está trancado há dois dias nesse trailer sujo! – O menor estava exagerando, eram apenas algumas longas horas, eu não aguentava mais ter que olhar na cara de nenhum deles, nada mais justo do que ter um tempo só para mim. Certo? Não. – Você não pode se isolar do mundo apenas porque essa semana faz dois anos que aquele pirralho foi embora!

Decidi ignora-lo. Deitei-me sobre a cama e senti o pequeno gatinho vir se aconchegar perto de mim, ele era manhoso e bonito como Taemin, a única lembrança que ficara do nosso amor. Tiger não me abandonada nunca, não importa o quanto eu estivesse bêbado ou irritado, ele sempre se deitava ao meu lado, ocupando o lugar do meu namorado, e eu gostava de pensar que ele apenas estava aquecendo aquele lado da cama para que Taemin não passasse frio quando voltasse. Mas a verdade é que ele nunca mais iria voltar.

- Yah! Eu vou contar até três! – Jonghyun berrou do lado de fora. Tão irritante – Um! Dois... dois e meio... três!

Achei que minha porta seria arrombada violentamente como nos poucos filmes de ação que assisti em minha vida, mas ao invés disso ele apenas à destrancou e girou a maçaneta. Respirei fundo e massageei as têmporas, esse cara era um completo idiota.

- Se tem as chaves, por que ainda faz todo esse escândalo para eu abrir? – Estreitei os olhos, virando de costas pro meu irmão em e abraçando o gatinho em seguida. Devia ser uma cena patética de se ver, mas eu não me importava muito com a minha imagem, não mais.

- Porque eu queria saber se o meu irmãozinho iria me obedecer – Jonghyun falou simplesmente, e logo pude sentir um peso na cama, ele provavelmente tomara a liberdade de se sentar na beira – Eu tenho boas noticias, não quer nem saber?

- Não existem boas noticias, existem noticias que ainda não se tornaram ruins.

- Você é pateticamente deprimente. – Eu podia imagina-lo revirando os olhos daquele jeito impaciente que sempre fazia ao falar comigo e esbarrar no meu pessimismo, mas depois de tudo, era impossível não ser pessimista – Vou falar mesmo assim, então preste atenção, Choi.

Fiquei quieto, dando a deixa para o Kim falar, e assim ele o fez.

- Recebemos uma doação realmente generosa para patrocinar o nosso circo, eu nunca vi tanto dinheiro assim, é o suficiente para conseguirmos outro tigre! Não é demais? Appa disse que o recebeu o cheque hoje cedo – Jong parecia a personificação da animação, e embora eu estivesse bastante surpreso com aquele pequeno milagre, ainda não era o suficiente para me fazer sorrir – Veio uma carta junto, dizendo que a pessoa que está nos patrocinando deseja jantar com o representante do Midnight Circus, um jantar de negócios.

- Appa irá adorar – Suspirei, tentando ao menos parecer me importar com a situação.

- Na verdade, é você quem vai.

- O que? Eu nem consigo conversar com você direito, imagine com alguém rico que queira falar de negócios! – Me sentei abruptamente, sentindo o pequeno gato correr pra fora da cama e se esconder – Nem pensar, sem chances, Jonghyun!

- Adoraria ir eu no seu lugar, provavelmente é uma mulher rica e triste, talvez uma viúva que nos viu por aí e quer nossos corpos sensuais – Realmente, um idiota – Porém, appa já falou que vai ser você, ou não verá seu salario pelo resto do ano e você sabe que ainda falta muito para acabar.

- Isso... Não é justo!

- A vida nunca foi justa com ninguém, olha só a minha altura – Jonghyun riu baixo, colocando uma mão no meu ombro e sorrindo encorajador – Mas todos os dias eu me levanto e olho no espelho, pensando que esta tudo bem, afinal, podia ser pior, eu podia ser você.

- Sai do meu trailer! – Empurrei o baixinho pra fora com um chute e o vi correr o mais rápido que podia.

- O jantar é sábado! Se prepare! – Ele gritou, antes de desaparecer do meu campo de visão.

Um jantar, hm? Não pode ser tão ruim assim.

 

●●●●

 

- Esse tipo de roupa me faz parecer ridículo – Reclamei, enquanto Victoria insista em fazer-me experimentar o terno de seu falecido marido, pois eu precisava estar apresentável para o jantar que aconteceria no dia seguinte.

- Minho você já é ridículo com qualquer roupa – Sulli murmurou com sua língua afiada. Ela estava ajudando a cigana à escolher minhas vestes, tarefa essa que parecia muito complicada já que nada era grande o suficiente para caber em mim.  Talvez ser tão alto fosse outra punição da vida, eu devia ter feito algo muito ruim em uma antiga encarnação.

- Eu acho que está do tamanho certo, só precisa de poucos ajustes, não é? – A cigana sorriu gentilmente, me ajudando a tirar o terno pela segunda vez e deixando o separado dos outros que não haviam servido – Sulli vai me ajudar a costurar isso, aproveite para ir com Jonghyun no barbeiro, esse seu cabelo está grande demais, a madame rica vai achar que tem piolhos.

- Eu não tenho!

- Então corte o cabelo! – Ela retrucou, estreitando os olhos e apontando pra mim – Você vai satisfazer essa mulher até o ultimo desejo dela, e irá voltar pra casa com outra doação generosa.

- Vocês estão me vendendo? – Ergui uma sobrancelha, trincando os dentes para que nenhum xingamento escapasse por meus lábios. Elas eram irritantes, mas ainda sim eram minhas amigas e eu não precisava ser mais grosseiro que o normal – Que seja, espero que esteja tudo pronto amanhã, seria embaraçoso não ter uma roupa adequada pra vestir... Por que tinha que ser em um restaurante tão caro e tão longe?

- Ricos, Minho oppa, ricos...  Eles não se importam com essas coisas. – Sulli suspirou – Um dia serei rica também, e vocês nunca mais vão me ver nesse lugar terrível.

- Não foi isso que eu li na sua mão – A cigana deu um risada sarcástica, deixando a morena um tanto irritada.

- Certo, meninas, eu estou indo para o meu trailer beber mais um pouco até cair – Suspirei, colocando minhas roupas surradas novamente e jogando o cabelo pra trás, Victoria tinha razão, estava um tanto comprido, as pontas já encostavam em meus ombros, era como se eu parecesse um maldito hippie.

- Não entre em coma alcoólico.

Apesar do pedido de Sulli, era difícil, especialmente pela data meio fúnebre. Taemin me deixara há dois invernos e tudo o que eu queria era beber até esquecer do meu próprio nome, mas eu esperava que ele estivesse feliz, aonde quer que fosse. Naquela noite eu me tranquei no trailer com meu gato, ele brincava com uma bola de algodão na cama, enquanto eu apenas bebia, com o olhar perdido no vazio, imaginando as coisas que eu poderia fazer com Taemin se ele estivesse comigo ainda. A vida era uma vadia, ela da pra você o que quiser, realiza metade dos seus desejos e depois te abandona sem deixar número de telefone.

Eu não sabia quando havia me tornado um fracassado, mas dormi me sentindo o maior de todos eles. Eu não tinha absolutamente nada, nem ao menos um objetivo que me fizesse levantar pelas manhãs e erguer a cabeça para seguir a vida.

 

 

- Minho? – Senti um toque no meu rosto, no começo parecia algumas batidas leves em minha testa, mas foram ficando mais fortes até que eu acordei com Sulli estapeando meu rosto. – Choi! Você é louco? Por que não levantou ainda?!

- O que você quer, demônio? – Empurrei a morena e me sentei na cama, sentindo minha cabeça latejar enquanto a ressaca me atingia em cheio, era uma sensação de que se já estava morto e seu corpo apenas esqueceu de parar de funcionar – Droga...

- Você vai se atrasar para o jantar! Vai tomar banho agora, a cigana está te esperando com as roupas – E dito isso a mais nova saiu do quarto, batendo a porta com força ao passar.

Pisquei confuso algumas vezes, as pessoas haviam perdido o respeito por mim, como ousavam entrar no meu trailer daquela forma? Eu teria xingado Sulli até sua quinta geração, mas só então notei que eu estava realmente atrasado para aquela merda de jantar.

 

Tomei um banho as pressas e tentei tirar aquela cara de ressaca, mas era uma tarefa muito difícil. Penteei o cabelo pra trás – o qual eu havia esquecido completamente de cortar – e torci para que ele ficasse no lugar, antes de passar aquele perfume forte e barato que eu sempre usava. Mas a pior parte de tudo, e talvez a mais constrangedora, foi ter que deixar a cigana me vestir, pois aparentemente eu era bruto demais e acabaria rasgando as leves emendas que elas fizeram pra roupa ficar justa em mim.

- Eu trabalhei a noite toda nessa calça, acho bom não estraga-la – A morena falou em um tom ameaçador, enfim terminando de me arrumar e ordenando que Sulli apertasse o nó da minha gravata. Elas eram totalmente irritantes, mas eu sabia que estaria perdido se não fosse a constante interferência delas na minha miserável vida. No final, eu acho que podia considera-las minhas amigas, ou quase isso.

- Eu acho que ele está pronto – A mais nova falou indiferente, terminando de arrumar o nó – Victoria unni, nós devíamos trabalhar com isso, daria mais dinheiro!

- Quem sabe.

- Posso ir agora? – Suspirei, me olhando brevemente no espelho e encarando aquele Choi Minho arrumado demais para o meu gosto. Eu parecia como um homem da cidade, eu provavelmente estaria ainda melhor se não fosse a expressão cansada.

- Já devia ter ido! – As duas falaram juntas e me empurraram para fora da tenda, repetindo o endereço e dizendo-me que se fosse uma mulher eu tinha que dar o jeito de conseguir mais dinheiro dela. Que tipo de pessoas elas achavam que eu era?

 

 

Naquela noite Jonghyun havia me dado uma carona, dirigindo o carro recém comprado com o dinheiro da generosas doação, enquanto tudo o que eu fazia era reclamar por ter sido obrigado àquela tarefa. Mas o baixinho parecia feliz demais para se abalar com meu mal humor, ele até mesmo cantava algumas musicas sem sentido que tocavam na radio, e quando enfim chegamos, fui empurrado pra fora do carro e o ouvi dizer que me esperaria ali fora.

Lembro-me de como aquele lugar era luxuoso, e do olhar de desprezo do atendente ao perguntar o que eu queria ali, parece que minhas roupas não enganavam ninguém na verdade. Eu não sabia como agir, então apenas tentei parecer educado e falei que havia alguém me esperando para o jantar.

- Choi Minho... Oh, certo, seu nome está na lista – O homem suspirou decepcionado, talvez ele esperasse ter o prazer de me expulsar daquele lugar – Siga-me por favor.

Atravessamos o restaurante todo, até chegar à uma parte mais afastada, onde havia algumas áreas reservadas e cercadas por biombos de papel, com desenhos tradicionais da nossa cultura coreana, era um lugar bem quieto e tranquilo, eu não me encaixava ali de jeito algum. Deixei o homem me guiar para a entrada de um daqueles espaços reservados, e assim que entrei ele fechou a porta de papel atrás de mim e murmurou algo sobre aproveitar o jantar, mas eu não consegui entende-lo direito.

Eu não conseguiria entender nada naquele momento, pois meu corpo todo congelou no lugar, enquanto meus olhos se arregalavam sem que eu percebesse, tentei abrir a boca para dizer algo, mas nada saía. À minha frente estava sentado a principal razão das minhas faltas de sono, usando roupas finas e realmente caras, o cabelo que antes era loiro, agora ficara com o tom preto e um corte curto. Ele parecia um homem de verdade, sorrindo pra mim e logo ficando de pé.

- Taemin...

- Minho – O menor sussurrou, caminhando devagar até mim e tocando meu rosto com a ponta dos dedos, era como o toque de um anjo – Eu... senti sua falta.

- Como...? Quando você voltou, Taemin?! – Perguntei quase desesperado, segurando-o pelos ombros e sacudindo seu corpo magro, mas que já não parecia tão frágil como na ultima vez que o vi – Isso é real?

O menor riu soprando e se desvencilhou suavemente do meu aperto, mas logo se aproximou e me abraçou com força, escondendo o rosto na curva do meu pescoço e fungando baixinho. Ele ainda tinha o mesmo cheiro, o mesmo calor, seu corpo encaixava-se perfeitamente em meus braços, no lugar do qual eu não conseguiria deixa-lo sair nunca mais.

- Me desculpa, Minho... – O Lee falou em um tom choroso, o qual fez apertar meu coração, mas ainda sim deixei que ele continuasse – As coisas ficaram confusas com o tempo, eu realizei meu sonho... Mas eu queria cada vez mais e mais, eu não sabia a hora de parar, eu não devia ter demorado tanto.

- Seu idiota, eu não consegui suportar a sua partida... Eu te odeio tanto! – Falei arrastado, usando minha força para prende-lo junto ao meu corpo, escondendo meu rosto contra seu cabelo e sentindo que eu poderia ficar com ele para sempre daquela forma – Eu queria saber como parar de te amar, mas você me enfeitiçou, Taemin, eu não posso te deixar partir de novo, por favor!

 

Ouvi sua risada abafada, enquanto o pequeno se encolheu nos meus braços e afagava minha costa de uma forma um tanto carinhosa e gentil. Ele estava feliz e eu podia sentir isso em cada toque.

- Eu não vou à lugar algum, meu amor.

Senti como se pudesse explodir de alivio, eu sempre quis ouvi-lo dizer tais palavras, e finalmente chegara a hora. Segurei o queixo do menor e ergui sua cabeça, sorrindo sinceramente ao ver seu rosto molhado pelas lagrimas que ele tentava conter, e não resistindo aos seus lábios fartos dos quais eu tanto senti falta. Toquei sua boca suavemente com a minha, fechando os olhos e contendo um pequeno sorriso quando sua língua timidamente buscou espaço por entre meus lábios, tendo a passagem prontamente concedida.

Taemin  havia mudado da cabeça aos pés, mas seu beijo continuava o mesmo, um tanto calmo e carinhoso, nossas línguas se entrelaçavam ao mesmo tempo em que podia sentir os dedos pequenos e finos do menor se prendendo ao meu cabelo. Eu queria tê-lo pra mim, marcar seu corpo para confirmar que o Lee era meu, e apenas meu. E o mais novo percebeu isso, pois quando toquei sua cintura por baixo da camisa, ele mesmo fizera questão de começar a abrir os botões e livrar-se daquela peça de roupa inútil.

- Você se entregou... a alguém durante esses anos? – Perguntei quando nossos lábios se separaram, e o menor me fitou um tanto ofegante, com a franja morena cobrindo parte de seus olhos.

- Você se entregou? – Ele indagou, tentando se esquivar da minha pergunta, enquanto suas mãos pequenas abriam meu terno e o puxava bruscamente, rasgando parte dele – Eu não gosto de você com essas roupas, não parece o meu Minho homem das cavernas.

- Fisicamente não importa, mas meu coração sempre foi seu – Dei de ombros, ainda não conseguindo conter o sorriso, e deixando que ele estragasse aquelas roupas.

- Posso dizer o mesmo – Ele sorriu bobo, se abaixando e distribuindo beijos por meu peitoral e abdômen.

Deixei que o menor tirasse uma por uma das minhas roupas, para que então fosse minha vez. O deitei no chão – e agradeci por aqueles biombos serem o suficiente para nos esconder – logo livrando o Lee daquelas roupas, admirando  seu corpo esguio abaixo de mim, matando a saudade de suas curvas, mas que agora já não eram tão marcadas como antes, pois Taemin havia ficado forte com o tempo, seu abdômen agora tinha divisões que o deixava ainda mais sexy.

- Você se tornou um homem tão bonito – Sussurrei, me inclinando sobre o corpo dele e distribuindo beijos e chupões por seu pescoço, arrepiando-me cada vez que suas unhas passavam por minha costa, ou quando sua respiração irregular batia contra minha pele.

- Não me deixe envergonhado agora, hyung – Ele riu manhoso, e eu senti vontade de aperta-lo, mas me contive com todas as minhas forças, havia algo mais importante no momento.

Desci uma trilha de beijos por seu peito, parando ao chegar no mamilo alheio e o mordiscando levemente, rindo soprando contra sua pele ao nota-lo se contorcer um pouco, e não parei com os estímulos, chupando e lambendo-o, enquanto minha mão deslizava para dentro da sua ultima peça de roupa e massageava seu membro rijo por baixo da boxer.

- Não me faça gemer tão alto aqui... Seja gentil – Ele pediu em um sussurro, agarrando-se aos meus braços e fechando os olhos, enquanto eu o masturbava num ritmo lento, me deliciando com as expressões de prazer do mais novo. Aquilo era surreal, eu ainda não conseguia acreditar que estávamos finalmente juntos, nos amando, era como se eu fosse acordar à qualquer momento dessa alucinação e o menor sumiria dos meus braços.

Taemin havia percebido minha preocupação, pois senti seus braços rodearem meus pescoço e me puxarem pra si, enquanto seus lábios distribuíam beijos por meu rosto e ele sussurrava um simples “Não pense demais”. E foi isso que eu fiz, não pensei em mais nada, apenas me entreguei de corpo e alma naquele momento, como se fosse o ultimo da minha vida e o mais importante.

Acelerei os estímulos no membro do menor, abafando os gemidos alheios com um beijo afoito e urgente, enquanto meu próprio corpo reagia ao mais novo. Eu sentia meu membro pulsar de tesão, enquanto meu controle se esvaia aos poucos. Quando Taemin enfim chegou aos orgasmo na minha mão, não hesitei em rasgar sua boxer e o virar de bruços no chão.

- Eu não consigo mais esperar – Sussurrei, ajudando o menor a ficar de quatro e empurrando sua costa até que seu peito tocasse o chão, afastando as coxas brancas do pequeno e sorrindo com a visão provocante de sua bunda empinada, e como se para me provocar ainda mais, o menor começara a rebolar daquele jeito, falando com baixos gemidos manhosos.

- Hyunggie... Eu senti falta de você, não me faça esperar mais.

Ele havia perdido completamente a noção do perigo.

Respirei fundo e tentei manter o resto de sanidade que nunca tive, apertando a bunda do menor e mordiscando-a, antes de tocar sua entrada com a ponta da língua, ato esse que o fez se arquear todo e gemer arrastado. Reprimi o menor com uma mordida na coxa, ele devia ficar quieto para que não fossemos descobertos, e só quando ele se acalmou eu voltei a brincar com a língua na sua entrada, hora lambendo ou penetrando o pequeno espaço, deixando-o bem lubrificado para o que viria a seguir.

- Não se mexa – Ordenei, ficando de joelhos atrás dele e tirando minha cueca, suspirando quase aliviado por ter o membro livre. Rocei a glande lentamente na entrada dele, me divertindo ao vê-lo rebolar quase desesperadamente para ter-me dentro de si, mas não consegui admirar a visão por muito tempo, afinal, Taemin não era o único desesperado por aquilo.

Penetrei seu interior num ritmo lento, totalmente diferente da primeira vez que transamos, na verdade, diferente de qualquer transa que tivemos, pois apesar do desejo carnal que parecia me deixar louco para fodê-lo até que nenhum de nós conseguisse se mexer, eu sabia que naquele momento havia mais do que só isso. Havia sentimentos, de ambos os lados, um sentimento tão grande que fazia-me ter a sensação de que meu peito explodiria.

 

Ouvimos alguém passar próximo de onde estávamos, e Taemin pediu para que eu ficasse quieto, mas já era tarde demais. Estoquei o menor com certa força, apesar da lentidão e do cuidado que estava tomando, e sorri malicioso ao ver que ele tentava controlar os gemidos. Passei a me mover mais rápido, sentindo meu membro deslizar mais fundo naquele interior quente e apertado, enquanto o mais novo mordia minhas roupas para abafar seus gemidos, e eu precisava morder meus lábios para não deixar nada escapar, mas Taemin de quatro rebolando com meu pênis dentro dele era uma visão que tirava o bom senso de qualquer um. Deixei alguns gemidos escaparem, intensificando as estocadas até que nossos corpos suados se movessem em sincronia um contra o outro, e não demorou muito para que eu chegasse ao meu limite, gozando dentro do mais novo e ofegando pesadamente.

- Taemin... – Suspirei cansado, afastando nossos quadris e me sentando no chão, sorrindo quando o pequeno veio para o meu colo e se aninhou ao meu corpo de forma manhosa, ele ainda parecia um gatinho carente, e não hesitei em dar o carinho que ele merecia – Eu acho que precisamos esclarecer algumas coisas.

- Eu vou te contar tudo o que aconteceu, mas... Não precisa ser agora, certo, hyung? – Ele perguntou em meio a um bico, e eu apenas concordei – Vamos pra casa? Posso pedir para eles embalarem a comida...

- Casa?

- Oh, o Jonghyun não te avisou? – Taemin murmurou confuso, rindo em seguida – Eu vou ficar com você no circo, Choi.

Tentei processar aquela informação. Mas a única coisa que passava pela minha cabeça era o quanto eu iria espancar Jonghyun por não ter me avisado sobre aquilo, aquele baixinho estava com o tempo contado.

- Não brigue com ele – O menor falou preocupado, acariciando meu cabelo como se tentasse me acalmar, ele ainda me conhecia como ninguém – Jonghyun é meio idiota, aposto que deve ter escondido tudo pra te matar do coração quando chegasse aqui...

- Quase deu certo – Suspirei e deixei uma risada escapar, eu não sabia quanto tempo fiquei sem rir de verdade, mas agora tudo parecia tão certo, tudo o que eu queria fazer era rir para sempre ao lado de Taemin.

- Vamos, meu amor? – O pequeno me chamou novamente, ficando de pé e se vestindo devagar, me ajudando a fazer o mesmo com o que havia restado das minhas roupas.

Pedimos a comida para levar pra casa, mas acabamos comendo tudo no carro à caminho do circo, enquanto eu não parava de xingar o mais velho, que ria feito um idiota e dizia que queria ter visto a minha cara. Taemin o ajudou a me zoar, descrevendo meu espanto e acabaram os dois rindo de mim, e no final me juntei à eles, sem soltar Taemin um segundo sequer.

Ele estava comigo mais uma vez, e eu não o deixaria afastar-se como antes Lee Taemin me pertencia definitivamente.

 

Continua...


Notas Finais


É isso, pessoas! Nos vemos do ultimo cap. espero que tenham gostado ^^ qualquer duvida podem me chamar no twitter @blingay


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