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História Minha empresária - Perdidos.


Escrita por: Monkeys1

Notas do Autor


Bem, olá babes. Estou de volta. Estou viva e não me matem, please, tenho ideias legais.
Enfim, mil desculpas pela demora. Realmente não foi minha culpa. Estava sem internet.

Capítulo 22 - Perdidos.


Não era assim que eu estava imaginando que seria quando tirei cinco dígitos da minha conta bancária para essa surpresa. Quero dizer, a reação do Justin foi doce e seus beijos me deixaram flutuando, confesso, mas correr para longe dos paparazzos entre as ruas de uma cidade totalmente desconhecida não estava nos meus planos.

Assim que saímos do estúdio um no braço do outro, nem em um bilhão de anos imaginávamos que estaria aquela massa alucinante de paparazzos com seus sorrisos maliciosos juntamente com suas câmeras audaciosas com seus fleches cegantes. Pelo menos eu não. Acho que não posso dizer o mesmo sobre o Justin.

Tudo o que senti de diferente nele foi o músculo que mexeu em sua mandíbula. Eu pensei que deveria ser assim que celebridades agiam em torno dos paparazzos: se controlavam e ficavam impassíveis. Ou então, ele talvez já soubesse. Eu não sei exatamente, porém, tudo o que compreendi naquele momento é que o rótulo "famosa" realmente nunca ficaria bem em mim: minha reação aos paparazzos foi realmente contrária a que Justin teve. Como disse, ele ficou impassível e eu, bem, eu fiquei histérica. Eu gritei no momento em que um fleche trouxe estrelinhas e uma quase escuridão na minha visão. Eu quase fiquei cega!

Por um momento, eu fiquei alternando meu olhar entre aquele mar de paparazzos e o rosto calmo de Justin que começou a me dar nos nervos depois de um minuto sendo bombardeada com perguntas provocativas e fleches que começaram a me deixar tonta e cega. 

Aquilo não era nada bom.

"Ei, o que é sua mão na cintura da sobrinha do Scooter, Bieber?", "Vocês estão namorando?","Ouvi que Scooter não vai gostar nada disso, Bieber.","Ei você Sky, é verdade que você largou a faculdade para ir cuidar do Justin, ops, da carreira dele?". 

Embora essas foram uma das muitas perguntas que eles jorravam para nós, a última foi a que mais me enfureceu e tirou-me do torpor que eu estava. "Você largou a faculdade para ir cuidar do Justin, ops, da carreira dele?" como eles podiam ser tão maliciosos assim? É verdade que eu meio que estou cuidando do Justin, mas não tem nada de ruim nisso, ao invés do que eles fizeram parecer, fizeram parecer que Justin era uma criança ou talvez bem mais ruim que isso. Isso me faz olhar para o braço ainda apertado que Justin estava mantendo no meu ombro. Não posso evitar e o empurro para longe, me afastando. Puxo meu moletom um pouco pra cima, e que agora deveria estar mostrando um pouco da minha barriga, e tento me esconder no pedaço de pano que consegui passar por cima da minha cabeça e tampar meus olhos. Estava pouco me importando se mostraria minha barriga, se eu sentisse vontade, o tiraria e ficaria de sutiã se isso cobrisse meu rosto para longe dessas pessoas cruéis.

Eu não consegui ir muito longe, Justin pegou minha mão e me puxou na direção oposta enquanto empurrava os paparazzi do nosso caminho. Deixei-o me guiar para fora do circulo que eles haviam criado ao nosso redor.

Algum momento depois paramos em uma esquina e olhamos para trás. Eles tinham ficado para trás e parecia que ninguém havia nos seguido. 

Justin está perto e seu olhar procura o meu. 

Olho para ele. 

— Ei, ei, você está bem? — Pergunta com a voz baixa e doce. Suas mãos vão até as minhas que ainda seguravam firmemente o moletom acima da minha cabeça e trabalham ágil e delicadamente para abrir os meus e abaixar meus braços para os lados do meu corpo, logo depois ajeitando o moletom nos meus ombros.

Isso deve ser tão ruim, sabe? Lidar com esses tipos de coisa. — Como, como você consegue lidar com eles? —Pergunto curiosa. Logo afirmo: — Eles são tão cruéis. — Eles são mesmo! 

Justin dá de ombros.

— Eu acho que não existe um truque. Você só tem que ignorar e seguir e quando você está no topo do limite você simplesmente desmorona e isso te destrói e,se isso te destrói, significa que você ficará fraco, e se você está fraco, eles vão comer seu cérebro, e se eles vão fazer isso, você vai estourar e vai ir para quebrar a cara deles. — Ele explica calmamente, porém, não vejo nenhuma calma nisso. Estourar? Comer cérebro? Destruir? Minha nossa. Eu definitivamente não quero mais ser empresária. 

Eu lembro da matéria que li sobre ele naqueles tempos quando tudo o que eu sabia sobre Justin Bieber era o que estava nos tablódes e, sabe, eu realmente o odiei e o julguei como qualquer outra pessoa quando terminei de ler sobre ele ter xingado e quase agredido um paparazzo. Porém, agora eu posso entender. Tudo na vida tem limites e eu acho que existe bem poucos limites se tratando de paparazzos. 

— Isso, esse sentimento, já aconteceu com você, não é? — Pergunto timidamente. Ele desvia o olhar mirando-o no chão.  Um carro passa cantando pneu ao nosso lado e eu pulo assustada. 

— Sim, eu já estive no ápice, — sua voz é um mero sussurro no meio daquele barulho todo de carros e motos, mas, de alguma maneira, eu consigo escuta-lo — um balão gigante de merdas e o cara só, puft, — Sua mão direita está no ar apenas com seu dedo indicador esticado, cutucando o ar, imitando uma agulha. Ele continua: — cutucou meu balão e tudo estourou. — Confessa. Suas bochechas começam a corar e seus olhos brilhavam raivosos.

— Ali! — Alguém grita e nós olhamos para o lado. 

Paparazzos nos rodeavam pendurados em motos e quase caindo da janela de seus carros, alguns vinham correndo na nossa direção como robôs. Meu coração começou a apertar e eu olhei assustada para Justin. 

— Quando eu contar três a gente corre, certo? — Ele grita e eu concordo balançando a cabeça e ainda encarando a massa de paparazzos que vinham sedentos na nossa direção.

1, 2...e Justin está me puxando pelo braço e estamos correndo pela calçada desviando de postes enquanto fleches iluminam nossos rastros. 

— Temos que despista-los! Vamos ir na direção leste que eu acredito que vamos dar na praia! — Ele grita sobre nossa respiração ofegante e pelo barulho de buzinas de carros.

Viramos á esquerda em uma rua e seguimos correndo virando e virando até que não escutamos mais buzinas e nenhum fleche parecia nos iluminar por trás. Caímos contra a parede de um beco escuro próximo da praia, ofegantes, com pura adrenalina correndo por nossas veias.

Agacho grudando minhas palmas contra meu joelho enquanto puxo ar pela boca. — N-nós...temos que...que tomar-r cui-dado...na hora de....de ir embora p-para...a cabana. E-eles podem estar á espreita. — Justin diz entrecortado. Eu assinto respirando fundo, limpo minha palma molhada na calça.

— Você tem razão. — Admito deixando-me cair na parede enquanto tento normalizar a respiração.

Ficamos ali tentando se acalmar por alguns breve minutos antes de sairmos com os ouvidos ávidos atrás de barulhos que indicam sinais ruins, ou seja, paparazzos. Mas nada parecia estar nos esperando, então, descemos até o final da rua onde tinha um imenso mar, calmo e vazio. Tudo tão desértico que eu não sabia se era bom ou se era ruim: bom pelo fato de podemos passear livremente ou ruim pelo fato de que seria bem mais fácil os paparazzos nos alcançar.

Decido não pensar nisso porque, sinceramente? Isso era algo bem estraga humores e eu estava um pouco curiosa sobre Justin, então, decidi ir para um assunto um pouco fora do centro certeiro de desgosto.

— Então, qual foi a parte mais interessante de ser um milionário? — Pergunto. Nossa, Sky, como você é inteligente! Disse que paparazzos era um assunto que traria mau humor, e isso pra você é o que? 

Admito, fui um pouco burrinha.

— Olha se você não quiser di...

—....você quer saber a parte interessante quando um pobre se torna milionário, é isso? — Ele devolve a resposta com uma pergunta e eu vasculho seu rosto atrás de índicios de que ele esteja sendo irônico ou esteja chateado. 

Ele parece bem.

— É, hm, sim. — Respondo. Minhas bochechas estão bem quentes agora e eu fito a areia macia e o efeito relaxante que ela dá assim que eu a amasso sob meus pés.

Justin chuta um pouco de areia que se mistura no vento que vem parar na minha roupa. Resmungo estapeando a areia para fora da minha calça.

— Desculpe. Eu acho que no começo, tudo é tão brilhante quanto a explosão do big bang. — Ele compara e eu acho graça.

— Nossa, essa sua comparação foi muito inteligente! — Brinco torcendo a manga do meu moletom. Olho para ele para ver se ele também está sorrindo e ele está. Bom.

— Pois é, eu sou inteligente. Bem, naquela época, quando comecei a realmente fazer muitos shows e mar de dinheiro parecia estar entalando a minha conta bancária, eu estava tão feliz, mas, a prioridade da minha lista de compras de um garoto rico consistia em uma casa digna para minha mãe com uma dispensa grande e infinita — Sua voz estava séria e meus olhos novamente pareciam que iam transbordar de lágrimas. Aquilo era triste. — e, bem, havia também um par de supras roxos para mim. — Ele faz graça, bem, isso foi brusco. Eu estou rindo um pouco agora mas as lágrimas ainda estão ali. 

É triste ouvir coisas assim quando tudo o que você experimentou desde seu nascimento foi berços de luxo debaixo de uma casa digna do rótulo de palácio, comidas exóticas, um bom ensino e pais presentes. Mas, nem sempre todos tem a mesma sorte.

A riqueza exagerada de alguns tem o mesmo tamanho da pobreza dolorosa de muitos.

— Eu só estava pensando em realizar um sonho e não deixar mais que comida nos faltasse quando adentrei para a fama e a vida de uma celebridade. Admito que foi fácil se ajustar a partir do momento que vi o tanto de digitos estava a nossa conta bancária. Eu estava nas alturas e minha mãe parecia feliz. Isso era tudo o que importava. Eu podia nos alimentar e ainda ter tudo o que um adolescente desejava ter: carros de luxo, roupas estilosas, viagens e, olha, garotas! Muitas garotas! Elas apareciam em massa conforme fui adentrando mais e mais na mídia e...perdendo meu verdadeiro eu dentro de mim cada vez mais. Ser aquilo não estava nos meus planos, apesar de não ter realmente planos. Como disse, eu só queria cuidar da minha mãe. Nos cuidar. E parece que aquilo estava saindo muito bem: mamãe era tratada como rainha. Eu a estimulava a ir á salões de belezas, spas, jantares de gente famosa e ter confiança em si mesma. Nos primeiros anos, mesmo me sentindo uma merda quando transava com alguém e noutro dia, trocávamos um sorriso sem graça e ela ia embora depois de algum dinheiro, eu me sentia mal. Deus, sim, eu me sentia uma merda. Porque isso não era vida, mesmo que eu ainda estivesse agarrado com uma parte de quem eu realmente era, eu me sentia desgraçado. — Ele pára de falar deixando as palavras e o peso delas no ar enquanto eu luto para tentar entende-lo, tentar pensar bem antes de falar alguma coisa. 

Porquê? Eu só não entendo o porquê dele ter se deixado enfraquecer.

Eu só...

— E, enfim, ser milionário tem muitos pontos positivos. Você deve saber disso. — E com essas palavras quase desesperadamente pronunciadas, ele cala a minha pergunta. Cala qualquer tentativa de resposta para a pergunta que eu estava pensando em fazer.

— E então, você nunca me disse o porque de estar chorando naquele dia...— E então ele quer saber de mim. Ah, Deus! Porque quando uma pessoa não quer falar sobre ela, não quer jogar a hora da verdade, ela joga o ponto de interrogação pra você? Porque sempre o assunto é desviado para a outra pessoa? Isso não está certo! Devia ser outro assunto.

Com uma respiração profunda, eu olho para Justin e seu olhar parece bastante determinado. Gemo interiormente e penso que aquilo foi adiado demais, para a minha felicidade, mas que já era hora de ser discutido, para a minha infelicidade.

— Certo. Você falou um pouco sobre você e agora eu tenho que falar um pouco de mim, não é? Você é tão...injusto! — Choramingo um pouco. Ele sorri um pouco e passa os braços pelo meu ombro. Encaro sua mão no meu braço. — Você está tão abusado! — Exclamo com horror fingido. Ele ri baixinho no meu ouvido, seu hálito quente aquecendo a pele nua do meu pescoço. Meus olhos apertam e eu concentro no meu equilibrio para não ir de encontro ao chão de areia. 

Eu estou tão a mercê dele e ele parece saber disso! Cretino!

Com um suspiro, começo a relembrar o dia.

— Então, naquele dia que você foi até o meu trabalho eu...

—...eu fui é? — Ele pede, confuso. Minhas sobrancelhas sobem.

— Sim, quando ao invés de você ter ido fazer suas benditas malas, você foi fuçar na minha vida, me perseguindo! — Rosno baixinho na sua direção. Reconhecimento espalha pelo seu rosto e ele assente.

— Ah, então é ali que está seu outro trabalho! 

— Exatamente. Bem, eu tenho uma amiga — Começo a falar e logo sussurro baixinho: —, ou tinha, enfim, nós brigamos por algo banal — Continuo. Não, nada banal! Ela fez com que ser virgem é algo muito, muito ruim! E isso não é banal! Isso é sério, quero dizer, sua atitude foi arrogante! — E, olhe, a irmã dela de 14 anos é sua fã, uma Belieber. — Confesso e rio em como Maddie era obcecada pelo Bieber, nos seus tweets para mim, mesmo tendo pegado o sentimento de antipatia que sua irmã parece estar sentindo por mim, ela usa isso como ameaças dizendo que se eu não dizer sobre ela para o Justin, ela vai persuadir Fanny ajudar ela bater em mim. É claro que eu não me sinto ameaçada, porque, de alguma forma, Fanny nunca faria isso, e, bem, esta é Maddie, doce Maddie, ela nunca faria isso também, mesmo que esteja raivosa no momento.

Justin sorri um pouco, aliviando os filetes de preocupação que fizera uma mudança em seus olhos bonito. — Assim como você. Belieber como você. — Sorriu largo, apertando-me contra a lateral de seu corpo. 

Eu sorrio para ele estapeando-o de leve no braço. — Você está muito convencido sobre isso. — Resmungo brincalhona.

Seu aperto seguro ao redor dos meus ombros afrouxa e logo ele está enlaçando nossos dedos. — Você está certa, mas é que, isso me deixa tão, tão forte! — Assume com um tom de voz sonhador. 

Eu não falo mais nada. Não quero falar. Suas palavras espantou qualquer pensamento negativo ou zombaria para colocar em voz alta. Nadinha. Suas palavras flutuando no ar fazendo conjunto com o barulho constante das ondas era o bastante. 

Ao invés disso, penso no quanto isso parece ser uma das muitas mentiras existente na terra. Quero dizer, eu nunca pensaria que um dia eu beijaria Justin Bieber e muito menos que seguraria sua mão em um passeio na praia. Na verdade, se á alguns meses atrás me dissessem que isso tudo que iria acontecer, eu não acreditaria e ainda iria rezar com todas as minhas forças para que não acontecesse. Certo, isso soou ruim, mas é a verdade. Eu estive sempre tão cômoda com a minha vida que nunca pensei em uma mudança drástica, ou só uma simples mudança para sair da rotina. Para firmar isso, pense em minha virgindade que continuei preservando e agora sei que eu nem pensava em transar, eu só pensava em ficar independente. Isso havia se tornado um foco e nada mais conseguia penetrar no redemoinho. 

E agora? Agora eu penso em transar, penso em fazer isso com Justin. E não tenho nenhum medo se não vou gostar ou que talvez seja isso que ele sempre quis de mim: uma noite. Eu não estou me importando, só estou começando a desejar que acontecesse. 

Embora coisas novas como novos conhecimentos, novos prazeres e novos sabores tenha aparecido junto de coisas ruins também, eu acho que não tenho nenhum arrependimento de ter ido fundo na ideia de apoiar Scooter. Tanto por ele, como por mim também. Provavelmente vou me arrepender disso quando eu estiver bem longe de Justin e tudo que eu pensar seja nesse meio tempo que passei ao seu redor e, por fim, conseguir ver a verdade por trás dessa coisa toda que está nos acontecendo que pra mim, não parece verdade.

É que quando uma coisa parece te fazer tão bem, você dúvida da realidade dela ou simplesmente se ela ainda vai continuar ali. Eu meio que tenho esse sentimento sobre Justin. Me pergunto se uma noite é tudo o que ele quer, ou se uma noite é tudo o que ele precisa para continuar. Isso é complicado e talvez eu ainda não queira saber a verdade.

Justin bate a língua no céu da boca produzindo um estalo o quê me tira dos pensamentos. Seu cenho está franzido e ele diz: 

— Aí, será que estamos indo na direção certa? — Aponta para uma lombada um pouco alta de areia que está logo á nossa frente. Nenhum sinal da cabana ou da pista de areia. 

Arrumo meu cabelo colocando-o apenas de um lado no ombro e olho ao redor encontrando nada mais que quiosques, bancos, postes de luz, o calçadão que parecia infinito, mais bancos, água e áreia sendo nós dois, aparentemente, os únicos seres vivos perambulando. — Nah, acho que não. E parece haver nenhuma estrada de areia por aqui que dá numa praia particular com uma cabana com um arrogante chamado Justin Bieber. — Brinco. Justin me olha imitando uma expressão de falsa indignação.

— Será que você realmente acabou de me chamar de arrogante, sua metida? — Ele indaga com saliva saltando da boca. 

Choramingo limpando minha bochecha. — Mudei de ideia. Você é nojento! — Exclamo um pouco irritada. Logo depois, pergunto: — Será que sua mãe não te deu bons modos? 

Ele me olha divertido. O empurro soltando minha mão da dele. — Quem olha pensa que é santa. — Ele tosse. 

Arregalo os olhos e o empurro de novo dessa vez indo para trás dele e puxando seus braços para trás, prendendo-os com os meus. — Porque você pensa assim, huh? — Interrogo empurrando-o para frente com meu corpo imitando o gesto de um policial empurrando um preso para a cela quando ele hesita. 

— Porque será, hein? — Diz sendo irônico. Empurro-o novamente dessa vez colocando mais pressão no meu braço enganchado ao redor dos seus. — Ai! Isso dói! — Reclama.

— Anda, me diz! — Ordeno. — Será que você é lerdo demais para perceber que EU estou no comando? —  Rosno baixinho perto de seu ouvido podendo ver ao vivo seus pelos se arrepiarem e seu pescoço corar. Ui. 

— Então você quer saber? Você vai saber, porra! Você agiu com nojo quando cuspi propositalmente em você, mas á pouco tempo estava quase comendo na minha boca, sua pequena malandra! — Ele diz um tanto alto. Minhas bochechas coram, porém, o empurro com força e ele cai na areia. Caio nas suas costas. 

Ele se remexe e xinga. — Sky, porra, porque você fez isso? Jesus, estou todo cheio de areia! — Se remexe mais forte e eu caio na areia rindo um pouco. 

Ficamos de joelho. — Ei, olha aqui! — Ordeno baixinho pegando seu queixo e trazendo seu rosto para bem perto do meu. Seu rosto estava misto: uma parte iluminado pela lua e a outra na escuridão que era a noite. Seus olhos estavam cerrados e seu maxiliar travado parecendo imensamente raivoso. — Não vou pedir desculpas. Isso é culpa sua! Porque não beija meus pés já que gosta de ser tão submisso? — Sussurro contra seus lábios e todo o momento olhando dentro de seus olhos. Sua expressão está um misto de selvageria com admiração. Continuo: — Oh, oh, meu garoto. Não fique assim. — Roço meus lábios nos seus, puxando para trás rapidamente. Seus olhos estão quase fechando deixando-o com uma expressão manhosa e mansa. Um sorriso brinca meus lábios enquanto continuo seduzindo-o com o coração apertado daquela coisa magnética que sempre parece ficar mais forte quando estamos muito perto. Eu acho que isso seria um caso bem interessante para a ciência desvendar.

Com um suspiro passo meus braços ao redor do seu pescoço, prendendo-o bem próximo de mim, roçando meu nariz no seu. Minha cabeça pende para o lado e pressiono os lábios nos seus em um selinho, puxando novamente para trás. Nossos olhares o tempo todo enlaçados, um perdido no outro. Seus olhos me diz para beija-lo normalmente e os meus responde aos seus dizendo para ele se acalmar que nossos beijos nunca foram comuns. 

 — Você é um garoto muito mal, você sabe, não é? — Sussurro com a voz firme e repleta de sensualidade e repreensão. 

Ele pisca, quieto. Me encarando. Esperando. Desejando. — Mas, talvez você esteja certo. Anseio pelos seus lábios, por sua boca toda, na minha. Desejo seus braços apertados ao meu redor e seu suspiro, sim, esse, de quem afirmando expressivamente que eu falei exatamente a coisa certa. — Confesso com um suspiro sentindo-me um pouco mais leve, porém, o nível de tensão não aliviou em nada.

— Estou com saudades. — Assume tão baixo como eu, mas é como se ele tivesse gritado no meu interior. Minha respiração prende e eu estou mergulhando para encontrar seus lábios. Nos beijamos lentamente, primeiramente roçando os lábios, depois, aprofundando com um roçar de línguas aqui e ali que me arrancou suspiros.  Sou a primeira a abrir a boca, apertando-me contra seu corpo quente e acolhedor com um profundo suspiro que logo é seguido pelo deleite aparente de Justin quando seu braço enlaça minha cintura, sua outra mão subindo para meu rosto e tudo parecia não mais existir, exceto, nós dois, nosso beijo e o barulho das ondas como no nosso primeiro beijo na cabana. Esse parecia ser bem mais prazeroso por estarmos mais a vontade e mais intimo um do outro. Mais conhecedor de como nos sentimentos sobre o outro. Foi profundo e bem calmo. Justin foi delicado e manteve um roçar suave de seus dedos no meu rosto e a pressão firme de seu braço na minha cintura fazendo-me sentir adorada e cuidada. 

Sua apreciação foi o tempo todo demonstrada pelo toque suave de sua língua na minha, seus lábios pressionando com firmeza e, ao mesmo tempo, delicadeza nos meus, seus suspiros me impulsionando a me afundar completamente nele e eu afundava. Eu me afundava cada vez mais em seu abraço que eu me sentia tão contente, naquele momento, de recebe-lo. Ele me acolhia, aceitava quem eu era e ainda me admirava, me adorava, cuidava de mim. 

Eu acho que aquele foi o nosso primeiro beijo calmo. A lentidão de nossas línguas se tocando, enlaçando, cuidando uma da outra. Nossos lábios desejando tocar um aos outros cada vez mais quase tanto quanto queríamos nos perder um no outro. Sua palma firme acariciando meu lóbulo e, ás vezes, decendo até o meu pescoço onde seguia com carícias bêbadas que saia da ponta dos seus dedos e seguia um rastro de arrepios na minha pele quente que o levava novamente até meu lóbulo. 

Nos separamos, isto é, apenas os lábios. Era erro e idiotice sair de dentro dos seus braços quando eu estava tão perto que podia ver e sentir a suavidade que estava presente em seus lábios o que me faz pensar o quanto um pouco de insultos, arrogância e autoritarismo seguidos de um beijo calmo faz para um homem. O deixa tão leve como as núvens e tão calmo quanto um leão dopado. 

Essa linha de pensamento me faz rir e Justin me olha com seus olhos agora sorridentes, que, porém, a suavidade continuava presente nos traços de seu rosto e na cor de um mél mais claro e suave que seus olhos haviam tomado.

— O quê? O que foi? — Pergunta. Balanço a cabeça e o empurro sentado. Ele me puxa para o seu colo e eu me enrolo em uma bola em suas pernas, afundando meu rosto em seu pescoço. Seus braços me rodeiam.

— Nada. Olha, se você acha que isso foi tudo uma armação para você ser minha canga de praia, então....você está certo! — Brinco. Ele ri e eu posso ouvi-lo tanto em seu peito quanto no seu riso genuíno misturado com o barulho das ondas.

— Pois é, baby. Você só está com muito medo de admitir que isso foi saudade. Que você está tão loucamente me querendo, como estou por você. — Seu tom está brincalhão e isso até que me fez rir, porém, quando me empurro para longe de seu peito e olho em seus olhos, eles estão tão sérios que me faz querer chorar.

Talvez ele esteja certo.

— Certo, está ficando um pouco frio. Tenho uma ideia. — Justin me empurra para seus joelhos, puxa o zíper da sua jaqueta e depois me pega e me coloca em seu colo novamente, ajeitando meus cabelos do jeito que eu gosto - longe da minha boca e do meu pescoço, ou seja, nas costas - antes de me encostar em seu peito coberto pela camisa fina do moletom igual ao meu que ele usava. Descobri a sua ideia quase que instântaneamente. Mais instântaneo que o macarrão instantâneo, acredito. 

Ele está indo fechar sua jaqueta ao meu redor. E de alguma forma, ele consegue e tudo fica bem quente. Com um sorriso feliz, me aconchego mais nele, voltando a afundar meu rosto no seu pescoço com seu cheiro me rodeando assim como seus braços que me embalava.

Um beijo é depositado na minha cabeça e logo depois o som de sua voz está ecoando por todos os lados quando ele faz graça: — Pelo menos essa jaqueta horrorosa serve para alguma coisa. — Diz ele com escárnio fazendo-me rir. 

— É. Coitada! —Exclamo com indignação fingida. — Você está julgando ela demais. Daqui a pouco ela vira uma jaqueta surpreendente inepta a aquecimento e nós morremos. — Nós rimos.

Provavelmente estávamos perdidos, perdidos sobre qual direção ir para voltar á cabana, porém, se tinha algo que não nos encontrávamos perdidos, era sobre nossos sentimentos mesmo que quiséssemos fazer pose e tentar negar, porque não poderíamos, ele sabia e eu também estava começando a saber. Embora que ainda não acontecesse de ser um sentimento firme e concreto e sim nada mais que um labirinto cheio de passagens, direções e escolhas o qual estávamos descobrindo aos poucos, não nos encontrávamos mais sem nenhuma direção ou objetivos, - não que estivessemos planejando nos casar, nada disso, e, além do mais, ainda nem conversamos diretamente sobre isso, sobre nossos sentimentos - eu podia ver isso pela maneira como correspondemos hoje um ao outro. Quero dizer, estávamos em sincronia, certo? Pareciamos saber da mesma coisa, de onde estávamos pisando e de onde possivelmente pisaria, correto? Então, não acredito que ainda estávamos tão perdido como antes nesse labirinto que era esse sentimento que parecia tão presente entre nós como certamente balões de conversas nas histórias em quadrinhos.

Não quero estar sendo pretensiosa - mesmo sabendo que talvez esteja sendo - ao afirmar o que irei afirmar agora, mas é que, eu sinto, é um sentimento que me parece tão claro e tão ali. É sobre a questão do "mas", sinto que ele sempre vai estar presente dentro de mim, atrapalhando, me fazendo pensar a toa. Mas é ele, é o "mas" e é bem difícil ignora-lo. 

Mas, será que eu vou conseguir abandonar minha sede, meu anseio pela tão esperada independência caso eu resolvesse confessar hoje - uma suposição - para Justin que estava gostando dele e, desde então, se entrássemos em um relacionamento, eu conseguiria ignorar seu lado possessivo e seguir em frente com ele? Sufocando meu lado independente? Fazendo tudo o que ele me pedir para fazer?

Eu, eu meio que acho que estou complicando as coisas aqui. A coisa é um pouco mais simples do que parece, pelo menos na questão de expressar, se fosse assim também na hora de tentar resolver, seria bem melhor.

Eu seria capaz de abrir mão da independência por um relacionamento incerto?

Justin deve ter sentido minha tensão, meus pensamentos tumultuados, minha briga interna, pois seu olhar agora está fixo no meu e seus olhos parecem gritar: Me escolhe! Me escolhe!

Será que ele vale a minha independência, não só uma simples vida independente, mas é tudo o que eu sempre desejei após passar 16 anos da minha vida sendo sufocada pela minha mãe?

Será que ele vale isso tudo? 

Será que ele me merece?

Será que se eu despir todos os meus sentimentos aqui e agora e entrarmos em algo, ele vai ser fiel á mim?

Será que ele também gosta de mim?

Força, fé e esperança, vamos lá.— Justin? — Chamo-o com a voz entalada, voz de quem quer chorar. Aquela voz alarmante causada pelo desesperante e famoso caroço na garganta. Maldito caroço. Desencosto do seu peito quente apenas para ser presa pela jaqueta. 

Seu rosto está preocupado agora, ele deve reconhecer quando alguém está entalado com um caroço na garganta, então, ele vem para me acalmar com um carinho nos cabelos, mas isso só me deixa mais nervosa. 

Será que ele também gosta de mim? — Oi, o que? — Sua voz está delicada o que quase põe as lágrimas para fora — O que aconteceu aí? — cutuca minha cabeça com seu dedo indicador. 

— Você...— Estou olhando bem dentro de seus olhos, esperando e esperando algo que não sei o que é. Talvez uma resposta arrogante que me faça chuta-lo nas bolas? Talvez um abraço reconfortante? Ou, talvez, a resposta que eu esperava que ele fosse dizer?

— Você...— Tenta me encorajar — Vamos lá Sky. — Ele pede acariciando meus cabelos enquanto seu olhar está mudado agora, ele está implorando...por algo que eu não sei o que é.

Será que ele também gosta de mim?

— Vamos, me fale! — Implora, seu carinho aumentando de ritmo e seu olhar ficando mais firme. Ordenando, implorando, mandando.

Será que ele também gosta de mim?

Sim. Ele gosta de mim. 

Tudo está no seu olhar. No seu olhar que faz parte do seu plano de me fazer admitir meus sentimentos. Eu posso sentir isso agora. Ele está tentando me fazer admitir e agora o medo que instalou dentro de mim é outro tipo de medo.

É medo de gostar livremente e ser sufocada.

Nunca fui extrovertida e desejosa de experimentar coisas novas. Talvez se eu fosse uma pessoa extrovertida isso estaria me ajudando agora. Talvez eu não estaria com tantas perguntas. Mas, a verdade é que eu não sou nada extrovertida o que acaba significando meu medo de aceitar esse sentimento. Não é bobagem. São os meus sentimentos e sentimentos não são bobagens. São importantes, talvez com um pouco mais de importância para uma pessoa como eu.

Estou com medo de me deixar ir e me arrepender. Me arrepender de abrir mão de ser livre.

Desvio o olhar e volto a me aconchegar em seu corpo, tentando acabar com a rigidez que havia se instalado ao nosso redor. Não preciso olhar em seus olhos para ver sua decepção, eu posso senti-la.

Ainda não.


Notas Finais


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