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História Minha fera - Único


Escrita por: HanaHikari

Notas do Autor


Oi, oi amores.
Mais uma linda fanfic para vocês :3
Esta é uma adaptação de a bela e a fera, um dos meus contos de fadas favoritos. Espero que gostem.
Boa leitura!

Capítulo 1 - Único


 

Era uma vez...

 

Em um vale, um lugarzinho bem distante quase esquecido pelo mundo, vivia Cho KyuHyun um jovem de 20 anos que morava sozinho com seu pai, em uma pequena cabana já nos limites de da sua aldeia com a floresta.

O garoto Cho se destacava dos demais aldeões daquele lugar, por seu gosto um tanto peculiar por estudar, enquanto os garotos normalmente queriam aprender desde pequenininhos as artes da luta e almejavam muito atingirem rapidamente a sua maioridade para poderem e ingressar no exercito do rei, terem em suas vidas a emoção das batalhas e trazerem gloria para si e sua família.

Por isso era excluído dos demais desde quando era pequeno, pois depois de aprender a ler se encantou com a magia que as palavras possuíam o poder de nos levar para qualquer lugar apenas no ato de abrirmos um livro. Então, enquanto os outros meninos estavam brincando e correndo por ai era muito comum o ver sentado em baixo de alguma sombra fresca durante o verão com um livro em mãos, preso em seu próprio mundo.

Por isso cresceu só, tendo apenas como companhia seu pequeno cachorro Han, porém nunca se sentiu triste por isso, o animal sempre estava ao seu lado o alegrando, além de seus pais que o amavam muito e quando algo ruim ocorria sempre tinha como refugio seus tão queridos e amados livros, dessa forma sempre mantinha um sorriso meigo em seus lábios.

Mas uma vez seu pai tinha saído para comprar alguns tecidos em uma vila próxima, que era muito maior do que a sua e tendo assim uma maior variedade de mercadorias para seu pai que trabalhava como costureiro isso era uma maravilha e compensava totalmente a longa viagem para o outro lugar a fim de adquirir o necessário para seu trabalho.

KyuHyun cuidou de todas as tarefas da casa e da pequena plantação que seu pai tinha no quintal do fundo, além de regar o seu amado jardim, onde passou horas sem perceber, adorava aquele lugar, pois desde pequeno sempre adorou flores e tinha aquele jardim como uma herança de sua falecida mãe, que o cuidava como se fosse seu segundo filho, tão grande que era seu amor por aqueles locais cheios de flores.

Com tudo pronto, jantou e por fim se pôs a ler sentado em sua cama, onde aguardava o retorno de seu pai, ao passo que era aquecido pelo felpudo cobertor que estava o envolvendo. E assim se passaram algumas horas.

—Nossa Appa não voltou ainda...

Comentou enquanto ia até a janela de seu quarto e assim pode notar que do lado de fora estava tendo uma ventania muito forte, o que era um prelúdio do inverno que chegaria dali á duas semanas, e se preocupou com seu pobre pai que naquela hora provavelmente estava no meio da estrada, suspirou frustrado, não poderia fazer muita coisa, não teria como sair àquela hora em sua busca, sem opções, a única coisa que pode fazer foi voltar até sua cama e torcer para que nada de mal acontecesse a seu patriarca, então ficou a ler por mais um tempo, até por fim ceder ao sono.

 

Com a chegada dos raios do Sol naquela manhã, também houve a chegada do pai de KyuHyun a sua morada e com o som do relinchar alto de seu cavalo, este despertou em sua cama, logo rumando para fora de sua residência assim que identificara o ruído que o acordara, mas ficou extremamente surpreso ao ver o estado em que o mais velho se encontrava, ele estava com as vestes um pouco molhadas devido ao orvalho que se desprendia dos arbustos pelos quais passara em alta velocidade, como se estivesse alguém a persegui-lo, o rosto estava tão ou até mais branco do que uma folha de papel e seu olhar era de completo assombro. 

—Appa, o que aconteceu?

Perguntou enquanto ia rapidamente para onde o outro se encontrava ainda sob a cela do cavalo, sem reação enquanto encarava ao longe, com os olhos arregalados e expressão apreensiva, como se esperasse que á qualquer momento algo saísse voando de dentro da floresta e o atacasse.

—Appa? — Chamou novamente, tentando chamar sua atenção, mas tudo o que recebeu foi o olhar assombrado em sua direção, como se agora fosse ele a lhe causar aquele assombro. Era perceptível que o idoso estava em um completo estado de choque.

Diante daquelas situações e sem o que fazer, ajudou seu pai a descer do animal, ou melhor, quase o rebocou de cima do cavalo, já que este estava sem reação e com dificuldade e o levou para o conforto de seu lar, pois no lado de fora a temperatura estava a cair com a aproximação do inverno, que já anunciava sua chegada de forma bem rígida com a ventania gelada que fazia todos tremerem quando esta passava por si.

Teve muito custo para conseguir acalmar o seu pai, que só se sentiu melhor para se pronunciar após uma grande e fumegante xícara de um chá de camomila, quando este terminou de bebericar o quente liquido que o aquecia por completo ao descer por sua garganta, relaxou a postura sob o assento em que estava e soltou um suspiro, finalmente sentindo o pânico o deixar, a sensação de segurança retornando e trazendo junto de si a calma.

—Está se sentindo melhor Appa? —Perguntou KyuHyun enquanto recolhia a caneca vazia das mãos, agora já não tremulas, de seu pai.

—Estou meu filho. —Fala com a voz ainda um tanto falha.

—Que bom. —O castanho dá um pequeno sorriso enquanto deposita a caneca sob a pequena pia da cozinha.

Quando ele retorna ao encontro do mais velho, este o puxa imediatamente para um abraço apertado, como se não o fizesse o outro fosse simplesmente evaporar.

—Appa, me conte o que aconteceu, estou ficando preocupado. —retribuiu o abraço de modo igualmente apertado e ao se pronunciar, deixa toda a preocupação que o assolava transparecer, pois além do estado que se encontrava ao chegar, todas aquelas atitudes que o patriarca estava tendo eram completamente fora das atitudes costumeiras deste.

Já que, mesmo seu pai sendo uma pessoa gentil e atenciosa, nunca foi alguém que gostasse de abraços e demonstrações tão explicitas de carinho com quem quer que fosse muito menos era alguém que se deixava acovardar por qualquer pequena coisa, ainda mais depois que sua mãe partira ele teve de cuidar completamente só dele e tomar conta de todas as responsabilidades que apenas aumentavam, graças a isso se tornou alguém ainda mais fechado e que tentava ao máximo mostrar seu lado forte as demais pessoas, então, seja lá o que tenha acontecido no caminho desta sua viagem, foi algo extremamente assustador, para tê-lo deixado naquele estado.

—Ah meu filho... —Solta outro suspiro enquanto faz um pequeno carinho nas costas de seu pequeno menino, que mesmo já tendo a maior idade, sempre seria um pequeno garotinho para si.

E já sentindo seus olhos marejarem, começou a contar tudo o que tinha ocorrido.

 

A ventania forte tinha o alcançado no meio do caminho, tanto que até as arvores que estavam sob a sua cabeça em meio á aquele bosque se inclinavam fazendo um arco, as folhas das arvores dançavam conforme o vento soprava e o vento o assolava, já estava muito cansado por causa das muitas horas seguidas de viagem e seu cavalo se encontrava em igual estado, o pobre animal não tinha mais forças nem para acelerar mais o passo e tudo isso somado a atual situação climática, seria impossível continuar seu caminho até em casa.

E andando lentamente pelo cansaço do cavalo, pôs-se a procurar um lugar para que desse para descansar e por um par de horas ficou olhando em todas as direções, procurando um sinal de alguma habitação para que pudesse pedir abrigo, mas nada era visto além das altas montanhas que se localizavam um pouco distante da estrada.

Parecia que nada vivia ali por perto, exceto pelos poucos animais que vira passar por si durante aquele trajeto, como esquilos e pássaros que se encontravam em alguns troncos das árvores, a cada vez mais que adentrava o bosque parecia que este se tornava mais silencioso e sombrio e o inicio do entardecer também não colaborava para que pensasse diferente.

Já se arrependia e se repreendia por ter tomado aquele caminho ao invés do qual tinha pegado para ir ao vilarejo onde comprou os tecidos, mas tinham lhe dito que aquele era mais rápido e que antes do Sol se pôr, estaria de retorno a sua vila, aquela ideia tinha lhe parecido ótima, não gostava de deixar seu filho e apertava-lhe o coração quando precisava sair durante aquelas longas viagens, mas era algo necessário para a sobrevivência de ambos.

Já estava quase e desistir e se entregar ao cansaço e ao desespero, quando em um local distante avistou luzes, por estar bem mais a frente não era possível identificar de onde exatamente vinha, mas tinha certeza de que eram luzes e isso fez acender a sua esperança.

Apressou o cavalo para ele acelerar os passos para que chegassem onde provavelmente teria alguma habitação á espera deles.

—Sei que está cansado Jung, mas se chegamos lá conseguiremos algum lugar para repousar.

E assim seguiram viagem até onde provinha aquela luz.

 

E quando chegou lá, meia hora mais tarde, não pode acreditar no que seus olhos estavam vendo, até piscou-os algumas vezes e se beliscou para ter certeza de que não estava alucinando ou tinha cedido ao sono naquele período de tempo, mas não ele lúcido e completamente acordado, entretanto ainda não conseguia crer que bem ali, a sua frente no meio daquele bosque, estava um castelo, com todas as suas luzes acessas e de aparência impecável, isso era algo que se lhe contassem, não acreditaria.

Mas mesmo um tanto desconfiado, adentrou os portões deste de forma lenta, esperando que os guardas vissem ao seu encontro, porém superando suas expectativas ninguém apareceu e assim desceu do cavalo e subiu as escadas que davam a entrada do salão do castelo.

—Alguém está ai? Por favor, apareça, eu preciso de ajuda, eu e meu animal estamos muito cansados há uma tremenda ventania e por isso não poderia seguir viagem, se for possível, queria poder passar a noite aqui, irei partir assim que amanhecer.

Explicou a situação, mas aparentemente estava falando com o nada e apenas recebeu como resposta o eco de suas palavras, então começou a andar por toda a extensão do salão e das outras salas ali presentes á procura de alguém.

E para uma surpresa ainda maior, quando chegou á enorme sala de jantar, encontrou aquela enorme mesa que jazia no centro dessas completamente abarrotada de comida.

—Nossa. —Falava enquanto andava por toda a extensão desta, admirando todos aqueles pratos postos um a frente do outro, em uma fila. —Será que posso os comer? —Se questionou e se sentou em uma das confortáveis cadeiras, esperando por algum sinal de vida, mas se passaram minutos e nada e com o estômago já doendo de tanta fome, ele pegou um dos pratos de louça fina que eram tão bonitos e frágeis que pareciam que se partiriam ao toque e assim se serviu daquelas deliciosas comidas.

Após estar se sentindo satisfeito, subiu para o segundo andar para vasculhá-lo.

Andou por todo o segundo piso, entrou em todos os ambientes e nos inúmeros quartos, onde tinham camas que pareciam tão confortáveis apenas de olhar que sentiu se corpo clamar ainda mais por descanso, mas antes de se entregar ao cansaço, tinha que cuidar de seu amigo Jung.

Foi até o lado de fora e encontrou seu amigo na entrada perto das escadas, onde tinha o deixado antes de entrar no salão, o pegou pelas rédeas e saiu procurando um lugar para acomodá-lo e para sua surpresa mais ao fundo do castelo tinha um estábulo que se encontrava vazio, mas tinha feno fresco para que Jung comesse e uma estalagem confortável para este fuçar.

—Parece que você terá um bom lugar para ficar, meu amigo.

Comenta e começa a organizar as coisas e acomodar seu fiel companheiro no estábulo.

—Descanse bem, amanhã bem cedinho seguiremos viagem.

Despede-se do animal enquanto acaricia-lhe o pelo em um carinho, quando está tudo pronto, volta para dentro do majestoso castelo e rapidamente ruma até uma das confortáveis camas que estavam o esperando, suspira de alivio ao sentir o colchão macio em contato com as suas costas tensas e finalmente pode relaxar e devido ao grande cansaço, não tardou a ser levado para o mundo dos sonhos.

 

No outro dia, o senhor acordou com os primeiros raios do amanhecer, mas despertou bem disposto, pois tivera uma boa noite de sono, a qual não tinha tido fazia algum tempo, sentou-se e em seguida espreguiçou-se, levantando rapidamente para partir em viagem, mas como desde que chegara a aquele castelo, não cansava de ocorrer diversas surpresas, assim que olhou para a cômoda ao lado da cama, estava um traje novo e completamente arrumado depositado em cima do móvel.

—Quem será que o colocou ai? —Questionou-se completamente confuso, mas já que suas roupas estavam amassadas e um pouco sujas, resolveu aceitar e usar a vestimenta, em seguida desceu a escadaria e ao entrar novamente na sala de jantar viu outra vez a enorme mesa completamente cheia de comida, para o café da manhã.

—Isso é como um sonho... —Sussurrou quando se sentava na mesma cadeira da noite passada.

Comeu todos os alimentos que estavam disponíveis até se sentir com o estomago cheio e seguiu para fora do castelo, à procura de seu cavalo para finalmente partir, foi até o estábulo e encontrou seu animal, lhe colocou a cela e foi o puxando para o lado de fora, rumo ao grande portão da propriedade.

Mas antes que pudesse completar seu trajeto, passou pelo belo jardim que aquele lugar possuía, vendo todas aquelas majestosas flores ele ficou completamente encantado e seguiu até o lugar florido. Admirou cada uma das belíssimas flores com um pequeno sorriso nos lábios, já que estas lembravam KyuHyun, e assim tomou a decisão de levar uma destas para ele, até porque, que mal tinha? Ninguém tinha dado sinal de vida desde que chegara e com tantas flores não se importaria com a retirada de uma delas, certo?

Pena que o senhor Cho estava completamente enganado, pois assim que ele fora em direção á uma das rosas daquele jardim e a colheu, um tenebroso som de rugido pode ser ouvido por todo lugar, fazendo até Jung estremecer, e o senhor devido ao susto, caiu no chão, ainda com a rosa em uma de suas mãos.

Ao olhar em volta em busca do lugar de onde vinha aquele horrendo barulho, sentiu até a sua alma gelar, pois á apenas alguns passos estava uma horrenda fera, que faria até o mais corajoso caçador sair correndo para casa e se esconder embaixo de sua cama.

Encolheu-se ainda no chão esperando que aquela fera o atacasse, mas isso não aconteceu, ao invés disso escutou uma voz extremamente grossa se pronunciar.

--O que pensa que está fazendo? —A voz perguntou rudemente e o homem que estava sentado ainda no chão arregalou mais os olhos ao perceber que quem estava falando era aquele monstro que estava há três passos de distancia de si.

E assim, ainda tremendo de medo e com olhos arregalados, colocou-se a explicar que tinha colhido aquela flor para levar á seu filho que ás adorava.

—Não me interessa para o que a colheu, cada flor dessas são muitíssimas importantes para mim, esse jardim em seu todo é uma das coisas mais importantes em minha existência, e você, um estranho, ao qual acolhi, dei abrigo, comida e vestes novas, se achas no direito de acabar com uma coisa tão preciosa? Por isso terá que pagar com a vida. —Esbravejou, com nítida raiva em seu tom de voz.

O idoso pôs-se a implorar perdão e clamar por misericórdia por parte da fera, explicou-lhe que não poderia deixar seu precioso filho só, já que este nem mãe tinham.

  —Certo, aceitarei seu pedido de misericórdia, mas irei querer algo em troca, já que vai me deixar sem uma das minhas preciosas flores, irei querer tirar algo precioso de ti também, por isso em dois dias me traga seu filho, ele agora irá morar comigo e caso se negue ou não o traga dentro do prazo, irei pessoalmente atrás da sua pessoa e farei questão de matá-lo de forma muito dolorosa. —Declarou e deu a conversa como encerrada, sem dar espaço para discordâncias.

O senhor Cho apenas concordou e em seguida montou em seu cavalo, retornando para sua vila e para seu filho.

Durante todo o caminho foi digerindo o que tinha acontecido e quando finalmente a ficha caiu o pânico o tomou por completo, o deixando sem ação.

 

Seu pai finalmente termina de contar a história e ainda em meio ao abraço KyuHyun consegue sentir as lágrimas molharem sua camiseta e mesmo que sentisse apavorado pelo o que lhe foi contado por seu pai, tenta o acalmar em meio a seu pranto, após alguns minutos, o mais velho finalmente para de chorar.

—Appa, eu realmente vou ter que ir morar com esse monstro? —Pergunta apreensivo, mas já sabendo a resposta para sua pergunta.

—Ele disse que se tu não foste morar com ele, viria atrás de mim e me mataria... —Fala sem conseguir olhar nos olhos de seu filho.

—Então amanhã mesmo partiremos para este castelo e eu irei viver com esta fera.

—Kyuhyun meu filho, não precisa fazer isso... —Tenta convencer seu filho do contrário, mas é interrompido.

—Nada disso, sua vida é o mais importante, iremos arrumar as coisas e partiremos amanhã cedo. —Dá sua palavra final, convicto de sua decisão.

E assim o dia se passou, KyuHyun foi ajudando seu pai a organizar tudo para quando este partisse sem que o mais velho tivesse problemas e mesmo fazendo isso com o coração apertado, sabia que aquilo era um mal necessário.

Quando estava regando o seu pequeno jardim que amava do fundo do coração, chamou seu pai para que pudessem conversar, pois ele tinha um pedido a lhe fazer.

—Appa, eu sei que já tem muito trabalho e isto será uma tarefa á mais, porém, tenho que lhe pedir isso, quando eu partir, por favor, cuide do meu jardim, é o único pedido que tenho a fazer. —Se pronuncia com olhar pidão na direção do outro.

O pai ergue a mão para acariciar os fios castanhos do mais jovem. —Claro meu filho, sei o quanto estas flores são importantes para você, nunca me negaria a cuidar delas. —Dá um sorriso ao ver o rosto do castanho se iluminar com sua concordância.

—Obrigada Appa, serei sempre grato por isso. —Abraça o outro apertado, em demonstração a toda sua gratidão.

Após terminar suas tarefas, foi para dentro para poder descansar para estar pronto para a longa viajem do dia seguinte.

E naquela noite antes de adormecer, pegou um pequeno colar que sua mãe tinha lhe dado em seu ultimo aniversario antes que aquela horrível a levasse desse mundo e apertou com firmeza, sentindo agora mais do que antes, a falta da sua matriarca.

—Omma, seja lá onde estiver, por favor cuide de mim. Eu sinto tanto sua falta... —Sussurrou antes que o sono o levasse para um merecido descanso.

 

Acordou no outro dia sem animo algum, saber que teria que deixar sua casa e seu pai para ir morar com uma horrenda fera o desanimava por completo. Suspirando foi se arrumar e tomou um rápido café enquanto seu pai selava os dois cavalos que os levariam para o castelo do monstro. Depois de se alimentar foi para o lado de fora onde seu pai arrumava os últimos detalhes para que pudessem partir, já era hora de se despedir de tudo aquilo que era acostumado desde terna idade e isso o dava uma grande dor no coração.

Foi até onde seu cão Han estava deitado, perto do umbral da porta e se abaixou a sua frente e falou enquanto dava carinhos no topo da cabeça do animal.

—Han, eu vou ter que partir. —Falou já sentindo a voz sair entre cortada por causa do choro que já anunciava sua vinda. —Mas cuide do Appa, eu conto com você para protegê-lo. — o abraça, deixando a lágrimas escorrem pela pele de seu rosto antes de cair no felpudo pelo marrom. —Vou sentir sua falta. —Faz um ultimo carinho em seu fiel companheiro, antes de subir em seu cavalo e dar inicio á sua viajem, mesmo que os soluços de seu choro fossem ouvidos.

 

E assim ficaram na estrada por horas, tendo que passar por todo aquele bosque que era tão vazio fazendo parecer que até os animais por medo da terrível fera que vivia em um castelo no coração desta, tinham dali fugido.

Quando finalmente avistaram o majestoso castelo ao longe, KyuHyun suspirou em derrota, a hora que tanto temia em enfrentar aquela fera estava chegando.

Andaram por mais uns minutos até que estivessem dentro da propriedade do terrível monstro e assim desceram de seus cavalos e adentraram o grande salão luxuoso do castelo e quando tinham acabado de adentrarem a sala de jantar, puderam avistar a fera descendo as escadas, se dirigindo até eles, que ficaram paralisados.

—Vejo que cumpriu sua promessa. —Fala assim que estava em frente aos dois visitantes. —Sabe que o deixando aqui, nunca mais o verá certo? —Pergunta ao pai do jovem que mesmo com lágrimas nos olhos, confirma positivamente. —Certo qual o seu nome? —Dirige a pergunta ao castanho.

—Cho KyuHyun. —Fala em um tom mais baixo que o costumeiro e vê a fera fazer um sinal positivo com a cabeça. —Agora que me trouxe o seu bem mais precioso quero que vá embora e nunca mais volte aqui. —Dá a palavra final antes de subir novamente as escadas.

Os dois se abraçam sem querer se separarem, mas sabiam que era preciso.

—Fique bem meu filho, sua mãe sempre estará olhando por você. —Seu pai sussurra antes de dar-lhe um beijo na testa e partir de volta para casa.

E deixou um KyuHyun com medo para trás, pois agora estava sozinho com a fera.

 

Ao contrário do que pensava a fera não retornou a sala de jantar, o que no fundo era um alivio, pois tinha medo daquele monstro que, mesmo não sendo tão alto quanto imaginava, tinha uma aparência assustadora e muito provavelmente muita força, o que deixava uma pessoa como ele que não tinha nenhuma habilidade com lutas, muito vulnerável a um ataque e por isso preferia manter distancia.

Aproveitou que tinham chegado ali no castelo na hora do almoço e a mesa já estava servida, sentou-se e comeu de todas aquelas comidas, umas até que nunca tinha nem sequer visto durante sua vida, mas que eram tão apetitosas quando sua aparência indicava.

Assim que terminou sua refeição, a sua curiosidade se tornou maior, sendo assim decidiu por andar e conhecer aquele grande castelo no qual se encontrava.

Subiu as escadas de forma silenciosa, pois temia encontrar a fera no segundo andar assim que pisasse nele, mas para seu alívio isso não aconteceu, seguiu pelo longo corredor até entrar um dos quartos, o qual era magnificamente decorado. Mas o que o surpreendeu mais nisso, foi que toda aquela decoração o agradava muitíssimo, era como se aquele quarto fosse à realização de seu sonho, pois este era arrumado do jeito que sempre sonhou que seu quarto estivesse organizado caso fosse de uma família afortunada, porém enquanto ainda admirava todo o ambiente, sua atenção foi chamada para uma voz que se dirigia a si.

—Oh, que bom que achou seu quarto, assim não terei que mostrá-lo a você. —Ouviu a voz se pronunciar, de inicio achou que fosse a temida fera, mas percebeu que esta voz era mais amena e de um tom mais normal do que a da fera, que era uma voz animalesca. E ao se virar, teve uma surpresa maior ainda do que esperava.

Bem aos seus pés, não estava uma pessoa como pensava, mas sim um candelabro, que por incrível que pareça, tinha um “rosto” e provavelmente era quem tinha falado há segundos atrás, KyuHyun apenas arregalou os olhos e ficou o encarando.

—Foi... Foi você que falou agora á pouco.

—Sim, fui eu, meu nome é HyukJae, prazer.

O castanho continuou a o encarar, sem saber o que dizer diante daquela situação.

—Não precisa ficar me encarando assim, eu não irei lhe fazer mal, sou apenas um serviçal de SungMin, e estou aqui para lhe servir a pedido deste.

—SungMin? —Perguntou ainda mais confuso.

—Sim, o dono desde castelo é SungMin, ou como você conhece, a fera.

KyuHyun confirmou com a cabeça, “Então era este seu nome, SungMin? O nome dele é tão bonito...”, pensou enquanto divagava, deixando o candelabro a falar sozinho e este para chamar sua atenção deu alguns pulinhos, fazendo barulho no piso de madeira polida, quando voltou a lhe dar atenção, este começou a falar em um tom irritadiço.

—Me siga, vou lhe apresentar os outros serviçais. —Falou e saiu do quarto sem lhe dar tempo para dizer nada.

— Existem outros como você? — Perguntou enquanto seguia o pequeno candelabro para o andar de baixo.

—Sim, existem mais dois, eu sozinho não conseguiria tomar conta deste castelo sozinho. —Diz enquanto ruma para a cozinha, com o outro em seu encalço.

Ao chegarem até o cômodo, pode-se ouvir uma algazarra, como se ali estivessem uma dezena de pessoas, á lavar e cozinhar, enquanto conversavam e riam.

—Não se impressione com o barulho, esses dois não conseguem fazer uma tarefa em um mesmo lugar sem o transformar em uma barulheira. —DongHae! RyeoWook! Venham aqui, quero lhes apresentar uma pessoa. —Chamou e em seguida viu as duas criaturas se aproximando.

As duas “pessoas” que HyukJae chamara consistiam-se em um bule de chá e uma colher de madeira, que normalmente era usada para se cozinhar, os dois quando estavam bem próximos de si, ficaram o encarando com curiosidade.

—O bule é DongHae e a colher de madeira é RyeoWook, nosso cozinheiro. —Os dois acenaram em um comprimento. —E pessoal esse é KyuHyun, ele viverá conosco a partir de agora por vontade de SungMin.

Depois disso o castanho ficou a conversar com seus amigos e até ofereceu ajuda á RyeoWook que prontamente recusou, mas depois de muita insistência, ele acabou por ceder e aceitar sua ajuda. E no fim aquela ajuda gerou um momento muito agradável, os seus novos amigos eram bastante engraçados e bem humorados e carismáticos, principalmente DongHae e HyukJae, que viviam brigando, mas era bem nítido que no fundo os dois gostavam muito um do outro. E assim o dia se passou, entre brincadeiras e algumas “brigas”.

 

E novamente naquela noite pediu proteção a sua mãe, principalmente á seu pai, que agora estava sozinho. Naquele momento, ele não teria nem palavra para descrever o tanto de saudades que sentia de seu genitor.

 

Após este dia a fera começou a dar inicio á uma aproximação do jovem Cho, começou a fazê-lo companhia durante os jantares e a tentar puxar alguma conversa. No começo foi um pouco estranho, não tinha um clima agradável entre ambos, além de o humano ficar bem desconfortável na presença daquela fera, todavia com o passar dos dias as coisas foram até que melhorando e com a aproximação os dois começaram até a conversar sobre algumas coisas, a fera era muito curiosa sobre a vida que o garoto levava na aldeia em que morava e este não hesitava em contá-lo, bem pelo contrario, achava toda aquela curiosidade algo fascinante, pois nunca imaginaria que uma fera teria tal interesse pela vida de um humano em um lugar como uma aldeia.

Os dois também tinham gostos em comum, um deles era um grande amor que nutriam pelas flores, e isso resultara em diversas caminhadas pelo enorme jardim do castelo, esse que deixara KyuHyun completamente impressionado, pois ali tinham tantas flores, umas até que pertenciam a espécies que nunca tinha ouvido falar, que era de encher os olhos. E durante um destes passeios, enquanto o garoto observava maravilhado uma rosa, a fera decidiu lhe perguntar algo.

—KyuHyun? —Chamou para obter sua atenção.

—Sim? —Perguntou enquanto se virava para olhar ao outro. —Quero lhe fazer uma pergunta. —Teve em resposta um “pode perguntar” e assim prosseguiu. —Sentes saudade de seu pai?

Viu o outro abaixar o rosto antes de responder. —Sim, sinto sua falta todos os dias. Desde que minha mãe morreu, somos apenas nós dois, cuidamos um do outro desde então. E deixá-lo assim, além de me entristecer, me deixa preocupado. —Falou em um tom tristonho.

A fera sem saber o que dizer, pega a mão do humano e sai o puxando para dentro do castelo. —Venha aqui, quero lhe mostrar uma coisa.

KyuHyun não tem opção e o segue, ainda sem entender o que era aquela atitude repentina.

E assim a fera o guiou até uma parte mais afastada do corredor do segundo andar, onde tinha uma porta a qual não conseguira abrir no dia que fez a sua primeira excursão pelo castelo, pois esta se encontrava trancada. A fera tirou do bolso de seu traje uma chave dourada, que pôs na fechadura e girando, abrindo assim a misteriosa porta. Ele lhe dera passagem para entrar primeiro e quando entrara no recinto, não teve palavras para descrever o que vira. A sua frente estava uma enorme biblioteca, a qual sempre sonhara recheada de livros de diversos temas, estilos e grossuras, seus olhos imediatamente brilharam de alegria, enquanto soltava um “wow”, completamente impressionado.

—Sei que isso não pode substituir seu pai ou algo assim, mas espero que possa o distrair de sua tristeza, pelo menos um pouco.

—Nossa... Essa biblioteca é perfeita. —Fala impressionado. —Posso pegar um dos livros emprestados?

—Mas é claro que pode, esta biblioteca é sua agora.

—Serio?! —Pergunta eufórico. —Mas como sabias que adoro ler?

—Vi que trouxe alguns livros junto com suas coisas quando veio para cá e também percebi que não parava de relê-los, então decidi lhe presentear com livros novos.

Kyuhyun tinha um grande sorriso em seu rosto e agradeceu de maneira fervorosa pelo presente e seguiu até uma das grandes prateleiras, pegando um livro que parecia de aventura par ler e novamente agradeceu.

 

À noite, subiu para seu quarto e começou a ler o livro, este se tratava de uma história de aventura de um pai e um filho que saem pelo mundo a viajar e descobrir coisas novas para assim afastar a tristeza. O livro não era de uma temática triste, longe disso, mas ele o fazia lembrar-se de seu pai que tinha deixado só para vir morar naquele castelo e isso o entristeceu por demais. Assim, deixou a leitura de lado e foi para a janela observar as estrelas enquanto sentia os olhos lacrimejarem.

Poucos minutos depois escutou o barulho de alguém entrando no quarto e previu que era um dos serviçais de SungMin, e acertou em cheio.

—KyuHyun, vim lhe trazer um pouco de chá para que durma melhor. —Se pronunciou DongHae.

—Não quero Hae, não estou com vontade, mas agradeço por tê-lo trazido. —Fala desanimado.

—O que aconteceu para estar assim? —Pergunta curioso.

—Estou com saudades de meu pai. —Suspira triste.

—Oh Kyu, não fique assim. —Fala tentando o consolar. —Ah! Lembrei-me de uma coisa. Venha aqui. —Sai pulando até um canto do quarto e o castanho mesmo estando cabisbaixo vai atrás de si.

O bule segue até um canto do quarto, onde tem um objeto coberto por um lençol.

—Tire o lençol. —Dá a instrução para o humano e este o obedece.

E ao retirar o pano que o tapava, dá de cara com um grande espelho, que tinha a moldura de ouro maciço e que brilhava em meio ás luzes vindas das velas acessas.

Mesmo maravilhado, ainda estava confuso. —Porque queria me mostrar um espelho, Hae?

—Esse não é um espelho qualquer, ele é mágico. Se você desejar algo com muita vontade, ele irá te mostrar esta coisa. —Fala orgulhoso de si mesmo.

E assim Kyuhyun faz o que lhe foi dito, deseja do fundo de seu coração ver seu pai e após muito clamor, a magia acontece e, no centro do espelho aparece à imagem de seu pai, que aparentava estar bem.

E assim um sorriso contente toma conta de seus lábios, tão brilhante que até ofuscava a moldura de ouro que reluzia sob a luz e assim agradece Donghae por ter lhe mostrado isto.

 

E essa se tornou a rotina de Kyuhyun, toda a noite antes de dormir ia até aquele espelho que ficava em um cantinho do quarto e ficava a observar seu pai até que o sono viesse o assolar e sempre ficava contente, pois seu pai parecia estar bem em todas as vezes que o olhava. Isso até certo dia.

Naquele dia estava ansioso para o ver no espelho, não sabia o porquê, mas estava com um mau pressentimento durante esses dias. E para seu desespero estes estavam certos, pois assim que parou em frente ao majestoso espelho e pediu para que seu pai fosse mostrado, pode ver que este estava acamado e não passava nada bem e assim tomou uma decisão, tinha que ir ver seu pai.

Saiu gritando pelo nome de SungMin pelos quatro cantos do castelo até que este aparecesse. Quando este apareceu, KyuHyun começou a contar mesmo ainda estando ofegante pela pequena correria que fez pelo castelo em busca do outro.

—SungMin, eu vi no espelho enfeitiçado que meu pai está muito doente, eu preciso ir visitá-lo e cuidar de sua saúde. —Fala exasperado.

Vendo o total desespero do outro, a fera decide acatar a aquele pedido feito pelo humano. —Claro KyuHyun, pode ir ver seu pai, lhe dou uma semana para que possa cuidar de sua saúde.

—Obrigada, SungMin. —Agradece brevemente e vai à busca de seu cavalo para que possa ir ao encontro do mais velho, pois seu pai era uma das coisas mais importantes em sua vida.

 

E assim foi se dirigindo em disparada para o vilarejo onde antigamente morava com seu pai, como tinha saído um tanto tarde do castelo e a viagem era longa, chegou a este já quase na madrugada. Não havia mais nenhum morador perambulando pelas ruas naquele horário, o que facilitou a sua chegada ainda mais rápida na pequena casa onde seu patriarca se encontrava, quando chegou até a entrada desta, bateu na porta e esperou com paciência que esta fosse aberta e, enquanto esperava, foi possível ouvir seu pai se aproximar desta em passos lentos, o mais velho abriu a porta de madeira e sua expressão demonstrava surpresa.

—KyuHyun? —Após dizer seu nome piscou algumas vezes para ter certeza. —Acho que estou tendo alucinações. —Falou em um tom baixo, o que fez KyuHyun sorrir.

—Não esta alucinando pai, eu realmente estou aqui. —Com um sorriso nos lábios deu um passo a frente e rodeou seu pai com os braços em um terno abraço.

—Oh meu filho, que bom que pode vir, eu estava com tanta saudade. —O mais velho fala em meio ao abraço enquanto aperta o outro entre os seus braços. —Mas como conseguiu sair daquele castelo?

—Depois que disse que o senhor estava doente, SungMin me deixou sair. —Explica de maneira simples deixando o pai confuso.

—SungMin? —O olha questionador.

—É o nome da fera, Appa. —O outro ainda fica o olhando intrigado, então fala. —Vamos entrar assim te explico tudo.

Então assim os dois entram para o conforto da aquecida casa e passam horas a conversar e KyuHyun lhe relata tudo o que aconteceu durante os dias que ficou no castelo e seu pai fica bastante surpreso e curioso sobre tudo, principalmente sobre os serviçais da fera.

 

E assim se passa a semana, KyuHyun cuidou de seu pai que rapidamente teve uma significante melhora, além de matar a saudade de seu patriarca e de seu cão Han, e por isso estava muito contente, estar de volta à casa que crescera e onde viveu muitas coisas boas o fazia bem.

Porém, uma coisa inusitada aconteceu, durante todos aqueles dias que estava ali, sentiu falta da fera, todas as vezes em que ia até o jardim no fundo de sua casa, lembrava-se dos inúmeros passeios que os dois faziam pelo enorme e florido jardim do castelo e seu peito comprimia-se com a falta que a distancia do outro o causara, a falta era tanta que começou até a sonhar com o outro durante todas as noites.

 

Já tinha se passado uma semana desde que retornou ao vilarejo e segundo o trato feito antes de sua partida do castelo, aquele era o dia em que iria voltar para o lugar onde a fera morava, já tinha até arrumado seus pertences, mas um pedido de seu pai o surpreendeu.

Quando o senhor Cho terminou de entregar mais uma peça de roupa encomendada, regressou a sua casa e ao adentrá-la encontrou seu filho ajeitando suas coisas e logo questionou:

—Para que isso, KyuHyun?

Seu filho levantou o olhar e respondeu. —Irei partir amanhã cedo de volta ao castelo, o trato que fiz com SungMin acaba hoje, e por tanto tenho que voltar.

Seu pai que até já tinha se esquecido do trato que o filho lhe contou que fez para poder ir o visitar, lembrou-se e sentiu a tristeza o invadir novamente, não queria que seu filho partisse.

—Kyu, fique mais alguns dias, está tão bom com você aqui e não quero ficar só novamente.

E vendo aquele pedido de seu pai, aceitou ficar mais alguns dias, mesmo que seu subconsciente o dissesse que precisava retornar.

 

Passaram-se mais dois dias e KyuHyun estava dividido, não queria magoar o pai por ir embora, mas também queria muito retornar ao castelo, ele definitivamente não sabia o que fazer, mas isto mudou naquela noite.

Tinha ido dormir mais cedo naquele dia, pois estava bastante cansado, tinha feito uma grande limpeza na casa já que estava pretendendo partir no dia seguinte e não queria deixar sujeira na casa, mas o que não esperava era que tivesse aquele sonho.

 

Estava andando pelo extenso corredor do castelo quando escuta um grito, este que era extremamente alto e aterrorizante e que vinha do terceiro andar, no qual nunca pode entrar, já que o acesso ás escadas que levavam a este sempre estava fechado, mas mesmo assim correu, correu como nunca tinha feito na vida e subia as escadas o mais rápido que pode e assim podia-se notar que quanto mais alto subia, mais escura a escadaria ficava.

Assim que chegara ao topo percebeu que estava em um quarto quase todo escuro, que só tinha como iluminação pequenos feixes de luz em uma tonalidade rosa claro, porém ele não sabia identificar de onde esta vinha.

O grito voltou a ser escutado, desta vez ainda mais alto já que estava próximo de sua fonte e assim Kyuhyun se pôs a procurar de onde vinha o som e ao focar sua visão no centro daquele quarto, pode notar que a fera estava caída ao solo. Seu coração disparou á mil e foi rapidamente em sua direção.

—SungMin! —Gritou seu nome enquanto se agachava ao seu lado. Pode notar que a fera se chacoalhava em uma terrível convulsão e que não tinha mais forças nem para falar.

—KyuHyun... —Sussurrou em um tom baixo antes de outra convulsão o atingir e quando acabou este não estava mais consciente

—SungMin! —Gritou novamente mais este não mais respondia e seu coração também não tinha mais batimentos.

 

Acordou assustado e com algumas lágrimas escorrendo por seu rosto e sua respiração se encontrava ofegante, seu pai acordou e ao vê-lo naquele estado se aproximou.

—KyuHyun, o que aconteceu?

—Foi apenas um pesadelo, pai. —Disse enquanto enxugava suas lágrimas.

Para acalmá-lo, o senhor Cho lhe trouxe um copo d’água e KyuHyun o tomou calmamente até se sentir mais tranquilo.

 

Mais tarde naquele dia, o castanho tomou uma decisão, iria voltar ao castelo e com a decisão tomada, foi até seu pai para avisá-lo.

—Appa, eu vou retornar para o castelo. —Falou de uma vez, se fosse para dar a noticia, que fosse sem enrolação.

—Tem certeza meu filho?

—Tenho Appa, preciso regressar, eu sinto isso.

O pai compreensivo o abraça com cuidado e assim os dois se despedem.

—Vou sentir sua falta. —O mais velho se pronuncia.

—Eu também Appa, vou fazer o possível para vi-lo visitar mais vezes, eu prometo.

E após mais uma despedida, KyuHyun pega seu cavalo e com a mesma rapidez que veio, foi-se de volta á residência da fera.

 

Ao chegar ao castelo notou um silencio mórbido e assim se pôs a procurar pelos moradores dali.

—Hyuk? Hae? Wook? —Chamava pelos três enquanto ia até a cozinha e quando chegou lá escutou uma algazarra e os três vieram em sua direção com o olhar esperançoso.

—KyuHyun, você voltou. —DongHae foi o primeiro á vir com um grande sorriso em seu encontro.

—Sim Hae, eu voltei como as coisas tem estado? E SungMin? —Perguntou curioso.

Nesse momento os três se entreolham com expressões nada boas.

—O que aconteceu? —Perguntou já tenso.

—Bom, depois que você foi embora, SungMin se trancou no quarto e não sai mais. —Foi RyeoWook que se pronunciou dessa vez.

—E também a maldição está chegando ao seu ápice. — HyukJae o informou

—Maldição? —Perguntou confuso.

—Sim.  Existe uma maldição sob o príncipe SungMin. —DongHae começou a contar. — A rainha antes de se casar com o rei era uma poderosa sacerdotisa que tinha como inimiga uma terrível bruxa, esta era muito invejosa e sempre queria roubar a beleza das pessoas, quando a rainha deu a luz á nosso príncipe, fez o possível para escondê-lo da bruxa, mas quando ele atingiu a maioridade e ia noivar, a bruxa apareceu com o intuito de roubar sua beleza e o matar, mas nossa rainha fez um sacrifício dando a sua vida pela a do filho, mas a bruxa não satisfeita com o que tinha feito jogou uma maldição no pobre príncipe, transformando-o em uma horrenda fera.

—E não acaba ai. —Continuou HyukJae. —Ela fez isso com o intuito de afastar todos do príncipe e conseguiu após a transformação todos os abandonaram súditos, amigos e até a pessoa com quem ia noivar por isso ele se tornou uma pessoa amarga e egoísta.

—Mas essa maldição tem um prazo. —RyeoWook tomou a palavra. —Quando esta completasse cinco anos desde que fora lançada e não fosse quebrada, esta o mataria.

—E como a maldição pode ser quebrada? —KyuHyun pergunta curioso.

—Não sabemos isso só foi dito para a rainha e o príncipe. —Hyuk disse desanimado.

—E onde ele está?

—No terceiro andar, em seus aposentos.

Após a informação, KyuHyun sai em disparada para as escadas e quando começou a subir estas, teve uma sensação de déjà vu, pois a cada degrau que subia a escadaria ficava mais escura e quando chegou aos aposentos do príncipe, viu que este era muito escuro.

E assim como em seu pesadelo, sentiu o coração apertar cada vez mais ao ver a fera deitada no centro desde, mas esta não convulsionava como no sonho. 

—SungMin. —Chamou assim que estava de cócoras a seu lado e este de forma lenta abriu os olhos.

—KyuHyun. —Chamou em um fio de voz.

—SungMin, o que aconteceu? —Perguntou desesperado e virou o rosto quando o olhar do outro indicava um canto do quarto.

E ao olhar para aquele canto, pode ver uma rosa, uma rosa em uma tonalidade de azul completamente atípica, era como se sua cor vibrasse. Mas esta não parecia tão viva, pois todas as suas pétalas jaziam caídas a seus pés dentro da redoma que a rodeava e só tinha grudada a esta uma única pétala, que estava prestes a se desprender.

—Esta flor conta o tempo da maldição e este está acabando. —Fala em um fio de voz.

—E como posso acabar com a maldição? —Pergunta afoito.

SungMin até abre a boca para respondê-lo, mas antes de fazê-lo, a última pétala daquela flor cai e a vida parece o abandonar.

—SungMin? Sungmin! —Se desespera ao vê-lo daquele jeito, põe sua mão sob o peito do outro, mas não sente os batimentos de seu coração e seu choro é eminente.

—SungMin, não me deixe SungMin. —Abraça o corpo da fera inconsciente enquanto as lágrimas descem descontroladamente por seu rosto, deixando-o manchado. —SungMin, eu te amo. –Fala contra o peito da fera, o apertando em seus braços.

Neste momento algo inesperado acontece, as pétalas que estavam caídas voltam a brilhar em um azul ainda mais forte do que a ultima pétala antes de se desprender e o coração da fera volta a bater dentro de seu peito.

A maldição tinha sido quebrada.

KyuHyun que estava sob o peito da fera, ao ouvir seus batimentos ergue os olhos para ver o que estava se passando e ao fazê-lo tem uma surpresa, ali onde antes estava a horrível fera agora jazia um garoto, um garoto que aparentava ser mais velho do que ele, mas que tinha as feições muito delicadas, suas bochechas rosadas lhe davam um encanto a mais e os cabelos negros caiam sob seu rosto em uma franja lateral.

—SungMin...? —Perguntou surpreso.

—KyuHyun. —Ao falar seu nome, o príncipe sorri, um lindo e confortante sorriso na opinião de KyuHyun.

O castanho levanta-se e ergue a mão para o mais velho se levantar e quando o príncipe se põe de pé a sua frente, nota que este é alguns centímetros mais baixo que si, e isso a agrada, aliás, tudo naquele que estava em sua frente o agradava.

—Obrigada por quebrar a maldição. —SungMin agradece com um singelo sorriso no rosto.

—Não precisa me agradecer, eu não queria que aquela horrenda maldição o levasse. —Sorri em resposta. —Não queria que ela te levasse de mim. —Fala em um tom baixo para não ser ouvido, porém não tem sucesso.

SungMin em passos lentos se aproxima do castanho, quebrando a distancia entre ambos, quando estão a poucos centímetros de distancia, o menor passa os braços por seu pescoço e sela os lábios do castanho, Kyuhyun corresponde passando os braços pela cintura do outro, correspondendo o osculo.

E assim trocam um beijo lento e carinhoso, um conhecendo o sabor do outro e se deliciando com isso, além da paixão que ficara visível na intensidade daquele contato, quando precisam de ar separam os lábios, mas não se afastam, deixando as testas coladas enquanto sentem a respiração alheia.

—Eu também te amo, KyuHyun. —SungMin se pronuncia e sela novamente os lábios do maior. —Espero que agora que eu não sou mais uma fera, possamos ficar juntos.

—Você sendo fera ou não, eu irei te amar, pois me apaixonei pela sua essência e não por sua aparência. —Acaricia a fofa bochecha do menor. —E também, você sempre será a minha fera. —Sorri e os dois voltam á compartilhar outro beijo.

 

Os serviçais de SungMin voltaram a sua forma humana, DongHae e HyukJae mesmo ainda brigando, como já dito os dois se amavam, então não custaram a se resolver, quando SungMin voltou á forma humana, pode também voltar a governar seu reino e este foi crescendo com a chegada de novas pessoas e um dia quando nosso querido RyeoWook andava pelo mercado que já era grande, conheceu um comerciante que roubara seu coração, YeSung era um ótimo rapaz e depois de um tempo os dois até se casaram.

SungMin exigira que o pai de KyuHyun viesse morar com eles e quando este chegara, pediu desculpa por todo o transtorno que tinha causado ao separar pai e filho e o senhor Cho, compreensivo como era, entendeu a situação e perdoou seu genro e a partir daí ambos começaram a se dar muito bem.

O reino de SungMin prosperou e se tornou muito reconhecido, além de ser governado com muito amor, este que KyuHyun e SungMin tinham para dar e vender.

 

E assim todos foram felizes, para sempre.   

 

 

 

 

 


Notas Finais


Hey~
Espero que tenham gostado desta adaptação, foi feita com muito carinho.
Como já disse, a bela e a fera é um dos meus contos de fadas favoritos, perdendo apenas para a pequena sereia, que meu xodó <3
Inclusive estou pensando em fazer uma fic sobre sereias para o desafio, o que acham?
Inclusive, escrevi a fic quando saiu o live action do conto, então estava bem inspirada <3
Obrigado por lerem e por favor deixem seu comentário ai embaixo :3
Byebye~


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