História Minha empresária - Será que posso entrar, por favor?

O volvo prata com o pára-choque arranhado e com os pneus gastos freou bruscamente na minha frente. Um trovão explodiu em algum lugar por perto assim que me joguei no assento de couro gelado do carro confortável e comprado com muito esforço de Fanny.
Pulei assustada, quando outro trovão explodiu fazendo uma barulheira.

Eu estava assustada, meus olhos estavam tão arregalados que pareciam estarem prestes a saltar do meu rosto e meus cabelos estavam precários. Minhas roupas pingavam em gotas perto deu pegar uma hipotermia se era isso que o Justin estava querendo quando me deixou naquele maldito calçadão nessa tempestade! Cretino! O pior era que eu queria chorar de raiva porque eu fui tão estúpida ao ponto de ser dócil e legal com suas Beliebers para no final ganhar uma desconfiança igualmente estúpida de que eu queria sua fama, oras! Aonde eu quero sua fama? Seu dinheiro? Por Deus, se eu quiser ficar famosa é só eu ceder ás cantadas de Cody e ficar com ele porque garanto que eu ficaria na mídia rápido como um foguete, isto é que mesmo não querendo eu já estou infiltrada na mídia, e droga, eu não quero participar desse bando de gente escrota e faminta para te derrubar!

E dinheiro, para que eu vou querer sua fortuna se, como minha mãe diz “temos dinheiro para o final dessa vida, temos dinheiro para renascer e morrer e ainda morreremos ricos”? Porque diabos ele acha que eu quero seu dinheiro ou sua fama? Porque eu fui gentil com suas amadas Beliebers?

Poupe-me!

O pior da coisa toda é que eu estou com uma vontade absurda de chorar! Sim, chorar de arrependimento por ter dito aquelas palavras terríveis, quero chorar pela raiva de mim mesma que se instalou dentro de mim sem previsão de saída. Eu quero socar a cara dele por ele ter me deixado sem carona,  quando ele aparecer na minha frente, ao mesmo quero pedir desculpas por minhas palavras grosseiras, porque só Deus o que Scooter jogara na minha cara quando descobrir que eu feri seu “menino”, como ele chama. Sim, Scooter é justo, ele vai ficar ao lado do Justin quando descobrir que eu falei aquelas coisas horríveis, e tenho previsão de que ele nem ao menos vai querer saber o que aconteceu para levar-me a joga-las na cara bonita dele! ARGH. Eu quero chorar porque Scooter vai ficar furioso comigo por que eu não fui nada calma com o temperamento explosivo do Bieber, e então sua fé de que eu sou capaz de tudo vai ir por água abaixo, e então ele vai voltar do Havaí e seu casamento com Yael estará arruinado e eu quem vou ser a culpada!

Diabos, o que mais atira no alvo da minha raiva é que eu gastei a droga de dois mil dólares com os malditos cento e poucos buquês para a namorada daquele estúpido, e que era ele quem deveria estar gastando sua fortuna com drogas de buquês. Era ele quem devia está planejando um pedido de desculpas. Não eu! Nem ao menos um ‘obrigada’ eu ganho! Isso é justo? Eu não sei!

Eu quero chorar de arrependimento, e ao mesmo tempo ir lá e soca-lo no olho! Bem, não seria uma má idéia, não seria por que estou precisando de adrenalina e treinamento dos meus socos!

Não, tire essa idéia! Seria uma maldita má idéia, Sky.

Oh Deus!

O carro parou bruscamente.

Fanny se pronunciou pela primeira vez —Eu estou sabendo — resmungo. Será que aqueles paparazzos intrometidos registrou o momento do chilique do Bieber na praia? Meu Deus!

Abismada e desacreditada, lancei olhares incrédulos na direção da minha amiga, que encarava-me com pena e compreensão. Se ela queria que eu ficasse desconfortável de lhe contasse o verdadeiro motivo disso tudo, ela conseguiu.

Com um suspiro profundo e exagerado, eu disse: — Esta bem, Fanny, esta bem. — gesticulo com as mãos enquanto falo. — Eu o xinguei, mas eu lhe digo, aquele garoto ele é simplesmente insuportável de se lidar e....

— ....Do que você esta falando, realmente? —Suspirei entediada. Não quero falar sobre isso. Realmente.

— Da minha discussão com o Bieber, do que mais estaria? — bufo, caindo com os braços mole de cada lado do meu corpo jogado no banco do passageiro do volvo prata.

— Ahn? Eu estava me referindo da Vogue, da matéria em que diz na primeira capa em negrito e de letras maiúsculas e grandes, — suas mãos levantam no ar e ela faz uma faixa, demonstrando como estava lá na revista — “SOBRINHA DO SCOOTER BRAUN ASSUME SER A NOVA EMPRESÁRIA SUBSTITUTA DO NOSSO GALÃ, MUNDIALMENTE FAMOSO, JUSTIN BIEBER”. Maddie quem me mostrou. Quando você iria contar-me, Sky? — ela terminou de falar e um silêncio absurdamente desconfortável, se estendeu no carro.

Ah, isso.

Eu não falei nada. Não consegui. O que eu iria dizer? “Fanny, não lhe considero como uma amiga intima para lhe contar que o pior aconteceu na minha vida, que minha mãe esta desenvolvendo cada vez mais um transtorno de bipolaridade o qual ela afirma que não tem. É isso aí, Fanny. É isso aí que não sou nem perto de uma garota feliz e perfeita que você realmente acha. Eu sou uma farsa, das feias”. Será que ela realmente teria que ouvir isso? A coisa toda não é essa, é que eu não tenho coragem.

Mas o assunto do Bieber de algum jeito eu saberia que ela iria saber. Mas não pela minha boca. Era melhor assim. Bem, era porque agora Fanny esta tratando esse era como se eu fosse uma idiota medrosa.

Fanny olhou-me com o olhar decepcionado, enfiando mil facadas no meu peito. Eu podia  sentir e sabia que Fanny era uma daquelas amigas intrometidas e que exigia que você compartilhe o máxima de sua vida. E eu não era uma dessas amigas.

— Bom Deus, Fanny. Não! — choramingo. — Eu sinto tanto.

Desato a chorar que nem uma idiota. — Esta bem, Skie. Bem. — Segundos depois posso sentir seus braços enrolando pelo meu ombro apertando-me contra seu ombro baixinho. Era humilhante esta perto de Fanny. Ela era mais que baixa, ela era baixíssima e então não preciso nem dizer o que isso me causa, não é?

— Eu o odeio muito, Fanny. Eu odeio tudo, mas quem eu devia odiar eu não consigo que é meu tio. Eu não consigo odia-lo e então eu acabo odiando quem eu não tenho de odiar. Ah, não sei! Ele é tão irritante! Toda aquela gostosura e machismo em que ele passa nas fotos é tudo real. Eu o odeio! — depois de desabafar, sou empurrada bruscamente para o meu assento novamente, e Fanny começa a rir, rir muito. — Você acha isso engraçado, não é? Porque eu não! — desfiro-lhe um tapa –  que eu espero ter sido forte pois minha mão começou a arder – em seu ombro.

— Ai! — choraminga risonha. — É que amiga, você acabou de descrever aquele Deus grego de “gostosura”. Sério? Aquilo é como se fosse uma comida deliciosa, preparada para devorar a qualquer hora. — Ela se joga no banco, sonhadora. Reviro os olhos com seu senso de paixão exagerada.

— Você acabou de referir-se a ele como uma comida. Isso é mais humilhante. — resmungo.

— Aí amiga! Maddie andou gemendo esses dias e bom Deus, quando eu lhe arranquei o laptop dela, estava aberto em uma foto bem grande dele com aqueles olhinhos abertos, aquela boquinha e eu...

Bom Deus!

— Fanny! — repreendo. — Não quero ouvir isso, não quando quem você se refere é aquele cretino do Bieber e o qual eu odeio no momento! — protesto. Ela ri, endireitando na sua cadeira.

— Esta bem, esta bem! — O carro tremeu, o escapamento rugiu e então seu velho Volvo prata estava correndo pelas ruas calmas de San Francisco. — Estou ignorando o fato de que você esta toda molhada e molhando meu bebê. — revirei os olhos.

— Santo Deus, sério que você chama essa lata velha de bebê? Isso está mais para “meu idoso” do que bebê. — Fanny me lança língua, e eu rio.

E assim viajamos até o pequeno apartamento de sua mãe, onde ela mora.[....]

Depois do porteiro ter que exigir de que eu tivesse de subir pelas escadas pois não queria que molhasse o elevador com o estado da minha roupa pingando para todos os lados, eu finalmente terminei de subir dois lances de escadas parando totalmente sem fôlego na frente de Fanny que normalmente estava com os braços cruzados, o olhar calmo e alegre, para o meu desgosto.

Fanny havia subido de elevador!

Seus olhos tilintaram felizes quando me aproximei dela. — Foi boa sua subida pelas escadas? — fez questão de perguntar, brincalhona.

 — Oh, tão boa que meus pobres pulmões estão quase parando. — bufo, entrando na brincadeira.

— Legal. — ela empurrou a porta aberta. Entramos.

— Fannie, Fannie, é você? — A voz fina e assustada de Maddie nos alcançou no pequeno cômodo da sala.

— Maddie e sua mania de gritar atrás de confirmações. — revirou os olhos, arrancando-me risadas. — Sim, sou eu! — gritou de volta. — Não sente no sofá! Mamãe teria um ataque cardíaco se quando chegasse e visse seu tão amado e velho sofá todo ensopado de água. — Sorri. Ela acenou para mim, antes de sumir no corredor dos dois quartos, um de sua mãe e outro qual ela dividia com sua irmã adolescente, Maddie.

O apartamento era pequeno, apenas cinco cômodos minúsculos os quais era a cozinha, banheiro, sala de estar, e os dois quartos. Mas era confortável e simples, e bem a cara de três mulheres. Sim, o pai de Maddie e de Fanny não mora com elas, na verdade, nunca soube o que houve com eles, e nunca o vi com elas desde os anos que nos conhecemos. Portanto não sei se ele ainda esta vivo ou se já se foi. Fanny nunca comentou e eu nunca tive a audácia de perguntar.

Maddie entrou correndo na sala, soltou um gritinho quando me visualizou perto da porta de entrada e então correu para me abraçar. Consegui detê-la antes que ela me abraçasse e saísse toda molhada.

— Sky, o que houve com você? — Seus olhinhos cor de chocolate me analisaram dos pés a cabeça.

— Ah, não foi nada, a chuva apenas conseguiu ser mais rápida que eu. — sorrio docemente. Ela ri, batendo sua mão no meu braço, antes de se afastar para que ela conseguisse olhar-me sem quase quebrar o pescoço.

Desconfortável.

— Você quer ver a minha nova camisa do Jus que eu e Fannie personalizamos? — Ela sorri, timidamente. Oh, não, não! Já não basta Fanny com sua admiração exagerada pelo Bieber, agora vem essa pequena adolescente apaixonada pelo mesmo cretino?

É de mais para mim.

— Não, depois ela vê, Maddie. Dê um minuto a ela para que ela possa se ajeitar. — Fanny aparece na sala, calando minha resposta. — Toma. — Ela arremessa uma muda de roupa cor púrpura e exagerada, com uma toalha branca e sequinha. Levanto as coisas, em um sinal de agradecimento.

— Esta bem! Oh, mas eu bem que gostaria de saber como está indo seu trabalho com o Justin. — Maddie assume, inocentemente.

Nego com a cabeça, soltando uma risadinha de forma descontraída. Uma mentira porque dentro estou um caos.

— Vamos lá! Eu te guio. — Fanny me puxa pelo braço, afastando-me do sorriso diabólico da pequena fadinha que é Maddie, aquela criatura de apenas quatorze anos mais que sabe persuadir e constrangi uma pessoa. Nem preciso dizer a quem ela puxou isso, certo?

[....] Depois de tomar um banho relaxante, deixando a questão “Bieber sendo idiota” de lado, eu encontrei Fanny e Maddie na sala assistindo Friends. Ajuntei-me á elas.

— Onde está a tia M? — Pergunto eu, curiosa por não ter á visto.

“M”, quer dizer Maria, mas ela nunca aceitou seu nome, sempre afirmando que “Maria” é muito “Clichê”, então todos a chamam de M, ou mais precisamente, Tia M. Ela é uma senhora, uma senhora estilosa de quarenta e cinco anos, muito simpática.

Fanny mergulha sua mão no pote de pipocas entre ela e Maddie no sofá, retirando uma mão cheia, enfiando na boca. — Ela está trabalhando. Nossa vizinha, Cloe, arrumou um serviço para ela em um hotel. — Respondeu Fanny de boca cheia.  Reviro os olhos para sua nojeira.

— Fanny, mal educada, nem ofereceu pipoca á Sky! — Maddie brigou com Fanny, dando-lhe um tapa no braço em seguida. Eu ri, estendendo minha mão para o pote de pipoca estendido na minha direção.

— Obrigada, Maddie. Você é adorável! — Eu disse, sorrindo de lado em sua direção. Suas bochechas coraram, e eu ri, virando-me em seguida para assistir Friends na TV de tela plana pendurada na parede decorativa por fotos.

[....]

— Ei! O que houve entre você e o Bieber? — Fanny sussurrou para mim, quando os créditos começaram a rolar na tela após o seriado ter acabado. Girei minha cabeça, analisando seu rosto preocupado.
Oh claro, claro que ela lembraria disso depois de a conversa não ter chegado ao ponto atual e também por eu ter declarado no carro o quanto eu odeio Justin Bieber.

— Huh! Eu não sei, sabe. Algumas semanas atrás eu falei muitas verdades para ele, querendo ou não uma semana depois ele foi até meu apartamento e pediu desculpas e pediu para que eu continuasse meu trabalho para ele. E bem, eu continuei, e estava tudo indo bem, eu estava começando a entrar em sua vida, quando ocorre a coisa toda de mais cedo. — bufo, relembrando a cena na praia.

Fanny olha para o lado, certificando-se de que Maddie ainda esteja dormindo, pega o controle e abaixa o volume da televisão, voltando á atenção para mim, em seguida.

— Pelo que eu sei, quer dizer, pelo o que eu vejo nas revistas de Maddie e na internet, ele anda muito perturbado, ele ainda continua fora de linha? — Quis saber. Seus redondos olhos se abrem mais, curiosos.

Inconsciente, cruzo minhas mãos juntas, descansando-as no meu colo. — Sim, não, quero dizer, uma parte sim, uma parte dele ainda continua rebelde, mas, essas semanas que eu passei na paz com ele, ele se mostrou alguém diferente, entende? — parei, vasculhando pelo seu rosto, esperando-a assimilar antes de eu continuar novamente.
Ela assentiu. — Ele foi muito atencioso, muito prestativo e aos poucos eu sentia que ele estava se aproximando de mim. — seus olhos se arregalaram quando ela entendeu ao contrário. Revirei os olhos. — Não, não nesse sentido! No sentido de facilitar meu trabalho de agente. Mas depois de ele me humilhar hoje na praia, foi totalmente irritante o jeito que ele disse que eu queria aproveitar-me de sua fama, veja só! Eu já desejo ao máximo ficar por trás da mídia, e ele afirmando, veja bem, afirmando que eu queria aproveitar-me de sua fama! — bufo, logo depois fico surpresa quando Fanny bufa junto comigo.

Seus dedos agarram uma mecha de seu cabelo, girando-a em seu dedo indicador, antes de coloca-la atrás de sua orelha — Eu não entendo muito disso tudo, Sky. Mas estou tirando algumas conclusões pelo o que Maddie me disse alguns dias atrás, — ela riu baixinho — quando ela não aguentava mais ver o Justin na ‘miséria’, palavras ditas por ela. Mas então, ela disse-me aleatoriamente que talvez ele precisasse de um tempo, digo, um tempo nesse tumulto, entende? — concordei pensativa — Da mídia, de tudo. Ele precisa de férias, eu acho que é isso que elas quis dizer.

Sim, talvez seja isso mesmo, mas o que ela quer que eu faça? Se ele precisa de férias, que ele tire férias.
Eu disse isso a ela. — Eu acredito que sim, que você pode ajuda-lo nisso, Sky. Você é inteligente e é formada tanto para cuidar de sua carreira, quanto para entender um adolescente em transformação para a idade adulta.

Depois daquela resposta de Fanny, nós havíamos mudado do assunto “Bieber” e havíamos falado de coisas aleatórias, como por exemplo a Dayson e ela acabou dizendo que se elegeu para o cargo de Co-Presidente agora que Marjorie, a ex Co-Presidente da Dayson, pediu as contas para tentar a faculdade de letras. E bem, nem preciso dizer o quanto Fanny está desejando que Chris reconheça seu trabalho e a deixe assumir o cargo. E sabe de uma coisa? Também estou desejando que ela consiga, Fanny é uma boa menina, viciada em sexo e ás vezes intrometida de mais, mas boa e ela merece esse cargo.

Quando foi mais tarde, pedi para que Fanny me deixasse dormir no apartamento, dizendo que estava tarde, mas a realidade era que eu não queria ir para a casa, não agora, não queria enfrentar minha mãe e seus bombardeios de perguntas que eu tinha certeza que ela jogaria em cima de mim. Talvez amanhã, mas primeiro eu preciso de uma boa noite de sono antes.

Eu havia dormido uma noite aqui, á alguns meses atrás, quando Fanny implorou o dia todo durante nosso trabalho na Dayson, por uma noite de pijama em sua casa. Eu cedi e então eu acabei dormindo na cama debaixo da sua, que puxava para o lado e ela virava realmente uma cama. E eu dormi no mesmo lugar esta noite.

Eu pensei que quando eu fechasse os olhos eu dormiria facilmente, mas não foi isso que aconteceu. O assunto que Fanny disse-me, sobre Bieber tirar férias, ficou rondando a minha mente, e eu sabia de que devia voltar e enfrenta-lo, talvez até fingir que nada aconteceu, mas mesmo assim, sua ofensa ainda estará corroendo meu cérebro por um bom tempo. Mas eu sei que eu devia voltar e deixar tudo isso de lado e apenas fazer o meu trabalho, e precisamente eu tinha que fazer isso. Eu tinha, mas sempre há aquela voz insignificante em sua cabeça dizendo ao contrário, que no caso me alertava para que eu acabasse com tudo isso ligando para o Scooter informando-lhe o quanto Justin Bieber deu-me trabalho nas ultimas semanas.

Eu devia fazer isso também, mas eu ficava no meio, no meio dos dois.

Será que eu deveria fazer meu trabalho normalmente, esquecendo que ele não me ofendeu e simplesmente não misturar o pessoal com o profissional, ou será que eu deveria pegar agora mesmo o celular e ligar para o Scooter? Ou até deixar uma mensagem — por mais covarde que seja — dizendo-lhe que eu não vou mais ser agente substituta do Bieber e dane-se tudo?

Eu sabia, sabia que eu não era nenhuma das duas pessoas, eu sabia disso, eu apenas não sabia o que fazer, além dessas opções.

Decidida, escolhi para deixar tudo com o tempo, eu daria um tempo e esperaria porque de alguma forma, eu não queria admitir para mim mesma que no fundo eu queria que Bieber batesse na minha porta e dissesse o quanto estava arrependido, pedisse desculpas e tudo o mais como na ultima vez que eu fiquei uma semana sem dar noticias.
Sim, talvez eu quisesse isso, apenas não queria admitir a mim mesma porque eu seria uma completa idiota depois de tudo o que ele fez. Mas talvez seja isso mesmo.

30 de Março de 2013 —São Francisco – Califórnia, Estados unidos — 11h19 A.M

— 10hrs depois —

Meus olhos abram vagarosamente após minha mente e ouvidos detectar risadinhas, mas acabei fechando-os logo em seguida quando a claridade fez meus olhos arderem.

Resmungo, coçando meus olhos e bocejando. — Shh, ela está acordando, Maddie! — alguém sussurrou, rindo baixinho em seguida.

Sem entender, tentei abrir meus olhos novamente, sendo mais cuidadosa agora, abrindo apenas um e vasculhando o quarto pequeno de Fanny, logo depois encontrando cabeças no alto, encarando-me.

Reviro os olhos, tentando resgatar meu bom humor deixando o assunto Bieber bem fundo na minha mente quando ele arriscou vindo á tona para deixar-me de mau humor terrível — Só podia ser a baixinha e a baixinha dois! — exclamo completamente rouca com a garganta seca arranhando — Que horas são? — pergunto em seguida.

Sento-me na cama, observando-as através da minha visão embaçada.

— Não sou baixinha! — as duas disseram em uníssono. Ri.

Bato minhas mãos nas minhas coxas cobertas pela fina coberta estampada de flores— Não, claro que não! Se com seus vinte e dois anos você estar com um metro e cinqüenta e cinco não ser baixinha, então, claro, é uma anã! — irritei-as. Dessa vez elas riram, entrando junto na brincadeira.

Maddie bateu a palma da mão na testa, arregalando os olhos em seguida. — Então se nós somos as anãs, você é a Branca de Neve, só que na versão gigante, não é? — Maddie debochou. Eu ri.

Garota folgadinha!

— Bem isso. — concordo.

Fanny revira os olhos, bufando. — Quanta infantilidade, Maddie! — Maddie ri, não levando o insulto da irmã para o lado pessoal.

Empurro o cobertor para o final da cama, espreguiçando-me. — Hein, que horas são? — pergunto novamente.

— Quase meio dia. — responde Fanny distraída com o celular.

Arregalo os olhos, saltando da cama. — O quê? Isso tudo? Oh Deus, eu preciso ir embora! — murmuro assustada. Rodando pelo quarto, lembro que não estou com a minha roupa, então observo a que peguei emprestada com Fanny, mas sem chances de eu ir embora com aqueles shorts curtos e aquela blusa pequenina que mostrava metade da minha barriga. O frio lá fora estava congelando.

Voltando para perto delas novamente, pergunto: — Onde minhas roupas então, Fanny? — pergunto.

Encolhe os ombros, e seus olhos aumentam mais no seu rosto, sentindo-se culpada. — Huh, não estão secas ainda, estão meio úmidas. — concordo, lembrando que eles não possuíam uma secadora.

Maddie observava tudo cautelosamente — Será que não tem como você me emprestar um moletom e uma calça ou até uma...— fui interrompida pela porta que abriu e uma cabeça coberta de cachinhos preto se intrometeu entre a porta aberta e o batente.

Tia M sorri timidamente. — Bom dia, querida.

Eu sorrio. — Bom dia, tia M.

Acena para Maddie e Fanny, acenando para mim em seguida. — Será que elas disseram-lhe que eu preparei uma bandeja cheia de pães de queijo assados e um copo enorme de Milk shake de chocolate com creme tudo para você? — eu nego, olhando para Maddie que parecia ter encolhido mais na cama e Fanny que revirava os olhos repetidamente.

— Elas não o fizeram, mesmo assim, muito obrigada Tia M. — Disse eu sorrindo para ela.

— Isso quer dizer que você está para o café da manhã aqui, não é? — pergunta esperançosa.

Assinto rapidamente. Eu estava morrendo de fome e tia M nunca permitiria que eu fosse embora sem comer antes. — Sim, só preciso de uma roupa antes — respondo educadamente.

Ela assente dando ordens para Fanny me emprestar roupa antes de fechar a porta com cuidado. Viro-me para Fanny. — Sua mãe é um doce, não é? — sorrio com admiração.

Fanny bufa. — Só se é apenas com você, porque já pode imaginar como ela é com suas adoráveis filhas, não é? — bufa — Não tomamos café até agora, poxa! — Maddie ri a seu lado. — E você está ciente que não irá embora tão cedo, certo? — pergunta. Assinto, rindo.

De algum modo, era delicioso ter alguém realmente interessado em sua vida, mas não de uma forma doentia como a mídia fazia com o Bieber, mas de uma forma doce, que se acontecesse algo de errado, a pessoa sentiria ali os pêsames junto com você, e se fosse algo cheio de sucesso, ela se alegraria ali, junto de você. Isso resumia um pouco minha relação com a Tia M, que nas poucas vezes que venho aqui, sempre vale a pena quando saio feliz e de barriga cheia, de fato.

Depois de ter um banho gostoso e de vestir-me com uma muda de roupa que Fanny emprestou-me, fui direto para a cozinha. Tia M estava acabando de colocar três copos grandes de mil shakes de chocolate, sendo um de creme, e um copo de café com chocolate para ela.

Depois de dirigi-me para o lado de Fanny na mesa de quatro cadeiras,  Maddie e tia M ficaram a nossa frente.

Fanny se apressa para encher seu prato de pães de queijo, e esperei até que Maddie pegou o sei e peguei em seguida para mim e desde ai começamos uma refeição calma com conversas baixas e de menor importância, o tipo de refeição que posso dizer e afirmar que é raro acontecer lá em casa, bem, desde que minha mãe esteja de bom humor pode até acontecer.

Fanny já havia limpado seu prato e já estava indo pegar mais quando Tia M começou com suas perguntas.

Deu primeiro um gole de seu café com chocolate, antes de lançar sua primeira pergunta. Eu havia acabado de comer meus pães de queijos e estava na metade do meu Milk Shake. — Então, querida, como está indo a faculdade? — pergunta. Estico-me para pegar um guardanapo, limpando a boca em seguida.

— Huh, eu tive que tranca-la, Tia M. — falei a verdade. Ela analisou-me, com um ponto de interrogação imaginário cravado em seu rosto enrugado. — Ah, sabe, não sei se Maddie lhe contou, mas é que meu tio teve que tirar férias, entende? Ele havia se casado, e precisa de um tempo com a sua esposa, Yeal. Desde então, ofereceu a mim o cargo de Empresaria para o momento. E aceitei sabendo que teria que trancar a faculdade. — expliquei.

— Huh, entendo, eu acho. Mas porque ele lhe deixou esse cargo para você e não para outro empresário, não sei, algum outro? — perguntou.

Dei de ombros. — Não sei ao certo, talvez porque ele confia em mim para deixar-me cuidando da carreira do Bieber. — respondo.

— Aqui é a coisa: Ele confia em Sky, só em Sky para deixar o garoto precioso em mãos incapazes, ou seja, ele tinha certeza que Sky era capaz, então, a obrigou á cuidar do problemático — Fanny se intromete e podemos ver que ela estava falando com bom humor através de seus lábios porque eles nunca deixarem de formar um sorriso, por mais pequeno que seja.

— Mas o quê? Você não entende de nada, Fanny! Nadinha! — Maddie rosna jogando a revista longe na mesa, furiosa com a irmã. Eu retiro o que disse sobre dizer que todos podíamos ver o humor nas palavras de Fanny porque está claro que Maddie não o viu — E eu já disse que o meu Justin não é problemático, está certo? Ele apenas está confuso.

Fanny bate as palmas das mãos com força na mesa o que eu acredito ter sido um gesto de irritação que me fizera engasgar com o Milk shake e do outro lado da mesa eu podia ver os olhos tão arregalados de surpresa de tia M que na sua testa morena formaram vincos. — Minha nossa! Será que você sempre tem que vir sempre com sua atitude defensora de fã iludida para cima de mim? — pede e eu posso ver seus lábios apertados junto de seus olhos muito brilhantes de raiva fincados no rosto de Maddie do outro lado da mesa. — Por Deus, eu estava brincando!

— Porque será que é só com você? E é você quem tem que entender que eu o amo e sempre terei primeiramente o instinto de protegê-lo e depois poderei analisar se era uma brincadeira ou não, sua....sua — Tia M se irrita, imitando o reflexo de bater fortemente as duas mãos na mesa como Fanny fizera. Eu pulo assustada.

—Para, Maddie! Vocês duas são todas idiotas — tia M rosna e eu fico surpresa por nunca tê-la visto ficar irritada e, principalmente por Maddie que sempre fora um pouco fora de controle, mas, nunca a vi se alterar tanto.

O mais intrigante de tudo foi o brilho sinistro que eu pude ver nos olhos de Maddie e não era apenas algo do calor do momento, era como se ela estivesse cansada daquilo como se...como se ela pudesse fazer tudo se necessário para defender tudo á respeito do Bieber. Eu posso dizer que posso está errada porque aconteceu tudo tão rápido, mas, ao mesmo tempo não, aquele brilho era real. Eu pude vê-lo crescer nos olhos de Maddie.

De todo, algo me fez pensar e foi a certeza de que estou vivendo com uma Belieber leal e pronta para ser uma perfeita defensora comprovando que Justin não tem ideia do quanto estas garotas o ama e o que elas estão dispostas a fazer por ele por mais estúpido ele possa ser ás vezes.

Continuamos á conversar, digo, primeiramente entre eu e tia M para depois Fanny e Maddie entrar para a conversa também. E acabou que se tornou uma conversa ligeira e calma, e depois de meia hora, despedi-me, agradeci, peguei minhas coisas e Fanny me levou até o meu apartamento. Já se passava da meio dia quando cheguei no meu apartamento e fui direto para o meu quarto depois de comunicar a Clarice que eu havia chegado, ela me fez perguntas e eu fui vaga, não contando nada do que aconteceu na praia. Menti dizendo que passei o dia todo na casa de Fanny e que quando vi já era tarde de mais para atravessar a área mais ou menos que Fanny morava. Ela acreditou e eu agradeci mentalmente.

Eu não vi minha mãe quando cheguei e Clarice disse que ela havia saído em algum momento entre ás dez para as onze da manhã. Eu acreditava que ela tinha ido para o Clube onde ela era sócia ou estivesse enfiada em uma das casas de suas amigas.

Quando deu uma e dez, eu já estava tomando outro banho e me arrumando para ir para a Dayson. Chris, o presidente da empresa, havia me mandado uma mensagem informando que era para eu estar lá uma e meia. Não disse nada mais.

Uma e vinte e cinco eu já estava pronta, amaldiçoando quando lembrei que eu estava sem carro. Sim, eu não fui buscar meu carro na casa do Bieber e estava pensando se mandaria alguém ir busca-lo porque era sem chances que eu fosse busca-lo. Acho que isso soa meio covarde, mas eu não estava importando-me com isso no momento, eu apenas não queria ver Justin, pelo menos até que uma boa parte de sua ofensa tenha ido embora do meu orgulho.

Mas pelo visto ele não pensava igual e eu não sabia se eu ficava feliz pelo meu desejo momentâneo não admitido que eu tenha sentido ontem á noite dele vir me procurar, ou se ficaria irritada por ele ter a irritabilidade de aparecer no meu apartamento depois de tudo.

Mas sim, ele apareceu e quando eu abri a porta, seu sorriso doentiamente bonito estava em seu rosto, fervendo meu sangue mais e mais.

Respirando fundo para não socar seu rosto bonito, escorei-me no batente da porta aberta, observando-o;

— E aqui está você, novamente, depois de suas crises de infantilidade. — lembro-o não podendo impedir-me de dizer isso por mais arrogante que seja.

Nervoso, ele passa o peso de um pé para o outro, enquanto lambe os lábios nervosamente. De algum modo, seu nervosismo me deixou, digamos, energizada, energizada por ele estar nervoso, por ele se importar. Em outras palavras: eu estava sentindo-me vingada com seu nervosismo, com seu desconforto, de qualquer maneira.

Mas nada disso está importando agora, seja seu lábio inferior ferido pelas mordidas constante de seus dentes e também seja o nervosismo impresso nos seus olhos piscando á cada dez segundos. Eu não estou ligando assim como ele não se importou de dizer-me que eu estava procurando por ama!

Qual é! Não estou sendo dramática, ou estou? NÃO. Claro que não estou sendo! Estou sendo realista, porque quantas vezes mais ele vai ficar fazendo isso? Faz uma cena infantil e depois vem vir pedir desculpas? Diga-me, quantas vezes mais?

Isso é irritante!

— Será que posso entrar, por favor?