História Minha Salvação - Capítulo 29

As roupas das mulheres jaziam no chão perto da cama, elas estavam ajoelhadas nuas sobre o colchão enquanto trocavam um beijo repleto de paixão e saudades. Suas mãos percorriam o corpo uma da outra com voracidade, queriam recuperar todos os momentos que perderam por estarem separadas.

— Você é perfeita. — Ava murmurou levando as mãos até os seios da noiva, que mordeu o lábio para conter um gemido. — Não faça isso, eu quero te ouvir.

Sara obedeceu a mais velha e se permitiu demonstrar sua satisfação, Ava se acomodou sobre seu corpo e levou a mão até o meio de suas pernas, fazendo apenas movimentos leves para provocá-la.

— Amor, por favor…

— Me diz o que você quer. — A detetive se inclinou e sugou o seio da noiva, ao mesmo tempo em que não parou com os movimentos de seus dedos.

— Me faça sua.

Ava e Sara foram dormir apenas de madrugada, passaram a noite toda se amando e matando toda a saudade que sentiam. Porém, antes de adormecer, Sara se lembrou de mandar uma mensagem para seu remetente inconveniente, marcando um encontro no White Canary no dia seguinte.

— Bom dia. — Ava sussurrou abraçando a mais nova quando seu despertador tocou, ela sabia que Sara tinha se acostumado a acordar naquele horário também.

— Bom dia, noiva. — Ava sorriu com as palavras de Sara e quando ela beijou sua mão.

— Quais as chances da gente passar o sábado todo na cama?

— Ava Sharpe, o que está acontecendo com você?

— Uma mulher pode querer ficar de chameguinho com sua noiva de vez em quando.

— Eu adoraria realizar o seu desejo. — Sara arfou quando a mais velha mordeu seu ombro. — Mas eu tenho que resolver uma coisa no White Canary daqui a pouco.

— Que coisa?

— Nada demais, umas coisas administrativas sobre a nossa filial.

Ava sentiu um pingo de insegurança nas palavras de Sara, mas decidiu ignorar aquilo. Por qual razão a mais nova mentiria para si? As duas passaram mais alguns minutos na cama antes de se levantarem, tomaram café da manhã juntas e logo depois Sara foi para o White Canary.

Sem nada para fazer, Ava decidiu ir até o apartamento de Nora, mandando uma mensagem para que a fotógrafa deixasse sua entrada liberada. Como acontecia toda vez que ia visitar a amiga, a detetive foi recebida pelo afilhado em festa, a relação dos dois era linda e única.

— Filho, assim você vai machucar a sua dinda. — Nora disse quando o pequeno pulou no colo da loira.

— O Leo não vai machucar a dinda, mamãe. Ela é folte!

— Forte o suficiente pra te encher de cosquinhas! — Leonard gargalhou quando a mais velha passou a fazer cócegas em sua barriga.

Depois que Leo se acalmou um pouco, a babá do menino o levou para tomar banho enquanto as amigas foram para a sala bater papo. Já era rotina que fizessem aquilo pelo menos uma vez na semana, morar na mesma cidade fez com que as duas se aproximassem ainda mais.

— Os enfeites da festa do Leo já estão sendo feitos.

— E qual o tema que o Pinguinho escolheu?

— Tarzan. — Nora rolou os olhos e sorriu boba. — Ray quer contratar um animador para se fantasiar de gorila na festa.

— Eu adoro a animação do seu marido. — Ava riu e se ajeitou no sofá, tinha que contar a novidade para a amiga. — Mudando de assunto, eu tenho uma novidade.

— Não é novidade que você e a Sara devem ter passado a noite toda transando, isso é o normal de vocês duas.

— A gente fez isso, mas não é essa a novidade. A Sara me pediu em casamento, e eu aceitei.

Nora arregalou os olhos e ficou alguns segundos encarando a mais velha antes de soltar um grito animado e puxá-la para pular pela sala.

— Você vai desencalhar! Cara, a Sara é guerreira, já perdi as contas de quantas vezes ela te pediu em casamento.

— A persistência é uma virtude. — A detetive riu e guiou a amiga de volta para o sofá. — Eu prometi que aceitaria o pedido se ela voltasse pra casa, e ela fez isso.

— Agora vocês duas tratem de me dar um sobrinho.

— Pode ficar tranquila, agora finalmente estamos com as vidas em paz e poderemos realizar todos os nossos sonhos.

[...]

— Sara, é bom ver você.

A empresária se sentou de frente para a loira com o rosto demonstrando seu desconforto, Behrad trouxe as cervejas que a desconhecida tinha pedido e esperou para saber se a chefe iria querer mais alguma coisa, mas Sara apenas pediu ao amigo que elas não fossem incomodadas.

— Eu não posso dizer o mesmo, Julia.

— Você precisa aprender a perdoar as pessoas. — Julia rolou os olhos e deu um gole em sua cerveja. — Eu já disse que sinto muito pelo que aconteceu entre nós.

— Você me seduziu mesmo sabendo que eu era comprometida.

— Eu precisava daqueles dados, você sabe que minha parceira tinha sido sequestrada pelos caras que sua equipe estava perseguindo.

— Nós iríamos salvar a Sophie, você não tinha que se meter na missão.

— Sara, eu não te obriguei a transar comigo. — Julia tinha um ponto importantíssimo, e Sara se envergonhava muito do que tinha feito. Mas era mais fácil culpar apenas a espiã do que admitir que tinha traído Ava. — Olha, o que está feito, está feito. Já faz mais de um ano, eu e Sophie estamos muito bem, e você e Ava também, podemos deixar isso no passado.

— Está bem, agora me diga o que quer comigo.

— Um criminoso de Star City, transferido há algum tempo para Gotham, conseguiu fugir e meu chefe quer que eu o capture antes que a capitã Drake descubra o que aconteceu.

— Ok, boa sorte com sua caçada. — Sara fez menção de se levantar. — Eu não sou mais a Canário, nem a Canário Branco, nem passarinho nenhum. Não é problema meu se vocês Corvos não fazem seu trabalho direito.

— Sara, quem fugiu foi Ricardo Diaz.

A loira voltou a se sentar, os olhos se arregalando. Quem tinha sido responsável pela prisão de Diaz fora Laurel, se o homem havia escapado, provavelmente viria em busca de vingança contra a promotora.

— Julia, está querendo me dizer que esse maldito está solto? Por Deus, vocês são uns incompetentes!

— Ei, sem chamar atenção. — A espiã repreendeu quando notou o olhar de Nate se desviar para a mesa das duas. — Olha, os agentes que foram subornados pelo Diaz já foram punidos, agora eu preciso resolver esse problema.

— Nós temos que contar pra Dinah.

— Não, o meu chefe me mata se isso acontecer.

— Julia, esse homem só não quer ficar com a reputação manchada.

— Eu sei, e não gosto disso. Mas não posso descumprir ordens, por isso vim pedir a sua ajuda. — Sara suspirou e deu um grande gole em sua cerveja, ela não estava gostando nada daquela história.

— Eu me aposentei, não sou mais uma assassina, nem uma heroína. Sou apenas Sara Lance, empresária de sucesso.

— Uma empresária de sucesso que pode rastrear qualquer pessoa. Por favor, eu prometo que depois que pegarmos Diaz, você nunca mais precisará pegar em armas.

Sara fechou os olhos por alguns instantes, se aceitasse aquilo estaria indo de contra a tudo que tinha prometido à Ava. Porém, ela não poderia deixar Diaz machucar Laurel, tinha que proteger sua irmã.

— Está bem, eu te ajudo. Mas, depois que esse canalha estiver atrás das grades outra vez, você vai sumir da minha vida. Entendeu?

— Negócio fechado.