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História Mine (fanfic em correção) - Quem é Fazza?


Escrita por: explicitylan

Notas do Autor


Oi oi, como estão?

Capítulo 58 - Quem é Fazza?


Fanfic / Fanfiction Mine (fanfic em correção) - Quem é Fazza?

P.O.V Angel

— As apresentações ainda são aos finais de semana e Dola Re Dola continua liderando a lista de pedido dos hóspedes, perdendo apenas para a dança do ventre. – contou Nalini, me lançando um sorriso discreto ao proferir a última parte e migro minha atenção para a xícara de chá posta a minha frente, fingindo não entender sua insinuação.

Estamos acomodados em uma das mesas do restaurante do hotel, saboreando uma das bebidas mais tradicionais em toda a Índia: o Masala chai. É um chá preto com leite e especiarias como cravo, canela, anis, cardamomo e gengibre. Seu aroma é incomparável e o sabor mais ainda.

— A grande maioria de nossos hóspedes são turistas. Devemos levar em conta que para eles nossa cultura possa parecer um pouco estranha...

— E a dança do ventre recebeu muito mais visibilidade no globo ao longo dos anos. – Klaus acrescentou, captando a linha de pensamento de Ravi e saboreio um pouco do chá, antes de intervir:

— A cultura do Oriente Médio não é estranha. Ela possui suas singularidades, como qualquer outra cultura ao redor do mundo. Eu admito que adoro a dança do ventre, mas Dola Re Dola também tem muita história para contar. Se eu fosse vocês, apostaria em mais músicas locais. Os turistas precisam conhecer e se apaixonar ainda mais por uma cultura tão rica como essa.

— Poderíamos trabalhar nisso juntas, Angel! Pense... O próximo espetáculo do Lakshmi Belee organizando por nós duas! Seria perfeito! – a mulher uniu as mãos em animação, balançando as pulseiras em seus pulsos e não pude deixar de sorrir, adorando sua ideia. — Quanto tempo pretende passar na cidade? Três meses?

— Eu adoraria Nalini, mas temo não dispor de três meses no momento. – informo, não gostando de ver o sorriso murchar em seus lábios. Acredito que não existam maneiras de abordar tudo que aconteceu conosco nos últimos meses sem causar preocupação, mas também não posso simplesmente esconder isso deles. — Klaus e eu estamos enfrentando algumas dificuldades...

— Então, vieram ao lugar certo. Faremos o impossível para ajudar vocês com o que precisarem. – ela esticou o braço sobre a mesa, segurando minha mão. — Independente do tempo que se passou, você sabe que pode confiar em nós Angel.

— E ela confia. – o híbrido afirmou no meu lugar, atraindo para si a atenção de Ravi e Nalini. — Nós confiamos em vocês, mas estamos presos a um sacrifício e esse nem de longe é nosso único problema...

De maneira sucinta, Nik, começou a explicar a situação para nossos amigos e pelo meu ponto de vista, posso ressaltar que não há nada mais difícil do que dar notícias ruins para pessoas que se importam com você e querem o seu bem. O casal de indianos se mantinha aflito com as informações que estavam absorvendo e a preocupação está explícita em seus rostos. Vez ou outra eles faziam alguma pergunta, enquanto minha vontade gira em torno desses problemas deixarem de existir e que em algum momento eu possa despertar desse pesadelo e retomar minha vida. De preferência uma vida livre de bruxas milenares querendo minha cabeça em uma bandeja.

— Angel, minha querida, fico imensamente feliz em saber que está se lembrando de sua família, afinal, isso era tudo que você sempre quis. No entanto, não merecia que tantos problemas surgissem em seu caminho após essa grande descoberta... Os Lamartine's são o início de tudo. São os seres mais poderosos do mundo, mas que carregaram consigo uma trajetória sorumbática. – Nalini confessou tristemente, olhando-me através de seus grandes olhos amendoados, enquanto era abraçada pelo marido, que dividia a mesma feição. — Sentimos muito pelo que aconteceu com sua mãe. Stella, foi uma rainha à frente do seu tempo, conseguiu erguer um reino próspero e justo para todos. Agora, chegou a sua vez. Tenha a certeza de que onde quer que ela esteja, está olhando por você e sentindo muito orgulho.

— Obrigada. É muito bom saber que posso contar com o apoio de vocês. – minha voz soou emotiva e pisco algumas vezes no intuito de despistar as lágrimas, me controlando para não começar a chorar. — De todos vocês. – completo, inclinando o rosto para a direita e sorrindo para Klaus, que depositou um rápido beijo em minha testa.

— Jamais deixaríamos vocês sozinhos em uma situação como essa. – o indiano anunciou, descansando os antebraços sobre a mesa e questionando com diligência em seguida: — Com quem está a Pedra de Júpiter?

— Fazza. – o híbrido respondeu, torcendo os lábios em desagrado. Seu gesto não passou despercebida por mim, assim como a expressão atônita nos rostos de Nalivi e Ravi.

A vampira chegou a abrir e fechar a boca algumas vezes, mas simplesmente nada saía dentre seus lábios tingidos de vermelho, a não ser, por fim, uma risada que transbordava incredulidade.

— Está brincando conosco, não é Klaus?

— É claro que ele está, querida. – comentou Ravi, como se tentasse tranquilizar a esposa e confesso que não estou a par de metade do que está acontecendo aqui, mas assim que o silêncio persistiu sobre nós e Klaus em momento algum admitiu se tratar de uma brincadeira, o homem do outro lado apenas franziu o cenho.

— Gostaria de poder dizer que estão certos, mas este não é o caso, infelizmente. – murmurou o loiro, bebericando um pouco de chá, mas uma careta logo surgiu, sem dúvidas por constar que a bebida está fria.

— Tudo bem, como sempre eu sou a última a saber das coisas, mas por que tanta surpresa? – me pronuncio, jurando que havia um ponto de interrogação desenhado na minha testa neste exato momento. — Quem é Fazza? Pelas expressões de vocês até parece que ele é alguém da realeza!

— Exatamente. Hamdan bin Mohammed Al Maktoum, apelidado de Fazza, é o Príncipe herdeiro de Dubai e o segundo, dos 23 filhos do sheik Mohammed bin Rashid Al Maktoum.

— Príncipe herdeiro de Dubai? – repito as palavras de Ravi em uma indagação, como se quisesse ter a certeza de que não escutei errado e fecho os olhos por breves instantes. Agora entendo o motivo daquela reação. — Por que não me disse isso antes, Niklaus?!

— Pensei que gostasse de surpresas, amor.

— E desde quando roubar o filho de um sheik, intitulado como Príncipe herdeiro de Dubai é uma surpresa que se faça a alguém? – a irritação era palpável em minha voz e assim que ele ousou se manifestar, sem dúvidas em sua própria defesa, comecei a enumerar: — Nós lidamos com Harold e Jocelyn, eu roubei um cassino em Las Vegas, agora, enfrentar um marajá indiano foge completamente do contexto até mesmo para nós!

— Fazza esteve hospedado no Lakshmi Belee enquanto sua casa, se é que aquele palácio pode ser chamado assim, estava em construção. Durante sua estadia, pude reparar que ele costumava dispensar a companhia dos guarda-costas. Talvez ele não seja tão intocável quanto aparenta... – argumentou Ravi, ponderando, enquanto um meio sorriso iluminou o rosto do meu namorado. Apenas balancei a cabeça de um lado para o outro, prevendo o que viria a seguir:

— Então, esse é o momento em que começamos a torcer para que ele ainda mantenha estes mesmos hábitos. – Klaus sentenciou, erguendo o dedo indicador no ar e virando o rosto na minha direção. — Até mesmo o destino está conspirando a nosso favor. Dentro de alguns dias, o Príncipe organizará uma festa. Só precisamos encontrar uma forma de participar.

— Defina, "encontrar uma forma de participar", gênio. – rebato, aguardando ansiosamente por sua resposta, mas ele apenas limpou a garganta, criando uma distração com a xícara de chá em sua mão e isso resultou em algumas gargalhadas de nossos amigos, acompanhadas por murmúrios de "Eles nunca mudam" e "Por isso foram feitos um para o outro".

— Ela se esquece que invadir a festa de um marajá indiano não é algo que eu costumo fazer com frequência.

— Não se preocupem, iremos pensar em uma forma de entrar nessa festa e conseguir a Pedra de Júpiter. – Nalini declarou um tanto quanto otimista, mas o que não me agradou foi o fato dela ter se incluído.

— Tem certeza que querem se envolver? Fazza esteve hospedado aqui, ele conhece vocês. Klaus e eu não nos importamos de ir sozinhos...

— Iremos fingir que não escutamos isso, Angelina. – Ravi me interrompeu, adquirindo uma postura decidida. Não demorou para que recebesse o apoio de Nalini, que cruzou os braços na altura do peito, afirmando mais uma vez:

— Estamos com vocês.

— Como preferirem. Quem sou eu para discordar do casal mais teimoso do mundo, não é mesmo? Mas até o momento conhecemos nosso alvo e temos uma ótima distração. O único problema consiste em nos colocar dentro do palácio. É impossível entrar de penetra em uma festa como essa.

— Acho que eu conheço alguém que pode nos ajudar. – um meio sorriso apareceu nos lábios do vampiro e interessada, cruzo os braços sobre a mesa, me inclinando um pouco para a frente. — Abdul é dono de uma tapeçaria no centro da cidade e vive cercado de pessoas importantes. Podemos pedir a ele um pequeno favor...

— Adoro pedir favores. – Niklaus ironizou.

— Perfeito! Vocês resolvem as coisas com Abdul, enquanto eu e Angelina conversamos mais um pouco. – propôs Nalini, dividindo seu olhar com os dois homens que prontamente acenaram, estando de acordo.

Pensei em intervir, achando tudo um pouco acelerado demais, mas é melhor mantermos esse ritmo. Deste modo teremos tempo para formular um plano B, caso a conversa com o tal Abdul não saía como o esperado. E, além do mais, não estamos em Mumbai apenas a passeio, apesar de eu preferir com veemência que estivéssemos.

Enquanto Nalini se despedia do marido, permiti que minha atenção fosse ocupada por Klaus, que se levantou e retirou o casaco do encosto da cadeira, vestindo-o com certa pressa. Não pude conter o sorriso, mas logo balancei a cabeça, afastando qualquer devaneio sobre sua beleza e me colocando de pé, o ajudando com a gola do casaco que parecia indomável por suas mãos.

— Quero que tenha cuidado e o mais importante, tente não matar ninguém.

— Terei cuidado. O resto dependerá da cooperação de Abdul. – ele alegou em prévia defesa, repousando a mão na lateral do meu rosto e capturando meus lábios em um rápido beijo. Quando a distância foi estabelecida entre nós, o híbrido se afastou na companhia de Ravi, não sem antes acenar para Nalini, rindo de algo que ela falou.

Foi impossível não perceber a aura de felicidade sincera ao seu redor, muito distinta do habitual que o acompanha.

— Eu conheço essa carinha! – o tilintar de inúmeras jóias ecoaram e não demorou para que minha amiga surgisse ao meu lado, entrelaçando seu braço ao meu. — Conte-me o que ronda seus pensamentos.

— São apenas devaneios de uma boba apaixonada. Nada que você já não tenha escutado um milhão de vezes. – digo de forma banal e apesar dela ter me lançado um olhar desconfiado, não insistiu por uma explicação e me guiou pelo restaurante, até chegarmos ao elevador do outro lado do recinto. — Nalini, não posso deixar de perguntar... O conhecido de Ravi é confiável?

— Abdul é apenas um interesseiro. Ele se aproxima de pessoas importantes sempre com a intenção de se dar bem às custas delas. Foi assim que nos conhecemos, a propósito, mas não se preocupe. – ela explicou assim que entramos no elevador, apertando rapidamente o botão de número cinco, enquanto eu observava meu reflexo pelo espelho. — Ele não apresenta perigo algum. Morre de medo de vampiros ou qualquer outro ser sobrenatural. Assim que descobrir que está diante de Klaus Mikaelson, seu medo irá triplicar.

Logo as portas metálicas se abriram, revelando um corredor com paredes claras e alguns vasos decorativos de cerâmica esmaltada compunham a decoração. Ao fundo estava nosso destino, uma porta dupla vermelha, contrastando harmoniosamente com seus detalhes em dourado. Segundo Nalini, morar no Lakshmi Belee lhes permite ficar perto do negócio de suas vidas, podendo assim, lidar facilmente com qualquer imprevisto que surgir no hotel e não posso negar a praticidade que isso aparenta.

Já no interior do cômodo, meus passos foram dados com um rumo incerto, me permitindo vislumbrar as mudanças decorrentes aos anos que se passaram. Alguns porta-retratos surgiram em meu caminho, cativando minha atenção e moldando um sorrio em meus lábios diante os mais variados registros do casal. Haviam fotos de suas viagens ao redor do mundo, com amigos e familiares – que eu confesso ter um pouco de dificuldade para recordar seus nomes, principalmente pronunciá-los. Entre tantas recordações importantes, lá estava nosso retrato em frente ao Parque de Diversões de Nova Orleans. Pela falta de cor na fotografia e nossas roupas, é possível ter noção do quão velha ela é, mas ainda me lembro perfeitamente de estar na roda gigante com Nalini, que começou a gargalhar quando meu chapéu clochê foi levado pelo vento. Por sorte, Klaus conseguiu recuperá-lo para mim.

Abandonei a nostalgia assim que senti meu celular vibrando no bolso da calça e o segurei em mãos, esperançosa de que pudesse ser uma mensagem de meu amigo, mas eu não teria errado se tivesse dito Rebekah Mikaelson.

Olá, Majestade! Posso ver que passar alguns dias em terras francesas elevaram seu ego, nem falando comigo você está :p

Como foi a viagem?

Já chegaram em Mumbai?

Não consegui conter o riso após ler suas mensagens e isso despertou a curiosidade de Nalini, que se mantinha acomodada na poltrona.

— Posso saber quem é?

— Minha cunhada. – informo, retornando a atenção para o aparelho e digitando uma resposta. Após enviar, caminhei para perto da vampira, lhe mostrando.

— Blonde Bitch. – Nalini deu risada após ler o apelido salvo no contato de Rebekah. — Por mais que eu saiba o quanto vocês se dão bem, não pude deixar de notar seu sorriso vacilar assim que pegou o celular. Há algo de errado?

— Eu acho que sim, mas isso não envolve Rebekah. Dylan, um grande amigo que conheci ao morar em Baton Rouge, simplesmente parou de responder minhas mensagens e todas as minhas ligações vão direto para a caixa postal. Já passou pouco mais de um dia a qual estou tentando entrar em contato com ele e em outras ocasiões eu não estaria tão preocupada, mas diante os últimos acontecimentos, não posso deixar isso passar em branco.

— Sua preocupação é compreensível, eu me sentiria da mesma forma se estivesse no seu lugar. Ele continua em Baton Rouge?

— Não, ele é teimoso demais para isso. – respondo, deixando meu celular sobre a mesa de centro e me acomodando no sofá próximo à poltrona onde Nalini está. — Assim que essa loucura se iniciou e eu precisei permanecer em NOLA, Dylan largou tudo em Baton para viver em um apartamento a pouco menos de três quadras da Mansão Mikaelson.

— Ele se preocupa com você também, caso contrário não teria se mudado para Nova Orleans, principalmente levando em conta o número de "incidentes" que por lá ocorrem.

— Ele é apenas um humano, mas parece se esquecer disso com facilidade!

— Se desesperar não irá ajudar em muita coisa, Angel. Por que não espera até amanhã? Se mesmo assim ele não entrar em contato, telefone para o hotel ou peça para Rebekah ir ver como ele está. – minha amiga sugeriu, arqueando uma sobrancelha e fazendo com que eu me sentisse uma tola por não ter pensado nisso antes. — Lembre-se de que não importa em que lugar do mundo esteja, noticias ruins chegarão mais rápido do que imagina.

— Você está certa, irei esperar até amanhã. Ele deve estar atarefado com o trabalho. Apenas isso. – profiro como um mantra, na tentativa de conter esse pessimismo de sempre supor que algo ruim está prestes a acontecer.

— Dylan trabalha com o quê?

— Ele é promotor! Está em processo de finalizar seu primeiro caso, sob supervisão, mas continua sendo seu caso e ele é muito bom nisso.

— Posso imaginar o quanto. Você irradia orgulho ao falar dele. – Nalini admirou, enquanto eu recorria a uma das almofadas ao meu lado para abraçar. — Quem diria que depois de anos sem notícias, estaríamos aqui, conversando como antigamente. Nada de novo sob o sol, não é mesmo?

— Perder o contato com vocês nunca esteve em meus planos, mas após o rompimento com Klaus, eu apenas queria esquecer ele e ironicamente esse foi o momento em que tudo mais me lembrava dele... – admito vagamente, brincando com as franjas da almofada.

Sei que pode parecer bobo, mas tocar nesse assunto ainda me causa desconforto. Por mais que eu quisesse esquecer o híbrido, eu nunca consegui e isso apenas tornou meus dias em Baton mais difíceis.

— Saiba que você não sofreu sozinha. A quinze anos atrás, Klaus entrou em contato. Ele estava arrasado e bastante confuso, mas assim que Ravi perguntou de você... Bom, ele agiu como de costume. – ela se manteve incerta ao terminar de contar, talvez por pensar que isso não seria o ideal para se dizer no momento, mas apenas sorri, lhe tranquilizando. — Chega a ser bonito, no entanto. Apesar das dificuldades que enfrentaram, vocês sempre retornaram um para o outro.

— É uma bela observação. – concordo, pensando sobre essa nova "perspectiva romântica" criada por Nalini.

Para ela, não há nada mais especial do que o amor e a maior prova disso, é seu relacionamento com Ravi, que perdura entre os séculos.

— Em um destes retornos, apareceu Hope. Como você reagiu?

— Eu quebrei uma garrafa de whisky na parede. – talvez eu tenha proferido com muita naturalidade, pois a vampira esboçou uma feição perplexa e isso sem dúvidas me divertiu. — No dia em que conheci Hope, eu também havia descoberto indícios de que pudesse ser uma Lamartine, então, você pode imaginar a confusão a qual eu me encontrava. Entretanto, me encantei de imediato por ela e isso foi recíproco. Mantemos uma ótima relação.

— Me agrada saber que vocês se dão bem. Isso é muito importante.

— Eu ficaria extremamente satisfeita se tudo fosse tão simples como conquistar o afeto de Hope, mas, para somar o pacote de desastres, eu tenho um noivo! Nalini, você não imagina quanta dor de cabeça isso está me trazendo!

— Percebi que ao falar deste homem, Klaus também não demonstrou muita simpatia. Qual o nome dele mesmo?

— Lourenzo de Tirreno, Rei da Escócia e futuramente da França. Foi assim que ele se apresentou quando nos conhecemos. – lhe conto, recordando do dia em que o homem de cabelos claros e aparência imponente apareceu na porta da Mansão Mikaelson. Meu maior erro foi tê-lo deixado entrar e não me refiro apenas à mansão, mas em minha vida também.

— Klaus não estava por perto?

— Muito pelo contrário, ele estava ao meu lado.

— Mas como ousa? Ele sabe que vocês estão juntos?! – Nalini, soltou suas indagações em um misto de descrença e irritação, mas não pude fazer nada além de acenar, afirmando que Lourenzo tem pleno conhecimento de meu relacionamento com o híbrido, mas respeitar isso parece não constar em seus planos.

— Desde o dia que apareceu em Nova Orleans, Lourenzo deixou claro que me quer de volta ao seu lado. Ele sempre encontra uma brecha para me cortejar e fazer insinuações de que nossa história foi linda. – desabafo, unindo os lábios em uma linha inexpressiva. Gostaria que ele entendesse que não importa o que diga ou o quanto diga, eu continuarei sem me lembrar. Minhas memórias não irão voltar só porque ele quer, as coisas não funcionam assim. — Apesar das provocações e discussões, não posso anular o fato de que ele arcou durante todos esses anos com as responsabilidades de um reino em declínio. Se não fosse por Lourenzo, o Castelo de Angers teria deixado de existir e eu não estaria retomando seu controle.

— É possível ver que seu convívio com Lourenzo possui altos e baixos, e por mais que eu saiba que você é perfeitamente capaz de cuidar de si mesma... Quero que tenha cuidado Angel. – a mulher abandonou seu lugar sobre a poltrona e se sentou ao meu lado, assumindo uma postura preocupada, diferente de minutos atrás. — Independente do que aconteceu no passado, você está com Klaus agora e eu sei o quanto você ama estar com ele... Não é verdade?

— Estar com ele me completa. Essa é uma das poucas certezas que carrego comigo. – confesso e antes que eu pudesse me dar conta, um sorriso já se formava em meus lábios, sendo o suficiente para fazer com que Nalini levasse a mão ao coração, com uma expressão melancólica estampada no rosto. — Mas...

— Mas...? – Nalini me incentivou a continuar e isso apenas elevou meu nervosismo. Meu olhar pousou sobre minhas mãos e respirei fundo, antes de colocar para fora tudo que vinha guardando nesses últimos dias:

— Temo acabar magoando ele. Não quero que ele pense que após sua partida, corri para os braços de outro ou que me esqueci da promessa que fizemos... Klaus foi meu primeiro amor. Eu era apenas uma garota que mal sabia o que era amar, mas ele me mostrou isso. Ele fez com que eu sentisse isso, mas... E se após conhecer Lourenzo, percebi que aquilo que eu sentia antes não me completava mais? Nalini e se eu deixar o Klaus para ficar com o...

— Shiva, shiva, shiva! – a vampira se levantou abruptamente, repetindo diversas vezes. Pelo que me lembro, este é um costume comum entre os indianos. É uma forma de cortar a conversa, colocando a invocação de Shiva, um deus do hinduísmo, acima de qualquer argumento. — Não diga uma coisa dessas nem mesmo em um momento de desespero! 

— Não se trata de um momento de desespero, Nalini. Isso pode realmente acontecer! Ninguém naquele maldito castelo consegue apontar um único defeito em Lourenzo que não seja sua personalidade hierárquica. Ninguém se opõe quando menciono nosso noivado ou diz que não éramos realmente felizes... Não há nada fora dos eixos. Se ao menos houvesse uma ponta solta nessa história, eu teria um motivo para desconfiar!

— Pense comigo... – ela pediu, dando alguns passos pelo recinto e me mantenho de braços cruzados, esperando ser iluminada por suas palavras. — Não é como se ao lembrar do passado, todos os seus sentimentos fossem redigidos à Lourenzo apenas. Você ainda...

— Ainda o quê? – questiono ao me por de pé, julgando ter ouvido o bastante. — Nalini, eu não quero viver um triângulo amoroso. Eu... Eu preciso resolver isso o quanto antes. Não posso depender das minhas lembranças, elas podem demorar demais e tempo é algo que não estou podendo desperdiçar. Principalmente quando isso pode custar meu relacionamento com Klaus.

— O que pretende fazer?

— Irei atrás de respostas por conta própria, nem que para isso eu tenha que compelir Lourenzo.

— Não se esqueça de me manter informada. – Nalini ressaltou, quase soando como uma ordem e lhe mando uma piscadela, achando sua exigência justa.

— Existe algo mais que queira saber? Minha vida pode ser facilmente comparada à uma montanha russa. – arqueio uma sobrancelha em sua direção e ela prontamente balançou a cabeça para cima e para baixo, me fazendo rir.

— Logo você será Rainha da França, o que fará de Klaus seu Rei... Quando pretendem me dar um sobrinho ou sobrinha? Ou os dois, eu realmente não me incomodo...

— Lá vem você com esse assunto. – não pude deixar de revirar os olhos, fingindo desagrado ao seguir para o outro lado da sala e parei assim que encontrei seu véu pendurado no mancebo. — Tem certeza que quer um sobrinho ou sobrinha nessa situação?

— Bom, não precisa ser agora, mas vocês podem ir se planejando. O que acha? – a mulher comentou de forma despretensiosa e de soslaio pude vê-la de joelhos sobre o sofá, com os braços apoiados no encosto e a expectativa nas alturas. — Imagine você grávida, Angel!

— Devagar, cegonha! – brinco, passando o véu por cima de meus ombros e me olhando pelo reflexo da janela. — Primeiro, para ficar grávida eu preciso fazer coisas que ainda não fiz com Niklaus...

— Como assim?

— Você já foi mais rápida, Nalini. – rebato, dando alguns rodopios pelo recinto e rindo da minha nova capa esvoaçante.

— Vocês ainda não...?

— Se eu for sincera, promete não gritar?

— Angelina! – ela gritou, ignorando completamente o que eu havia dito e como se me deixar surda não fosse o suficiente, Nalini puxou minha capa, acabando com a minha diversão.

Sob seu olhar incrédulo, dei a volta no sofá e me sentei, aguardando em silêncio por ela.

— Como assim vocês ainda não fizeram sexo?! – Nalini protestou, parecendo chocada com a descoberta. Eu não pretendia falar explicitamente sobre isso, mas se ela prefere assim, por mim tudo bem. — Não venha me dizer que Klaus não está mais dando conta...

— Céus, Nalini! Como você... – deixo as palavras de lado, rindo intensamente de sua suposição desastrosa, mas assim que percebi não existir nenhum sinal de divertimento em sua face, me contive e comecei a explicar: — Não é nada disso, okay? O que acontece, é que sempre há imprevistos ou viagens... E por mais que fiquemos sozinhos, uma boa oportunidade nunca aparece! Eu não quero que seja uma simples foda rápida...

— Tudo bem, tudo bem... Contenha-se, minha amiga. Eu já entendi qual é o problema, mas não se preocupe, irei cuidar disso.

— O que pretende fazer?

— Vocês precisam de um empurrãozinho. – a vampira sorriu sem mostrar os dentes e confesso que isso me preocupou. — Não me olhe assim, Angelina! Vocês passaram sessenta anos afastados, a ocasião requer uma comemoração especial e eu já tenho tudo planejado! Basta seguir minhas instruções e no final da noite você terá Klaus Mikaelson em torno de seu dedo.

— Como se ele já não estivesse, não é mesmo?

...

Foi como se os movimentos de Nalini e as batidas da música se tornassem um só. Seu corpo "flutuava" graciosamente ao redor do salão, como se sua vida dependesse disso e o sorriso que nunca abandonou seu rosto servindo de confirmação. Para ela, dançar sempre foi sua rota de escape predileta e quando há amor naquilo que se faz, o resultado não pode ser outro além de magnífico.

— As expressões mais autênticas da gente estão na dança e na música. O corpo nunca mente. – pulo de cima do palco assim que a música chegou ao fim e minha amiga descansou as mãos na cintura, enquanto recuperava o fôlego.

— Agnes de Mille. Ótima citação. – ela elogiou, caminhando para perto de onde eu estava e acrescentando: — Sua vez. Ainda sabe a dança do ventre?

— Os anos se passaram e com ele minha prática se foi, Nalini.

— Não seja por isso. Pés paralelos e braços para cima. Vamos! – segui sua instrução sem qualquer contestamento e me coloquei a postos, amarrando minha camiseta branca de modo que a barriga ficasse exposta ou caso contrário eu ficaria perdida. — Inicie o movimento imaginando que os quadris desenham um oito sem parar na horizontal... Mantenha os joelhos flexionados, eles funcionam como molas, impulsionando os quadris. Conforme movimenta a bacia, tire os calcanhares do chão alternadamente.

Após alguns erros, risadas e a ajuda de uma professora extremamente comprometida, pode-se dizer que o resultado não foi o dos piores. A maioria dos passos era familiar para mim, então, tudo que Nalini precisou fazer foi refrescar minha memória e aos poucos tomei a liberdade para harmonizar os movimentos sinuosos, secos e reverberados com as batidas da música, recebendo elogios.

— Talvez eu possua dois pés esquerdos apenas ao dançar em par. Inacreditável! – reclamo, com uma carranca se formando em meu rosto e antes que Nalini pudesse dizer algo, a voz animada de seu marido ecoou, nos assustando. Nossos olhares curiosos caíram sobre a porta do salão e não demorou para que ele aparecesse, irradiando felicidade. — Alguém trás consigo boas notícias. – presumo, recebendo um aceno em confirmação, mas assim que Klaus surgiu, automaticamente me lembrei da conversa que tive com Nalini instantes atrás e isso me deixou bastante envergonhada.

— Seus problemas acabaram, Angel! Em três dias a Pedra de Mercúrio estará em suas mãos. – afirmou Ravi, bastante otimista, devo ressaltar. Ele deu alguns tapinhas no ombro do loiro ao seu lado, que somente agora percebi estar com sua atenção voltada para mim e desvio o olhar, observando Nalini desligar o rádio, tornando o ambiente calmo novamente. Isto é, se não fosse pelo meu coração saltando como louco em meu peito. — Tudo isso graças a Klaus. Sem ele eu não teria conseguido convencer Abdul.

— Tenho meus métodos. O que posso fazer? – o híbrido balançou os ombros e reduziu nossa distância. Controle-se, Angelina. Foi a primeira coisa que consegui pensar, pena que era tarde demais. Um arrepio involuntário percorreu meu corpo assim que sua mão tocou minha cintura nua e isso lhe arrancou um sorriso discreto, conforme sua boca pairou rente minha orelha. Klaus aproveitou que nossos amigos conversavam entre si, para sussurrar: — Não tente disfarçar. Eu posso sentir tudo que você sente. Lembra?

— Parece que temos mais um motivo para comemorar essa noite! – exclamou Nalini em uma ótima hora e Klaus começou a desenhar círculos na minha cintura com a ponta dos dedos.

— Qual seria o primeiro motivo?

— O primeiro é...

— Nossa presença! – digo como se isso fosse óbvio e dou um passo a frente, forçando um sorriso na direção dela. — Nalini ficou tão contente com nossa visita que resolveu organizar uma comemoração. Não é, querida?

— Sim, exatamente. – ela concordou, me devolvendo um sorriso cínico. — Essa noite será inesquecível. Guardem minhas palavras.


Notas Finais


O que acharam do capítulo? Agora vai né? ksksks

Bjokas!


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