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História Mine (fanfic em correção) - De volta a Nova Orleans


Escrita por: explicitylan

Notas do Autor


Amores, milhões de desculpas por não ter postado o capítulo sábado como o de costume. Eu tinha tudo programado para postar, mas meu celular não colaborou. Como eu estava sem crédito e minha casa não tem wifi (#sad), eu fui na pracinha aqui perto para postar, mas meu celular está com a bateria ruim, conforme estou no site, arrumando os parágrafos do cap, pondo letras em negrito, itálico e tals, o filho da mãe desliga do nada e em seguida quando o ligo, ele mostra que está com a bateria fraca, sendo que saio de casa com ele em 100%!! Pelo visto vou ter q comprar outra, mas agr minha mãe finalmente me colocou crédito, oque alivia um pouco a situação, então corri aqui para postar o capítulo para vcs ❤ Fiquei esses dias tão triste por não ter entregado o capítulo no prazo, sinto muito mesmo. Espero que me entendam.

Capítulo 42 - De volta a Nova Orleans


P.O.V Angel

—Obrigada.—Agradeço assim que, Paul, pegou minha mala, pondo-a em seu devido lugar e me encaminho para perto da mesa, deixando o embrulho de presente, minha maleta e meu lanche, todos ali encima.

—Disponha, Angel. Fiquei surpreso quando, Niklaus, apareceu aquela noite sozinho. Não sabia que voçê ficaria mais um pouco na cidade.—O piloto comenta se voltando a mim e balanço a cabeça em afirmação, me sentando na poltrona e abrindo a caixinha do meu lanche do Burger King.—Aproveitou muito a maravilhosa Vegas?

—Não exatamente como eu queria, mas tive a oportunidade de ir a um cassino, foi até divertido.

—É uma pena. Existem tantos outros lugares incríveis para se visitar nessa cidade...—Ele informa com decepção e balanço a cabeça, ponderando.

—Pode até ser, mas não teria muita graça conhecer Vegas sozinha. Então, é melhor eu me contentar e voltar para casa.—Acrescento seguido de uma fraca risada e Paul apoia uma de suas mãos no tampo da mesa, olhando-me com atenção.

—Eu poderia lhe mostrar muito mais do que um simples cassino... Basta voçê permitir.—Paro tudo que estava fazendo nesse momento e junto as sobrancelhas, confusa e impressionada com suas palavras, mas principalmente com sua cara de pau.

—Vou fingir que voçê não disse isso, para o seu próprio bem.—Rebato sem interesse e o homem esboça um sorrisinho de lado.—Acredito que já possa se retirar, tenho horário para chegar em NOLA.

—Como desejar.—Dito isso, ele me deu as costas, seguindo em direção a cabine, mas parando subitamente no camimho e se virando de volta a mim.—Ah! Antes que eu me esqueça, um homem esteve a sua procura.

—Um homem?

—Sim, ele apareceu no aeroporto assim que Niklaus desembarcou em Nova Orleans e perguntou por voçê.

—Não era o Dylan?—Questiono com estranhamento, mas vejo-o chacoalhar a cabeça em negação.—Como ele era?

—Não sou muito de reparar em homens, mas ele era alto, loiro e parecia não ser daqui. Tinha um sotaque diferente e ficou fazendo perguntas sobre voçê. Coisas do tipo, como estava, com quem andava e porque estava viajando tanto...—Paul, explica dando alguns passos para perto de mim novamente e me ponho de pé com a desconfiança aflorando meus sentidos.

—E oque disse a ele?

—Optei por não dar muitas informações. Ele me pareceu interessado demais, estranhei.

—Fez muito bem. Ele disse pelo menos o nome?

—Quando perguntei ele desconversou, alegando que estava atrasado e que precisava ir.—Me mantive pensativa após estas palavras e passo a mão sobre a Estrela em meu peito, engolindo em seco.—Pelo pouco que descrevi, voçê sabe de quem se trata?

—Infelizmente não.—Afirmo com desagrado.—Mas pelo visto ele parece me conhecer muito bem.

—Talvez não tão bem assim, ele a chamou de Angelina Lamartine, mas pelo que eu saiba, seu nome é Angelina West, de acordo com seu passaporte.—O piloto contesta em alta, usando esse fato como motivo de desconfiança, mas já a mim, isso era uma confirmação. 

Esse tal homem sem dúvidas me conhece muito bem e ainda por cima por meu verdadeiro nome, sinal de que ele sabe sobre meu passado.

—Ele não deixou algum telefone para contato?

—Pediu o seu, mas disse que não tinha permissão para lhe passar. Satisfeito foi algo que ele não ficou com isso... Acha melhor avisar a polícia?

—Oque?!—Indago em um sobressalto, continuando:—Não precisamos da polícia. Esse homem até o presente momento não fez nada demais.

—Mas não posso ignoar sua reação ao falarmos sobre isso... Por acaso voçê e Niklaus estão envolvidos com gente que não presta? Porque em todos esses anos trabalhando como piloto, tive a oportunidade de me deparar com muita gente. Reconheço um mal caráter quando vejo um.—Ele acrescenta com o pé atrás, incomodado com isso e respiro fundo, não querendo mais prosseguir com este assunto tão desagradável, mas eu lhe devia uma resposta:

—Niklaus e eu não estamos envolvidos com gente que não presta. Não estamos envolvidos com nada. Talvez eu apenas não esteja me recordando deste homem... Mas isso não significa que ele é um criminoso ou algo do tipo. Chega de julgamentos desnecessários, Paul. Volte ao seu trabalho.—Ponho um fim na conversa, voltando para o meu lugar e encarando o lanche, sabendo que havia perdido totalmente o apetite, mas o piloto não se moveu, permaneceu parado.—Mexa-se! Voçê não está colado ao chão!—Reclamo sem paciência e em questão de um segundo ele já seguia para a cabine, deixando-me sozinha no interior da aeronave, perdida em pensamentos.

...

Após quase três horas de viagem e inúmeros devaneios, o jatinho finalmente aterrissou e eu não poderia me manter mais ansiosa por finalmente estar de volta a minha verdadeira casa. Não importa quantos lugares novos eu conheça, sempre irei preferir Nova Orleans. Afinal, presenciei o desenvolvimento deste lugar, vi essa cidade crescer e se tornar a famosa capital do jazz. Fora as incontestáveis lembranças que carrego em minha memória.

Observo a porta lateral ser aberta e me encaminho para perto de minha mala, pegando-a e em seguida seguro o presente para Hope em meu antebraço, e com a outra mão livre a maleta. Literalmente eu estava voltando de viagem.

—Deixe-me ajuda-la.—A voz de, Paul, se fez presente, mas apenas disse que não precisava de sua ajuda.

Ainda não me esqueci da "cantada" a qual ele deixara escapar a momentos atrás e acretido que seja melhor deixar as coisas muito bem esclarecidas entre nós, caso ainda haja alguma dúvida em sua mente.

Segui para a pequena escada, ganhando os ares da cidade que tanto amava e me deparo com o range rover preto de, Niklaus, estacionado não muito longe, oque fez meu coração se acelerar, mas assim que a pessoa saiu de dentro do veículo, pude notar que não se tratava do híbrido.

—Dylan? Oque está fazendo aqui?—Indago confusa, mas me aproximando, enquanto ele abria o porta-malas.

O garoto me ajudou a guardar tudo que eu mantinha em mãos e preferi que a maleta e o embrulho fossem colocados no banco de trás do carro, já que continham itens importantes. Quando me virei em sua direção, fui surpreendida por um abraço. Dylan, praticamente me esmagava contra seu corpo. Seus braços se mantiveram entrelaçados ao redor de minha cintura, enquanto os meus estavam dobrados de frente ao seu peito e por mais que quando parti as coisas não estivessem muito boas entre nós, esse abraço deixou apenas em evidência o quanto eu sentia sua falta.

—Que saudade eu estava de voçê, pequena...—Dylan, murmura depositando um beijo em minha testa e foi impossível não sorrir diante seu gesto.—Sei que está zangada comigo, mas poderia ter atendido minhas ligações. Fiquei preocupado.

E assim me recordo das inúmeras chamadas perdidas dele aquele dia a qual pensei em retornar antes de dormir, mas por conta da lembrança, acabei me esquecendo e assim se estendeu até hoje.

—Desculpa, mil vezes desculpa. Não estou zangada com voçê, é que aconteceram algumas coisas... E voçê sabe como sou.—Anuncio com pesar, afastando um pouco nossos corpos, podendo assim levar minhas mãos a sua nuca, passando a ponta de meus dedos levemente sobre sua pele alva.—A propósito, achei que era voçê quem estivesse zangado comigo...

—Isso é impossível e voçê sabe muito bem disso.—Ele rebate com seriedade e suspiro, me afastando e passando a mão sobre os cabelos, tendo de arruma-los por causa do vento e migro meu olhar ao carro, indagando:

—Porque está com o carro de Niklaus? Aconteceu alguma coisa, por isso ele não pode vir me buscar?

—Não, ele está bem. Todos estão. Então, fique tranquila quanto a isso, Angel.—O garoto me garante com um sorriso reconfortante, deixando-me aliviada.—Eu apenas disse a ele se poderia vir busca-la em seu lugar e por incrível que pareça ele deixou, mas não ficou muito contente.—Dylan, continua, abrindo a porta do carro para mim e me acomodo no banco do passageiro, enquanto ele se encaminhava para o outro lado, ocupando o lugar do motorista e nos tirando do aeroporto.—Ficou decepcionada por eu ter vindo no lugar dele?

—Surpresa é a palavra ideal... E feliz também.—Confesso pondo a mão em seu ombro, apertando a área de leve e percebendo suas feições felizes mascararem uma face triste e inconformada.—Voçê me parece abatido. Oque houve, Dylan?

—Primeiro quero saber como foi de viagem, depois falamos de mim.

—Bom, poderia ter sido melhor se tivéssemos ido somente a passeio, mas não posso negar que foi incrível conhecer Barbados e toda sua diversidade. A praia com água cristalina, a areia branca... Tudo é tão único, tão Bajan.

—E quanto a Jóia Rara do Deserto?

—Oque acontece em Vegas, fica em Vegas, baby!—Brinco, jogando meu cabelo para o lado e ouço sua risada contagiante.—Mentira, não fiz nada de tão polêmico. Estou precisando de um Alan para batizar minha bebida, se é que voçê me entende.

—Nem brinca com isso! Deus me livre! Imagina voçê acordar no quarto de um estranho e descobrir depois que estão casados?—Dylan, comenta trazendo seu olhar incrédulo a mim por meros segundos, já que logo precisou retornar a atenção a rua.

—Se eu acordasse casada com Bradley Cooper, querido, tenha certeza que eu não iria me arrepender, mas sim agradecer.—Informo a mais pura verdade com um sorriso malicioso e o garoto chacoalha a cabeça em negação.

—Voçê e sua tara por atores famosos.

—Inclua os cantores também, frisando quatro vezes debaixo do nome Andrew Taggart.

—Oh, claro. Como eu poderia me esquecer dele... Mas voltando ao que interessa e não seus amores platônicos, como que o híbrido de quatro dentes se comportou?

—Klaus, foi... O Klaus.—Admito entre um suspiro, percebendo-o arquear uma sobrancelha.—É difícil retrata-lo e muito mais rotula-lo, mas esses dias em que estivemos juntos, posso afirmar que foram muito agradáveis.

—Jura?—Ele questiona com total descrença.

—Ainda ocorrem alguns desentendimentos as vezes, mas isso é normal. Só que diferente de antes, agora ele mesmo toma a iniciativa de apartar a discussão.

—E voçê gosta disso?

—Teria motivos para o contrário? Ou voçê prefere nos ver em pé de guerra?

—É claro que não, Angelina!—Meu amigo contesta rapidamente, prosseguindo:—Apenas não é muito comum vê-los em completa harmonia. Logo voçês que a pouco tempo atrás praticamente se matavam.

—Niklaus, não precisou me compelir para isso, antes que ouse fazer alguma acusação.—Disparo de forma ríspida e ele engole em seco, adquirindo uma postura incomodada.

—Quanto a esse assunto de compulsão, eu queria dizer que...

—Quanto menos disser, melhor será, Dylan.—Corto suas palavras, percebendo que era só entrar nesse assunto para que o atrito entre nós voltasse.

—Não irei me calar, preciso lhe contar que descartei a possibilidade de voçê ter sido compelida por ele.—Meu amigo profere com firmeza e junto minhas sobrancelhas em confusão, me ajeitando sobre o banco para que pudesse lhe olhar melhor.—É isso mesmo que voçê ouviu.

—Mas... Oque o fez mudar de ideia?

—Não notou nada de estranho em seu celular anteontem?—Ele devolve outra pergunta e mordo minha bochecha por dentro, logo dizendo:

—Sim, voçê me ligou inúmeras vezes.

—Liguei para conferir se estava viva e pode imaginar como fiquei a cada tentativa falha de manter contato com voçê.

—Conferir se eu estava viva? Dylan, oque é que está acontecendo?

—Pandora, pode manipular sonhos?—Mais uma pergunta e nenhuma resposta, mas o nome contido em sua sentença fez-me estremecer diante o calafrio que me percorreu a espinha.—Responda, Angel! Ela pode ou não?

—Pode. É claro que ela pode. Eu mesma sofri com isso a pouco tempo atrás...—Anuncio coçando a nuca e analisando seu rosto de perfil, juntando 1+1 e detestando o resultado dessa adição.—Não me diga que...—Antes mesmo que eu terminasse, vejo-o acenar, confirmando minha suspeita.—Eu vou matar essa vagabunda!—Ralho com os punhos cerrados sobre meu colo, continuando:—Diga-me como foi o sonho.

—Foi algo inóspito...—Dylan, circunda os dedos ao redor do volante com mais força, demonstrando seu receio.—Eu... E-eu matei voçê, Angel. Eu fui um burro! Um fraco! Eu matei minha melhor amiga...—Permaneci imóvel ao ouvir tais palavras, mas o garoto começou a distribuir socos sobre a direção do veículo, se culpando por algo que não havia acontecido, mas isso não diminuía sua aflição, seu desespero e irritação consigo próprio.

—Encosta o carro... Dylan, encosta o carro!—Ordeno aumentando meu timbre de voz, fazendo com que ele finalmente trouxesse seus olhos castanhos até mim, voltando a realidade.—Eu estou aqui do seu lado. Estou viva, Dylan.. Agora encosta o carro, por favor.—Peço pousando minha mão sobre a sua, enquanto ele me obedecia, indo para o acostamento, fazendo-se possível ouvir buzinas de outros carros, mas apenas coloquei meu braço para fora, erguendo o dedo do meio.—Pronto, agora voçê precisa se acalmar...

—Como vou me acalmar, Angelina? Voçê não ouviu oque eu disse? Eu ma...

—Voçê não me matou!—Informo as pressas, apertando sua mão entre a minha.—Não se deixe levar por um pesadelo, pois ele não é real e nunca vai ser.

—Mas poderia ter sido.

—Como assim?

—Esquece, não quero falar sobre isso agora. Deixe os detalhes para conversarmos na presença de Niklaus.

—Voçê está me preocupando...

—Estou bem, não há porque se preocupar comigo. Eu só não sei oque faria se realmente tivesse a perdido. Essa hipótese me tira a sanidade, pequena.—Meu coração martela em meu peito com esse comentário e sua mão se desprende da minha, vindo até a lateral de meu rosto, acariciando-o com ternura.—Voçê é minha única família por perto.

—Voçê nunca irá me perder, Dylan.—Afirmo em uma promessa e essa eu farei de tudo para cumprir.—Pandora, fez isso apenas para atormenta-lo. Ela adora brincar com nossas mentes e nossos sentimentos. Ela odeia a união alheia. Ela abomina qualquer sentimento de confraternização, por isso tenta pregar o pior em nós. Não podemos deixar que essa bruxa miserável consiga.—Levo minha mão até a sua, trazendo-a para baixo e puxando-o para um abraço.—Já perdi aquela que chamava de amiga, não irei perde-lo também...—Sussurro, beijando o topo de sua cabeça e o garoto se acomoda em meus braços, respirando fundo, enquanto meus dedos corriam por seus cabelos curtos.—Não importa a forma a qual ela pareça, seja Pandora ou seja Margot, não permitirei que nada lhe aconteça.

—Mas voçê não poderá estar comigo 24 horas por dia...—Ouço, Dylan, murmurar e por mais que eu quisesse negar, era essa a verdade.—Angelina, porque voçê não me transforma?

—Oque?!—Indago de forma esganiçada, literalmente não esperando por esse pedido e parto o abraço, preferindo olha-lo nos olhos.—Já conversamos milhões de vezes sobre isso e...

—E voçê quer esperar mais oque? Eu morrer?

—Acha que é tão simples assim? E se seu corpo recusar a transformação? Voçê morrerá e não poderei fazer nada para ajuda-lo! Entenda de uma vez por todas que...

—Eu estou cansado de ser um fardo!—Ele esbraveja mais uma vez me interrompendo, como se tivesse chegado a seu limite.—Estou cansado de todos me dizerem que não passo da porra de um simples humano! Isso cansa, tá legal?! Eu quero ajudar, quero ser útil pelo menos uma vez na vida!

—Quantas vezes terei de dizer que voçê nunca foi e nunca será um simples humano?

—Então, eu sou oque? Seu brinquedinho?

—Voçê é meu amigo, Dylan Walker!—Exclamo, tentando colocar isso em sua cabeça.—De todas as pessoas poderosas que me cercaram ao longo desses anos, eu escolhi voçê. Um humano. Tenho um humano como melhor e único amigo e me orgulho disso. Em voçê eu enxerguei tudo aquilo que aqueles vampiros, lobisomens, híbridos e hereges, não tinham: A lealdade. Dylan, mesmo sabendo que permanecer ao meu lado o põe em risco, voçê nunca me abandonou. Então, não me peça uma coisa dessas. Não posso transforma-lo, não agora. E espero também de que nunca precise. Ser um de nós não é como imagina, somos muitas vezes cruéis. Somos criaturas que caçam, matam e não sentem remorso. Está em nossos genes. Não podemos controlar.

—Mas eu...—Subitamente o garoto se cala, puxando o ar para os pulmões.—Voçê tem razão. Estou me precipitando. Mas saiba que eu faria de tudo para lhe ajudar, Angel. Tudo mesmo.

—E sou eternamente grata por saber disso...—Acrescento com um singelo sorriso.—Mas agora é melhor pisar nesse acelerador.

...

Uivos. Esse era o único som que preenchia meus ouvidos assim que Dylan virou a esquerda, seguindo pela estrada dentre a floresta que nos levaria a casa de Hayley. Meus lobos se mantinham em um verdadeiro alvoroço, mas este sendo por um bom motivo: Minha chegada. Conforme eles iam aparecendo entre a vegetação, eu sentia meus lábios se contraírem em um belo sorriso. Eles estavam felizes por me ver e eu não poderia me manter diferente por estar de volta, perto de todos que são importantes para mim. O único que parecia um pouco incomodado com a situação era Dylan, mas ele me explicou o porque, assim como nesse meio período pode me contar que havia vindo atrás de Hayley por respostas sobre meu bem estar e também alegou ter visto o animal misterioso que anda vagando ao redor da casa, deixando-nos aflitos. Mas o momento não é propício para preocupação. Então, quando tive o vislumbre da casa amarela a alguns metros a nossa frente, fiz questão de espantar esses pensamentos ruins.

Assim que o carro parou, tirei o cinto de segurança e me virei para trás, esticando o braço e pegando o embrulho colorido. Me coloquei para fora do veículo, fazendo com que a sola de meu coturno entrasse em contato com a grama verdinha, mas logo grande parte de sua extensão desapareceu de minhas vistas assim que lobos se puseram a minha volta, cercando-me, desesperados por atenção.

—Meus amores, que saudade!—Comento depositando o presente sobre o capô do veículo e me abaixando, fazendo carinho em grande maioria.

Alguns chegavam até mesmo a brigar por minha atenção, oque me fazia rir, mas sempre pedia que eles parassem com isso, já que tinha Angelina para todo mundo, e eu estava amando ser o centro das atenções. Mas em meio a toda recepção calorosa, o ranger de uma tábua de madeira fez-me erguer o olhar imediatamente a soleira da casa, deparando-me com Niklaus bem ali, com Hope em seus braços, enquanto ambos se mantinham com lindos sorrisos direcionados a mim.

No outro segundo eu já voltava a minha postura ereta, pegando o presente e me encaminhando o quanto antes até eles, sentindo meu coração pular em meu peito, entrando em completo descompasso. Subi os poucos degraus que nos separavam e sorrio, analisando cada mínimo detalhe do rosto de pai e filha, para em seguida lhes abraçar, tentando matar um pouco da falta que eles me faziam.

Que bom que voçê volto, Tia Ange...—Hope, foi a primeira a se pronunciar, mas ainda sem quebrar o abraço e pude sentir sua mãozinha deslizar por meus cabelos.—Eu tava com saudade... O papai também, ele não paro de falar de voçê.

—Sério? Bom saber...—Acrescento surpresa e me afasto de ambos, mas mantendo meu olhar sobre o mais velho, que sorriu minimamente, ainda repousando sua mão em minhas costas.—Como tudo se manteve nessas últimas horas?

—Nenhuma novidade aparente. Tudo se mantêm exatamente igual a quando cheguei.—O híbrido responde com certa insatisfação e solto o ar com mais intensidade pelo nariz, mas logo chacoalhando a cabeça e migrando minha atenção ao embrulho em minha mão.

—Florzinha, isso daqui é pra voçê!—Anuncio com animação, vendo seus olhos brilharem e rapidamente ela começa a se remexer no colo do pai, que a pôs o quanto antes no chão, e lhe entrego o presente.—Espero que goste.

Com afobação, a pequena Mikaelson soltou o laço cor de rosa da parte superior do embrulho e sua boca se abriu em um perfeito "O" ao ver oque havia ali dentro. Sorrio, observando-a pegar o bicho de pelúcia, apertando-o contra seu corpo miúdo e logo trazendo seus olhos claros a mim.

Um unicórnio! Eu amei, Tia Ange!—Uma expressão aliviada tomou conta de minhas feições após estas palavras e ela da um passo a frente, por outro lado, eu apenas me abaixo, aguardando por um abraço muito apertado de minha florzinha e de seu mais novo unicórnio.—Obrigada. Eu gostei muito, muito...

—Foi só bater os olhos nele que eu lembrei de voçê, então, eu precisava comprar. Confesso que achei que voçê não iria gostar, talvez pudesse achar muito infantil, mas porra... Ops! Quer dizer, caramba, é um unicórnio! É impossível não gostar.—Comento um pouco enrolada, tentando concertar meu erro e ouço a menininha rir, mas pude sentir o olhar de reprovação de Niklaus me queimar.—Desconsidere aquela palavra feia, finja que eu nunca disse aquilo... Ou caso contrário seu pai me mata.

—Matar é exagero de sua parte, amor.—Klaus, contesta com seu irresistível sotaque e volto a ficar de pé, pondo minhas mãos sobre os ombros de Hope, deixando-a de costas para minhas pernas.

—Eu não o subestimo, Mikaelson. Então, é melhor evitar falar palavrões por enquanto.

—Por enquanto?—Ele arqueia uma sobrancelha e sorrio amarelo, olhando a nossa volta:

—Céus, aonde está o Dylan?

—Acho que meu carro virou esconderijo para seu amiguinho medroso.—O híbrido informa torcendo o nariz e me deparo com meu amigo ainda dentro do veículo, oque me fez rir.

—Melhor eu ir até lá.—Comento e no segundo seguinte corro em direção ao range rover.

O garoto começou a abaixar o vidro da janela ao seu lado, mas o lobo negro fez questão de apoiar ambas as patas ali, inclinando sua cabeça para dentro do automóvel, obrigando Dylan a recuar bruscamente para o banco do passageiro, assustado.

—Desce agora!—Ordeno ao animal que me obedeceu sem contestar, ficando sentado ao meu lado.—Agora essa é a parte a qual voçê desce do carro, Walker.

—Nem pensar! Esses carniceiros irão me devorar! Estão apenas esperando pelo primeiro passo em falso meu para darem o bote!—Meu amigo rebate com decisão, ainda encolhido sobre o banco e abro a porta do motorista.

—Vem logo.

—Eu disse não.

—Mas sou eu quem mando, então, sai agora desse carro ou eu te puxo pela orelha.—Ameaço, sendo o estopim para Dylan me obedecer e se retirar de dentro do veículo.—Bom garoto.

—Vai se ferrar, Angelina. Não sou seus cachorrinhos...—Ele argumenta, mas bastou o lobo negro se levantar, para que ele segurasse meu braço, usando-me como escudo.

—Tá legal pessoal, já me cansei disso.—Anuncio por fim, me soltando do pobre rapaz assustado com certa dificuldade e atraindo a atenção do restante dos lobos.—Esse daqui não é um inimigo e quero que parem de assusta-lo ou trata-lo com hostilidade.—Diante minhas palavras, os animais uivaram brevemente e o lobo negro se aproximou, cheirando o garoto da mesma forma que fizera com os outros antes da viagem.

Dylan, se manteve receoso com a situação e proximidade do animal, mas apenas sorri de canto, tentando lhe passar segurança e logo o grande animal se afastou.

—Pronto. Agora voçê já não é mais um desconhecido as vistas deles.

—Assim espero.—Seus braços foram erguidos ao céu e não pude controlar o riso, mas meu amigo rapidamente manteve o olhar preso por cima de meus ombros e me viro para trás, encontrando Klaus e Hope caminhando em nossa direção, juntamente ao unicórnio.—Então, era esse o presente? Um unicórnio?

—Sim, algum problema?—Indago de volta, cruzando os braços.—É idêntico ao do filme Meu Malvado Favorito e é muito fofinho... Hope, amou.—Aponto para a criança que sorria abertamente abraçada ao bicho de pelúcia.—Até mesmo eu queria um.

—Angelina, francamente, voçê já passou alguns séculos da época de ter um desses...—Encaro o garoto com incredulidade, não acreditando que ele estava me chamando de velha.

—Meu querido e amado amigo, porque não fecha sua boca e leva Hope para dentro um pouco? Preciso conversar com Niklaus.—Comento olhando de soslaio para o loiro, que manteve uma expressão interessada lhe estampando a face e a florzinha caminhou até Dylan, pegando em sua mão.

Vem, voçê não ouviu a Tia Ange? Ela quer conversar com meu pai.—Dito isso, ela puxou de leve a mão do rapaz.—Voçê tá atapalhando.

—Acho que o certo seria dizer: "Hope, porque não leva o Dylan um pouco para dentro?"—Precisei reformular minha frase ao ver a criança levando meu amigo em direção a casa e em questão de segundos ambos sumiram de minhas vistas.—Sua filha me surprrende a cada dia, Mikaelson.

—Posso lhe garantir que ela não é a única.—Um rastro de convencimento transpassou os lábios do híbrido, em um singelo sorriso e balanço a cabeça em negação, indo até o carro com ele ao meu encalço.—Sobre oque quer conversar, amor?

—Na verdade, preciso que veja algo primeiro.—Explico abrindo a porta de trás do veículo e me inclinando sobre o banco, pegando a maleta em mãos, para somente então ficar de frente a ele.—Abra.

Confusão e curiosidade resumiu Nik neste momento e rapidamente sua mão se encaminhou até o fecho da maleta, destravando o mesmo e assim que ele se deparou com os bolos de dinheiro devidamente organizados e a Pedra de Netuno, seus olhos claros subiram de encontro aos meus, enquanto ele dava um passo para trás, impressionado.

—Pelo visto noite passada foi mais lucrativa do que imaginei.

—Nem eu mesma sabia que era tão boa no pôquer de dados...—Admito dando de ombros.—Mas acho que isso cobre parte da despesa que teve comigo, e a Pedra de Netuno é o juros.

—A pedra está de bom tamanho para mim.—Ele contesta, pegando-a de dentro da maleta.—Quanto ao dinheiro, voçê pode guardar no banco ou simplesmente gastar da forma que preferir.

—E eu quero gasta-lo pagando voçê.

—Pelo que eu saiba voçê não me deve nada.

—Klaus, eu também quero contribuir.—Insisto, fechando a maleta e a chacoalhando de leve.—Esse dinheiro pode ser usado para uma futura hospedagem ou seja lá a forma a qual preferir, eu não me importo.

—Generosidade é o ponto forte de uma boa Rainha...

—E as ordens de uma Rainha nunca devem ser ignoradas. Então, terá de ficar com o dinheiro. É uma ordem, Mikaelson.

—O dinheiro continua sendo seu, apenas posso guarda-lo para voçê. Tudo bem assim?—Suas palavras me soaram como uma última oferta e sorrio, lhe estendendo a maleta, a qual ele pegou depois de tanta recusa e permaneci imóvel, apenas contemplando-o com atenção, me perdendo na imensidão um pouco azulada, outrora esverdeada de seus olhos.

—Eu me lembrei...—Murmuro simplesmente, ganhando apenas um cenho franzido em resposta.—Me lembrei de nossa despedida.

—Mas agora voçê está aqui...

—Não estou me referindo a esta despedida e sim a aquela no castelo de minha mãe na França...—Explico, enquanto pequenos flashes de memória me corriam a mente, sendo estas tão distantes, tão distintas de tudo que estou vivendo. Era como ter duas vidas, uma completamente diferente da outra.—Voçê havia prometido voltar...

—Quando regressei já era tarde demais... Seu Reino havia se consagrado em poeira, apenas uma história na mente daqueles que por lá um dia estiveram. Com a Rainha assassinada, a Princesa e futura sucessora ao trono sequestrada, não houve prosperidade para aquele povo.—Engulo em seco com sua sentença e fecho a porta do carro, usando-a como apoio.—A procurei pelos quatro cantos desse mundo por anos, nunca obtenho progresso. Achei que estivesse morta. Tentei retomar minha vida, procurando esquecer um amor épico do passado, mas...

—Eu apareci em Nova Orleans subitamente.—Completo sua frase, imaginando o quanto esse reencontro havia sido difícil para ele.—Primeiro voçê falou meu nome, esperando que eu o reconhecesse, mas não foi isso que aconteceu.

—Naquele momento me passou a possibilidade de voçê ser uma doppelgänger, ou até mesmo uma alucinação...—Soltamos uma fraca risada diante sua observação e Klaus não se manteve por muito tempo calado:—Mas era voçê. Era realmente meu anjo que havia voltado.

—Seu anjo...—Repito, mordendo meu lábio inferior com receio e Niklaus deu alguns passos até mim, fazendo-me prender o ar em meus pulmões por alguns segundos a mais.—Sinto tanto por não ter me lembrado de voçê antes...

—Não há porque sentir, a culpa não foi sua.

—Mas guardou nossas memórias apenas para si mesmo, porque fez isso? Porque não dividiu nosso passado comigo, Nik?

—Achei melhor assim. Ninguém sabia ao certo como voçê aparecera na floresta, comecei a supor que havia vindo fugida de algum lugar onde Pandora a manteve durante todos aqueles anos... Não poderia levantar suspeitas. Não queria que ela aparecesse e estraga-se minha chance de ser feliz ao seu lado... Mas acabou que ela já sabia.—Ele deixa um breve suspiro escapar, frustrado com o final de suas palavras e desço meu olhar aos meus pés, mas logo balançando a cabeça de um lado para o outro, enquanto saía da sua frente, dando a volta no carro e retirando a chave da ignição.

—Pensa rápido.—Jogo o objeto em sua direção, a qual ele agarrou de imediato, sorrindo com superioridade.—Belo reflexo.

—Estarei sempre a disposição para elogios.—Niklaus, faz uma breve reverência e dou risada, alegando em seguida:

—Devo me lembrar que é um erro inflar ainda mais seu ego.

—Não quando se está dizendo a verdade.—O loiro rebate indo até a traseira do veículo e abrindo o porta malas, mas estranho o fato dele pegar minha bagagem.—Não achou que iria passar a noite em minha casa, ou achou?

—Sendo sincera, achei sim.

—Então cometeu um terrível engano. Passaremos essa noite aqui, caso aquela criatura torne a aparecer. Levando em conta que agora voçê está aqui...—Ele explica começando a se locomover em direção a entrada da casa, mas o impesso, segurando seu braço, lembrando-me da conversa que tive com o piloto da AirLouisiana.—Oque foi, Angelina?

—Hoje mais cedo, Paul, me disse algo que me deixou bastante intrigada.

—Então, conte-me.

—Um homem o procurou e começou a fazer perguntas ao meu respeito.

—Um homem? Que homem?—Klaus, indaga com confusão.—Quando foi isso?

—Pouco tempo depois de voçê desembarcar. Ele queria saber o porque de eu sempre estar viajando, com quem eu andava e muito mais. Paul, não deu muitas informações, pois estranhou seu comportamento.—Explico, sendo o suficiente para aquela sensação estranha mais uma vez se apoderar de meu corpo e passo a mão sobre a marca em meu peito.—Quando o piloto perguntou seu nome, ele desconversou. Mas o mais importante foi que esse tal homem estava a procura de Angelina Lamartine. Klaus, ele me conhece, sabe quem eu sou de verdade! Não tenho mais dúvidas de que é alguém de meu passado...

—Ou apenas mais um Marcellus querendo se aproveitar de todo seu poder.—Apresenta o híbrido, simplificando.—Sabe muito bem que todos fariam de tudo para possuir uma preciosidade como voçê ao seu lado.

—Pode até ser, mas minha intuição nunca falha.—Devolvo com incômodo, detestando que duvidem de mim, principalmente quando sinto que estou certa.—E voçê sabe muito bem disso...

—A última vez que se sentiu assim foi quando fomos ao parque e Mikael apareceu...—Ele comenta, se lembrando do ocorrido, adquirindo uma postura tensa, suspirando em seguida.—Tudo bem. Talvez realmente seja alguém de seu passado, mas voçê não está sozinha. Eu estou aqui e irei te ajudar no que for preciso, Angelina. Não importa oque essa pessoa queira. Se for preciso lutar, iremos lutar.

—Sem dúvida, iremos.—Concordo, sorrindo de escanteio, levando meu olhar até a floresta a nossa volta, analisando cada centímetro que me era possível.—Estaremos preparados para tudo.—Afirmo convictamente, refazendo meus passos ao lado de Niklaus em direção a casa, estranhando uma coisa.—Onde está a garota lobo?

—Hayley, voltou para a cidade, ficará aguardando meus irmãos voltarem de Montreal.—Aceno em entendimento e o homem logo prossegue:—Quis que Hope também fosse com ela, pois seria mais seguro, mas minha lobinha se recusou de imediato, dizendo que queria ficar conosco.

—Confesso que seria melhor afasta-la por enquanto, mas já que ela se recusa, não há porque criar controvérsias. Nós dois podemos protege-la e mesmo assim sair para procurar essa criatura. Mas quanto a Elijah e Bekah, como eles estão? Conseguiram a pedra?

—Estão muito bem, houveram alguns problemas, mas eles conseguiram com resiliência.

—Então, já possuímos cinco das doze pedras. Parece que o número aumentou...—Acrescento orgulhosa e Klaus acena em concordância.—Oque acha de um jantar para comemorar?

—Um jantar?—Ele questiona em dúvida, ponderando, mas logo sorrindo e dizendo:—Me parece ótimo.


Notas Finais


E então oque acharam? Comentem e me façam feliz ❤ amo vcs e mais uma vez SORRY 🌹


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