História Milk and Cookies - (BTS) - Um

"Um, dois

A melatonina está vindo para você"

Acordei com a claridade que entrava pela janela, eu estava um pouco tonto, olhei para o lado e vi Taehyung, seu cabelo liso cobria uma parte do seu rosto e eu podia sentir seu cheiro doce que emanava, mesmo depois dele ter bebido whisky comigo durante algumas horas na noite passada, ele sempre chamava a minha atenção.

Virei para o lado e passei a olha-lo enquanto dormia, tão angelical, perfeito e completamente lindo, seus lábios, que eu tanto amava beijar, estavam rosados. Passei a mão em seu rosto e senti sua pele macia em contato com a minha, em cada detalhe simples que aquele homem possuía, eu me sentia completamente apaixonado por ele. Seus olhos abriram e ele olhou diretamente para mim, me encarando sem reação, seus olhos castanhos que, de alguma forma, eu sentia que era a solução para meus problemas, aquela cor que também era igual ao seu cabelo. Por isso que o castanho tornou-se minha cor favorita, devo todos os créditos a ele.

- Por que está me olhando assim? - Ele perguntou.

- Nada, só estava te observando.

- Isso é estranho, sabia? - Ele sorriu levemente. - Vem, deita aqui comigo.

Eu cheguei para mais perto dele e me acomodei em seus braços, eu me sentia acolhido e protegido enquanto estava alí, por muito tempo eu me senti assim.

- Preciso levantar e fazer o café da manhã, e você vai me ajudar. - Falei enquanto descia um pouco do cobertor que me cobria.

- Eu sempre te ajudo Kook, mas dessa vez eu só quero ficar deitado aqui, e você vai ficar comigo. - Ele me apertou ainda mais forte.

Não neguei e nem tentei sair de seus braços, esses momentos fofos passaram a ser raros, então eu sempre tentava aproveitar ao máximo. Sempre que estávamos frente às outras pessoas, eu sentia que ele me tratava diferente, como se não fôssemos tão próximos como realmente somos, mas, como ele me disse uma vez, isso é coisa da minha cabeça. Meu lado inseguro com relacionamentos causava essas coisas confusas em meus pensamentos, mas eu era intenso, e quando amava, eu realmente amava demais, como o meu amor pelo Taehyung, meu primeiro verdadeiro amor. Como eu aprenderia a amar, se não fosse para me entregar?

Depois de um tempo, senti a respiração do Taehyung ficar cada vez mais calma, isso era um sinal de que ele já estava dormindo, eu aproveitei e me levantei da cama, deixando-o sozinho. Mesmo que fosse final de semana, eu tinha coisas para fazer, precisava ir visitar minha mãe, que odiava quando eu passava muito tempo sem dar sinal de vida, mas essas visitas sempre acabavam de maneiras desagradáveis.  Meu pai também estava lá, e ele é mais um daqueles homens de cabeça fechada que não aceita nada fora do padrão. Eu realmente sentia muito por decepcioná-lo, mas isso é o que eu sou, eu gosto de um homem, e mesmo que ele não entenda, não vou mudar meus gostos e opiniões para fazer ele feliz, as vezes precisamos ser hipócritas.

Depois de me arrumar, olhei uma última vez para Taehyung, ele ainda dormia, só que em uma posição completamente diferente, o que já era de se esperar. Decidi que seria melhor comer na casa da minha mãe, pois já estava perto do horário de almoço. Mandei uma mensagem para Tae dizendo que ele deveria comer em algum restaurante quando acordasse, devido a minha ausência. Logo depois eu fui até a estação do metrô, que não era tão longe do meu apartamento, e  meu destino final era a casa dos meus pais.

Cheguei em frente a porta e bati três vezes seguidas, como de costume, depois que a porta abriu eu recebi um abraço caloroso da minha mãe, que aparentava estava feliz com a minha chegada repentina, mesmo sabendo que eu costumo visita-la nos domingos em que eu estou livre.

- Que bom que está aqui querido. Está bem? Com fome? Com sede? 

- Eu to bem mãe, foram só 2 horas de viagem e não 2 dias. - Falei entrando na casa.

Minha irmã mais nova estava sentada em uma cadeira da sala de jantar, provavelmente terminando de comer, pois já se passava do meio dia, ela virou para trás ao ouvir minha voz e sorriu gentilmente, se levantando em seguida para me cumprimentar. Jihyo tinha cabelo castanho claro, igual o da minha mãe, curto e ondulado, sua pele era branca, sempre que ela estava envergonhada dava para ver claramente suas bochechas rosadas. Ela estava com seu cabelo preso por um rabo de cavalo baixo e com roupas folgadas de pijama.

- Você era a pessoa que eu mais queria ver hoje, Jungkook.

- É tão bom ouvir isso de você. - Eu sorri e a abracei forte, logo senti que ela não estava bem. - Aconteceu alguma coisa Jihyo? 

- Vamos conversar no meu quarto. - Ela puxou meu braço.

Chegamos no andar de cima e ela fechou a porta logo após estrarmos, depois se jogou na cama e deitei ao seu lado.

- Vai me dizer o que aconteceu? - Perguntei sem olhar para ela.

Estávamos olhando o teto do seu quarto, azul da cor do céu noturno, a luz nítida que entrava pela janela fechada não era  suficiente para apagar o brilho das estrelas néon que brilhavam, era magnífico dormir com essa visão todas as noites.

- O pai e a mãe brigaram hoje de novo. Sabe, eu não queria ser o motivo da briga deles, parece que sempre que eu tento, dá tudo errado.

- De novo sobre a faculdade?

- Eu disse que não queria fazer medicina, mas ele brigou de novo, e daí a mãe entrou no meio pra me defender. 

- E ele disse que ela não devia se intrometer, certo? - Essa frase era típica do meu pai, lembro-me quando o motivo das brigas era eu.

- Exatamente isso. 

- Preciso dizer que o que ele fala não é importante o suficiente pra você ficar mal? - Acariciei sua cabeça. - Você termina o colegial esse ano e vai decidir o que fazer por você mesma, entendeu?

Ela assentiu e me abraçou, ainda continuava meiga, essa fase dela podia ser ruim, mas eu já passei por ela e sei que o que pode ter deixar mais triste são os pensamentos negativos. Por isso os evitava, não que fosse fácil.

Senti meu celular tocar, peguei para ver e o nome Tae estava na tela indicando sua chamada, não demorei e logo o atendi.

- Ei, Kookie?