História Minha Garota (Kim TaeHyung -- Long-Fic) - O passado de Lee e Park

Minha mente volta a ficar com vários pensamentos, ainda estou sem entender muito bem o que está acontecendo já que foi uma coisa repentina, mas eu sei muito bem que foi ideia do Park, as vezes acho que ele é uma criança no corpo de um adolescente quase adulto. Também me pergunto o que o novato Jeon faz com esse grupo, mas pelo visto o Park já fez a cabecinha dele. Mas e quanto ao Kim? Ele está envolvido nisso e não tenho dúvidas, mas por quê? De um lado me sinto com raiva e querendo bater em todos os cinco até eu ter certeza de que eles iriam ficar com as bochechas roxas, mas por outro lado, esse que é bem pequeno, sinto que ele falava a verdade quando disse que não era como os outros. Contudo será que posso confiar mesmo nele?

A tensão permanece no local desde que o ato idiota e sem noção ocorreu, o Kim ainda está em pé parado, ele está cabisbaixo, a tinta ainda escorre em seu corpo deixando cair algumas gotas no caminho acimentado repleto com pedrinhas, este que leva do edifício escolar em si ao ginásio. Apenas algumas partes de seu rosto estão livres da tinta, como por perto dos olhos, testa, um lado da bochecha e parte de sua boca, seu cabelo acaba por não se safar dessa já que vejo algumas mechas pingando a coloração avermelhada. Meu olhar irritado cai sobre os cinco.

- Qual o problema de vocês?!

Jimin: VAMOS TAEHYUNG-AH, DIGA. – o loiro fala alto e anda irritado até perto do Kim.

TaeHyung: Desculpa. – ele levanta sua cabeça e olha para o Park de baixo à cima, surpreendo-me um pouco ao ver um sorriso nascer no canto dos lábios do moreno – Entrei no caminho sem querer.

Então o Kim sabe ser sarcástico. Interessante.

JungKook: Hyung, por que não seguiu o plano?! – o mais novo reclama com o cenho franzido e eu bufo.

Jimin: Está muito atrevido Kim.

Antes que eu pudesse falar algo e quem sabe realizar meu pensamento de agredir algum deles ou todos os cinco, um dos rapazes que provavelmente jogam no time ao julgar pela sua regata branca e bermuda preta no lugar do uniforme e por visivelmente ele estar um pouco suado, aparece ao lado de Namjoon.

Xxx: Sunbae, o treinador está querendo nos reunir na quadra. – a voz levemente grossa do rapaz de rosto magro se faz presente, olhamos em sua direção e ele observa a cena, logo fazendo uma careta ao olhar em minha direção.

Ala, um dos que não tem amor a vida.

NamJoon: Certo. – ele suspira e olha novamente para nós – Melhor irmos, depois resolvemos esse assunto.

O Park e o novato Jeon demoraram mais para entrar no ginásio, ambos nos olhavam com raiva, senti o olhar de Jimin queimar meu corpo e percebi que o olhar do Jeon fazia o mesmo com o Kim, eu continuo observando eles com o estresse acumulado e ainda existente em mim até eles desaparecerem de minha vista. TaeHyung ficou parado, movo meu olhar para ele e vejo que agora ele olha para o chão.

Por mais que eu esteja com raiva, não posso deixar de lado o fato de que foi ele quem levou o jato de tinta no meu lugar.

- Está tudo bem?

TaeHyung: O-Oh. Sim – ele se atrapalha um pouco mas responde, em seguida ele puxa o tecido de seu uniforme que antes estava branco e agora tem sua cor vermelha e bufa.

- Por que fez isso?

TaeHyung: Desculpa, eu não queria ter entrado nisso. – ele dá uma pausa e pisca rapidamente, leva sua mão limpa na altura de sua bochecha melada com a tinta quase seca e tenta limpar seu rosto, mas acaba se sujando mais – Na verdade, o JungKook me colocou nessa.

- E por que entrou no meio? – pergunto me referindo quando ele tomou o lugar que era para ser meu de acordo com tal plano que fora falhado e sobre ele ter, aparentemente, concordado com essa ideia.

TaeHyung: Eu fiquei confuso. – consigo ver um pouco de tristeza em seu olhar – Pensei que se eu não fizesse eu poderia perder minha amizade com o JungKook e também não queria que você achasse que eu sou como eles e que ficasse com raiva de mim, até por que eu não vejo sentido no que o Park e os outros fazem.

- E preferiu desestabilizar essa sua amizade com o novato para fazer com que eu acredite que você não é como eles?

TaeHyung: Eu fiz o que achei certo – ele dá ênfase em sua resposta – E eu espero sim que você entenda isso.

Não achei que ele iria fazer isso, quem troca uma amizade de anos por alguém que mal conhece?

- Certo. – ergo uma sobrancelha e cruzo os braços, pondo o peso do meu corpo em uma de minhas pernas. – Você deveria tomar um banho.

TaeHyung: Verdade. – ele sorri tímido.

Por algum motivo caminhei com ele até o ginásio, assim que atravessamos as portas algumas pessoas presentes olharam para nós. Nas arquibancadas há algumas meninas sentadas conversando e admirando os jogadores, outras estão usando tintas para fazer cartazes, e ainda tem aquelas irritantes e barulhentas que estão perto das grades ao redor da quadra chamando o nome de seus oppas...É tão a cara dessas mimadas fazerem isso. Vendo tal coisa deixo escapar uma cara de vergonha alheia.

Sr. Do: O que aconteceu com você Kim?! – a imagem do treinador se faz presente ao nosso lado e sua voz soa firme, ele está com um apito pendurado em um cordão ao redor de seu pescoço, usa uma camiseta branca com listras azuis nas mangas, uma calça preta e um tênis esportivo preto.

TaeHyung: Eu-

Sr. Do: Tudo bem, independente do que for, vá tomar um banho e se trocar, temos que continuar os treinos se você quiser permanecer no time. – ele diz firme interrompendo o rapaz ao meu lado e o Kim se curva quando o mais velho termina de falar, o professor parece apressado.

TaeHyung: Sim senhor.

Sinto os dedos longos do moreno tocar meu braço sutilmente, numa intenção de me dizer para fazer reverência também, eu suspiro e me curvo. Assim que nos erguemos novamente vejo que o treinador me olha espantado e curioso, parece que só agora ele foi notar minha presença.

Sr. Do: Que surpresa, é a primeira vez que te vejo nos treinos dos meninos Srta. Lee. – ele diz me olhando com um sorriso e eu forço outro para ele. – Apareça mais vezes, sair da rotina e socializar-se é bom. – ele diz e eu concordo com alguns movimentos de cabeça.

Depois dessa eu nunca mais volto haha.

Sr. Do: Bom, tenho que ir, esperarei você Kim, não demore muito. – sua mão pousa no ombro do maior.

Acho estranho o jeito que o professor normalizou o fato de que o TaeHyung está com a tinta espalhada por ele, mas acho que o Sr. Do foca mais nesses treinos do que com seus jogadores em situações assim, bem a não ser que eles se machuquem, porque aí sim é um alvoroço.

Continuamos caminhando pelo espaço razoavelmente grande entre as grades ao redor da quadra e as arquibancadas. Mais na frente há outro corredor, o qual desvia para dois caminhos, do lado direito leva aos vestiários femininos e ao lado esquerdo leva aos vestiários masculinos.

TaeHyung: Estou indo, se quiser ir embora tudo bem. – ele diz se virando para mim – Mas eu iria achar legal se ficasse mesmo com tudo o que aconteceu.

- Certo, vá lá. – digo desinteressada e ele assente.

O maior anda em passos rápidos até o vestiário masculino. Noto uma fileira com cinco bancos rentes na parede em minha frente, decido então me sentar em um deles e descansar um pouco. Suspiro forte pensando em como esse dia está louco e estressante. Bem que eu percebi que algo estava estranho tanto com o Kim que ficava inquieto quanto com o Jimin que diminuiu suas irritações comigo...eu estava tão bem imaginando que ele havia desistido de me irritar.

Rolo meus olhos e pego meu celular em um dos meus bolsos, assim que ligo o aparelho prateado em minha mão meu olhar é direcionado até o horário atual, são quatro e duas da tarde. Pelo visto vou chegar atrasada ao trabalho novamente. Por fim decido mandar uma mensagem para YoungJae ou então ele mandaria um guarda-costas ou até a polícia atrás de mim dessa vez.

Jae, irei chegar atrasada novamente.
Ocorreram alguns imprevistos aqui na escola.
Não se preocupe comigo, quando eu sair te ligo.

16h03 – 5 segs atrás (enviado)

O tempo passa devagar, e uso isso para jogar algum jogo aleatório que eu nem sabia que existia, até então, em meu celular. Clico com meus polegares sobre as telas, estourando as bolinhas de mesmas cores e ganhando pontos. Repentinamente eu paro meus atos e olho para o nada, uma questão maior surgiu em minha mente como de tivesse atravessado um vidro e quebrado ele, logo ficando destacado em meio aos outros raciocínios e os cacos de vidros imaginários.

O QUE EU AINDA ESTOU FAZENDO AQUI?!

Sinto minha pálpebra inferior de um de meus olhos soltarem alguns espasmos, aperto o celular em minhas mãos e me levanto de onde estava, eu estou louca e isso é bem visível. Ajeito minha saia e arrumo minha as alças de minha mochila em meus ombros. Estou pronta para sair daqui e não voltar a não ser para as aulas de educação física. Solto um suspiro e começo a andar para fora dessa ala do ginásio.

TaeHyung: Woah. Você esperou. – a voz animada do Kim se faz presente.

Viro meu rosto e vejo que ele já havia trocado sua roupa para uma parecida com as que os outros estavam usando, regata, bermuda e tênis esportivo. Seus cabelos estão levemente úmidos, não havia mais sinais de tinta, bem, até o momento não notei. Ele caminha em minha direção com um sorriso fechado, observo o maior erguer sua mão até seus fios de cabelos logo bagunçando os mesmos com os dedos longos.

TaeHyung: A tinta não demorou muito para sair do meu corpo. – ele explica de forma solta e descontraída e eu olho para o chão evitando contato visual – Mas acho que passarei um bom tempo tentando retirar a cor do meu uniforme ou então terei de trocá-lo.

Enfim olho para seu rosto, vejo um certo brilho nos olhos do moreno, por alguns segundos senti minha raiva sair de perto de mim como se fosse uma brisa fresca levando algumas folhas para longe. O que não durou muito tempo, já que meu subconsciente me fez lembrar o porquê de eu estar aqui. Travo meu maxilar e continuo olhando em seus olhos, no momento eles estão atrativos e me prendem facilmente. Umedeço meus lábios e pigarreio.

- Estou indo. – digo firme e ele desfaz o sorriso abrindo a boca minimamente.

TaeHyung: Pensei que ficaria para assistir. – ele diz e começa a brincar com seus próprios dedos.

- Mudei de ideia. – a simplicidade permanece em minha fala e o moreno em minha frente engole em seco.

TaeHyung: Está com raiva de mim, não é?

- Não só de você, como dos outros.

Ele abaixa a cabeça e eu me sinto desconfortável.

- Mas...— começo a falar e olho para outro canto – Você tem um desconto por ter desistido.

TaeHyung: Sério? – ele pergunta voltando vagarosamente a ficar animado e eu afirmo com a cabeça.

- Sim, porém ainda não entendo o porquê de você ter permanecido na mira daqueles idiotas. – aperto meus olhos e um ponto de interrogação imaginário surge acima de minha cabeça – Sabe que poderia ter saído de perto também.

Vejo sua feição mudar para uma confusa e logo ele junta as sobrancelhas e em seus lábios nascem um bico.

TaeHyung: Não pensei nisso na hora. – ele explica soltando um sorriso amarelo e sinto vontade de rir de sua cara – Desculpa. – ele diz aparentemente sincero.

- Está se desculpando por ter recebido o jato de tinta?

TaeHyung: Não. – ele nega e balança a cabeça junto – Estou me desculpando por quase chegar a concluir esse plano do Jimin.

Prevejo que ele iria se curvar, mas antes que isso ocorresse rapidamente ando para mais perto e coloco minha mão em seu ombro, ele me olha confuso e eu mantenho minha feição séria.

- Não faça isso. – digo e ele olha para baixo – Você tem minha idade, não precisa dessa formalidade toda.

Pois é, eu estou ficando louca e ainda por cima peguei o costume da Sra. Kwon.

Um sorriso ladino aparece nos lábios do garoto. Nossos olhares se cruzam novamente, mais uma vez sinto um frio em minha barriga e meu coração parece estar com os batimentos desregulados, isso é estranho para mim, será que vou ter um infarto?

Por que nesse exato momento ele parece ser tão diferente dos outros garotos e ao mesmo tempo tão igual? Continuo olhando nas orbes escuras do moreno, alguns fios de cabelo cobrem seus olhos, eu ainda tento achar algum motivo que faça sentido para mim sobre ele querer se aproximar, sobre ele não ir na onda do Park como, visivelmente, aconteceu com o seu amigo ou então sobre ele estar começando a me deixar confusa com tudo isso. Pelo visto estou curiosa sobre ele também, mesmo não sendo de meu feitio.

De uma forma estranha e muito estranha mesmo, sinto vontade de falar com ele de forma normal, assim como falo com Jae, contudo algo me impede e essa tal coisa eu não faço muita ideia do que é.

- Eu...— as palavras saem de minha boca, porém não tomo muita consciência disso – Eu conto.

TaeHyung: O que? – mais uma vez ele parece confuso.

- Sobre o que rolou entre mim e o Jimin. – retiro minha mão que jazia no ombro do Kim e então percebo de fato o que havia falado.

Yah. O que isso _____?! Vai falar assim do nada? Você é um caso perdido mesmo.

Minha voz interior me repreende por eu ter falado tal coisa, fecho meus olhos com força.

TaeHyung: Vai mesmo? – ele parece surpreso, previsto que eu havia lhe dito que só falaria sobre isso se o próprio Park tocasse nesse assunto com ele.

Agora não vejo outra opção. Parabéns Lee. Aigoo, essa história é tão ridícula que nem sinto vontade de passar a diante e contar para outras pessoas.

- Pensando bem melhor eu n-

TaeHyung: Conte _____. – ele me interrompe – Por mais que seja uma história ridícula como você disse antes, eu ainda quero ouvir.

Estou seriamente duvidando se ele está lendo meus pensamentos ou se ele realmente se lembrou do que eu disse aquele dia. Bufo e olho para o pequeno armário na parede ao lado.

- Certo. – me dou por vencida essa vez – Isso começou há dois anos atrás.

|FlashBack – 2 anos atrás|

Doze de abril. Quarta-feira.

07H47min. Escola

Passo por um mais grupo de garotas no corredor da escola que começam aos poucos ficarem cheios, continuo caminhando sem olhar para trás ou sequer para os lados, a mochila em minhas costas balança assim como meu cabelo amarrado em uma trança quase aceitável, fiz de acordo com o que o tutorial ensinava porém não tenho muita habilidade então claramente não havia ficado perfeito e isso não é uma dúvida já que pelo percurso escuto algumas garotas rindo.

Xxx: Olhem o cabelo dela meninas. – o sussurro que não é um sussurro é muito bem escutado por mim.

Xxx: Ela deve ser do primeiro ano, tadinha, tão feinha. – a voz enjoada de uma delas diz e outra vez elas riem.

Dar atenção à comentários assim e para as mesmas pessoas que disseram isso nunca faz algum tipo de bem, então eu simplesmente não dou trela, continuar meu caminho é a melhor coisa que eu possa fazer a não ser que eu queira ser expulsa logo no primeiro ano por ter quebrado alguma costela delas. Bem, talvez eu deixe para realizar depois, melhor fora da escola.

Minha sala fica no segundo andar do prédio, o corredor é extenso e há seis salas, ao final da linha há mais lances de escadas, tais que podem levar até o terraço, ainda não fui lá, não tenho muita vontade. Chego rente à porta da sala e abro o pedaço de madeira. O local é grande, com quatro fileiras estas que por sua vez possuem quatro carteiras duplas. Noto alguns alunos que estão tirando o momento para dormir, há algumas meninas que estão conversando entre si, outros meninos gritam com algo no celular, ainda há aqueles que estão lendo e escutando música.

Caminho com uma feição neutra até minha mesa. Logo na superfície, vejo uma algo verde e branco, assim que fico bem próxima da mesa noto que é uma flor de trigo sarraceno, há um lacinho vermelho contornando e fazendo um pequeno laço o meio do caule da flor. Reviro os olhos. Recentemente venho recebendo algumas coisas, vez ou outra é algo diferente. Deixo minha mochila em cima da mesa ao lado da minha, é um dos privilégios de sentar-se só. Apanho o caule da flor com a mão e ergo, alternando meu olhar para ela e para os alunos ao redor, quem sabe não descubro quem colocou isso aqui?

- Yah! – meu tom de voz sai um pouco alto, o que assusta alguns mas chama atenção de quase todos – Quem colocou isso aqui?

Xxx: Não sei, quando eu cheguei já estava aí. – um de óculos redondos responde de forma desleixada ao deixar de olhar seu livro para começar a olhar a situação.

Xxx: Então a Lee recebe flores agora? – uma das meninas me olha com um ar de sarcasmo junto com outras duas meninas.

- Acha que eu estou gostando de ficar recebendo isso? – enfrento a garota que me olha desajeitada.

Ao lado de fora da sala é possível se escutado alguns gritinhos, logo a imagem de três garotos aparece na porta da sala, o tão famoso grupo aqui da escola, Park Jimin entra acompanhado de Kim NamJoon e Min YoonGi. Eles mal entraram no ensino médio e já tem muitas meninas em seus pés. Eu ouvi algumas coisas sobre eles, principalmente as meninas dizendo sobre o quanto eles são bonitos, inteligentes e entre outras baboseiras. Para mim não faz muita diferença se eles são bonitos ou não, se são inteligentes ou burros, só sei que são outros mimados que nem a maioria da escola. No momento só quero saber quem está deixando essas coisas em minha mesa.

Xxx: Deve que deixaram isso na mesa errada não? – escuto uma outra garota dizer – Você não é alguém que chama muita atenção para estar recebendo isso. – reviro meus olhos, porém não deixando tal hipótese passar longe – Talvez seja sua Hyuna.

A de cabelos negros, vulgo a tal de Hyuna, olha para a garota que acaba de falar, com um sorriso divertido nos lábios, após isso ela me olha e mantem o mesmo, ergue as mãos e as abana como quem dissesse para não ligar.

Jimin: O que está acontecendo? – a curiosidade vem em forma de palavras, assim que o de cabelos marrons chega mais meninas começaram com seus surtinhos.

Xxx: A Lee recebeu uma flor e quer saber quem deixou ali. – o mesmo cara de óculos de antes diz.

Posso estar louca, mas assim que olho para o Park, que está na fileira do lado, vejo um sorriso brotar no canto de seus lábios. Ele olha para mim e eu semicerro meus olhos. Jimin parece analisar a flor assim como os outros dois ao seu lado. Logo a risada de NamJoon ecoa e olho sem entender para ele, YoonGi parece compreender o que ocorreu e cutuca o Park que concorda com a cabeça.

- O que?

NamJoon: Boba! – ele fala e eu aperto minha mão em um punho – Está sendo chamada de ‘amante’ indiretamente.

Sinto meu sangue ferver ao lembrar do possível significado dessa flor.

Jimin: Não fique brava é apenas uma flor. – olho para ele que tem um sorriso aberto – A pessoa que te deu pode estar gostando de você. Fique com ela.

Ignoro sua fala e ando calmamente até a lixeira da sala, jogo a flor dentro da cestinha de metal e escuto alguns murmuros percorrendo na sala, caminho até minha cadeira e me sento, olho para o Park que ainda me olha, dessa vez, com um olhar triste, NamJoon balança a cabeça negativamente e YoonGi faz o mesmo.

[...]

Vinte e três de junho. Sexta-feira.

07H20min. Escola.

Acordei muito cedo hoje, custei criar coragem para sair e vir para a escola, porém tive uma motivação bem pequena. Talvez eu consiga descobrir quem é que anda deixando essas coisas para mim, mesmo que já se passaram meses sem que eu consiga pegar tal pessoa, quem saiba hoje seria meu dia de sorte, não é? Até porque não irei cessar até conseguir.

Ando em passos rápidos até minha sala com um fio de esperança e com certa raiva de tal pessoa estar fazendo isso. Abro a porta da sala de forma brusca e vejo alguém de costas rente à minha mesa, é um corpo masculino, é alto, seus cabelos são marrons escuros. Sinto que já vi ele em algum lugar.

- YAH, PARADO AI! – grito e aponto o dedo.

O rapaz se assusta e evita de olhar, em questão se segundos ele sai correndo e eu não demoro para fazer o mesmo. Logo estávamos correndo pelos corredores, quase não consigo acompanhar, porém não desisto e continuo correndo com fervor. Subimos dois lances de escadas antes que eu conseguisse pegá-lo. Com força agarro o colarinho do uniforme dele e o ponho contra a parede. Sinto uma gota de suor descer por minha têmpora e olho para o rosto dele, surpreendo-me ao saber quem é.

- Park? – estou confusa e ele mostra um sorriso amarelo.

Jimin: Por que veio mais cedo hoje? – ele diz nervoso.

- POR QUE FEZ ISSO?? – grito com ele.

Jimin: Is-isso o que?

- Não se faça de desentendido idiota. – digo brava, ainda o prendendo na parede – Vamos, diga.

Jimin: Não posso mais dar presentes?

- Dê para suas fãs, não para mim – solto o maior e ele respira fundo.

Jimin: Nem se eu gostar de você? – ele fala e eu o olho.

- Você não gosta de mim. – digo desacreditada – Não seja ridículo.

Jimin: Como pode ter certeza? – ele me desafia e se aproxima, a cada passo dele eu dou um para trás – Como sabe dos meus sentimentos?

Ele continua se aproximando até que eu senti minhas costas trombarem com algo resistente. Park havia me prendido na parede dessa vez. Vejo ele posicionar suas mãos em cada lado de meus ombros, sinto-me um pouco desconfortável, seus olhos escuros ainda me olham fortemente e em seu lábio surge um sorriso malicioso.

Jimin: Não vai responder pequena?

- Você é doido! – digo e franzo o cenho.

Jimin: Por que não me dá uma chance?

- Por que não pede isso para uma de suas seguidoras?

Jimin: Você é mais interessante. – ele tomba levemente a cabeça para o lado.

- É uma pegadinha, não é? – pergunto e olho para os lados tentando encontrar alguém escondido.

Jimin: Por que acha isso? – ele ri e eu cruzo os braços – Só por que eu estou aqui com você ou é pelo fato de que eu seja popular e você uma simples aluna? 

Semicerro meus olhos e ele cessa sua risada, antes que ele possa fazer algo escutamos passos na escadaria e rapidamente ele se afasta. Aproveito esse tempo para poder sair, mas não antes de dizer as últimas palavras.

- Não deixe mais nada em minha mesa e me deixe em paz daqui em diante. – digo e ele engole em seco.

Jimin: Está me dando um fora? – ele pergunta e fraze o cenho, logo um sorriso divertido aparece em meus lábios.

- Primeira vez é? – pergunto divertida e quase vejo fumaça sair de suas orelhas  

Volto com meus passos em direção às escadas, enquanto isso prendo alguns risos ao escutar o moreno gritar.

Jimin: HAVERÁ CONSEQUÊNCIAS POR TER FEITO ISSO!

Puff...Patético.

Tenho certeza de que se fosse outra em meu lugar estaria nesse exato momento nos braços dele, porém não sou assim. Descobri de uma forma não muito legal que esse lance de gostar e amar alguém não existe para mim, além de que minha tia vive dizendo para que eu não confie em rapazes. Ela até que está sendo legal comigo, não é que nem minha mãe. Espero que continue assim.

[...]

|Flashback off|

Taehyung escuta atentamente minhas palavras com uma cara surpresa, nesse ponto eu já estava sentada em um dos bancos. É até engraçado pensar que um dia o queridinho do Park, aquele que me irrita todos os dias, que faz todas as meninas da escola caírem em seus caprichos, já deixou presentinhos para mim tentando de alguma forma conquistar meu ser. Eu ainda acho que foi uma aposta perdida ou algo assim, já que naquela época eu mal trocava palavras com aquele almofadinha safado.

- Após as férias de verão o Park começou a me atazanar, não só ele como YoonGi, o último a entrar nessa coisa foi NamJoon. – digo o resultado dos acontecimentos – Enquanto eu estudava e ficava na minha, o Park distorcia alguns acontecimentos sempre que perguntavam para ele se era verdade o que ele fez.

TaeHyung: Como ele distorcia?

- Já escutei por conversas paralelas dos outros que ele falava que na verdade foi obrigado a fazer aquilo, ou que foi eu quem me declarei e que forjei toda a história de que estava recebendo coisas de outro alguém, tem até algumas versões que dizem que agredi ele – rio de tal coisa. – É bem típico do Park querer permanecer à frente e se fazer de vítima.

TaeHyung: É por apenas isso que ele é assim com você?

- Não. – nego com balanceios de cabeça e ele faz um ‘o’ com a boca— Ainda tem mais uma parte.

TaeHyung: Woah, qual? – sua curiosidade mais uma vez é bem nítida.

De fato, a segunda parte é até que interessante, mas ainda sim seus atos foram ridículos e sem noção. Olho nos olhos do moreno em pé em minha frente, ele realmente parece tentado em saber de tudo, mas sabemos que nem tudo será possível dizer, só o principal de certa forma. Um sorriso nasce no canto de meus lábios antes que eu responda sua pergunta. Ele começa a ficar confuso com isso, porém não diz nada, apenas aguarda minha fala.

- A traição do Park.