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História Miracle Aligner - Capítulo 15: Someday we'll know


Escrita por: haibalevs

Notas do Autor


Oi gente~ ♥ Como vocês tão?
O capítulo de hoje é na perspectiva do Jeonghannie, embora não seja ele que está narrando. É sempre complicado escrever na perspectiva dele, mas é tão interessante que.... não resisto. KJSDFHG. Enfim, fico insegura com o resultado final quando é com ele, mas espero que vocês gostem.
Also, ocasionalmente pedem meu twitter nos comentários, então acho que por bem deveria deixar aqui pra vocês, quem quiser me seguir lá é: @scoupsu~ sempre tô falando de Miracle Aligner e de outras fanfics que escrevo. Ou surtando com as que leio skjdg.
Enfim, boa leitura~~

Capítulo 16 - Capítulo 15: Someday we'll know


Jeonghan estava sentado num dos inúmeros bancos do resort esperando por Gongchan. Estava apreensivo; algo em seu íntimo desejava ter conversado com Seungcheol antes de fazer qualquer coisa, mas não tivera a oportunidade. Aparentemente Wonwoo, um dos amigos do moreno, havia decidido fazer uma visita surpresa e todos repentinamente ficaram ocupados demais com a chegada dele. Já fazia alguns dias que Jeonghan não tinha notícias que não fossem superficiais sobre Seungcheol e todas as vezes que tentara chamá-lo para conversar ouvira as mais diversas desculpas esfarrapadas.

Não que se incomodasse, é claro, mas tinha a sensação de que estava sendo evitado e isso não lhe agradava. Pelo contrário, ficava frustrado ao pensar na total inaptidão de Seungcheol para lidar com problemas pessoais. Como ele conseguia comandar uma revista tão bem se no primeiro contratempo amoroso que surgia ele dava um jeito de fugir e negligenciar totalmente a situação?

E não era sequer um contratempo! Bastava que Jeonghan o encontrasse para esclarecerem a situação e tudo se ajeitaria, mas estava sendo demasiadamente difícil fazer isso. Só queria conseguir fazer o moreno enxergar que não era nada do que a mente excessivamente preocupada dele estava especulando.

Veja bem, ele e Gongchan nunca foram algo. Pelo menos não algo sério, mas o primo de Joshua lhe ensinara a maior parte das coisas que sabia - sexualmente falando - e o loiro de certa forma gostava do rapaz. Não, não era tesão ou desejo, até porque agora ele tinha outra pessoa para ocupar seus pensamentos - mesmo que fosse alguém incrivelmente carente e obcecado com o próprio trabalho -, Jeonghan estava apaixonado por seu miracle aligner. Jamais conseguiria sentir o mesmo por outra pessoa.

Mas, enfim, o que o loiro concluíra naqueles dias era que tinha um carinho especial por Gongchan. Os dois não chegaram a namorar pelo fato do mais velho ter decidido ir para uma universidade em outro estado para estudar Literatura, mas tiveram um bom e breve amor de verão antes dele partir. Não havia motivo para que não continuassem amigos, até porque se tratava do primo de Joshua e as coisas poderiam ficar esquisitas se o clima pesasse. No entanto, não passaria disso, pois com o tempo a chama do sentimento romântico que mantinham se apagou.

Pelo menos para Jeonghan ela se apagou, aliás, sequer sabia se algum dia esta estivera acesa de fato. Tanta coisa mudara após conhecer Seungcheol...

Contudo havia a maldita promessa e por isso precisava se encontrar com Gongchan, para esclarecer que o que quer que ele tivesse projetado na própria mente, não se concretizaria, porque o loiro só tinha olhos para Seungcheol agora.

Suspirou, olhando ao longe e identificando uma silhueta conhecida se aproximar.

Gongchan não havia mudado muita coisa, talvez crescido alguns centímetros e cortado os cabelos, mas o rosto continuava jovial e sorridente. Ele também tinha os olhos de gatinho como os de Joshua e isso sempre fôra algo que acalmava Jeonghan. Eram olhos familiares em meio de várias pessoas que deixavam o loiro inquieto e, no momento em que os olhares se encontraram, o rapaz sentiu uma pontada de nostalgia atingir-lhe. Definitivamente os dois passaram dias inesquecíveis, mesmo que atualmente fossem só boas memórias de anos atrás.

E ficariam por lá mesmo, contentando-se apenas em serem memórias. Jeonghan era adepto a filosofia de que não se deve viver do passado caso haja vontade de seguir em frente, mas por mais desprendido que fosse também era humano. Gostava de relembrar de suas boas memórias com carinho.

 

- Jeonghannie!! - Gongchan sorriu e o loiro se levantou para abraçá-lo. Ele tinha uma voz doce como a de Joshua e definitivamente costumava ser divertido como seu melhor amigo. - Senti sua falta!

- Ah… Não minta pra mim. - O loiro brincou, desvencilhando-se dos braços de Gongchan que o apertavam com força. - Você nem ao mesmo tentou me ligar.

- E fazer seu celular explodir? Eu não ousaria… - O rapaz riu ao fazer tal constatação. - Mas sempre perguntava sobre você para o Joshua. Não que ele fosse de grande ajuda, claro. É incrível como meu primo não abre a boca para falar de você… Tudo o que você conta para ele é colocado num túmulo e fica lá pra sempre. - Fez um bico de descontentamento.

- Ele só está sendo um bom amigo. - Jeonghan sorriu. Era por isso que Joshua era a pessoa em quem ele mais confiava no mundo inteiro. - E não é como se nada de muito interessante acontecesse na minha vida, você sabe como sou. Exceto por… Hm… - O loiro ponderou se já era hora de contar a grande novidade, mas pensou melhor e concluiu que talvez fosse um ato muito repentino e fora do contexto. Seria melhor preparar o terreno.

- De qualquer forma, agora você vai ter que me contar o que perdi. Por sorte teremos muito tempo, já que eu vou ficar até o final das férias em Honolulu. - O moreno parecia verdadeiramente empolgado. - Quem sabe não podemos relembrar os velhos tempos? Garanto que vai ser divertido, Jeonghannie. - Deu uma piscadinha pretensiosa, com os olhos ternos fixos no loiro enquanto uma de suas mãos encostou vagamente no braço dele. Aparentemente, o modo como ele tratava o rapaz também não havia mudado.

- Sobre isso… - Jeonghan hesitou por alguns instantes, mordendo o lábio inferior. - Que tal comprarmos um sorvete para começarmos a ter essa conversa?

 

Gongchan concordou e então seguiram até o quiosque mais próximo. A princípio, não tinha sido tão difícil quanto o loiro imaginou que seria. Os dois ainda sabiam conversar como antigamente e foram fazendo um breve resumo do que tinha acontecido em suas vidas até os sorvetes de cada um chegar. Em seguida, sentaram-se em uma das mesas para degustarem com calma os doces que tinham acabado de comprar - e que o moreno fizera questão de pagar, mesmo com os protestos de Jeonghan.

O loiro realmente esperava que as coisas continuassem indo bem entre os dois, pois não queria uma dose desnecessária de estresse em sua vida, no entanto, nunca tivera aquele tipo de conversa com Gongchan e não sabia como ele poderia reagir. Só podia esperar que ele continuasse tão tranquilo como sempre ficava.

 

- Então, o que mais meu adorado Jeonghannie fez enquanto eu estive fora além de se provar um gênio da biologia, como todos nós já sabíamos? - Gongchan sorriu, brincando com a colher cheia do sorvete sabor chiclete que ele havia comprado. O rapaz subitamente levou-a até a boca de Jeonghan que, ao ver que ele não mudaria seu trajeto, terminou por aceitar a colherada. Não era um grande fã de coisas muito doces, tanto que seu sorvete era de limão. - Você sentiu minha falta também?

- Claro que senti, Gongchannie. Tudo aconteceu tão rápido. - O loiro respondeu.

 

Tinha um pouco de ressentimento pelo rapaz só ter dito para ele que iria embora faltando uma semana para sua partida, mas isso era algo que ficara no passado também. No entanto, não podia negar que era uma pessoa rancorosa, mesmo que não tivessem tido nada sério. Relacionamentos casuais não significavam falta de consideração, mas ele não queria ser a pessoa a trazer aquilo à tona num momento que deveria ser descontraído, então apenas se calou, focando-se nas boas memórias para não se aborrecer.

 

- Ahh… Eu sei, mas eu estava realmente apaixonado e não queria estragar aquilo com o fato de que logo estaria indo embora. Queria levar memórias boas comigo. - O rapaz respondeu e, depois de um silêncio breve em que Jeonghan se entalou para não falar nada desagradável (conseguia ter uma língua muito afiada quando queria), terminou por continuar. - Mas eu te prometi que ficaríamos juntos se eu voltasse. Não me esqueci disso.

 

A frase dita por Gongchan fez o loiro soerguer-se um pouco para trás, como se quisesse se esquivar da maldita promessa vindo à tona tão abruptamente. Nem mesmo naquela época ele acreditou que fosse sério, que dirá agora.

 

- Caso você fosse voltar. - Jeonghan frisou, comendo mais um pouco de seu sorvete e encarando Gongchan com seriedade. - Mas você achou mesmo que eu ia esperar? - Era uma curiosidade que ele tinha. Como poderia esperar por alguém que não dera sequer um sinal de vida quando foi embora? - Quer dizer, foi divertido e tudo. Mas não foi nada de mais. Dizem que três meses são o mínimo pra desenvolver uma paixonite e nós não passamos disso.

- Jeonghannie, o que eu sinto por você veio muito antes de nós ficarmos juntos. - Gongchan afirmou. Ele também estava sério, mas não o bastante para deixar o ambiente desconfortável. Aquela era uma informação nova para Jeonghan, mas não era nada que ele já não tivesse desconfiado a princípio. - É amor. E eu só preciso saber da sua parte para dar continuidade nisso.

- Nesse meio tempo, eu conheci uma pessoa. - O loiro admitiu depois de muito tempo sem saber como trazer aquele assunto à tona. Gongchan pareceu um tanto surpreso com a informação que acabara de praticamente ser arremessada para si, mas manteve a expressão serena usual. Então era assim que ele reagiria...? - E eu realmente gosto dele.

- Hm… Mesmo? - Gongchan arqueou uma das sobrancelhas. - Bem que Joshua havia dito que você havia arranjado algo divertido para se ocupar durante as férias. Agora entendo o que ele quis dizer…

- É mais do que algo “divertido”. - Jeonghan uniu as sobrancelhas, vagamente incomodado com o tom que o moreno usara para descrever seu relacionamento. Era pedante para dizer o mínimo tratar algo sério como uma simples diversão. - É sério, Gongchannie.

- Ele veio de onde? - Ao invés de dar uma resposta decente, o rapaz apenas rebateu com uma pergunta e permanecer com o sorriso doce nos lábios. A diferença é que dessa vez a postura dele começara a irritar Jeonghan e lhe remeter a algumas coisas do passado.

- Ele é de Seoul, na Coréia.

- Você realmente gosta de amores de verão, não gosta? Desses que acabam rápido. - Gongchan pareceu se divertir com a constatação que acabara de fazer. O loiro costumava ser uma pessoa paciente, mas não gostava do tom de deboche que o outro rapaz estava usando, mesmo que estivesse fazendo de maneira sutil. - Me pergunto se é a sua intuição que te faz se envolver com esse tipo de coisa.

- O que você quer dizer com isso?

- Jeonghannie, você mesmo acabou de dizer que eu e você não duramos nem três meses juntos. Eu morava aqui e mesmo assim você só me quis quando faltava pouco para eu ir embora… O que acha que vai acontecer com você e com esse cara?

 

Jeonghan engoliu seco. Ele nunca parou para pensar o que aconteceria quando Seungcheol fosse embora porque sabia que se entristeceria caso o fizesse. Gongchan podia aferir aquele tipo de coisa mesquinha, mas ele não fazia ideia do tipo de relacionamento em que o loiro estava. Era uma relação que ia muito além do contato físico que os costumavam ter. Era muito mais do que simples desejo de ter experiências novas, que era o que Jeonghan fizera na época em que ficara junto do outro rapaz, movido pela curiosidade de saber como relacionamentos de fato funcionavam, ainda que numa forma bastante efêmera deles.

Com Seungcheol, no entanto… Não era circunstancial. Parecia que o laço que unia os dois nunca se desataria.

Talvez por isso Jeonghan nunca tivesse pensado numa possível partida do moreno. Como ele poderia simplesmente ir embora e deixar todos aqueles sentimentos para trás? Algo no loiro lhe dizia que, quando chegasse a hora certa, Seungcheol saberia o que fazer para que os dois continuassem juntos. Ele não se sentia incerto sobre o futuro, pois sabia que era quase impossível reverter um miracle aligner.

E era isso que Gongchan não entendia ao fazer aquela pergunta. O que aconteceria com ele e com Seungcheol? Era idiotice cogitar que algo entre eles poderia desandar algum dia, porque o que Jeonghan sentia era amor em sua forma mais sincera, certo?

Às vezes, quando ficava calado encarando o nada, Seungcheol sempre lhe perguntava o que ele tanto estava pensando. O loiro quase nunca respondia, porque se sentiria constrangido de compartilhar o quanto achava peculiar como ele era a lua enquanto Seungcheol era o sol, e mesmo assim os dois tinham arranjado um meio de se encontrar e ficarem juntos. O quanto era peculiar o fato de Jeonghan amar reparar em cada poro do rosto do moreno enquanto ele estava fazendo as coisas mais simples, o quanto suas mãos se encaixavam como se tivessem sido feitas para ficarem juntas, o quanto a completude dos beijos que davam criavam em Jeonghan a certeza de não conseguiria beijar mais ninguém em toda a sua vida.

E ele não queria mais nada além disso.

Eram uma união tão rara e bela que traduziam o amor em uma de suas formas mais variadas e Jeonghan, que sempre fôra um grande admirador daquilo que não conhecia, sentia-se cada vez mais maravilhado ao poder desvendar aquele sentimento desconhecido ao lado de Seungcheol.

Os dois eram como um pôr do sol no fim de tarde, com as cores se mesclando para criar no céu uma harmonia inigualável. Eram o único momento em que a lua aparecia em meio a imensidão celeste para vislumbrar o sol e juntos faziam um espetáculo inesquecível para quem quer que os contemplasse.

Sua mãe sempre lhe contara, nas histórias divertidas de antes de dormir, que era fato que a lua era apaixonada pelo sol, mas que o amor dos dois era tão intenso que eles só podiam estar no mesmo lugar ocasionalmente.

Jeonghan nunca entendera aquele ponto até ele próprio se apaixonar pelo sol, mas, apesar do mesmo ficar tão longe de si, o loiro não queria se permitir sentir medo de um dia se separarem. Ele queria ter mais e mais certezas a medida que o tempo passava.

Justo ele, tão acostumado a se apoiar em utopias.

 

- Não é como se eu devesse estar falando sobre isso com você, de qualquer forma. - O loiro retrucou, colocando a taça em que seu sorvete estava de lado. - Só queria te fazer entender por que a promessa não vai acontecer.

- Eu tenho paciência para esperar, Jeonghannie. - Gongchan sorriu, colocando uma mão sobre a outra apoiando-se na mesa. - Você pode falar o que quiser agora. Ainda falta um semestre para eu me graduar, então aproveite. Mas não pense que vai ser muito diferente do que aconteceu conosco, independente da intensidade dos seus sentimentos por ele. Pessoas têm prioridades, você sabe… - O moreno completou, referindo-se a própria faculdade que lhes fizera se separarem na época. - A diferença é que eu estou me dispondo a voltar por você, porque me apaixonei verdadeiramente. Será que ele vai fazer o mesmo quando chegar a hora?

 

Jeonghan suspirou. Não podia acreditar que a mesma pessoa por quem ele acreditava guardar um “carinho especial” estava lhe falando aquele tipo de coisa tão impensadamente. Esperava que o moreno ficasse minimamente feliz por sua situação atual, mas sua reação havia sido completamente hostil. E, pior, disfarçada por uma expressão totalmente serena!

Mas antes que o loiro pudesse contestar e dizer algumas verdades na cara de Gongchan, Mingyu apareceu em sua mesa juntamente com um rapaz moreno, com os cabelos escuros quase por cima dos olhos e um sorriso torto nos lábios.

Ele era pálido, mas não era uma palidez característica e sim algo de quem não costumava pegar sol; estava vestido com roupas tão escuras quanto seus cabelos e tinha um óculos de grau com armação grossa desleixadamente largado na ponta do nariz. Ele definitivamente era o oposto de Mingyu, que sempre exalava vivacidade, mas isso não queria dizer que não tivesse uma beleza equivalente. Só podia ser Wonwoo. Jenghan vira algumas fotos dele com Seungcheol e se tratava de uma personalidade inconfundível. Até porque, convenhamos, quem usava preto naquele calor? Só mesmo sendo muito fiel ao estilo próprio.

Mingyu pareceu analisar Jeonghan e Gongchan como quem já estava a par da situação, mas sorriu gentilmente mesmo assim. Há quanto tempo ele deveria estar lá observando-os? Ou será que só havia chegado agora? O pensamento deixou o loiro inquieto.

 

- Olá, Jeonghannie. - O rapaz mais alto sorriu mostrando seus caninos afiados e em seguida apontou para seu acompanhante. - Inusitado te encontrar por aqui. Você não conheceu o Wonwoo ainda, certo?

- Não. Olá, Wonwoo. Muito prazer, eu sou Yoon Jeonghan. - Jeonghan estendeu uma das mãos para o moreno, que apertou-a firmemente. O rapaz pôde sentir que ele tinha dedos calejados típicos de quem escrevia muito.

- Jeon Wonwoo. - Ele respondeu num tom de voz grave que surpreendeu o loiro de primeira. Sua voz era mesmo muito grossa.

- E seu amigo quem é? - Mingyu perguntou sem fazer muita cerimônia ou tentar esconder sua curiosidade.

- Gongchan. Eu sou primo do Joshua e amigo do Jeonghannie. - Gongchan sorriu.

- Gonchannie, esses são os amigos de Seungcheol, aquele que eu estava te falando. - O loiro respondeu, receoso de que a aura pudesse pesar agora que o moreno tomou conhecimento dessa informação.

- Seungcheol? Interessante… - O rapaz encarou novamente os dois morenos que estavam em pé e pareceu estranhamente satisfeito. - Eu adoraria conhecê-lo. Por que não veio junto com vocês?

- Ele está ocupado hoje. - Mingyu respondeu.

- É, servindo de babá para Vernon e Seungkwan. - Wonwoo complementou, fazendo com que Jeonghan deixasse escapar uma risada. Então era isso que estava lhe mantendo tão ocupado a ponto de ter de evitá-lo? Era esse o compromisso impossível de ser remarcado?!

- Oh. Uma pena. - Gongchan fez um bico e em seguida se levantou. - Mas espero que haja outra oportunidade… De qualquer forma, sinto que deveria ir agora. Foi um prazer conhecê-los. - Ele se virou para Jeonghan uma última vez. - Pense no que eu te falei, Jeonghannie. Estava apenas sendo sincero. Até mais.

 

Quando Gongchan finalmente sumiu da vista do loiro, ele recostou na cadeira aparentando estar visivelmente pensativo. No entanto, convidou Mingyu e Wonwoo para se sentarem e eles fizeram isso com prontidão. Suas expressões interrogatórias demandavam uma explicação decente de sua parte e ele não negaria isso. No fundo, estava esperando ganhar alguma ajuda dos rapazes com sua situação atual.

 

- Posso saber o que você estava fazendo coabitando com o inimigo? - Mingyu perguntou num tom de brincadeira que só serviu para deixar Jeonghan mais tenso. Então já estavam até usando o termo “inimigo” para se referir ao outro rapaz? Era justo.

- Ele me chamou para conversar e eu não tinha mais nenhuma desculpa. - O loiro apoiou os cotovelos na mesa, notando os olhos de Wonwoo atentos em cada gesto dele. Céus, ele era muito intimidador. - Queria ter falado com o Coups antes, mas ele está fingindo que eu não existo para fugir dos nossos supostos problemas.

- Ah… Ele realmente não aprende. - Mingyu suspirou, balançando a cabeça de maneira reprovativa. - Mas sobre o que você e o Gong-não-sei-o-quê conversaram? - O moreno fez uma careta ao mencionar o rapaz que havia acabado de ir embora.

- Ele tinha me feito uma promessa de que quando voltasse para o Havaí nós ficaríamos juntos e eu vim para explicar para ele por quê isso não iria acontecer. - O loiro fez um breve resumo da conversa. - Mas ele não aceitou muito bem.

- Tem gente que nunca supera. É normal, uma hora ele se toca. - Mingyu deu de ombros, como se o assunto tivesse se tornado irrelevante de uma hora para outra. - Agora você e o Coups… Precisamos resolver isso. Ele está para parir o filho que ele nunca teve.

 

Wonwoo deu uma risada discreta ao ouvir metáfora utilizada pelo namorado.

 

- E eu não sei por quê! - Jeonghan arregalou os olhos em inconformidade. - No último dia que nos encontramos, eu só pedi um tempo porque não queria falar sobre o assunto na hora que ele perguntou. Era uma notícia recente pra mim também, eu precisava digerir tudo o que estava acontecendo, mas ele interpretou isso como se eu estivesse querendo omitir algo e não fosse falar depois.

- É bem a cara do S. Coups surtar desse jeito por nada. - Wonwoo comentou brevemente, se divertindo com a situação. Ele definitivamente tinha um senso de humor peculiar.

- Antes surtar sem motivo do que surtar com um bom motivo, não é? - A conotação da frase de Mingyu levemente passiva-agressiva fez com que o moreno se calasse e se ajeitasse na cadeira. Jeonghan perguntou-se o que o mais alto queria dizer com aquilo, mas preferiu não entrar em detalhes. - De qualquer forma, deixe que eu cuido do meu amigo. A resposta é bem óbvia mas eu vou perguntar de novo para frisar: não tem nenhuma chance de acontecer nada entre você e aquele cara, certo, Jeonghannie?

- Mingyu, pelo amor de Deus. Eu realmente gosto do seu amigo, não trocaria ele por mais ninguém. - Era a primeira vez que o loiro externava isso e, ao ver a expressão satisfeita de Mingyu, ele certamente havia dito a coisa certa. Wonwoo também pareceu esboçar um sorriso sem mostrar os dentes. Talvez tivesse causado uma boa impressão. - Eu sei que é complicado comigo, mas dessa vez eu realmente iria falar. Liguei para ele várias vezes tentando falar… E olhe que eu odeio telefones.

- É complicado com o Coups também. Ele tem muito medo de perder você, Jeonghannie.

- Eu não sei o que preciso fazer para ele entender que não vai. - O loiro suspirou, frustrado.

 

“A não ser, é claro, que ele decida que quer isso…”.

Droga. Ele realmente não queria estar pensando no que Gongchan havia lhe dito, mas estaria mentindo se dissesse que a constatação do moreno não lhe afetou, mesmo que minimamente. Também tinha inseguranças, afinal de contas, mas estava afastando aquele tipo de pensamento desde que seu relacionamento havia começado e esperava que tivesse continuado dessa forma.

Não duvidava de Seungcheol, mas sempre duvidava do acaso e do que ele poderia reservar. Ao longo dos anos, aprendera a lidar bem com o destino, mas a verdade é que ele nunca havia se apegado verdadeiramente com alguém a ponto de temer o que o futuro lhe reservava. O sentimento era novo demais e o loiro precisaria de um tempo para aprender a lidar com ele.

Não lhe machucava viver o momento, mas pensar que mais tarde teriam de tomar uma decisão era verdadeiramente amedrontador. Jeonghan secretamente desejava que aquelas férias de verão durassem uma eternidade, mas ele sabia que não era assim que as coisas funcionavam. E embora fosse confiante de que era muito difícil separar um miracle aligner, perguntava-se o que seria necessário para que isso acontecesse. Perguntava-se quando teria uma certeza de que o laço dos dois era de fato inquebrantável.

Não queria que seu relacionamento fosse posto a prova para descobrir isso, mas não sabia dizer o que aconteceria.

Chacoalhou a cabeça. Não, não daria o gosto da vitória para Gongchan com tamanha facilidade.

“Não seja idiota, Jeonghan. Não pense em nada de ruim. Ele só disse aquilo para te afetar.”

 

- Não se preocupe, Jeonghannie. Nós iremos falar com ele. - Mingyu sorriu. - Vá visitá-lo amanhã a tarde e ele estará te esperando.

 

-x-

 

Mingyu e Wonwoo estavam voltando até o hotel. O casal tinha mania de sempre caminhar juntos e o dia de hoje não havia sido diferente dos demais. O mais alto estava contente que seu namorado estivesse ali, mesmo que as circunstâncias que o levaram a voar até o Havaí não fossem as melhores. Eles ainda não tinham contado para Seungcheol o que havia acontecido. O chefe até agora estava desconfiado quanto ao motivo que levara Wonwoo até lá, mas não fizera muitos questionamentos uma vez que ele próprio estava feliz ao ver seu amigo por aquelas bandas. Por sorte, todos estavam conseguindo esconder os últimos ocorridos com plenitude, exceto por Hansol que vez ou outra fazia algum comentário esquisito, que era ignorado devido ao fato dele ser uma pessoa naturalmente peculiar.

 

- Eu tenho um mal pressentimento sobre isso. - Mingyu disse. Seu instinto dificilmente falhava nessas situações e a incerteza que lhe invadia estava quase impossível de conter. Saíra a sós com Wonwoo justamente porque precisava ter aquela conversa com ele. Seu namorado sempre fôra bom em lhe ajudar a manter a calma (ou, ao menos, a lucidez).

- Sobre o quê? - O moreno perguntou. - Coups e Jeonghan?

- Sim. - Retrucou, mordendo o lábio inferior. - Quer dizer… Com tudo o que está acontecendo, nós vamos precisar do Coups e isso vai ser complicado. Até então nunca tinha passado pela minha cabeça que o relacionamento dos dois é como andar em uma corda bamba. Completamente incerto… Mas você vê como eles falam um do outro? Se eles ainda não se amam, com certeza é o que vai acontecer em algum momento.

- Mas amor não é o bastante. - Wonwoo respondeu, colocando as mãos nos bolsos da calça. - Você e eu sabemos melhor do que ninguém que não é. - O moreno provavelmente se referia ao modo como os pais de Mingyu reagiram ao saber do relacionamento dos dois, ainda que fosse um assunto que nenhum gostava de falar a respeito. Nem tudo eram flores, nem mesmo para os casais que pareciam nascidos um para o outro. - É preciso mais que isso pra manter duas pessoas juntas.

- Céus, eu havia me esquecido como você era pessimista. - O mais alto comentou, fazendo um bico. - Eu realmente queria que desse certo. O Coups nunca se apaixonou por ninguém… Foi uma mudança positiva para ele.

- E você acha que não estou torcendo pelos dois? - Wonwoo retrucou. - Mas a realidade é outra, Mingyu. O Coups tem algo esperando por ele em Seoul, algo que tenho certeza de que ele dificilmente abriria mão. Vai ser difícil conciliar esse relacionamento, ainda mais agora. Os dois são adultos, não pense que não sabem disso também. Pode até ser divertido viver a fantasia por agora, mas uma hora a verdade terá que vir à tona.

 

Mingyu suspirou. Odiava namorar alguém tão sensato, mas era verdade.

 

- Quando vamos nós vamos contar pra ele? - Perguntou, fazendo Wonwoo ajeitar os óculos e tomar um ar pensativo.

- Não podemos mais segurar a notícia por muito tempo, mas é melhor que ele resolva as coisas com Jeonghan antes. Não quero que ele tenha um ataque do coração e deixe as coisas ainda mais pesadas pro nosso lado.

 

Mingyu riu, entrelaçando seus dedos nos de Wonwoo.

 

- Você tem razão. - Sorriu, fazendo uma breve pausa. - Ah... Eu só espero que tudo dê certo. Chega de drama por agora.

- Não se preocupe com isso antes da hora. - Wonwoo pediu. - Mas agora é melhor irmos logo, a não ser que você queira que o Coups fuja de novo.

 

Mingyu concordou e os dois se apressaram. O mais alto estava se esforçando ao máximo para fazer parecer que tudo estava bem, mas no fundo se sentia mal por um futuro inevitável. Ainda sim, não podia simplesmente continuar ver o amigo definhar em insegurança, mesmo que o rumo que as coisas tomariam não fosse favorecer ele e Jeonghan.

“Me desculpe por isso, Coups.”


Notas Finais


Capítulo sem o Coups mas finalmente o Gongchan apareceu!! Não que tenha sido uma coisa boa, claro, mas botou o Jeonghannie pra pensar (é só o que faltava ele e Coups inseguros, né non??)
E WONWOO ♥ SENTI SDDS.
O Mingyu também. Não deu pra explorar muuuito o lado romântico de Meanie nesse capítulo porque tão mais focados nos problemas, mas pelo menos deu pra ver um pouquinho dos dois interagindo ;; fofos. qq
Enfim, as coisas tensionando cada vez mais né... Não sei como me sentir sobre isso, fico com o coração apertado escrevendo, mas né, sem drama num tem graça skdjhg.
Até a próxima!!! Beijinhos~


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