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História Mine - Atingida por uma vontade de gritar quero a Júlia.


Escrita por: princesadelesbos

Notas do Autor


capítulo bobinho, bobinho

mas o fim de semana não vai passar sem capítulo, né? haha

até lá embaixo!

Capítulo 59 - Atingida por uma vontade de gritar quero a Júlia.


Pov Júlia

Eu acordei de um jeito, mas de um jeito... Eu estava acabada.

Abraçava alguém de conchinha, não soltei até que lembrasse quem era, o Erick. Eu dormi abraçando um macho, irc. E quando levantei assustada ao perceber isso, minha cabeça me repreendeu pesando mais que uma tonelada.

- Argh. – eu estava rouca, exausta e não sabia onde estava o meu short de ontem, porque eu tinha certeza de que não estava de calcinha antes. Devo ter tirado quando vim dormir. O Erick estava sem a camisa, ok, eu lembro de quando ele tirou a camisa quando modelou pra mim. Mas ele veio dormir na minha cama? Oxe – Erick, acorda aí por favor. – cutuquei-o. Ele despertou levemente assustado.

- Hã? Júlia? Ah, eu dormi aqui. Que dor de cabeça. – ele resmunga, bagunçando os cabelos.

- Pois é, nem me fale. – ele sentou, estalando as costas. Pelo menos havíamos dormido na cama, eu não ia aguentar dor na cabeça e no corpo.

- Como viemos parar aqui? Será que você se lembra?

- Sim, você me chamou pra dormir aqui. E tirou o short antes de deitar. Eu fui.

- Foi pensando em me dar, né? – ri, ele gargalhou (o máximo que a dor de cabeça permitiu).

- Não, você é um brother.

- Me engana que eu gosto. – semicerrei os olhos, depois ri, relaxando a expressão, ele também riu. Beijei sua testa e levantei. – Eu preciso me livrar dessa dor de cabeça.

- Tem um celular tocando bem alto aqui em algum lugar.

- Deve ser o meu. Onde tá?

- Provavelmente na sala. Onde tem analgésicos aqui?

- Lá na cozinha. – ele levantou e acabamos saindo juntos. E realmente meu celular estava feito louco, tocando.

- Abaixa isso por tudo que é mais sagrado. – eu coloquei no silencioso e depois olhei, era a Luana.

- É a Luana. – atendi. – Oi Lu.

- Eu quase estava indo pra Madri! Onde diabos você estava?

- Dormindo, oras. Tá tão tarde assim?

- Está! E como assim você dorme desde ontem depois da coletiva? Pra onde você foi?

- Luana, calma, eu tô com dor de cabeça. Você nunca quis me controlar dessa maneira, o que houve?

- O que houve? Você já abriu alguma rede social hoje?

- Não, não abri nada.

- Tem várias fotos de você e um repórter musculoso qualquer pelas ruas de Madri passeando e também dele entrando na sua casa. Tem algo a me dizer? – porra, por isso eu odeio que as pessoas saibam meu nome.

- Deus! Tem fotos disso? Que merda... Erick! – chamei por ele.

- Ele tá aí? Você não tem vergonha na sua cara?

- Calma Lu. – ela começa a falar muito e me xingar, resolvo ignorar.

- O que foi, Júlia?

- Pesquisa meu nome aí na internet por favor, e vê o que eles tão falando. Tiraram fotos da gente, você acredita? – apontei a ele o notebook, e num instante ele estava lá sentado mexendo, parecendo desesperado. Odeio paparazzis, porra. – Luana, não desliga não. Por favor. Desculpa amor. – eu pedi desculpas por sumir, não por estar com o Erick. Mas não parecia que era isso, né?

- Eu só quero saber o que você fez, Júlia. Porra, esclarece pra mim essa merda, antes que eu brigue feio contigo.

- Nada demais, o Erick é um amigo, eu o conheci estava no 2º ano. Não estudava comigo, mas éramos muito amigos. Ele mora aqui agora e é jornalista, estava na coletiva e quer marcar uma entrevista comigo, vou dar a entrevista a ele. Como somos amigos e não nos víamos a uns cinco anos, quis sair com ele pra matar a saudade. Não é nada do que parece.

- Já tem gente escrevendo que você mentiu sobre ser lésbica. Ele é só seu amigo mesmo? Ou você é bissexual e não me contou? Porque há uma foto que ele parecia bem íntimo, com a mão na sua cintura.

O Erick tornou-se meu amigo e confidente inseparável, a Babi o odiava por ter ciúmes dele. Sem a menor razão, porque eu a amava e ela era a única com quem eu gostaria de estar, mesmo não estando. Aí nos separamos, agora o Erick volta, e a Luana vai ter ciúmes também? Eu só passo por roubada.

Será que ela não consegue ver que eu só ficaria com o Erick se eu fosse pelo menos um pouco hétero? Será que não dá pra perceber que não tem nada de hétero em mim? O que tem na minha cabeça é que seria mil vezes mais fácil a vida se eu namorasse o Erick, não passaria por metade das coisas que eu passei/passo. Mas ao mesmo tempo lá tem o meu amor por mulheres, que é uma coisa que nasceu comigo e faz parte da minha essência. E o meu amor pela minha namorada. 

- Amor, eu e o Erick somos somente amigos, sempre fomos, apenas perdemos o contato. E eu sempre fui gay, porque ia dar pro outro lado se vivi a vida inteira cercada de mulheres e adorando? Além disso, eu tô com você. Eu sou sua namorada, baseado no quanto você me conhece, você acha mesmo que eu ia te colocar um par de chifres? Logo eu? – eu deveria ter dito que não chifrei a Babi quando conheci a Luana e fui incitada ao ato, e esse seria o argumento.

- Não sei Ju, você tá só comigo há muito tempo, estamos distantes e...

- Não justifica, Luana. Eu não te traí. Você tá com mais alguém? – a linha fica em silêncio por uns segundos. Eu quase entrei em desespero.

- Não, não estou. Eu só pensei...

- Tira isso da sua cabeça, por favor. E eu vou tentar resolver isso, ok?

- Resolver como? Já tem um milhão de especulações diferentes, parei de ler há horas, senão ia enlouquecer. Você não quer assumir?

- Lu, sinceramente, não. Se eles correm atrás de mim sem uma pessoa e já correm atrás de você também, imagina se estivéssemos assumidas. Ninguém nem sonha que a gente namora.

- Você tem razão. Ok. Dá um jeito nisso, por favor.

- Vou fazer o que puder. Até mais, te amo. O combinado tá de pé ainda né?

- Qual? De você ficar um dia a mais aqui por causa da noite de sexo que vamos ter? Ah, claro. – ri.

- Se necessário fico até dois dias. – falei, maliciosa.

- É, mas primeiro toma conta disso, depois você começa com seu fogo que eu tô chateada.

- Ah, Lu...

- Nem vem com Lu. Me liga mais tarde, vou ficar ocupada aqui já já.

- Ok amor, ligo sim. – desliguei em seguida e respirei fundo. Meu celular lotado de notificações, meu Twitter não parava. – O que tem aí Erick?

- Mais dor de cabeça pra você. – ri sem humor e fui até a cozinha, pra tomar um remédio. Voltei com um copo d’água. – Se sente melhor?

- Bem pouco, mas vou ficar bem. E você?

- A mesma coisa.

- Enfim, o que tem aí?

- Muita besteira, nem lê.

- Eu não vou ler, não é a primeira vez que começam a falar várias merdas sobre mim. – abro o Twitter e tento ao máximo esclarecer o que tinha acontecido. Acabo descobrindo logo que tinha postado vários snaps com o Erick. Ok, estávamos bêbados. Pelo menos eu não deixava meu Snapchat público. Menos mal.

- Desculpa por isso.

- Own, Erick, você não tem culpa, Príncipe. – abraço-o pelo pescoço, debruçando-me sobre a cadeira que ele estava sentado. O meu notebook estava aberto, numa página de “notícias” com uma manchete caluniosa envolvendo o meu nome. – Fecha isso.

Meu celular volta a tocar. Era a minha mãe agora.

- Meio que tenho culpa sim, porque eu não precisava vir aqui pra sua casa e...

- Mesmo que você não viesse, Erick, iam achar a gente onde estivéssemos. Não sei como nem cogitei isso, às vezes eu esqueço das coisas. – mexo no cabelo dele e atendo o telefone – Oi mãe.

- Quem é esse homem com você nas fotos dos sites de fofoca? Devo me preocupar?

- Não, é meu amigo. Erick Ramírez, se quiser pesquisar a vida dele, ele é um bom garoto, não quer me prejudicar. – comecei a andar enquanto falava. Erick me olhava, mas parecia pensar em outra coisa.

- Erick Ramírez não é aquele seu amigo que morava em Madrid?

- Ele mora, e é ele mesmo. Nos reencontramos ontem, graças a ele. Só lembrando que eu também moro em Madrid, né.

- Ah, que legal... E o que ficaram fazendo juntos?

- Conversando e bebendo, eu sei que não deveria beber, mas ontem eu realmente tava feliz demais pra pensar em alguma coisa. Me diverti muito aqui.

- Eu nem vou brigar com você, sabe de suas obrigações, e não ia te matar se divertir um pouco. – pelo menos a minha mãe me entende, sempre – O que esse menino faz agora?

- Ah, nada, ele tá aqui comigo... – eu lerda

- Eu tô falando o que ele faz da vida, filha.

- Oh, sim, era o ponto que eu queria chegar. Ele é jornalista, e quer marcar uma entrevista comigo, pra a série de reportagens que ele quer fazer sobre estrelas do futebol feminino, começando comigo, porque sou uma das grandes e ele já me conhecia.

- Você tem certeza das intenções dele?

- Claro, ele tá super bem-intencionado, conversamos muito. Além de ser meu amigo, é um estagiário. – baguncei o cabelo dele, que fez um bico por eu ter contado que ele era estagiário. – Em ascensão. – Erick assente com a cabeça, dizendo que assim estava melhor. – Mais tarde te passo o contato dele pra vocês agendarem essa entrevista aí.

- Eu quero falar com ele agora.

- Ok, vou passar o telefone. – ele disse que não, mas eu empurrei e ele acabou cedendo, claro, não falar com a minha mãe seria quase jogar sua oportunidade no lixo.

Os dois conversaram por alguns minutos e o Erick desligou depois da minha mãe dizer que não ia mais precisar falar comigo por enquanto. Ele deu pulinhos de alegria e eu gargalhei, porque foi muito gay.

- Você é tão gay, Erick.

- Gay é feliz em inglês. – ele correu na minha direção, me abraçando com força e tirando meu corpo do chão. Como uma menininha, gritei com o susto. Foi um gritinho.

- Ok, você ficou muito feliz. – ri. – Tá bastante gay. - brinquei

- Claro que sim, isso é louco! Sabe, vai mudar minha vida!

- Tá, mas me coloca no chão! – falei, rindo. Ele tinha um sorriso bobo, de felicidade mesmo. – Tô tão feliz que você tá de volta à minha vida, Erick.

- E eu mais ainda por estar de volta.

- Não vai mais ir embora, né?

- Não enquanto eu puder ficar. – sorriu. E eu sorri junto.

Ia prender aquele maluquinho na minha vida até quando não desse mais.

[...]

Passados quatro dias daquele em que não consegui sair de casa por ela estar cheia de fotógrafos cercando, esses que eu tentei ao máximo abrir as mentes para o fato de que o Erick não era mais que um amigo, eu estava em Paris.

Caramba, Paris.

Mesmo morando no país vizinho, eu não havia visitado a França e nem Paris. Aí vocês se perguntam como foi pra mim e pra Lu esses anos.

Inicialmente, eu ia para o Brasil em toda oportunidade que tinha, quando ela foi a vira-casaca que trocou o Flu pelo Fla. Logo, quando ela foi para o Paris Saint-Germain, ela veio aqui umas duas vezes, a última vez há uns três, quatro meses. É, mas nos falávamos todos os dias, e a vida era mesmo corrida, não tinha jeito de ficar mais tempo, de se ver com mais frequência. Principalmente sem levantar suspeitas.

Devo dizer que durante esse tempo longe, aquela sensação que eu tinha de vez em quando, de que nossa relação estava mais pra amizade do que qualquer outra coisa, ficava mais forte.

Mas, só de pensar que vou vê-la daqui a pouco minhas mãos suam em expectativa.

[19h59] Luana: Marrentinha, chegou?

[19h59] Becker: Acabo de chegar, e estou deslumbrada. É uma linda cidade. Passei pelo Parc des Princes, e uau. – era o estádio do PSG, palco do jogo de amanhã à noite. Menos de 24h e eu estava ansiosa.

[20h00] Luana: Hahaha, igualzinha a mim quando cheguei a Madrid só pra te ver.

[20h00] Becker: Tenho até saudades daquele dia, amor.

[20h00] Luana: Foi um dos melhores dias que já passei com você. Está muito cansada da viagem?

[20h01] Becker: Um pouco, o que foi?

[20h01] Luana: Nada, só ansiedade pra te ver. Achei que fosse vir aqui hoje.

[20h01] Becker: Claro que sim, tô passando aí daqui a pouco, só vou me instalar melhor aqui no hotel. Tem o que comer aí? Além de você, claro.

[20h02] Luana: Você não perde uma, e tem comida sim.

[20h02] Luana: Mas o que tem de mais gostoso sou eu :v

[20h03] Becker: Eu tenho certeza disso.

Ah, antes que perguntem, depois que esclareci todos os rumores sobre mim e o Erick, me resolvi com a Luana. Do meu jeito. Bem, agora ela não estava mais chateada.

Dei um tempo no hotel e fui pro endereço da Luana. Ela morava num apartamento simples, a julgar pelas condições dela. Apenas alguns artigos de luxo, mas a maioria das coisas eram mais em conta. Lu era simples por dentro, sempre foi. Mas seu apartamento era lindo, parecia ter o nome dela em todas as coisas.

Foi a minha primeira impressão, que tive depois de ficar abraçada com a Luana por mais de dois minutos, nos quais além de sentir seu cheirinho de shampoo de chocolate e algum hidratante ou óleo corporal de essência doce, olhei o ambiente. Ela separou o abraço, tomando meu rosto em suas mãos, estava radiante assim como eu.

- Estou tão feliz em te ver que não sei o que falar. – diz, olhando todo o meu rosto, como se decorasse ou relembrasse seus detalhes. Ela sela nossos lábios, mas muito rapidamente.

- Oi! – ri.

- Oi. – ela ri também. – Continua uma boba.

- Só se passaram uns meses. – beijei-a com todo o carinho que eu tinha pra dar, apertando-a mais forte entre meus braços, sentindo seu corpo contra o meu. Seu corpo trajando apenas uma blusa e calcinha, mas depois eu comento sobre. – E eu estava louca de saudades de você. – Luana riu contra meus lábios, puxando o inferior de maneira delicada. Beijei seu queixo. – Está tão cheirosa, aposto que foi pro banho assim que parou de conversar comigo. – falei com o rosto em seu pescoço. O cheiro do seu shampoo exalava e seus cabelos estavam úmidos, notei.

- Sim, eu fui. Tinha acabado de chegar. Não pense que fiz isso pra você.

- Em parte você fez sim. Diz pra mim que fez. Que se preparou pra me ver, em todos os sentidos. Que vestiu essa calcinha tendo em mente que eu ia gostar. – sussurrei meio rouca, meus lábios arrastando-se pelo seu pescoço, minha mão esquerda colocando seu cabelo de lado e depois se perdendo entre os fios perto da sua nuca. – Que não vestiu uma parte de baixo tendo em mente que eu ia gostar. – ri pelo nariz. A mistura dos seus cheiros me inebriava e me impediam de pensar em qualquer outra coisa que não fosse nela.

- Tinha como fazer diferente? Meu corpo chama seu nome e você estava longe de mim. Pode reparar na força que tem sobre mim. – ela estende o braço, para que eu visse que estava arrepiada. Fiquei impressionada. – Também recomendo checar lá embaixo, o que você faz comigo.

- Deus, você vai me deixar louca. – beijei-a, levando minhas mãos até sua bunda, que apertei com força, fazendo-a arfar durante o beijo. Sem interrompê-lo, subi minhas mãos para sua cintura, por baixo da blusa que ela usava, e arranhei ao mesmo tempo em que chupava sua língua com vontade. O ar faltou pras duas logo.

- Eu estava falando sério. – ela segura uma das minhas mãos e coloca em cima da sua calcinha, porém na lateral do seu corpo. – Me sente. – ela mordeu o lábio e meus pelinhos da nuca se arrepiaram.

Enrolei os dedos no tecido da sua calcinha e puxei, rasgando-o.

[...]

Estádio cheio era pouco, aquilo ali estava lotado. Ok, o mundo está assistindo esse jogo.

Aquele hino da Champions League (que, devo assumir, me deixava nervosa) tocava enquanto nós do Real Madrid passávamos apertando as mãos das meninas do PSG. Sorri pra Luana ao apertar a mão dela, e ganhei um sorriso de volta. Ela deve ter visto que minha mão tremia. O que eu sinto ao escutar esse hino no campo é surreal, eu me arrepio toda.

Agora quando toca em qualquer outro lugar, me deixa emocionada por ter a chance de escutá-lo do gramado.

Tentei ao máximo me aquecer pra mandar o nervoso embora, mas Meu Deus, era impossível. Meu estômago dava voltas.  

Logo, a bola rolou. E o meu nervoso se transformou em um calor que me impulsionava a correr e não tirar os olhos e a atenção do jogo a minha volta.

Que estava complicadíssimo, além de cansativo. Nenhum dos dois lados conseguia fazer uma jogada concreta que desse em gol e assim foi por mais da metade do primeiro tempo, defende daqui e de lá, poucas chances pra receber a bola, tentei até roubá-la algumas vezes, mas não deu muito certo.

Mas logo o PSG envolveu nossa defesa num toque de bola rápido com a tal da Sánchez e sua parceira que era alemã, com um nome que eu não conseguia pronunciar, mas era uma ótima jogadora, uma das melhores do torneio. Só que, no fim, ela chutou a bola pra fora.

O juiz deu escanteio, que eu não tinha visto. Logo pensei: foi por isso que ela perdeu o gol, alguém enfiou o pé na frente.

E fui até a área marcar. Vero, a nossa capitã, disse a mim pra “segurar a Sánchez”. Lá fui eu né, é meu trabalho.

- Ora, olá. – Luana disse assim que me aproximei dela.

- Olá Sánchez. – ela olhou pra mim como se estranhasse o meu modo de chama-la e logo relaxou a expressão ao me ver com um sorriso. O apito se fez ouvir, Luana prestou atenção na bola que foi lançada, eu em ficar a frente dela, e antes que uma loira cabeceasse, alguém caiu aos meus pés.

Porra, pênalti claro aqui.

A confusão armou a partir daí, fui separar as duas que se sentiram na encarada do UFC (porém trocando alguns insultos, bem feios por sinal) junto com a Luana e levei um empurrão também, me desequilibrei até e olhei feio pra minha namorada, responsável pela minha quase queda.

Lu se aproximou de mim e pediu desculpas, dizendo que foi sem querer, porque a senhora que ela estava tentando segurar a empurrou, aceitei suas desculpas e ela se afastou depois de passar a mão pela minha cabeça carinhosamente. Durante esses segundos nossos, o pessoal tentava parar as duas descontroladas, que meio minuto depois acabaram expulsas.

E eu que sempre julguei as europeias como finas, pelo menos em campo eram. Bem, essas daí se descontrolaram.

E o pênalti para o PSG estava marcado. Sánchez cobrou e marcou o gol, fácil pra ela.

Paris Saint-Germain 1 X 0 Real Madrid.

Junto com Cris, a portuga, a nossa capitã, e a Morgan, tentei criar alguma coisa melhor, mas sempre esbarrávamos na defesa “impenetrável” do PSG. Não vou nem dizer impenetrável, vou dizer bastante atenta. A defesa não perdia uma atrás da gente.

Fomos pro intervalo desse jeitinho aí.

Como sempre durante os intervalos, a pressão psicológica no vestiário é enorme para o time que está perdendo, o treinador fica naquela coisa chata de falar e repetir as mesmas coisas, mas ok, é o trabalho dele.

- Becker, onde estão suas jogadas? – bato duas vezes com o indicador na minha têmpora. – Você sabe que é o melhor cérebro pra jogadas aqui, por favor, faz os pés trabalharem nisso. – essa frase ele diz mais baixo, perto de mim. Imagina se certas garotas que tem por aqui escutam ele falar algo como isso, ficam loucas e mortas de inveja.

- Sim senhor treinador. – digo, séria. Perder de 1 a 0 não era tão ruim assim, mas a gente tinha a chance de melhorar isso, além de que o gol fora de casa era precioso.

- Pra pelo menos marcarmos um gol.

- Dá pra ganhar isso. – falei.

- Acredito em você. Em vocês. – ele diz ao perceber que tinha a atenção de mais de uma pessoa. Afaga meu ombro e diz para voltarmos ao campo, assim fazemos.

O segundo tempo não foi pior que o primeiro, na verdade.

Pov Bárbara

Era só o que me faltava.

- Ali vai sua ex-namorada, a Becker. Ela vai fazer um gol, torcendo aqui. – isso é a minha atual namorada. Faz algum sentido?

Bem, faz se a sua ex é uma jogadora de futebol mundialmente famosa.

- Tomara que faça.

- Ela vai, ela é foda! – e se a sua atual é uma apreciadora do futebol feminino. E essa é a minha tarde de hoje. Eu, a Sabrina, o Nick e o Fred assistindo a semifinal da UEFA Champions League e a Sabrina dando gritinhos a cada vez que a Júlia pega na bola. Ah sim, Sabrina lutou e lutou para não se deixar levar pelo charme da Júlia, mas acabou uma admiradora, ainda que levemente ciumenta.

Aliás, o que é a Júlia nesta noite? (Noite porque lá em Paris é noite, aqui ainda é tarde). Deus do céu, uma delícia. Durante o primeiro tempo inteiro, às vezes passava somente ela por alguns segundos e ela sempre estava fazendo algo que despertava o meu desejo, fosse secar o suor com a barra da camisa, fosse morder o lábio inferior, fosse sorrir.

Sim, ela secou o suor da testa com a barra da camisa, mostrou o abdômen para todos nós. Sabrina olhou pra mim na hora e eu cruzei as pernas, porque aquela barriga ali, Jesus. Soltei o ar de maneira audível e ganhei um tapa. Entendi o motivo do tapa, mas confesso que não me importei, estava ocupada pensando o que poderia fazer com aquele corpo maravilhoso da Becker camisa 11 desprovido de roupas sobre a minha cama.

- Isso foi sexy, não negue. A Babi não é de ferro. – disse o Nicholas, me defendendo depois do tapa. – E se você bater nela comigo aqui eu te dou uma baixa. – aí ele recebe um tapa, mas do Fred. – Oxe, ficou louco?

- Não fale que acha tanquinhos femininos sexys perto de mim. O que você tem que achar sexy sou eu.

- E eu acho, gostoso. – começou a viadagem e o agarramento.

Enfim, no primeiro tempo do jogo teve confusão, briga, empurrão, gente expulsa, pênalti, e gol da Luana, gol do PSG. Meu resumo, se fosse um resumo da Sabrina teria um milhão de outras coisas que eu acho desnecessárias, o que todo mundo quer saber é o resultado.

E aquele jogo e nada pra mim era a mesma coisa. Futebol é legal, mas sem a Júlia comigo eu vejo como algo que não faz a menor diferença. Talvez, se eu estivesse com ela, Futebol fosse legal e emocionante. E eu vibrasse com seus gols e vitórias.

Mas, como não estou, não tem graça. Conseguem me entender? Me faz lembrar dela, e que ela está longe, por mais vezes que apareça nessa tela, por mais alta que seja a definição e mais nítida que seja a imagem, ela não está perto de mim. E isso dói.

Levantei-me do sofá no meio do jogo.

- Acho que vou para o quarto. – falei.

- O jogo tá bom, Babi, fica.

- Está bom sim, mas acho que estou cansada. Vou dormir um pouco. – na verdade eu estava sendo atingida por uma bad nostálgica, e não por cansaço. Atingida por uma vontade de gritar "quero a Júlia!". Imagina?

- GOL! – eles gritam juntos, os três. Foi só eu sair?

- Gol do Real Madrid?

- Sim, mas não foi da Becker, a Becker fez a assistência. – eu não perguntei isso, então dei de ombros e fui pro meu quarto deitar.

Porra Júlia, você tinha que ser uma merda de jogadora famosa e ficar passando na televisão e aparecendo em sites de fofoca. Preferia você quando era uma riquinha simples, filha de um falecido político, morava no Rio, e queria vir pra cá atrás de mim. Hoje eu entendo que a Júlia dizia que não era rica. Porque hoje ela é rica, de verdade. Hoje ela pode atirar na parede quantos vasos de porcelana quiser.

Ri por isso.

Minha estrela Júlia está brilhando. Bem como eu disse que faria.

E cá estou eu, sendo boba. Ela nem deve mais pensar em mim.  


Notas Finais


ta bom babi senta lá

Pessoal, tenho umas fics pra recomendar:
A primeira é Camren, pras Harmonizers, e se chama Strange Feeling, o link : https://socialspirit.com.br/fanfics/historia/fanfiction-fifth-harmony-strange-feeling-3898332
Outra pra vcs que gostam de hot, fanfic interessante
https://socialspirit.com.br/fanfics/historia/fanfiction-originais-a-republica-3835179
e essa daqui, que eu não cheguei a ler, mas tem uma sinopse bem legal e espero ter tempo algum dia pra dar uma lida https://socialspirit.com.br/fanfics/historia/fanfiction-originais-when-we-collide-3517533

Se gostarem, repassem, não é tão legal ser alguém tentando começar por aqui :v
é só olhar amores, cai o dedo não
abraço e até o próximo!


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