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História Mine (fanfic em correção) - Dizem que ele não se importa com ninguém, seria verdade?


Escrita por: explicitylan

Notas do Autor


Olá, angels! Sei que ando sumida, mas peço desculpas, fiquei atolada de tarefas da Feira Cultural que teve na minha escola, fora os trabalhos para fechar o bimestre. Mas vamos ao que interessa, aqui está um capítulo fresquinho e quero aproveitar para agradecer também os comentários maravilhosos que recebo, vocês são incríveis! ❤

Capítulo 30 - Dizem que ele não se importa com ninguém, seria verdade?


Fanfic / Fanfiction Mine (fanfic em correção) - Dizem que ele não se importa com ninguém, seria verdade?

P.O.V Angel

(Cont.)

— Quer mesmo que eu passe a mão em sua cabeça enquanto pretende fugir de seus inimigos? – o homem indagou com as sobrancelhas levemente unidas, torcendo os lábios em uma linha reta. — Se espera por isso, é porque não me conhece o suficiente. Que tipo de monstro eu seria se permitisse que fosse embora com esse medo florescendo dentro de você? Sei exatamente como funciona, ele vai crescendo, ganhando espaço e quando se da conta, ao invés de lutar contra ele, você está o sucumbindo, deixando que ele te domine. Sei também que o que Pandora causou a você a machucou muito e que seus motivos para ir embora são tudo que possui, mas lhe garanto que existem motivos para ficar. Eles não ganharam essa guerra, podemos dar a volta por cima. Não era você que dizia que Mikael e Pandora possuem algo que não temos? Amor, vamos nos unir de uma vez por todas para acabar com eles. Vamos mostrar o que acontece quando irritam um Mikaelson e uma Lamartine.

— Palavras bonitas não são o suficiente, Klaus. É tarde para me ofertar isso... Tentamos nos unir desde o dia que você foi para Baton, mas ao invés de nos ajudarmos, acabamos nos destruímos ainda mais. Não consigo enxergar que agora possa ser diferente.

— Tive muitos motivos para ir até Baton Rouge, mas nos unir não foi um deles. Insisti para que viesse comigo, lhe fiz ameaças e isso vem se repetindo constantemente. É como se estivéssemos empenhados somente em apontar nossos defeitos ao invés de nos ajudarmos e a situação não seria essa agora se desde o início tivéssemos parado para conversar como dois adultos. – confessou o híbrido, não demonstrando orgulho pelas palavras que saíam de sua boca. — Mas esse não é o fim, podemos mudar. Podemos deixar os conflitos pessoais de lado e focar naquilo que realmente interessa. Não somos inimigos, Angel.

— Eu não sei mais o que somos. Basta olhar para tudo que aconteceu... – contesto, abaixando o olhar para meus pés descalços, mas rapidamente voltando meu foco ao homem, assim que ele deu um passo a frente.

— Nós erramos muito, mas isso não significa que devemos permanecer nesse erro. Devemos nos permitir a mudança e eu estou disposto a isso.

— Mudar agora? Por quê?

— O certo seria "por quem" e essa pessoa é você, Angelina. Precisamos nos unir mais do que nunca em momentos como esse ou caso contrário nosso fim será inevitável.

— Entendo o que está querendo dizer, mas...

— Mas...?

— Do jeito que estou, serei apenas um estorvo. Não há nada que possa fazer para melhorar o que estou sentindo. É tudo tão recente, tão fresco... – passo a mão sobre a Estrela de Dez Pontas, antes de prosseguir: — Creio que somente o tempo poderá me ajudar. Não é assim que dizem? O tempo cura tudo.

— Isso não passa de uma grande mentira. O tempo camufla sua dor, mas não a cura. Ficar sozinha é outro atributo para corroer sua mente aos poucos... É mais simples lidar com tudo isso tendo com alguém ao seu lado, uma pessoa que possa te amparar a cada lágrima que derramar, a cada instante que o medo voltar... Faça dessa pessoa seu novo alicerce.

— E se não der certo? E se meu alicerce desmoronar como o primeiro?

— Nunca saberá se não tentar.

— Estou cansada de apostar todas as minhas fichas e sempre perder.

— Perdas fazem parte das nossas vidas. É preciso se acostumar. – ele alertou, me fazendo rir sem humor. — Mais cedo ou mais tarde sabíamos que isso iria acontecer. Você precisa entender...

— E eu entendo. Tão bem entendo que prefiro ir embora e esquecer essa vida sobrenatural por algum tempo. Cheguei ao meu limite, mas você parece não compreender.

— Esse não é nem de longe seu limite. Você pode mais do que isso, muito mais, amor.

— Eu gostaria de acreditar...

— E você vai, basta prometer que irá pensar com calma em tudo que eu disse.

— Não sei se...

— Prometa.

— Não preciso prometer nada a você!

— Angel, não faça com que minhas palavras tenham sido ditas em vão. Pense nelas, faça isso pelo pouco de fé que ainda possui em si mesma.

— Tudo bem, prometo pensar com mais calma. – concordo, depois de tanta reluta.

— É bom ouvir isso.

— Mas isso não significa que irei desistir de ir embora.

— Lhe conheço perfeitamente bem para saber que no fim das contas, você escolherá o certo. Para as duas opções terá de lutar, basta saber qual delas lhe levará a vitória. – Klaus comentou com seriedade, suspirando. — Mas isso é tudo que digo. O resto está em suas mãos.

— Não está brincando comigo, ou está? – questiono, com a desconfiança a flor da pele. — Sei muito bem que quando algo não sai como planejado, você usufrui de artimanhas nada pacíficas para conseguir o que quer.

— Não irei fazer nada contra você, se é o que teme. – ele contesta, cruzando os braços. — Mas se não acredita em mim, pode se aproximar, quem sabe consiga ver que estou dizendo somente a verdade...

— Não precisa. – recuso de imediato, preferindo evitar qualquer proximidade. — É que... Tem tanta gente mentindo pra mim, que não sei quando estou sendo feita de boba novamente.

— Não confunda quem mentiu a você para lhe proteger, com aqueles que mentiram apenas para lhe causar algum mal. Sei que isso não diminui minha culpa por tê-la enganado sobre sua verdadeira origem, mas fiz o que fiz para o seu próprio bem, em momento algum quis tirar proveito da situação como Pandora.

— O mal que me causou nada se compara ao que ela me fez... – comento em um sussurro, comprimindo meus lábios e ponderando as palavras que diria a seguir: — Me dê essa noite para pensar e logo pela manhã terá uma resposta. É tudo que peço, Klaus.

— Se é o que precisa, por mim tudo bem. – concordou o híbrido, e no mesmo instante uma rajada de vento passou por nós, balançando a copa das árvores e meus cabelos, os desarrumando mais ainda e abraço meu próprio corpo no intuito nulo de me aquecer. — A noite está caindo, por que não volta comigo para casa? Poderá descansar e será tranquilizador saber que está por perto.

— Não tenho roupas em sua casa.

— Para isso existe Rebekah. Ela não ficará incomodada em lhe ceder mais algumas peças, contanto que as devolva depois. – ele advertiu, me arrancando um sorriso. — Agora chega de desculpas e venha logo. – Niklaus me estendeu a mão, olhando fixamente em meus olhos, mas permaneci retulante. — Vamos lá, eu não mordo. Pode confiar.

— E eu acho que confio... – mas é isso que me mais assusta, completo minha sentença mentalmente, estendendo minha mão de encontro a sua e entrelaçando nossos dedos para em questão de segundos as árvores não passarem de borrões ao nosso redor.

...

Assim que nos pusemos dentro da mansão, estranhei o silêncio. O local não se encontra da mesma forma quando saí as pressas aquele dia, após trocar palavras nada agradáveis com o híbrido.

— Onde estão todos? – questiono, dando uma volta pela sala, mas segurando a barra da jaqueta, me sentindo um pouco incomodada. Não é nada confortável andar assim, principalmente na frente de Klaus.

— Meus irmãos ainda devem estar nas ruas. Pedi a eles para que se certificassem de que foi vista apenas por humanos em sua transformação. Não precisamos de outros aproveitadores em cima de você. – ele explicou rapidamente, se encaminhando para a escada e fazendo sinal para que eu o acompanhasse. — Quanto a Hope e Hayley, ambas devem estar no quarto.

Ouvir o nome da pequena Mikaelson me proporcionou certa angústia. Sinto saudades dela, principalmente da época a qual nos dávamos bem. Ainda não entendo o que aconteceu para que ela me trate de tal forma, não fiz nada de ruim a ela... Ou fiz e não percebi, como venho me questionando nos últimos tempos.

O barulho da porta de meu antigo quarto sendo aberta me tirou de meus devaneios e vejo o homem parado ao lado, dando-me passagem para adentrar ao recinto primeiro.

— Fique aqui por alguns instantes...

— Aonde vai? – as palavras escaparam de maneira apressada, sem que ele pudesse concluir sua fala.

— Irei até o quarto de Rebekah pegar algumas roupas quentes. – respondeu Nik, com o cenho franzido. — Volto logo, amor. – dito isso, ele desapareceu do meu campo de visão e retorno minha atenção ao cômodo a qual me encontro, o analisando.

O quarto está do mesmo jeito, tirando o fato de minha Lola não estar debaixo da cama me esperando ou de minhas roupas e objetos pessoais não estarem mais espalhados pelos cantos do cômodo. Isso tem um motivo e simplesmente não posso me esquecer. Não moro mais nessa casa. Fui embora por não aguentar as loucuras de Niklaus e agora me parece que estou fazendo exatamente o contrário... Estou voltando, estou dependendo dele. Quando tudo parece estar bem ou que estamos nos entendendo, sempre acontece algo para arruinar isso. Quantas e quantas vezes tivemos momentos agradáveis, como por exemplo quando o resgatei, mas o que recebi em troca? Ele me mandou embora. Queria me largar em Londres e agora é isso que quero. Pretendo ir embora e nada fará com que eu mude de ideia...

Levo meu olhar de volta a porta assim que ouço passos, julgando serem do híbrido e não demorou muito para o mesmo aparecer, confirmando minha suspeita.

— Desculpe a demora, aproveitei para passar em meu quarto e trocar de camiseta.

— Sem problemas, você foi rápido. – digo, recebendo um meio sorriso e finalmente reparo nos itens que ele possuía em mãos.

— Aqui tem roupas limpas e uma toalha. – ele me entregou, logo seguindo para o banheiro e acendendo a luz. — Um banho quente lhe fará bem.

— Obrigada. – agradeço, passando por Niklaus e colocando as roupas e toalha sobre o mármore da pia.

— Estarei lá em baixo...

— Lá em baixo? – profiro um pouco a contragosto e ele pareceu perceber.

— Sim, algum problema, Angel?

— Não, tudo bem. Pode ir. – aceno levemente, mas ele permaneceu estacado no mesmo lugar. — Pode ir, Klaus.

— Algum problema em ficar sozinha? – meu corpo entrou em estado de alerta com essa simples indagação e me viro de costas a ele, me apoiando na pia. — Angel... – sua mão pousou em meu ombro coberto pelo couro de sua jaqueta, afastando meus cabelos do local e suspiro com mais intensidade, evitando olhar para sua imagem refletida no espelho a minha frente. — Se quiser, posso ficar para lhe fazer companhia...

— Não preciso de sua companhia. E muito menos irei tomar banho com você me olhando, seu pervertido! – empurro sua mão para longe e tudo que ele fez foi dar alguns passos para trás, se afastando.

— Não sou o tipo de homem que se aproveita de uma dama em situações como esta. Apenas quis ser gentil pois percebi que está com medo de ficar sozinha.

— Não estou com medo! E agora trate de ir embora, não preciso de babá, Niklaus!

— Tudo bem, se acalme. Irei conceder seu desejo, mas... Sabe que a qualquer mudança de sentimentos que tiver, virei ver se está tudo bem. – após dizer isso, ele se retirou do recinto e aproveito para fechar a porta do banheiro o quanto antes.

Respiro fundo, correndo meu olhar pelo ambiente, até parar sobre o box e trato de me locomover até ele, me despindo de minha única peça de roupa no caminho.

P.O.V Klaus

Permaneço encarando a paleta de tinta, até finalmente molhar o pincel sobre a cor vermelha, levando-o em seguida para a tela posta a minha frente, traçando um pequeno círculo e mais outro ao seu lado. Satisfeito, deixo o pincel de lado, pegando outro com cerdas mais finas e molhando na tinta preta. Comecei então meu trabalho, que consiste em transformar estas duas pequenas circunferências em um belo par de olhos hipnotizantes, misto em determinação e medo, mas também com um toque indispensável de selvageria.

Batidas na porta me interromperam e me viro para trás, encontrando Rebekah, que segurava em mãos o Galdrabrok, mas por suas feições, mais problemas estão a caminho.

— Você tem razão. – minha irmã afirmou com apreensão. — O poder cega as pessoas.

— O que aconteceu agora?

— Alguns dos vampiros de Marcel tiveram a péssima oportunidade de ver Angelina, assim como algumas bruxas e as ambições simplesmente os cegaram. Todos querem tirar proveito da híbrida Lamartine. Eles a enxergam como uma arma, Nik! Angel está passando por inúmeros problemas e tudo que importa para eles é o seu poder, sua força, sua resistência e inclusive o Galdrabrok.

— Agora entende o porque de eu tê-la escondido por tanto tempo? Angelina é uma fonte de poder sem fim. Seu sangue é capaz de coisas que vão além de nossa compreensão e o que ela pode fazer com o Galdrabrok nem se compara. Nesse mundo, o poder está acima de tudo e para consegui-lo somos capazes de cometer atrocidades. – admito, sabendo que também sou assim quando se trata de poder, mas a fonte de poder que está em jogo agora é diferente. É Angelina. — Se Marcellus, seus seguidores e até mesmo as bruxas acham que vão se aproveitar disso, estão terrivelmente enganados! Eles não irão encostar em um fio de cabelo dela. Se for preciso matar mais alguém nessa cidade, que comece por eles então! – decreto, seguindo a passos duros em direção a porta, mas minha irmã se pôs em meu caminho, me impedindo.

— Não há necessidade de ir atrás deles por enquanto. Graças a Davina, consegui chegar a um acordo com as bruxas. Elijah, ficou para conversar com Marcel e creio que com a intervenção dela as coisas se resolverão. Marcellus escuta o que Davina diz.

— Elijah não sabe lidar com Marcellus. Muito menos uma criança! As traições dele estão passando dos limites, seu problema é comigo, mas se ele continuar envolvendo Angel nessas loucuras, serei obrigado a tomar providências.

— Tenha calma. – ela pediu aflita e tudo que faço é me afastar, respirando fundo.

— Não quero que ela sofra ainda mais, Rebekah.

— Nenhum de nós quer, mas pelo menos ela está conosco agora.

— Angelina passou por situações das quais nunca deveria ter passado. – comento, me sentindo em partes culpado por tudo que aconteceu. Eu deveria estar lá para protegê-la, mas falhei e o que acontecerá caso eu falhe agora? — Pandora destruiu tudo aquilo que ela acreditava. Tirou seu principal alicerce.

— Então, quer dizer que... – Rebekah deixou a sentença morrer, enquanto incredulidade resumia perfeitamente seu estado.

— Margot nunca existiu e Pandora fez de tudo para tornar essa notícia ainda mais devastadora.

— Como ela pode?! Angel não merecia isso... Elas eram tão apegadas. Pandora gastou anos de sua vida assumindo outro corpo a troco de que? O que leva uma pessoa a ser assim?

— Mais uma vez o poder entra em jogo. Pandora não poderia abandonar Angelina, caso fizesse isso, perderia sua fonte de poder. Estar ao lado de Angelina foi a melhor de suas ideias, assim ela se mantinha a par de tudo que tramavam e tomaria providências a respeito.

— Pelo menos você permaneceu ao lado dela nesse momento tão difícil. Fez muito bem, Nik.

— Em hipótese alguma daria as costas a ela.

Na floresta, Angel parecia ser feita de porcelana, completamente frágil e exposta. Me senti no dever de permanecer ao seu lado, lhe protegendo de todos que queiram seu mal. Ela já sofreu tanto, não precisa de mais decepções.

— Mas isso não muda nada em questão a traição que ela cometeu. – rebato, cruzando meus braços na altura do peito e afastando pensamentos tolos. — Angelina me apunhalou pelas costas e isso não tem perdão.

— Não seja tão severo com ela. Tente entender seu lado...

— Devo entender que ela desejou minha morte? Porque não existe outro motivo para se aliar a Mikael a não ser esse.

— Ela estava perdida.

— E quando não está, Rebekah?

— Ela não estaria se tivesse enfrentado nosso pai a sessenta anos atrás.

— Só está defendendo essa traidora porque ambas são iguais, ou pensa que esqueci que conspirou contra mim?

— É impossível esquecer com você me lembrando a todo instante.

— É isso que traidores merecem.

— Sabe que se eu pudesse voltar atrás, nunca teria feito isso. – minha irmã argumentou, sua voz carregada de tristeza e preferi migrar meu olhar para outras telas pintadas ao nosso redor.

— Lembro-me de ouvir Angelina dizer algo semelhante, mas a verdade é que vocês não podem voltar no tempo para concertar os erros cometidos. Não entendo porque insistem em dizer isso.

— Também não entendo...

— Melhor pararmos com mais esse drama familiar. – proponho, impaciente. — A notícia de Marcel acabou com qualquer felicidade momentânea que eu tivesse e já me foi trabalhoso demais conseguir trazer Angelina para essa casa, não preciso de outra discussão com você para piorar minha noite.

— Como conseguiu convencê-la a ficar?

— Não consegui. Ela ainda pretende ir embora. – informo, acabando com suas expectativas. — Tudo que ela aceitou foi passar essa noite aqui.

— Mas ela não pode fazer isso! Você não pode permitir uma coisa dessas, Niklaus! Se com Angelina por perto, falhamos em protegê-la, permitindo que coisas horríveis lhe acontecessem, quem dirá quando ela estiver do outro lado do mundo? Você precisa fazer com que ela mude de ideia.

— E você acha que eu não tentei? Angelina não me escuta de maneira alguma. Ela acha que fugir é sua melhor opção.

— Uma opção que a levará para a morte se não fizermos algo para impedir.

— Amanhã de manhã ela nos dará uma resposta concreta de sua decisão e torço veemente para que até lá ela consiga enxergar o quão irracional está sendo.

— E se não enxergar? – respiro fundo diante sua indagação, percebendo que meu silêncio não lhe agradou nenhum pouco. — Responda! E se ela não enxergar?

— Então a deixarei partir. – admito por fim, recebendo seu olhar incrédulo.

— Se permitir que vá, sabe que Pandora será a primeira a encontrá-la...

— E você quer que eu faça o quê? Tranque-a naquele quarto e drene seu sangue para que ela não tenha forças para escapar? Creio que já tem pessoas demais com a primeira opção em mente! – exclamo, fazendo com que Rebekah desse um passo para trás. — Agora ela está naquele quarto chorando e não há nada que eu possa fazer a não ser sentir tudo que está lhe atormentando. Pandora conseguiu fazer com que ela se sinta um lixo, achando que é inferior a todos que se ponham a sua frente. Tudo que ela quer é desaparecer e com todos querendo praticamente um pedaço dela, nossos problemas apenas aumentam.

— Nunca pensei que diria isso, mas... Compelir Angelina pode ser a única forma de protegê-la. Quanto aos outros, iremos cuidar disso depois, nossa prioridade é ela. Angelina não pode deixar Nova Orleans.

— Não posso fazer isso com ela. – sentencio, descartando de imediato essa possibilidade. — Camuflar a dor que ela carrega apenas irá piorar a situação. Quero que Angelina aprenda a conviver com essa dor e transforme-a em força para lutarmos lado a lado, mas na mesma hora que ela parece cogitar, algo a prende... E então ela desiste.

— Ela desiste pois não acredita em você e para ser sincera, nem mesmo eu acredito. – olhei para minha irmã com o cenho franzido, mas soltando uma risada sem humor e lhe dou as costas, caminhando para o outro lado do cômodo. — Diz querer lutar ao lado dela nessa guerra, mas ainda a enxerga como uma traidora...

— Então, quer que eu simplesmente passe uma borracha em cima de sua traição. Que até mesmo a perdoe?

— Não estou pedindo para que perdoe, apenas que tenha certeza de que quer permanecer ao lado dela nesse momento. Mas lembre-se que está com ela como aliado e não como inimigo. Se nesse pouco que conversamos você jogou a minha traição e a de Angelina na minha cara, o que acontecerá quando houver alguma discordância entre ambos? Nik, você joga tudo para o alto e magoa as pessoas sem se importar. Como espera que Angelina confie em você? E caso ela confie, manterá sua palavra até quando? Porque agora e fácil você dizer isso, mas quero ver se pensará da mesma forma daqui algum tempo.

— Diga o que quiser, o que basta para mim é a decisão dela e não suas desconfianças.

— Não são simples desconfianças. Me preocupo com ela...

— E eu não?! – rebato, interrompendo seu discurso barato e me ponho a sua frente. — Você sabe o quanto eu amei essa mulher... Por ela larguei tudo, até mesmo todo amor que sentia, tudo isso para mantê-la em segurança. Até que Mikael encontrou uma maneira para usá-la contra mim e conseguiu. Se hoje sinto algum desafeto por ela, a culpa é dele. Ele e Pandora destruíram minha relação com Angelina. Estão tentando nos transformar em inimigos e eu nunca quis isso, mas não posso ignorar o fato dela ter me traído, pois, você acreditando ou não, irmã, pensei que Angel fosse a única pessoa nesse mundo patético que seria incapaz de me causar algum mal. E vejam só, ela causou... Ela se uniu a ele para me destruir. Só que mesmo depois de tudo isso, consegui encontrar bondade dentro de mim para permanecer ao lado dela, pois acredito que não estamos destinados a terminarmos nossos dias como duas pessoas que se odeiam acima de tudo...

— Se encontrou bondade para permanecer ao lado dela, encontrará bondade o suficiente para perdoar. Isso não acontecerá agora, pode levar um tempo, mas até esse dia, ambos já não serão vistos com desprezo um pelo outro e o perdão será espontâneo... sincero... e quem sabe vocês não possam se tornar bons amigos no fim das contas. – dou um passo para trás, sendo pego de surpresa pelas palavras de Rebekah e ela segura minha mão, prosseguindo: — Tudo depende de você nesse momento, Nik. Mostre que o irmão que eu tanto amei ainda está em algum lugar aí dentro... – a mão que antes estava sobre a minha, pousou lentamente sobre o meu peito, precisamente do lado esquerdo. — Faça com que ela mude de ideia. Você não pode desistir, Angelina querendo ou não, precisa de sua ajuda.

— Não há mais nada que eu possa fazer. Por que não pede a Elijah para falar com ela em meu lugar? Ambos estão relativamente próximos...

— Porque não foi Elijah que esteve ao lado dela quando ela mais precisou. Foi você. Seu rosto foi o primeiro que ela viu assim que tudo começou. Será que é tão cego a ponto de não perceber a segurança que passa a ela toda vez que está por perto?

— Segurança? Tudo que ela tem feito é se machucar.

— Então, mude isso. Proteja Angelina.

— Mas para isso preciso dela ao meu lado.

— Você sempre teve, Nik.

...

P.O.V Angel

Fecho o registro e me retiro do box, pegando a toalha de cima da pia e passando em meus cabelos, parando assim que constei que os fios não estavam tão ensopados. Repeti o mesmo processo com meu corpo, secando-o e logo comecei a me vestir com as roupas deixadas por Niklaus. Deixei o banheiro, apagando a luz do mesmo e me deparando com um cômodo completamente escuro a minha frente. Pela janela pude constar que a noite já nos deu sua graça e desfruto de minha boa visão para caminhar até o interruptor do quarto, conseguindo assim a luz de volta.

Caminho até a penteadeira, me acomodando sobre a cadeira extremamente confortável e observo meu reflexo no espelho. Os olhos avermelhados e inchados, deixam em evidência que chorei e é melhor nem citar minha aparência no momento. Passo a ponta dos dedos sobre a Estrela em meu peito, sabendo que minha tentativa de horas atrás foi completamente falha. Tirar a pele quantas vezes que seja, nunca será o suficiente para sumir com ela, mas em momentos de desespero, essa é a única alternativa que encontro de me sentir livre, nem que seja pelos poucos segundos que levam até minha pele se curar e enfim a marca retornar para meu peito, lugar a qual parece que demorará para sair.

Me levanto, soltando um grunhido frustrado e bagunço meus cabelos, pensando no que fazer agora e meu olhar caiu sobre a porta, ponderando a ideia de sair para fora ou permancer por aqui mesmo, livre da chuva de questionamentos que me aguarda assim que por meus pés na sala. Foi tão difícil contar a Klaus tudo que me aconteceu. A cada palavra uma lembrança dolorosa aparecia e não quero ter que passar por isso novamente. Não quero ser julgada. Não quero ouvir suas discordâncias sobre o quanto estou sendo imoral em fugir, largando tudo para trás. E principalmente seus discursos baratos de que sou forte o suficiente para lutar contra Pandora e Mikael, pois sei que não sou.

Minha única opção foi me aconchegar sobre a cama, me deitando encolhida por cima dos lençóis e abraçando um dos diversos travesseiros, enquanto mantenho meu olhar vago sobre a escuridão através da janela.

Batidas na porta ecoaram, trazendo-me de volta a realidade. Só pode ser o karma agindo e já que ver alguém não está em meus planos, tudo que fiz foi soltar um "Estou me trocando", para quem quer que fosse desistisse de me ver, mas ao contrário do que esperei, a porta foi abruptamente aberta.

— Esperava lhe encontrar com menos roupa. – observou Niklaus, recebendo um olhar zangado meu, mas ao reconhecer o que ele segurava em mãos, engoli em seco, visivelmente incomodada.

— O que quer aqui? – questiono sem rodeios, assim que ele fechou a porta.

— Conversar com você. – ele respondeu simplesmente, se encaminhando até a poltrona de frente a cama e se sentando.

— O combinado foi que eu lhe daria a resposta ao amanhecer. – comento, virando meu rosto para o lado, focando em qualquer objeto desse cômodo. — E até agora minha resposta não mudou, se lhe interessa saber. – murmuro, tombando minhas costas sobre o colchão e fechando os olhos gradativamente.

— Esse assunto me interessa, mas não é sobre isso que quero conversar...

— Então, é sobre o quê?

— Isso. – pude sentir algo ser jogado aos pés do colchão e me sento sobre o mesmo, encarando o famoso Galdrabok a centímetros de mim.

P.O.V Klaus 

— Então, quer dizer que já encontrou a bruxa... Eu disse que conseguiria. – Angel comentou, me fazendo rir, enquanto discordava de suas palavras:

— É aí que se engana, amor. Ainda não encontrei a bruxa ideal.

— Seu tempo está acaban...

— Abra. – corto suas palavras, dizendo. — Vamos lá, abra o Galdrabok.

— C-Como assim? – Angel indagou com a voz trêmula, adquirindo uma expressão confusa.

— Você sabe o que fazer. Basta derramar um pouco de seu sangue. – lhe incentivo, me pondo de pé e indo até o pequeno móvel ao lado de sua cama, abrindo a gaveta e retirando uma adaga.

— Não quero abrir. Quero distância desse livro. – ela recusou, batendo em minha mão na tentativa de derrubar o objeto, mas isso apenas fez com que eu o segurasse com mais firmeza.

— Não seja tola. Abra. Veja tudo que sua mãe criou com tanto sacrifício... – torno a insistir, me sentando ao seu lado na cama e observando seus olhos confusos. — O que tem a perder com isso? – bastou essa pergunta para que ela pegasse a adaga de minha mão e seguro o grimório, colocando-o sobre seu colo.

— Onde deixo meu sangue cair? – ela questionou, não tendo conhecimento algum sobre o que está prestes a fazer e sorrio, respondendo:

— Acho que o brasão Lamartine é o local ideal, amor.

— Tudo bem. – a híbrida respirou fundo, segurando o objeto metálico com força e percebo sua mão um pouco trêmula, indicando seu nervosismo, mas não interferi.

Angelina, então, rasgou um pequeno corte na palma da mão, levando-a para cima do grimório e permitindo que seu sangue caísse sobre o símbolo Real, sujando-o de vermelho. A mancha não permaneceu ali por muito tempo, aos poucos, desapareceu, parecendo se fundir ao Galdrabok.

— Será que funcionou? – ela indagou, mordendo o lábio inferior em um misto de aflição e expectativa.

— Só há uma maneira de descobrir... – acrescento, sinalizando para que ela seguisse em frente e assim fez, ao segurar a capa arroxeada do grimório, abrindo-o.

Para mim, não houve novidade alguma, pois, sempre soube que ela é a herdeira Lamartine, mas para Angelina, isso pareceu algo de outro mundo, completamente especial e não pude deixar de me sentir feliz por ela. Seus olhos brilhavam e sua boca se mantinha levemente aberta, como se ainda tentasse assimilar o que acabou de acontecer, mas não demorou muito para que ela começasse a folhear o Galdrabok com afobação, olhando atentamente cada página.

— Eu não faço a mínima ideia do que está escrito nestas páginas, mas é incrível! – ela exclamou animada, se referindo ao fato do livro ser escrito em Islandês e logo retornou seu olhar sobre mim. — Sabe me dizer o que está escrito?

— Sinto em desapontá-la, mas, infelizmente, não falo Islandês fluente. Quem sabe sua amiga não possa ajudar...

— Tem razão! Margot deve saber... – o sorriso sumiu, assim como o brilho em seu olhar ao constar o erro que cometeu, proferindo o nome desta traidora. — Ela não existe... – Angel empurrou o grimório para longe e se arrastou apressadamente para o outro lado do colchão, se levantando e cruzando os braços atrás da cabeça, soltando o ar preso em seus pulmões.

— Eu me referia a Davina, ela também é sua amiga. Com a ajuda dela, poderá aprender mais sobre o Galdrabrok.

— Não preciso aprender nada sobre o Galdrabrok. Não preciso dele, ele é seu. – Angelina voltou a reafirmar, se virando para mim com uma expressão descontente e me martirizo por ter sido burro o suficiente para estragar tudo mais uma vez.

— Não é isso que parecia. Você estava bastante animada por ter aberto o livro pela primeira fez.

Tudo estava indo bem até o nome dela aparecer. Margot não pode se tornar uma pedra em nosso caminho.

— Eu não estava animada porcaria nenhuma! Deve estar ficando cego, Niklaus!

— Essa é a melhor resposta que conseguiu formular? Não perca seu tempo. Pode enganar a si mesma, mas não a mim. Você demonstrou interesse pelo grimório.

— O que adianta interesse? O Galdrabok continua sendo seu, basta se apressar para encontrar uma bruxa decente.

— O Galdrabok é seu por direito. Não irei quebrar uma tradição que Stella desejava criar.

— Não pode fazer isso! Temos um acordo e...

— Não existe mais acordo. Quero que use o grimório para acabar com Pandora da maneira que ela merece.

— O quê? Eu não sou uma bruxa!

— Tem razão, não é, mas sua mãe também não era e mesmo assim usufruía dos feitiços desse livro. Stella, possuía um colar e se recuperar suas memórias, descobriremos onde ele está.

— Isso é um absurdo! Acha que posso controlar a magia? Mais fácil eu mirar o feitiço em Pandora e acertar Elijah! Não sou forte o suficiente para controlar esse grimório... Isso está além de mim! – ela se apressou em dizer, gesticulando de maneira exasperada e me aproximo.

— Pare de se achar inferior a ela. – peço com seriedade, não suportando escutar alguém com tanto poder se rebaixar dessa forma. — O que precisa fazer para provar a si mesma que é mais forte do que eles?

— Preciso derrotar Pandora e Mikael, mas até agora apenas vejo o quão impossível é... E eu aceitei isso. Não irei insistir em algo sem fundamento. – Angelina abaixou o olhar, encarando os próprios pés descalços e imediatamente seguro seu queixo, erguendo seu rosto até que seus olhos encontrassem os meus novamente.

— Rainhas nunca devem abaixar a cabeça. Lembra?

— Não sou uma Rainha! – ela se afastou rapidamente, indo para perto da janela. — Não quero que fique me chamando assim em vão.

— É uma coroa que lhe falta? Se for isso, posso providenciar uma. – Angel se virou, mantendo o cenho franzido e me olhando como se eu fosse um louco. — Posso ir agora mesmo na loja de conveniências da esquina e comprar uma daquelas coroas de plástico, apenas para o momento e depois, com mais tempo, providenciarei uma com pedras de brilhante e tudo que uma Rainha tem direito...

— Se a coroa de plástico brilhar no escuro, não será preciso uma com pedras de brilhante. – ela respondeu entre uma risada e meu corpo relaxou graças a estas poucas palavras.

Isso significa que minha Angelina ainda existe. Mesmo com todos os problemas e inseguranças, ela está aqui, no âmago, mas continua aqui e tudo que preciso fazer é trazê-la de volta, dessa vez sem cometer deslizes.

— Então, irei providenciar uma. – acrescento, me encaminhando até a porta, mas fui impedido, assim que sua mão segurou meu braço.

— Você é louco.

— Um louco bom ou ruim?

— Eu sei o que está tentando fazer... – a confusão foi nítida em minha face, pois, logo Angelina se dispôs a falar: — Me distrair, o pouco que seja, não é o suficiente. Precisa entender isso, Klaus.

— Como espera que eu entenda que a mulher que tão bem conheço está desistindo de tudo por medo? Angelina, era você quem me aconselhava, dizendo que eu não poderia ter medo em hipótese alguma, que eu deveria permanecer sempre de cabeça erguida... Por que está fazendo isso agora? Onde está minha Angelina? – encerro minha sentença um tanto quanto receoso, percebendo que havia dito mais do que devia e recuo alguns passos para trás.

— Não sou mais sua Angelina. Deixei de ser a muito tempo... E sobre meu encorajamento, é sempre mais fácil ajudar ao próximo do que a si mesmo.

— Então, por que não me deixa ajudá-la? Estou aqui, tudo que precisa fazer é aceitar minha ajuda!

— Tenho medo. – ela confessou com os olhos marejados, passando as mãos sobre os cabelos e os empurrando para trás. — Você não é assim todo dia, Niklaus. Você muda e muda para pior. Você consegue me destruir apenas com palavras, exatamente como aquela bruxa e...

— Não é possível que esteja me comparando a ela! Isso é sério, Angelina?! – ralho desacreditado e a mulher apenas balançou a cabeça em afirmação. — Como tem coragem de me comparar a essa miserável? Eu nunca quis lhe fazer mal algum! Tudo que quero e prezo é pela sua segurança...

— Uma segurança fundada em traições, mentiras e ódio! É isso que quer? Quer mesmo continuar com isso? Pois, eu não! Parte de minha ida tem haver com Pandora e tudo que ela me fez, mas a outra metade tem haver com você, especialmente você! Estou cansada de você, Niklaus!

— De mim? – as meras palavras escaparam como um sussurro, enquanto observava Angelina a minha frente, procurando motivos para ela estar me dizendo algo desse patamar e por mais que eu queira negar, eles existem. — Como pode dizer isso? Reconheci meus erros, o que mais quer de mim?

— Quero que saia desse quarto.

— Jura que está me expulsando de um dos quartos da minha própria casa?

— Então saio eu. – a loira foi até a porta, mas espalmei minha mão na madeira, acabando com qualquer oportunidade que ela tivesse de fugir de mim, mas isso pareceu não lhe agradar. — Porra, qual é o seu problema?! – Angelina gritou, se virando de frente para mim e me fuzilando com seus olhos claros, translúcidos em raiva.

— Me responda você primeiro. – proponho, mas ela apenas passou batido por mim, esbarrando, propositalmente, seu ombro em meu braço, graças a diferença de altura entre nós. — Se a intenção era acertar meu ombro, posso me abaixar se quiser...

— Vai se ferrar! – a híbrida esbravejou sem paciência, fazendo um gesto inapropriado com o dedo do meio e não consegui conter o riso. — Para você tudo isso não passa de uma piada, não é? Admita que não dá a mínima para mim! Quem foi que o mandou aqui? Elijah? Aposto que foi ele!

— Por que em tudo você o envolve?

— Porque ele é o único que se preocupa comigo!

— O único?! – exclamo, beirando incredulidade. — O nobre Elijah sempre será seu salvador, não é mesmo? Por que não corre atrás dele? Peça para ele permanecer ao seu lado em sua próxima transformação e espero veemente que ele falhe e que você acabe matando muitos inocentes!

— Não diga uma coisa dessas. – ela pediu, quase em um sussurro e uma ideia transpassou minha mente. — Elijah não é o único que se preocupa comigo... Me desculpe, eu...

— Guarde suas desculpas.

— Klaus...

— Talvez o problema realmente seja você. – esclareço, ganhando sua feição confusa e magoada. — Também pudera, passou anos em Baton Rouge vivendo como uma humana e se acostumou com o fracasso. Você é uma vergonha a todos que um dia depositaram confiança. Não consigo entender como um dia pude enxergar em você minha Rainha ideal... Como pude perder tanto tempo tentando protegê-la, para ouvir que meu irmão é o único que realmente se preocupa com você... Sem dúvidas eu não estava em um bom estado de espírito. – despejo tudo, me arrependendo amargamente por cada mísera palavra, mas eu preciso fazer isso. Ou Angelina entende de uma vez por todas e desiste dessa ideia maluca de fugir ou me odeia ainda mais. — Você não reage! Você não luta, Angelina! E estou cansado disso. Estou cansado de insistir, de querer seu melhor sendo que nem você mesma quer... Pois bem, se ir embora é o que tanto almeja, vá. Fuja sem olhar para trás, corra para sua própria morte, mas não espere que eu vá atrás para morrer com você. Eu desisto. – a frieza acompanhou cada sílaba proferida e não demorou para que as lágrimas tomassem conta de suas bochechas rosadas.

Diante sua reação, lhe dei as costas, seguindo até a janela do quarto e apoiando minhas mãos no parapeito, suspirando com pesar e torcendo para que minha ideia funcione ou estarei magoando Angelina em vão e isso é tudo que menos quero. Mas não aguento mais vê-la se destruir. Ela precisa abandonar esse sentimento de inferioridade e sei que não sou a pessoa correta para falar sobre isso, pois é exatamente assim que me sinto em relação a Mikael, mas vê-la passar por isso é horrível.

— Klaus... – meu nome ecoou através de sua voz embargada e ainda assim, permaneci de costas a ela, esperando o que viria a seguir: — Klaus, olha pra mim...

— O que ainda faz aqui? – indago com a mesma frieza de antes. — Ir embora era o que tanto queria e não há ninguém lhe mantendo acorrentada nesse quarto. Pode ir.

— M-Mas... eu...

— A porta está bem atrás de você, é só abrir e ir embora. Simples assim.

— É muito simples, mas não sei se é isso que eu quero fazer... – nesse instante, meu coração saltou em meu peito e me viro em sua direção, pensando ter escutado errado. — Não desiste de mim... Por favor... ou... ou sou capaz de cometer uma loucura. Você vem sendo meu alicerce desde que... – ela fez uma pausa, como se estivesse criando coragem para prosseguir: — Desde que descobri que ela não passou de uma farsa. Então, não desiste de mim, Nik. Todos podem desistir, contanto que nenhum deles seja você.

— Pede para que eu não desista de você, mas se esquece que desistiu de si mesma Angelina. – comento, me aproximando de sua figura frágil. — Isso parece certo?

— Eu não sei... Tudo que eu queria era não ter que passar por isso.

— Mas você está passando por isso e não podemos voltar no tempo para reverter essa situação. Então, sugiro que escolha bem quem quer ao seu lado nesse momento.

— Eu quero você. – sua voz antes trêmula e chorosa, assumiu um timbre decidido e determinado, algo que achei impossível acontecer.

— Então, você me tem ao seu lado. Basta ficar.

— Mas não sei o que fazer ou muito menos que passo dar primeiro. As lembranças me atormentam... ficam rondando minha mente, me martirizando a cada segundo.

— Se lembra de ter me dito aquela vez que as lembranças não podiam me machucar? – pergunto, segurando-a pelos ombros e mais uma vez ela acenou em concordância. — Elas não podem machucar você também, amor. Precisa esquecer isso.

— Mas eu não consigo... – Angel admitiu. — Klaus, eu não consigo! Eu pensei que ela fosse minha melhor amiga, a pessoa que eu confessava tudo, cada simples acontecimento...

— Eu sei o quanto é difícil. – afirmo, secando inutilmente suas lágrimas com meus polegares. — Odeio vê-la nesse estado. Mas esqueça que um dia ela existiu... Você não precisa dela, Angel. Você é amada por muitos, conseguiu amigos verdadeiros que querem somente seu bem. Se concentre neles... Se concentre em mim. Por favor, lobinha, não me abandone... – e aqui estou, implorando para que Angelina não me deixe, pois, por mais que eu ouse negar a todos, tê-la ao meu lado me faz bem.


Notas Finais


Voltei! Bem, digam o que acharam. Sei que ficou meio meloso (eu, particularmente, não gosto de tanta melosidade), mas essa eu achei necessária... Esses dois se completam. ❤

*se interessar alguém, esse é o meu twitter: https://twitter.com/explicitylan?s=09 podem me chamar sem medo haha


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