1. Spirit Fanfics >
  2. MIDNIGHT | Supernatural >
  3. Almas Perdidas

História MIDNIGHT | Supernatural - Almas Perdidas


Escrita por: LoveWRoses

Notas do Autor


olá, hunters!
⊹ demorei mas voltei com esse capítulo ENORMEEE, e com muitas coisas acontecendo, espero que gostem e não esqueçam de comentar ♡

Capítulo 8 - Almas Perdidas


O sol de fim de tarde reluzia pela lataria do Impala, que ganhava a estrada rapidamente, já tinham se passado algumas horas desde que Evie tinha convencido Dean à deixá-la ir ajudá-los em um caso, e nesse meio tempo o Winchester definitivamente não estava nada contente. Durante o começo do caminho resmungava algumas palavras enquanto Sam e Evie reviraram os olhos, apenas notando o quanto Dean podia ser um tanto dramático.

Depois de mais algumas horas, Dean quebrou o silêncio recitando silabicamente todas as regras para Evie, como se garota fosse um bebê e o Winchester estava a ensinando a falar, Sammy apenas olhava para ela pelo retrovisor fazendo uma expressão de ‘entendo sua dor’.

Enfim, Sam decidiu parar em um posto enquanto Dean abastecia a baby, ele se dirigiu pela loja de conveniência para pegar cerveja e alguns snacks. Depois que o Winchester mais velho terminou de encher o tanque entrou novamente na baby, Evie tinha ficado no carro, estava sentada no banco de trás, com as pernas cruzadas e um livro em mãos, ela estava concentrada, e até agora a tensão entre ela e Dean tinha sido amparada por Sam, eles não tinham ficados sozinhos ainda. 

O Winchester se ajeitou no banco do motorista repetidas vezes, pigarreou mais milhares de vezes, e não tirava os olhos do retrovisor enquanto observava a garota, ele chegou a abrir a boca umas três vezes, mas sentia que nada que ele falasse iria contornar aquela situação totalmente constrangedora.

Evie foi mais rápida e levantou seus olhos verdes-amarelados de sua leitura encontrando os olhos verdes — de uma  profundidade magnífica, que fazia a garota se perder toda vez que olhasse para eles — no espelho. Os dois se encaram por um curto período mas foi o suficiente. 

— Você está com alguma problema? — a garota falou em um tom levemente desinteressado mas seus olhos diziam o contrário.

Dean por sua vez sorriu sem graça algumas vezes, levando os dedos até a nuca para coçá-la. 

— Eu? — soltou em irônica, como se estivesse ofendido. — Não tem nada de errado… — ele enfatizou aquelas últimas palavras para Evie perceber do que ele estava falando. 

— Eu que devia dizer isso. — a garota falou depois de soltar o ar pelo nariz. 

O Winchester se virou completamente no banco para encarar Evie que já tinha voltado seus olhos para o livro, Dean então pegou o livro fechando e colocando sob o painel do Impala, Evie o observava com as sobrancelhas franzidas e com uma expressão de desgosto. 

Mas o jeito que Dean olhava para ela, estava fazendo suas pernas bambearem, ainda bem que estava sentada afinal. 

Ela de fato estava cansada das desculpas de Dean depois de ele ser um cretino insensível, mas era impossível dizer não para o Winchester, era impossível ficar mais de vinte quatro horas sem falar com ele.

— Eu não deveria… queria — ele ajeitou enquanto gesticulava com as mãos. —, ter falado aquelas coisas pra você, isso aqui não é mais um trabalho, você não é mais um trabalho, pode ter certeza disso. E eu sei que você deve estar cansada das minhas desculpas esfarrapadas depois de agir feito um babaca. — sim ela estava, mas isso surpreendeu um pouco Evie, podia ver que Dean sabia quando estava fazendo algo de errado e se importava o suficiente com a situação para pedir desculpas. 

— Eu estou. — Dean a encarou decepcionado e então seus olhos se iluminaram quando os lábios de Evie se encheram de um sorriso compassivo. —, mas eu sei que não faz por mal, está tudo bem, até eu já pensei que fosse só mais um trabalho, tudo bem que não gostei da ideia, porque você e Sam se tornaram minha família, minha única família e as pessoas em que posso confiar, mas não teria problema se você se sentisse assim… 

Evie o encarava, seu coração batia descompassado, esperando do fundo da sua alma que a resposta fosse um grande não, que Dean dissesse que sente muito mais que isso. Ela precisava ouvir aquilo nesse momento, desde o ‘quase erro’ como Evie carinhosamente chama o acontecido de algumas noites atrás, ela só queria saber como Dean realmente se sentia, para ela poder tomar alguma decisão, na verdade, isso só estava bem planejado na sua cabeça, porque a realidade tendia ser bem mais complicada. 

— Evie… — o Winchester começou a falar e a garota nem respirava mais, quando escutou a porta da baby abrindo soltou a respiração junto com um suspiro pesado.

— Cheguei com a comida. — Sam se sentou no bando do passageiro com um sorriso no rosto e com algumas sacolas do Gás-N-Sip nas mãos e entregou para Evie uma caixa de cerveja, a garota pegou nas mãos e colocou sob no banco ao seu lado. — Porque estão com essa cara? 

— Hm… nada. — Evie foi mais rápida em responder e acabou se debruçando sobre o branco para encarar Sam. — Trouxe chocolate? 

A garota perguntou tentando cortar toda aquela situação meio constrangedora enquanto Sam a encarou confuso, Evie podia sentir os olhos de Dean na lateral de seu rosto, ela se virou e o caçador logo disfarçou dando partida no Impala e tomando a estrada novamente. 

Sammy entregou uma pequena barra de chocolate para a garota e ela se sentou novamente com as pernas cruzadas sob o banco.

— Vai ser uma longa viagem… — Sam admitiu em sarcasmo enquanto passava o cinto.

 

❝Rock Springs, Wyoming.❞

 

O quarto do motel ‘Rosas Vermelhas’ ficava à algumas quadras da delegacia o que talvez facilitava o trabalho que eles teriam naquela cidadezinha.

Uma mulher tinha esmagado o marido com um batedor de bife, e logo depois foi presa mas seu comportamento não mudou, ela continuava arisca e nervosa, e extremamente agressiva. Depois que eles jogaram água benta e encostaram prata nela, tiraram vários tipos de criaturas da lista. Nem um demônio a estava possuindo. 

Eles já estavam no quarto novamente cercados de livros tentando achar respostas sobre o comportamento anormal daquela mulher, foi quando o celular de Dean, ou melhor Agente Rosewood tocou. 

— Agente Rosewood. — ele atendeu em um tom sério, enquanto se levantava da cadeira. — O quê? Como? — os olhos de Evie e Sam passaram por ele, com um ar de preocupação, o Winchester mais velho passou às mãos ásperas pelo rosto e soltou um suspiro pesado. — Só avise ao necrotério que estamos indo. 

Ele desligou o telefone o jogando sob a cama e colocou as mãos no bolso da calça social. Sammy que estava sentado na mesinha o encarou.

— O que aconteceu, Dean? — o irmão mais novo o questionou, mas já tendo uma ideia do que acontecera. 

— A Senhora Hansel se enforcou na cela logo depois que saímos. — Dean falou, pesado.

Evie que não tinha ido com eles interrogar a Senhora Hansel, se ajeitou incomodada na cama, mesmo sem ter visto a mulher, a garota sabia que ela provavelmente não tinha feito por mal, que não tinha culpa mas agora ela estava morta de qualquer jeito. 

— O que vocês acham que é isso? — a garota questionou os dois que dirigiram seu olhar para ela. 

— Não faço a mínima ideia. — Sammy falou enquanto se colocava de pé pegando seu paletó de cima da cama. — Eu vou ir fazer algumas perguntas a família, enquanto Dean vai ver o corpo. 

— E eu? — Evie perguntou meio irritada porque até agora não tinha ajudado em nada. 

— Você pode vir comigo. — Dean falou enquanto olhava a garota dos pés a cabeça fazendo Evie arrepiar apenas do modo que os olhos do Winchester encontraram os seus. — Mas você não pode ir assim. 

Não que Dean estivesse reclamando da forma que Evie se vestia, ele achava extremamente sexy, aquele pequeno decote que a camiseta branca tinha e contornava perfeitamente os seios da garota, a calça justa que se alinhavam com as curvas do corpo de Evie, o modo como as cores escuras que ela usava destacavam sua pele clara, como ela ficava muito mais baixa que ele usando aquelas botas. Tudo combinava com ela e para ele estava perfeito.

Evie se vestia de forma casual, sempre de calças pretas e sua botas, uma camisa branca ou cinza, com sua jaqueta preta de couro sempre por cima. Era um estilo simples, não estava acostumada a se vestir de forma diferente, odiava usar vestidos ou saias, principalmente vestidos. 

— Eu sei, justamente por isso… — a garota se levantou sorrindo para os irmãos enquanto caminhava até sua mala a abrindo e mexendo nela para pegar alguma coisa de dentro, foi quando ela pegou três peças na mãos e as colocou no braço indo em direção ao banheiro para se trocar. —, eu vim preparada. 

Depois que Evie se trancou no banheiro, Sam se despediu o irmão e foi atrás do filho da Senhora Hansel, que morava no centro da pequena cidade. Dean já estava ficando impaciente com a demora da garota, já faziam… Dez? Vinte minutos?

Ele se levantou da cadeira jogando o celular sob a cama, caminhou até a porta do banheiro e sorriu, podia ouvir Evie cantarolando alguma música, definitivamente alguma do Aerosmith. O Winchester então bateu na porta.

Na verdade, ele esmurrou a porta umas três vezes.

— Evie?! Você morreu aí dentro? — ele iria comentar o fato de que podia ouvir ela cantarolando, mas achou invasivo ficar escutando ela pela porta. 

— Já estou saindo. — a garota ajeitou o cabelo novamente, e mal se reconhecia no espelho, não parecia ela com aquela roupa. 

Evie girou a maçaneta e abriu a porta lentamente, com um sorriso tímido. Afinal, ela estava se sentindo insegura, talvez se vestiu assim uma ou duas vezes para ir na igreja com seus pais adotivos, mas era só. Ela não gostava de sair da zona de conforto, pelo menos com as roupas. 

— Então…? Como eu estou? — Evie questionou o Winchester enquanto mexia seus ombros de um lado para o outro, depois fez um pose exagerada de top model. 

Dean abriu a boca para falar alguma coisa umas três vezes, mas as palavras não saíam de sua boca. Ele olhava para a garota dos pés a cabeça, definitivamente ele não estava preparado para ver Evie daquela forma. 

A garota estava com um camisa social branca, com alguns botões abertos que deixavam seu decote ainda mais sexy, a camisa se moldava perfeitamente com seu corpo junto de um blazer preto que estavam com as mangas dobradas, suas pernas nuas até a metade das coxas deixava Dean hipnotizado, a saia social preta justa caia perfeitamente nas curvas de seu corpo. Evie estava usando saltos, que a deixavam um pouquinho mais alta, e seus cabelos loiros estavam soltos com ondas despojadas pelo ombro. Seus lábios tinham a cor de sempre, vermelhos como morangos. Mas seus olhos, um esfumado preto e cílios volumosos faziam toda a diferença, faziam o olhar de Evie se tornar hipnotizante.

— É… uau… Quero dizer… — Dean se perdeu nas palavras, na verdade ele não tinha palavras para descrever o quanto a garota estava diferente. —… Uau.

— Acho que dois uaus está bom pra mim. — a garota sorriu e caminhou até um espelho grande que tinha no quarto, ela se olhou por completo. — Não está estranho? Não me sinto… eu…? 

Dean se colocou atrás da garota e os seus olhares se encontraram no reflexo do espelho, fazendo um arrepio percorrer a espinha de Evie. 

Ela sentia esse arrepio toda vez que Dean a olhava daquela forma, era de um jeito que nenhum dos dois podia explicar, era intenso e profundo, como se vissem além dos olhos, como se pudessem ver a alma um do outro. O modo que Dean olhava para Evie sempre a fazia se sentir especial, como se só tivessem os dois no mundo, era um completo silêncio, e ela adorava. 

Ficava tão silencioso que ela podia ouvir até as batidas descompassadas de seu coração, podia ouvir sua pele arrepiando, e podia ouvir até algumas borboletas alçarem voo no seu estômago. Tudo se separava de uma forma linda, ela sentia que podia ouvir até o coração de Dean batendo, escutava as batidas ritmadas no pé do seu ouvido. 

— A roupa que você usa não vai te definir, você continua sendo, bom… você mesma. 

Dean sorria atrás dela, ele pensou em tocar na garota mas achou que não seria uma boa ideia, ele gostava da sensação que tocar a pele da garota trazia, mas tinha momentos que sentia que seria inapropriado apenas tocar nela, sem motivo aparente, foi quando ele desviou o olhar mais atentamente para as pernas de Evie. 

— Você tem uma tatuagem? 

A garota riu, e se virou para o Winchester. 

Na perna direita de Evie, mas precisamente no tornozelo na parte da frente de sua perna onde se fazia a curva até seu pé, tinha uma pequena tatuagem com letras delicadas, que formavam a palavra freedom.

— O que mais uma garota de dezoito anos pode escrever na sua primeira tatuagem? — a garota franziu a sobrancelha e negou com a cabeça algumas vezes. — Mas eu não me lembro de ter feito, sabia?

— Você não se lembra de ter feito uma tatuagem? — o Winchester riu e deu um passo para trás ao notar a proximidade que os dois estavam. — O quanto você pode ficar bêbada? 

— Pelo visto, muito! — os dois riram e seus olhos se encontraram novamente, aquele olhar intenso. 

O Winchester desviou o olhar e caminhou até a cama, pegando sua arma e ajeitando no cós da calça, depois pegou uma arma preta fosca de cima da mesa e entregou para Evie, a garota fez o mesmo colocando no cós de sua saia preta. 

— Temos que ir ver o corpo. 

Dean falou sério enquanto apontava para Evie a porta, a garota saiu na frente então ficou parada no pequeno corredor esperando o loiro trancar a porta. 

— Quando a gente voltar… — ele falou em um tom mais sério, fazendo Evie franzir as sobrancelhas com preocupação. 

— O quê? — a garota questionou apreensiva. 

— Quero descobrir se você tem mais tatuagens escondidas. — Dean falou e um sorriso malicioso tomou conta de seus lábios. 

A garota apenas abriu a boca umas duas vezes, procurando em sua mente uma resposta, mas o tom de voz que Dean usou a deixam atordoada, a proximidade que eles estavam naquele corredor minúsculo combinado com a voz rouca e o sorriso nada inocente do Winchester deixar as pernas de Evie totalmente bambas, e ela tentou disfarçar o máximo que pode. 

— Você realmente não presta. — Evie falou caminhando na frente de Dean. — Uma pena que não vou poder te mostrar a mais escondida. 

Os lábios de Evie se encheram de um sorriso malicioso quando ela olhou o Winchester por cima do ombro. A palavras da garota fizeram Dean caminhar mais rápido atrás dela, e nesses poucos segundos, muitas imagens nada puritanas passaram pela sua cabeça. Imagens que agora iriam impregnar na sua mente. Imagens de Evie… 

— Ah! Qual é… 

 

**** 

Agente Rosewood, e essa é minha parceira, Agente Burton. — Dean falou enquanto levantava seu distintivo falso, ele continha um sorriso que era puro orgulho após ver Evie mostrar seu distintivo também. — Então, ela se suicidou, não foi?

— Isso, com um lençol na cela, foi a informação que o xerife me passou. — a mulher alta, magra, com cabelos castanhos e já de meia ideia passou as informações, enquanto encarava Dean, nada discreta. — Estava tudo normal com ela, a não ser alguns ferimentos, não entendo o que levaria ela a fazer isso. 

Os olhares continuaram, o que fez Evie torcer o nariz e cruzar os braços. Dean estava meio constrangido com a situação então tentava focar apenas nos assuntos sobre o corpo.

— Mas o senhor vai descobrir o motivo, não é? 

A mulher apenas ignorava que Evie estava na sala. Seu sangue já tinha começado a esquentar no momento que a mulher começou a olhar daquela forma para Dean, claro que a garota sabia que não tinha motivo nenhum para ficar assim, Dean não era seu, ele poderia ficar com quem quisesse, e Evie não poderia opinar sobre isso. 

E ela mal sabia o porque de ficar tão incomodada com aquela cena, ela podia ver que Dean não estava dando a mínima para o mulher que insistia em se jogar pra cima dele. Ele mal olhava para a ela, estava claramente constrangido, mas Evie não deixava de pensar, ele só estava agindo assim por que estava na frente dela? 

Evie estava se sentindo mal pela mulher nem se importar de ela estar ali, era como se ela nem existisse, e isso a estava realmente a incomodando, afinal de contas ela estava fazendo um trabalho honesto sendo uma falsa agente do FBI. 

— Claro, nós vamos descobrir o que está acontecendo. — Evie falou dura enquanto mexia os dedos no ar apontando para Dean e depois para si mesma. — Tenha uma boa tarde! 

A garota falou depois de pegar alguns papéis de cima da mesa. Dean acenou para a mulher, que estava o encarando confusa pela rapidez de ter saído da sala. 

Os dois caminhavam lado a lado até a baby que estava no estacionamento entre os poucos carros que estavam lá. Dean encarava Evie enquanto ela olhava atentamente os documentos em suas mãos, procurando por qualquer coisa que eles tivessem deixado passar, o Winchester estava tão focado olhando para ela que nem ouviu seu telefone tocar.

— Seu telefone. — a garota falou sem tirar os olhos dos documentos.

— O quê? — o som da voz de Evie o fizeram sair do pequeno transe que ele se encontrava. — Ah, o meu telefone. 

Dean sorriu sem graça quando pegou seu celular do bolso, sua mão direita começou a tremer inesperavelmente, logo seus olhos pousaram em um ponto fixo do asfalto do estacionamento. Evie tinha continuado a caminhar quando percebeu Dean olhando fixamente para um ponto fictício e segurando o telefone na mão trêmula, um arrepio correu sua espinha e ela se dirigiu até o Winchester. 

— Dean? O que foi? — a garota tocou levemente os dedos no braço trêmulo de Dean, que levou um pequeno choque. — Ai! 

Evie tirou rapidamente a mão mas foi o suficiente para Dean desfocar o olhar e encarar a garota.

— Que diabos foi isso? — a garota perguntou enquanto pegava o telefone da mão de Dean, ela olhou rapidamente apenas lendo o nome ‘Sam’ na tela do aparelho. 

— Eu estou bem! — afirmou e começou a caminhar novamente em direção ao carro. — Atende, por favor. 

Ele pediu a Evie e entrou no carro apressadamente enquanto a garota o olhava com preocupação. 

A garota então caminhou até o outro lado e abriu a porta, sentando no banco do passageiro. Evie finalmente atendeu o celular que tocava incessantemente em sua mão. 

— Ei, Sam. — a garota falou com calma. 

Cadê o Dean? — Sam questionou ficando com seu tom de voz ligeiramente apreensivo.

— Ele está aqui, não aconteceu nada de mais, só pediu para que eu atendesse. Vou colocar no viva-voz — a garota explicou rapidamente. — Estamos saindo do necrotério agora. 

Voltem para o hotel, teve mais uma morte e eu acho que descobri o que está acontecendo. 

— O que é, Sammy? — Dean perguntou dando partida no Impala e saindo do estacionamento. 

Lembra quando eu estava sem alma? 

— Ah, como eu poderia me esquecer. — Dean falou soltando um suspiro e recebendo um olhar intrigado de Evie. — Mas o que isso tem a ver com as pessoas dessa cidade? 

O comportamento, é parecido com o meu quando… — ele não completou a frase, e então continuou. — O menino que foi preso hoje, ele matou um homem e estava feliz com isso, na verdade ele nem se importava. 

— Então quer dizer que a alma dele foi dar um passeio? 

Basicamente. — Sam afirmou, fazendo Evie franzir as sobrancelhas. 

— Demônios! Só podem ser demônios, estou certa? — Evie falou toda orgulhosa lembrando de alguns livros que tinha lido sobre demônios e pactos. 

Aqueles livros realmente ajudam, eu te avisei. — Evie podia sentir na voz de Sam o sorriso e isso aqueceu seu coração, afinal se não fosse os livros que ele recomendou, ela não saberia de nada sobre isso. — Estou esperando vocês. 

Sam desligou após se despedir e Evie entregou o telefone para o Winchester mais velho que tinha o olhar focado na estrada. 

Após chegarem ao motel sem nem tocar no assunto, Dean saiu logo do carro se dirigindo até a porta, Evie correu atrás dele antes que ele abrisse a porta, ela tocou em seu ombro, o que fez o Winchester se virar rapidamente.

— Você não vai me falar o que aconteceu lá? — Evie o questionou, com um olhar compassivo e calmo. 

— Não aconteceu nada lá. — o Winchester respondeu seco e entrou no quarto fazendo Evie revirar os olhos e suspirar.

Lidar com Dean Winchester é muito mais difícil do que ela pensava, ele queria esconder as coisas até mesmo quando não aconteciam escondido. O que certamente não fazia nenhum sentido na cabeça de Evie. 

Logo ela entrou no quarto fechando a porta atrás de si. 

Ela sabia que não deveria insistir muito nos assuntos de Dean, ele não falaria, ela tinha que dar espaço para ele e tudo ficaria bem, era só respeitar. 

Respeite o espaço dele. Ela repetia para si mesma enquanto entregava a pasta de documentos para Sam. 

Sam contou o que tinha acontecido com o assassinato mais recente, tinha sido apenas um garoto que tentou atacar algumas pessoas e no final conseguiu tirar a vida de uma inocente. Então ele foi preso, e quando Sam foi até a delegacia seu comportamento era idêntico ao da Senhora Hansel, porém mais perverso e ele agia como se não de importasse com nada que tinha feito. 

— Mas quem você acha que está tirando as almas dessas pessoas? — Dean questionou o irmão enquanto deslizava o dedo pelo celular, recusando alguma chamada. 

— Achei que a pessoa tinha que fazer um pacto para perder a alma. — Evie falou franzindo as sobrancelhas, encarando Dean rapidamente. 

— Elas geralmente morrem, alguém está fazendo algo com as almas, mas deixam as cascas pedidas por aí, é um certo descuido. 

Sam se levantou da cadeira quando ouviu o celular do irmão tocar mais uma vez. Ele olhou rapidamente na tela e pode ver o número ‘666’ brilhando na tela. 

— Porque Crowley não para de te ligar? — Sam questionou o irmão e Dean desligou mais uma vez a chamada. 

— Eu não sei. — Dean falou levantando suas mãos no ar. 

Evie então se levantou e estreitou seus olhos para o Winchester mais velho. 

— Você tem contato com ele? — ela perguntou se aproximando mais de Dean. — Ele estava atrás de mim, provavelmente sabe de muita coisa. 

Evie passou às mãos pelo rosto e suspirou pesado. 

— Ele não sabe, vai por mim. 

— Como você sabe, Dean? — Sam se colocou no meio, questionando o irmão.

— Ele não falou da Evie quando nos encontramos, apenas de Abaddon. 

— Como é? Você encontrou com ele e não disse nada para nós? — o Winchester mais novo agora tinha um tom de voz impaciente, odiava quando Dean mentia, e ultimamente ele estava fazendo muito isso. 

— Em um bar qualquer, foi jogo rápido, nada de importante. — Dean caminhava pelo quarto com uma das mãos no bolso. 

— E você nem cogitou a ideia de perguntar o por que de ele ter ido atrás de mim? E claro, ter matado muitas pessoas no processo. 

— Ele não teria falado, eu conheço o Crowley.

— Claro, Dean! Vocês são melhores amigas. — Sammy jogou irônico. 

— Você acha que ele simplesmente falaria o por quê de ter ido atrás da Evie? 

— Ele poderia… — Sam pegou o celular de Dean que estava sob a mesa. — Toma! Liga para ele. 

— O quê? Eu não sou a esposa dele. — Dean falou enquanto erguia o dedo em riste para o irmão. 

— E ele pode saber o que anda acontecendo com as almas das pessoas na cidade, afinal ele não é o Rei do Inferno? — Sam falou irritado e entregando o telefone para o irmão. 

Dean pegou o celular com raiva da mão do irmão e começou a digitar os números para fazer uma ligação, quando notou o quanto o olhar de Evie estava assustado para um ponto atrás dele. 

— Olá, rapazes. — o sotaque de Crowley encheu o quarto do hotel. 

O Winchester mais velho se virou rapidamente depois de soltar alguns palavrões. Evie agora com um olhar sério e uma postura autoritária mas por dentro, ver o homem que tinha matado todas aquelas pessoas em sua frente, fazia seu estômago embrulhar, e suas mão estavam geladas. Logo Sam percebeu o nervosismo da garota e se aproximou passando a mão pelos ombros de Evie e a abraçando, ele sussurrou que estava tudo bem mas não adiantou muito, a garota mal se acalmou.

— O que você quer? — Dean perguntou enquanto balançava o celular no ar. 

— A cidade. O caso. — Crowley falou como se fosse óbvio. — Olá, querida Evie. 

Crowley falou sorrindo e então seguiu caminhando em direção a Evie mas seus passos foram cortados quando Dean o segurou pelo ombro. 

— Nem pense em chegar perto dela! — o loiro falou sério apertando mais a mão no ombro do demônio. 

O Rei do Inferno estreitou os olhos e olhou para Dean rapidamente passando seus olhos até chegar em Evie. A garota sentiu um arrepio de mau agouro passar por sua espinha, Sam deu alguns passos para trás com a garota quando Dean soltou Crowley. 

— Eu não machucaria ela. Não sejam idiotas. — Crowley afirmou depois de colocar as mãos no bolso de seus sobretudo. 

A garota engoliu seco. Afinal na sua cabeça Crowley provavelmente sabia de muita coisa, respostas que ele poderia dar. Talvez tudo que ela precisasse era descobrir toda a verdade, isso ajudaria em tantas coisas. 

— Por que foi atrás de mim naquela noite? — Evie questionou, tentando fazer suas palavras terem algum sentido, mas ela estava nervosa demais. 

— Uma pessoa muito querida, pediu, implorou para te ajudar. — Crowley afirmou o que fez Evie franzir as sobrancelhas. 

— Você não ajudou ela exatamente. — Sammy falou em um tom sério. 

— Por que você acha que eu matei todas aquelas pessoas? Porque não eram pessoas, Alce. — o Rei do Inferno jogou os braços para cima. — Eram demônios da Abaddon, e estavam chegando perto da garota. 

— Oh, eu entendo, então você ajudou a Evie apenas pela bondade no seu coração. — Dean falou ironicamente, o que fez Crowley levar seus olhos até ele. 

— Eu e Abaddon tínhamos um acordo, mas depois que ela foi atrás de Evie, esse acordo foi quebrado. — Crowley jogou dando de ombros como se não fosse nada. 

Dean então começou a pensar naquilo, afinal, Crowley tinha colocado a marca em seu braço para matar a Abaddon, mas não faria sentido nenhum sendo que eles tinham um acordo, então Crowley estava mentindo. Como sempre.

— Espera aí! Se vocês tinham um acordo, porque a marca? Porque matá-la? 

— Abaddon não é exatamente de confiança… e a marca tinha que acontecer. — o demônio falou com um sorriso nos lábios passando seus olhos de Dean para Evie. 

— Como assim tinha que acontecer? — Evie o questionou quando percebeu o sorriso nos lábios do demônio. 

— Sim querida, tudo tem um motivo, que não vem ao caso agora. — Crowley então se aproximou mais da garota que dessa vez não se mexeu, apenas empinou o nariz e sua expressão era séria. —, mas vocês irão descobrir em breve. 

Evie tinha que perguntar, apesar do medo da resposta ou de não receber resposta alguma, ela sentia que Crowley sabia de muito mais que estava contando, mas é óbvio que sabia. Seu estômago estava gelado, e seu coração batia desesperadamente. 

Ela tinha que perguntar. 

— Você sabe o que eu sou? — a garota perguntou trazendo todos os olhares do quarto para si, enquanto ela olhava fixamente para o demônio. 

— Esse tipo de resposta é sua mamãe que tem que dar. — Crowley estreitou os olhos em direção à Evie. 

— Mamãe? — Dean fez a pergunta que Evie teria feito se não tivesse completamente sem palavras e em choque. 

— Sam a encontrou, mas a bruxa fugiu, como fugiu de mim também. — Crowley afirmou e todos os olhares se voltaram para ele novamente. 

— Rowena é a mãe verdadeira da Evie? — Sammy questionou o demônio que deu de ombros. 

— Basicamente isso. 

 

**** 

Evie estava do lado de fora do motel, encostada no capô do Impala, tentando digerir certas coisas que tinha ouvido. Rowena seria mesmo sua mãe? E se sim, por que fugir aquele dia? 

Ela achou que fazer aquelas perguntas fossem ajudar, mas a verdade é que só piorou as coisas, a garota só tinha mais perguntas. Ainda não fazia a mínima ideia de quem era, do que podia fazer, e quem poderia dar as respostas certas para ela. Tudo só ficava mais complicado com o passar dos dias. 

Depois que Evie entrou em choque com a resposta de Crowley ela não escutou mais nenhuma palavra da boca dele. Apenas ouviu a frase ‘coletar almas para fazer um exército’ o que não precisava ser um gênio para saber que não era nada de bom. O demônio então falou que estava lidando com isso e chamaria os Winchester quando fosse preciso e sumiu da vista de Evie. A garota então apenas caminhou para fora do quarto, com os pensamentos todos embaralhados e com sua cabeça doendo. 

Ótimo! as dores de cabeça voltaram. A garota então caminhou até o Impala para pegar a pequena caixinha de remédio no porta-luvas, ela tomou dois comprimidos de uma vez e praticamente se arrastou até encostar no capô do carro.

Ela começou a observar as pessoas que passavam, um casal fazia check-in no hotel, pareciam felizes com um sorriso no rosto. Começou a observar as pessoas que passavam na calçada. Nenhuma daquelas pessoas tinham medo do que estavam na sombras, e Evie era uma delas, não se preocupava com nada que não fossem problemas normais, quando iria pagar o aluguel, ou o que pediria pra comer em um sábado de noite enquanto assistia seu show favorito, era coisas simples, coisas que Evie antes consideravam normais. 

Mas depois que sua vida virou de cabeça para baixo, ver demônios ou ouvir anjos, procurar pessoas sem alma, fingir ser uma agente do FBI e ler sobre demônios, fantasmas e anjos, tinham se tornado coisas normais.

E ela gostava disso, se sentia viva, não estava vivendo no automático como antes, sua rotina tinha virado um marasmo, ir trabalhar e depois voltar para seu apartamento e ficar totalmente sozinha. Depois de alguns relacionamento nada felizes, Evie preferia nem se aproximar de ninguém para não correr o risco de se machucar. Amigas e alguns namorados que a tinham decepcionado demais. Sem nem mencionar quando sua família adotiva a jogou na rua por ela simplesmente não concordar com certas atitudes de seu irmão, foi nesse momento que Evie percebeu que nunca foi amada de verdade, era apenas um fardo na vida das pessoas. 

Por esse motivo ela tinha tanto medo de ser apenas um fardo na vida dos irmãos, ela queria ouviu um não, queria sentir um não.

E ela não queria mais ser jogada fora por mais ninguém, não queria mais se sentir descartável, como se fosse substituível. 

Dean estava com Sam no quarto tentando achar mais informações sobre o caso quando olhou pela janela e observou Evie, podia ver a garota encostada no Impala ele decidiu que agora seria uma boa hora para falar coisas importantes para a garota e encerrar aquela situação de uma vez por todas. Ele saiu do quarto e se aproximou do Impala mas Evie não notou sua presença, ainda estava com os olhos fixos em algumas pessoas que estavam passando pela calçada. 

— Ei… — Dean a chamou com calma, mas foi o suficiente para Evie notar a presença dele rapidamente, o loiro a viu passar as mãos pelo rosto. Ela estava chorando? — Está tudo bem? 

— Está sim… 

Evie falou seca enquanto se ajeitava sob o capô, ela já estava com suas roupas normais, então estava se sentido mais confortável, mas ela usava apenas uma camiseta branca um pouco larga deixando uma parte de sua marca visível. Ela ajeitou a gola para tentar esconder um pouco. 

— Talvez não seja uma boa ideia deixar isso a mostra. — Dean falou desviando o olhar, ele nem tinha percebido que manteve o olhar ali por mais segundos que o necessário. Ele se encostou no capô da baby ao lado de Evie, a garota apenas o observou sob o ombro com um sorriso tímido nos lábios. — É… você não é mais um trabalho. 

O Winchester soltou rápido encarando a garota com uma expressão calma. Os olhos de Evie brilharam com a revelação, era o que ela queria ouvir afinal, os lábios da garota logo formaram um sorriso.

— Não é assim que eu me sinto, você se tornou parte da família, pode ter certeza disso. 

Dean continuou fazendo Evie virar seu corpo completamente em sua direção, a garota nem sabia o que falar, o olhar de Dean estavam fazendo aquelas borboletas alçarem voo no seu estômago. A essa altura ela achou que já devia ter se acostumado com a sensação mas não, era como mudasse a sensação, sempre para melhor. 

Dean rapidamente franziu as sobrancelhas quando tirou a mão direita do bolso, ele olhava fixamente para a mão trêmula, podia sentir a marca queimando em seu braço então ele ergueu seu olhar para Evie e podia vê-la…. sorrindo.

A garota estreitou os olhos e um sorriso ladino tomou conta de seus lábios carnudos, ela se ajeitou e caminhou até ficar frente a frente com o Winchester para que Dean entrasse melhor em seu campo de visão, o Winchester encarava Evie ainda com o braço trêmulo.

Evie tocou seu braço, mas… nada aconteceu, nem uma coçadinha, nem um formigamento, nem um arrepio. Dean achou estranho no instante que aconteceu. Pois hoje mais cedo, até um pequeno choque aconteceu.

Deveria acontecer alguma coisa, não é?

Dean já estava acostumado com aquela sensação, com a marca chamando a garota, como uma pessoa deseja um copo de água no deserto. A sensação de necessitar com todas as forças alguém. 

A garota ainda olhava para Dean, porém ele não conseguia mais ver a cor de seus olhos, o brilho deles e a sensação que o olhar dela o causavam. O olhar de Evie estava perdido em seu rosto, ela olhava fixamente para ele mas ao mesmo tempo como se olhasse dentro dele. Quando Dean encostou nos dedos de Evie que ainda estavam pressionados em seu braço, notou o quanto a garota estava gelada.

— Evie? O que foi? — Dean perguntou com a expressão mais preocupada do mundo, tinha algo de errado.

E a garota… riu, sua cabeça foi levada para trás entre as gargalhadas, o rosto de Dean estava em um misto de surpresa e desespero. 

Que porra tava acontecendo?!

Foi nesse instante que tudo envolta deles sumiu. Não tinha mais Impala, não tinha mais hotel, era uma grande floresta, cheia de pinheiros extremamente altos, podiam se ouvir um rio próximo quando a água encontrava à margem, podia se ouvir os pássaros, e o sol tentava entrar mas estava nublado demais para isso…  o cheiro de terra molhada. E Dean ali no meio de tudo isso, com o coração aos pulos. Evie estava virada de costas, podia ver os cabelos loiros, o Winchester ganhou os cinco passos que os separavam e tocou no ombro da garota, que se virou lentamente. Dean engoliu em seco, e sua mãos suavam, o seu coração duvido que ainda estivesse no mesmo lugar. Os olhos…

Os olhos de Evie não tinham mais cor alguma, a expressão que a garota tinha no rosto era de… plenitude. Como se estivesse gostando de tudo aquilo. 

— Dean Winchester… 

 A garota começou falando seu nome o que fez seu coração apertar ainda mais no peito, porque não era a voz da Evie que ele conhecia, aquela não era a Evie. A aparência de Evie começou a mudar lentamente, seus olhos, os ossos de seu rosto, a cor da pele… ela estava virando uma pessoa completamente diferente, Dean podia ouvir os ossos se contorcendo embaixo da pele e isso estava causando uma agonia horrível nele.

— Você não é a Evie… — sua voz falhou, mas foram as únicas coisas que saíram naquele momento de seus lábios. 

— Não sou. — a mulher de cabelos castanhos, declarou enquanto começou a andar de um lado para o outro ao redor de Dean.

— O que você fez com ela? Quem é você? — ele jogou de uma vez as perguntas que tinham se formado rapidamente em sua mente.

— Ela ainda está lá, no estacionamento tentando falar com você… — a mulher falava como se não fosse nada. — E bom, a pergunta de quem eu sou, não posso responder ainda. 

— E eu? O que fez comigo? — Dean questionou enquanto apontava para si mesmo, a mulher o encarou com desdém no olhar. 

— Não fiz nada, você continua lá, mas ainda está no seu pequeno transe. — ela respondeu fazendo um sinal banal com a mão. 

A mulher se aproximou de Dean que por instinto acabou dando um passo para trás, mas ela acabou fazendo um sinal com a mão em espera, a mulher tocou levemente as pontas dos dedos no pulso do Winchester, erguendo seu braço e puxando a manga da camisa de flanela xadrez revelando a marca em seu antebraço.

Por um instante Dean percebeu que a mulher estava sorrindo enquanto encarava a marca. Ela passou os dedos pela marca e levantou os olhos assim olhando para o Winchester que a encarava totalmente confuso com aquela situação. 

— Finalmente! — a mulher comentou com alegria e um sorriso que mal cabia em seus lábios. — Esperei muito por isso…

Dean puxou seu braço rapidamente puxando a manga novamente cobrindo a marca, ele deu dois passos para trás. Ele mal piscava, e nem conseguia pensar. O que tudo aquilo significava? A mulher claramente conhecia Evie, e a marca. 

— Pelo que? — as palavras saíram com dificuldade de seus lábios, ele apenas observava enquanto a mulher se aproximava e colocava as duas mãos em seu rosto, observando cada detalhe da face de Dean. 

— Destino. — a palavra saiu dura e com uma pequena pontinha de alegria e Dean percebeu isso, ela sorriu soltando o rosto do Winchester e se afastando o suficiente para das as costas para ele. 

— Espera, quem é você?! — ele gritou e ergueu sua mão para tentar alcançar a mulher, que já estava longe o suficiente. 

Tudo ao seu redor começou a desmoronar, a terra rachar, as árvores caírem, a água chegou aos seus pés e uma voz sussurrou no seu ouvido repetidas vezes:

Escuridão… 

O Winchester então retornou ao estacionamento, retornando ao seu corpo. Dean olhou assustado para todos os lados até encontrar os olhos preocupados de Evie. 

— Como… O que aconteceu…  — ele tentava fazer as palavras saírem mas falhava miseravelmente. 

A garota se aproximou mais do Winchester ainda tentando entender o que tinha acabado de acontecer, com o olhar assustado, Dean estava lá conversando com ela em um minuto e depois no outro estava naquele transe novamente, com a mão tremendo e o olhar fixo no asfalto.

— O que foi Dean? O que aconteceu? — a garota apontou para Dean, enquanto tentava achar palavras para aquela situação. 

— Por quanto tempo eu fiquei fora? — o Winchester falou e viu Evie franzir as sobrancelhas, ficando séria demais. 

— Você está tendo um derrame? — a garota falou depois de torcer o nariz, e estava olhando para ele como se tivesse nascido outra cabeça em seu pescoço. — Você tava aqui o tempo todo. 

— O quê?! Não… eu estava em uma floresta, tinha pinheiros altos, eu conseguia ouvir os pássaros e sentir o cheiro de terra molhada. — ele soltou enquanto olhava as próprias mãos, tentando lembrar de cada detalhe. 

Sam saiu do quarto e estava se dirigindo até eles, com um olhar confuso para Evie, mas logo ele passou o olhar para o irmão que ainda estava tentando entender a situação.

— O que aconteceu aqui? — ele perguntou em um tom meio impaciente, pensando que Dean e Evie tinham discutido novamente. 

— Acho que seu irmão está tendo um derrame, Sam. — Evie falou se aproximando mais de Dean.

— Dean, você ‘tá bem? — Sammy falou imediatamente, encarando melhor o irmão. 

— Eu não sei que diabos acabou de acontecer, em um minuto eu estava aqui e no outro não estava. — ele passou seu olhar de Sam para Evie, os dois encarando Dean preocupados demais. — Tinha uma mulher com olhos brancos, ela me disse umas coisas… 

Evie tocou levemente os dedos nas palmas de Dean, que estavam viradas para cima e lá estava… a sensação, o formigamento, a coceira na marca. Tinha voltado, Dean sem pensar muito agarrou a mão de Evie, fazendo a garota estranhar ainda mais toda a situação, erguendo uma sobrancelha e pousando os olhos em Sam, que tampouco estava entendendo as coisas. 

— É você! — Dean falou desesperado encarando o rosto de Evie, uma vontade de tocar o rosto da garota tomou todo seu corpo, mas ele não tocou. 

— Porque não seria eu? Você ‘tá me assustando, Dean. 

A garota agora estava com os olhos em Dean observando suas mãos coladas, a sensação de formigamento tomando conta de todo seu corpo. E o medo, ela estava com medo de Dean realmente estar tendo um derrame. Estava tudo muito estranho para ela.

— Não, não, está tudo bem. — Dean falou rapidamente, ainda segurando mão de Evie. 

A garota gostava da sensação de quando suas peles estavam coladas, e desde que o choque tinha acontecido ela estava com medo de tocá-lo.

O Winchester sorria para Evie como a estivessem vendo ela pela primeira vez, logo depois encarou o irmão soltando as mãos da garota, ele seguiu o caminho para dentro do quarto dando um tapa no ombro do irmão.

Evie encontrou o olhar de Sam, os dois com o olhar perdido e confusos. 

— O que acabou de acontecer aqui? — o Winchester questionou a garota mas ela apenas ergueu as mãos para cima, passando Sam e indo em direção ao quarto. 

— Eu não faço a mínima ideia… 

Dean falou de uma mulher? Com os olhos brancos, o que isso poderia significar? Evie sabia que teria que falar com ele depois, tentar entender tudo que tinha acontecido, se é que tinha alguma explicação. Dean nunca fazia sentido, imagina agora, fazia menos ainda. 

Tudo que se relacionava à Dean e Evie era um grande ponto de interrogação, mas agora o Winchester estava ganhando de quem era mais estranho. E Evie mal sabia o que esperar de tudo isso. 

Não tinha como saber. Ou tinha?


Notas Finais


todo comentário me ajuda a melhorar, por favor não esqueça de comentar ♡


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...