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História Midnight Nightmare - Covinhas


Escrita por: WhereAmI

Notas do Autor


Oi, vocês estão em casa? Acho bom.

Então, eu realmente não tenho nada pra falar, nada mesmo, então toma o capítulo.

Boa leitura

Capítulo 8 - Covinhas


LOUIS TOMLINSON

Estava frio, o chão duro de concreto embaixo de mim parecia esfriar a cada segundo, como se eu estivesse em uma geladeira. Observei aquelas vigas de madeira subindo até o teto escuro muitas vezes, haviam algumas caixas vazias de todo tipo de material jogada no canto do cômodo. Eu estava concentrado em meu coração batendo, com uma mão em meu peito, eu sentia ele pulsando forte, era o que arrumei para fazer depois de ter aceitado que não tinha como sair. Tinha apenas uma janela com grades para iluminar o porão, ela quase tocava o chão lá fora, essa era a unica coisa que me aproximava de uma saída.

Estava olhando para o céu nublado ouvindo a chuva cair na grama, quando de repente uma madeira rangeu acima de mim. Parecia alguém andando, mas em uma área pequena. Me levantei com pressa, olhei para cima e vi algo novo, um alçapão no teto. Mas aonde daria? Ouvi algumas coisas caindo bem acima de mim, parecia um cômodo a mais ali, eu não sabia que sala era aquela, mas tinha medo do que poderia ter ali.

- Não, não, não, não!

Ouvi abafado, eu conhecia aquela voz. Era o Harry, e ele parecia desesperado. Puxei uma das caixas e a coloquei em baixo do alçapão, subi e coloquei o ouvido próximo à madeira.

- Hazz?

- Droga! Agora não!

Sua voz era carregada de medo, eu nunca tinha ouvido sua voz assim, tão desesperada. Os passos desajeitados e apressados continuaram.

- Hazz!

Gritei. Os passos pararam e ouvi meu nome ser chamado, respirei aliviado por saber que pelo menos alguém estava bem, por enquanto. Eu ouvia algum outro barulho, um pouco mais potente e agressivo, parecia que a porta do pequeno quarto estava sendo arrombada. Rapidamente abri as duas trancas de cada lado e empurrei o alçapão, ele abriu metade do que abriria, mas pude ver as pernas de Harry na minha frente, ele se ajoelhou e sorriu aliviado para mim, mesmo com pouca luz eu pude ver.

De repente o homem lá fora decidiu bater com mais força, um armário que impedia sua entrada ameaçou cair, mas Harry impediu, o segurando contra a porta. Seus olhos estava arregalados, cheios de medo, seu corpo todo estava tensionado, fazendo força para que a porta não se abrisse, Harry estava apavorado. Estava mais um pouco escuro, mas toda vez que a porta era empurrada, um pouco de luz invadia o quarto e eu podia ver os olhos do psicopata do outro lado.

- Lou!

- Vem!

Estendi a mão para ele e o incentivei a vir, mas o cacheado demorou para tomar uma atitude. Rapidamente ele saiu de trás do armário e se agachou, começou a descer para o porão enquanto eu via a porta ser aberta com brutalidade. O armário ainda impedia que o velho homem entrasse na pequena sala, então aproveitei para pegar o taco de baseball que estava apoiado ao lado do alçapão, mas só tive tempo de fazer isso, logo o móvel não suportou a brutalidade do homem.

Fechei o alçapão com velocidade, estava pronto para fechar as trancas, mas senti ele ser puxado para cima. Ele estava tentando abrir.

- Harry! Me ajuda!

Implorei por ajuda ao cacheado, ele subiu na caixa ao meu lado e me ajudou a puxar a pequena porta. Com algumas tentativas eu consegui fechar as trancas, provocando um chute de reprovação do homem no andar de cima.

- Ai, meu... Deus...

Harry deixou escapar enquanto descia da caixa, o imitei, logo o abraçando forte. Eu estava com medo, de perder meus amigos, de morrer, de tudo, mas saber que pelo menos um deles estava vivo me deixava feliz, muito feliz. Senti seus braços tremendo e me apertando aos poucos, eu estava me sentindo protegido e seguro ali, meus olhos estavam marejados e eu tinha um sorriso estampado em meu rosto.

Nos separamos sem pressa, pisquei várias vezes para que as lágrimas não caíssem, senti a mão do cacheado em minha bochecha, limpando uma gota que insistiu em cair. Segurei forte em sua mão, como se a qualquer momento ele pudesse sumir.

- Eu achei que estava sozinho, que tinha perdido vocês... Achei que tinha te perdido...

Ele sorriu, aquele inconfundível e lindo sorriso com covinhas. Estava feliz por estar vivo, eu entendia muito bem, ele tinha acabado de escapar de um maluco que queria nos matar, qualquer deslize poderia matar não só ele, mas eu também, estar vivo realmente era motivo para estar feliz.

Estava tão imerso em meus pensamentos que nem percebi que estávamos de mãos dadas, perdidos um nos olhos do outro, estávamos próximos, muito próximos. Mas eu não queria me afastar, eu não estava me sentindo incomodado ou algo assim, estar sob a vigilância de suas orbes não era tão ruim. Aos poucos Harry se aproximou, eu não consegui me segurar e também me aproximei, até sentir nossos lábios se tocando.

Cedi quando ele pediu passagem com a língua, estava bom, ele ainda tinha um gosto refrescante de menta. Continuaríamos se a racionalidade não tivesse me invadido subitamente, sua mão em minha cintura tinha me despertado. Tive vontade de amaldiçoar minha mente por ter obrigado meu corpo a se afastar.

- Harry, agora não é o melhor momento pra isso.

- Isso o que?

- Não se faça de idiota...

Eu ia me virar e voltar ao mesmo lugar que eu estava sentado, mas senti meu braço ser puxado pelo cacheado.

- Por que você é tão fechado pra essas coisas? Fizemos isso várias vezes. Você acha que deveríamos ter ficado por mais tempo? Pra você se sentir mais confortável? Sei lá.

- Não, não... Não tem nada a ver com tempo, nem com quantas vezes ficamos... É só que...

Olhar em seus olhos era tão difícil, principalmente pelo brilho deles, por que brilha em tanto? Me virei e andei até a pequena janela, olhando para a lua, mesmo com o céu nublado ela brilhava.

- Qual o problema?

- Hazz... Só... Só não chegou a hora de conversar... Sobre nada disso.

- E quando vai chegar a hora, Lou? Quando vamos conversar sobre o que temos? Ou tínhamos, nem sei mais.

Eu paralisei. Ele estava falando do que começamos a ter antes de todo mundo se separar. Realmente, era complicado o que aconteceu, mas eu não queria conversar sobre, era delicado demais, não me sentia confortável, não naquele momento. E provavelmente para sempre. Eu tentava falar algo, mas nada saía, sentia o olhar de Harry sobre mim, esperando uma resposta, mas eu não tinha, sentia como um nó tivesse se formado na minha garganta.

Fui salvo por um barulho de rádio. Chiados. Vinha de dentro da caixa ao nosso lado. Me afastei do de olhos verdes rapidamente, abri a caixa de madeira com pressa, o barulho pareceu aumentar e uma voz falhada soava. Não precisei procurar muito para achar o que fazia barulho, era um rádio, daqueles de comunicação.

- Al... tá... aí...

Olhei para Harry rezando para que ele tivesse esquecido do momento anterior, mas ele não parecia ter esquecido, sua expressão estava levemente fechada, ele pegou o rádio sem delicadeza e ficou de costas pra mim, olhando para a janela.

- Por favor, me diz que... alguém me ouvindo.

Ainda falhava, mas bem menos que antes, eu sentia que conhecia aquela voz, o aparelho estava distorcendo ela, mas tinha algo familiar nela. Logo descobri de quem era aquela voz, o grunhido de decepção era idêntico ao que eu costumava ouvir quando certo alguém estava com fome.

- Niall!

Peguei o rádio da mão de Harry com pressa, ele estava vivo e eu estava quase pulando de alegria e ao mesmo tempo aliviado. Onde ele podeiria estar? A preocupação me invadiu e eu comecei a ficar nervoso.

- Niall! Niall! Merda, responde! Niall... Por favor...

Eu apertava forte o aparelho em minhas mãos enquanto olhava para a parede de concreto. A cada minuto sem resposta eu sentia meu coração aumentando os batimentos, estava entrando em desespero por não ouvir a doce voz do loiro me chamando, meu corpo já estava tremendo e eu não queira aceitar que eu tinha o perdido.

- Lou, eu sinto muito.

Harry tentou tirar o comunicador das minhas mãos, mas o puxei para perto do meu peito, como se fosse quebrar.

- Não!

- Você já está a cinco minutos olhando para esse rádio, me deixa fazer alguma coisa de útil com ele!

- Ele vai responder!

Esbravejei, eu não ia soltar aquele negócio até que Niall me respondesse, eu não desistiria do meu amigo.

- Tommo!?

O rádio chiou. Ele tinha respondido.

- Nialler!

- Meu Deus, você está vivo! Onde você está?

- Eu estou na torre de vigia norte, ela é uns quilômetros depois do rio, eu consegui fugir do maníaco.

Lembrei do que Zayn tinha dito sobre a tal torre e me senti orgulhoso do loiro, ele tinha caído ladeira abaixo, atravessado o rio, chegado na torre norte e ainda fugido do assassino. Estava sobrevivendo por conta própria e ainda em uma situação nada favorável.

- Você está bem?

- Sim, estou trancado na torre e com o suficiente pra me proteger, mas e você? Onde está? E os outros?

- Eu estou bem, aquele velho me jogou no porão, Hazz está junto comigo.

- E Liam, vocês sabem onde ele está? Aqui fora talvez?

Eu não tinha resposta, eu realmente não tinha visto para onde ele tinha ido, mas desejava que ele estivesse bem e protegido.

- Quando as luzes se apagaram, estávamos juntos, acho difícil ele ter saído.

Respondeu Harry segurando o rádio em minha mão. Houveram alguns segundos de silêncio, por um momento eu achei que novamente o sinal tinha caído ou que algum problema tinha acontecido, mas logo o aparelho chiou.

- Acho que alguém se machucou na floresta, parece que tem algumas armadilhas de urso espalhadas por aí. Vi o maníaco checando uma.

Xinguei mentalmente, Zayn tinha problemas lá fora e precisava de ajuda, mas nós três estávamos de mãos atadas, sem contar que nem tínhamos notícias de Liam. Estávamos fudidos.

LIAM PAYNE

O teto tinha só algumas frestas que deixavam a luz da lua entrar, o sótão estava tão escuro como o resto da casa, via um metro a minha frente, ou talvez nem isso. Não importava o quão escuro estivesse, eu só conseguia pensar em uma coisa enquanto estava deitado no chão de madeira. Niall. Estava olhando para o teto imaginando o que tinha acontecido com ele, os cacos de vidro da janela estavam com sangue, e isso me deixava preocupado, muito preocupado. O loirinho não era o melhor exemplo de rocha inabalável, ele poderia muito bem ter mais um ataque de pânico e isso o deixaria vulnerável aos ataques do assassino, a possibilidade de Niall se machucar ou até morrer me deixava apreensivo. Eu me sentia inútil.

Claro que eu me importava com os outros, mas pareciam estar bem mais seguros que o loiro, eu poderia estar o subestimando, mas era inevitável, eu me sentia na obrigação de o proteger, mas não poderia fazer. Eu desejava do fundo do coração que ele estivesse bem.

Enquanto estava totalmente imerso em meus pensamentos, ouvi um uivo do vento lá fora, provavelmente por causa de uma janela... Uma janela? Me levantei com pressa tentando me lembrar se no sótão tinha alguma, me lembrei de quando cheguei aqui. Tinha uma janela circular bem embaixo da ponta do triângulo que o telhado formava, mas não conseguia achar nenhum indício de um buraco grande feito para entrar luz.

Fui até a parede mais próxima e me escorei nela, fui me movendo pelo sótão olhando para cima. Não achei nada, ainda tinha alguma coisa me impedindo de ver. Na segunda volta, levantei minhas mãos tateando a madeira fria, até que senti um tecido tocar minha mãos direita, o puxei de leve e logo pude ver a luz da lua sob ele. A janela. Ela estava tampada pelo pano, parecia uma cortina.

Puxei o tecido com força algumas vezes até que ele cedesse, revelando o buraco circular e alguns espirros meus. Com aquela luz, eu podia ver melhor o que a minha volta. O sótão era menor do que eu tinha pensando, estava com algumas caixas altas espalhadas, algumas com tampa, outras sem, tinham também todo tipo de coisa antiga pelo chão, penduradas na parede, em cima das caixas.

Fui caminhando entre todas essas coisas, tinham objetos do século passado. Uma máquina de escrever empoeirada em cima de uma das caixas, as teclas estavam desgastadas, apertei uma delas e ouvi um barulho seco. Logo ao lado tinha uma televisão de tubo, uma daquelas bem antigas, tinha uma rachadura na tela cinza e a antena estava quebrada. Dando um passo para o lado, tropecei em algo, era uma Polaroid velha, preta e desgastada, estava bem preservada. Com mais alguns passos eu cheguei em uma mesa de carpintaria, ela estava bem no meio do cômodo, e em cima dela tinha uma caixa de papelão, ela estava cheia de coisas dento.

Dentre tantos porta-retratos antigos, caixinhas de joias e até algumas roupas, encontrei uma lanterna amarela, bati nela algumas vezes, apertando incessantemente o botão de ligar. Ela tinha que ter bateria.

- Vai, liga! Funciona!

Eu implorava para o objeto acender, até que de repente o sótão se iluminou, a lanterna não era uma das melhores, mas servia. Sorri aliviado, finalmente poderia analisar melhor o cômodo.

Tinha uma tábua jogada perto da entrada do sótão, a ver ali meu deu a ideia de a colocar na escada, para barrar a entrada do assassino, e eu com certeza não negaria isso. Fui até o pedaço de madeira clara e o encaixei na escada, ela era espessa, provavelmente não quebraria se o psicopata tentasse entrar. Isso era ótimo.

Dando mais uma olhada pelo cômodo, vi o que me impediu de ver a janela diretamente quando estava a procurando de baixo, era como um mezanino, também estava cheio de bagunça antiga, ele estava alto demais para que eu subisse sem ajuda, eu precisava de um apoio. Andando entre as caixas, achei uma escada de madeira, estava escura em algumas partes, apodrecendo, mas já era o suficiente para me levar até a janela.

A subida com a escada foi tranquila, estava um pouco molenga e fazia alguns barulhos, mas ainda aguentava meu peso. Cheguei no mezanino com cuidado, ele poderia estar tão podre quanto a escada, mas me surpreendi quando não ouvi nenhum barulho, mesmo de pé.

Finalmente estava de frente para a janela, eu conseguia ver a floresta, a lua quase cheia no céu nublado, não importava se tudo estava meio embaçado por conta do vidro, inclusive parecia que não tinha sido limpo há muito tempo. Uma luz esbranquiçada no meio do verde chamava minha atenção, era como se estivesse flutuando. Mas é claro que isso não seria possível, eu ainda estou na vida real, é mais parecido com um filme de terror, mas ainda é a realidade. O vidro sujo não me deixava ver direito, eu precisava abrir a janela.

Passei a mão em volta do vidro circular, até que senti a tranca gelada, coloquei a lanterna entre o dentes e comece a mexer no pedaço de metal no topo da janela. Era feito de um metal fosco, estava bem inferrujada, o que dificultou bastante quando tentei destrancar. Girar aquela ''maçaneta'' estava sendo mais difícil do que eu esperava, mas depois de muito esforço e alguns empurrões, finalmente consegui abrir a pequena janela, desliguei a lanterna e coloquei meu rosto para fora.

Chovia levemente, o vento batia em me rosto trazendo o cheio da grama molhada, eu finalmente conseguia ver inteiramente o verde vivo da floresta, e aquela luz, ela brilhava mais intensamente no horizonte, logo pude identificar o que era. A torre de vigia norte, a mesma que Zayn tinha dito, ela parecia bem mais próxima do que eu tinha imaginado. Parecia que tinha alguém dentro, afinal, a luz de dentro da cabine estava ligada, talvez eu pudesse pedir ajuda pra quem quer que estivesse lá. Peguei a lanterna e comecei a pedir socorro por código Morse. Aqueles anos sendo escoteiro não seriam tão inúteis assim.

- Ponto, ponto, ponto, risco, risco, risco...

Repetia para mim mesmo enquanto ligava e desligava a luz, aquilo tinha que funcionar, aí poderíamos sair daqui e ficar bem longe desse pesadelo, o deixar no mar do esquecimento. Pelo menos os que sobreviverem poderão fazer isso.

Fiquei pedindo socorro por um bom tempo, até que parei para pensar. Não é porque estava aceso que significava que tinha alguém dentro. Não, não podia ser, tinha que ter alguém, ou eu ficaria preso no sótão, talvez até eu morrer de fome ou talver até eu morrer para aquele maluco. Respirei fundo e me acalmei, alguém com certeza estaria lá, rezei para que minha teoria fosse real. E era.

Momentos antes de eu começar pedir socorro novemnte, uma luz forte começou a piscar na cabine, instaneamente soltei uma risada, a pessoa estava me mandando uma resposta, enquanto eu não parava de sorrir, estava cheio de esperança de que eu podia pedir ajuda para mim e meus amigos, seríamos finalmente salvos.

- Q... Que... Quem?

Vi a luz piscando devagar, perecia até que a pessoa lá dentro tinha dificuldade de falar em Codigo Morse. Enviei de volta o meu nome, esperando ansiosamente pela resposta.

- N... I... Nia... Niall? Niall! NIALL!!

Gritei sem pudor, ele estava bem e eu estava aliviado por isso. Enquanto eu me decidia no que mandar para o loiro, um barulho na entrada do sótão chamou minha atenção, eu podia ouvir a madeira rangendo, a única coisa que impedia o assassino de entrar. Eu tinha um problema.


Notas Finais


Opaa, gostaram? Espero que sim.

Então, novamente duas visões, mas não foi por falta de criatividade, achei que as duas visões ficariam boa juntas, também pra acelerar a história.

Até a próxima


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