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História Miracle Aligner - Capítulo 16: Life can bloom when something breaks


Escrita por: haibalevs

Notas do Autor


Oi genteee! ( ゚▽゚)/~ ♥ E AÍ?
Desculpem a demora pra ter postado T_T
Estou tendo sérios problemas em relação a aceitar o rumo que as coisas estão levando na fanfic (leia-se: estamos chegando perto do início de uma reta final, mais ou menos). Sou muito apegada com essa fanfic, shjkdf, sempre falo isso, então quero fazer bem para não decepcioná-las. Inclusive, obrigada por estarem comigo até aqui ;; darei o meu melhor pra garantir fortes emoções daqui pra frente.
O capítulo de hoje foi revisado incansavelmente porque eu tava insegura, não é muito longo mas é bem intenso, espero que gostem!
Boa leitura~

Capítulo 17 - Capítulo 16: Life can bloom when something breaks


- Alguém por favor pode me explicar o que está acontecendo aqui?! - Bufou, massageando as têmporas.

 

Era isso. Seungcheol estava exausto, irritado e o último resquício de sua paciência finalmente tinha ido pelos ares. Precisava de respostas e não aceitaria que o enrolassem nem por mais um minuto. O mistério já tinha ido longe demais.

Tantas coisas se passaram por sua cabeça naqueles dias que não saberia por onde começar a falar caso alguém lhe perguntasse como as coisas andavam em sua vida, provavelmente a resposta seria um monólogo horas repleto de reclamações e muito desespero maquiado com passivo-agressividade - nada fora do normal, claro.

Achava que férias eram supostamente algo relaxante, mas isso se provara um equívoco desde que o maldito Gongchan havia chegado.

E Wonwoo também, mas era melhor ir por partes. As coisas podiam até estar descontroladas, contudo, as explicações ainda estavam ao seu alcance.

Por enquanto.

Então… Onde ele estava mesmo? Ah, sim. Gongchan. O que dizer dessa pessoa que sequer conhecia e já lhe enervava imensamente? Em primeiro lugar, queria constatar o quanto esse nome soava ridículo aos seus ouvidos. Fala sério, que pai em sã consciência bota o nome do filho de Gongchan?

Não que estivesse em seu mérito discutir esse tipo de questão, mas só pelo nome feio do rapaz já dava para prever que o que vinha a seguir seria uma temporada de mau agouro.

De qualquer forma, quando Seungcheol acordou naquela manhã na casa de Jeonghan, ele definitivamente não estava esperando ser surpreendido com a notícia abrupta de que o rapaz que tirara a virgindade de seu suposto namorado estava de volta na cidade. Ele realmente queria que May tivesse ficado de bico calado e retido aquela informação, ao menos assim não estaria tão inseguro e pensativo quanto naquele momento. O pior fôra o jeito que a menina falou com tamanha naturalidade, como se tirar a virgindade de Jeonghan fosse algo tão normal e corriqueiro como, sei lá, comprar pão. A melhor forma de deixá-lo nervoso era tratar questões importantes como se fossem pouca coisa. Por quê? Porque isso era coisa de gente sem noção, tanto que seus amigos costumavam fazer o tempo todo.

Mas agora não adiantava ficar reclamando. 

Se tinha uma coisa que Seungcheol era péssimo em lidar, além da necessidade constante de estabilidade, era com seu próprio ciúme. As coisas saíam um pouco do limite com Jeonghan em ambos aspectos, mas até então dava para controlar, até porque não tinha motivos para ficar enciumado uma vez que as coisas estavam seguindo num ritmo estável e aparentemente tinham sanado suas dificuldades de comunicação há algum tempo. Uma pena ter se enganado quando fez essa constatação.

Várias incertezas sem fundamento se formaram em sua cabeça após esse dia, sobretudo porque agora que estava evitando o loiro tinha muito tempo para criar cenários imaginativos de situações ruins e isso só servia para lhe deixar pior. Sabia que estava sendo ridículo por fazer aquilo e, ainda sim, não conseguia parar. O maduro Choi Seungcheol de uma hora para outra se tornara um garotinho apaixonado, medroso e idiota.

Mas aqueles eram os fatos. Não queria conversar com Jeonghan para descobrir sabe-se lá mais o que ele tinha feito com Gongchan, não queria aceitar que ele já havia dado um passo a mais com outra pessoa que não fosse ele.

Quão patético era ter esse tipo de pensamento?

Sabia que não estava em posição de fazer qualquer exigência, até porque ambos eram adultos e livres para tomarem as decisões que julgavam serem as mais corretas, mas ainda sim, lá estava ele, com sua mente lhe pregando peças e fazendo-o agir daquela maneira completamente irracional.

O problema na verdade não era o fato de Jeonghan já ter transado com outras pessoas, o problema era essa pessoa se materializar ali e ser justo o primo de Joshua. Por que tinha de ser alguém próximo? Não podia ser um qualquer?

Claro que não. As coisas eram sempre mais difíceis com o loiro e ele havia aprendido isso logo no princípio. Perguntava-se quantos contratempos ainda teria de enfrentar com ele, porque não fazia tanto tempo assim que estavam juntos para terem de passar por tanto drama, mas mesmo assim as coisas continuavam acontecendo como se o mundo inteiro tivesse decidido conspirar contra os dois.

Tudo o que Seungcheol queria era finalmente conhecer calmaria de estar de férias e poder relaxar, mas de repente as coisas viraram uma bagunça desnecessária com a qual ele tinha receio de lidar.

Odiava admitir o quanto seu relacionamento com Jeonghan parecia frágil. Não importava o quanto as coisas pareciam mágicas quando estavam juntos, qualquer um que analisasse por fora veria quão delicada era a situação que se encontravam: eram completos opostos, moravam em cantos opostos do mundo e, para completar, parecia impossível conciliar tudo isso.

Seungcheol se esforçou muito para não pensar naquele tipo de coisa, mas não conseguiu. Uma hora teria de encarar a realidade de que aquilo era um amor de verão e, se a curto prazo estava causando tanto alvoroço, hesitava em querer saber o que aconteceria num maior período de tempo.

Mas mesmo que fosse tão difícil, ele realmente gostava de Jeonghan. Cada momento com o loiro era único e era a primeira vez que se apaixonava tão perdidamente por alguém, o que só servia para tornar as coisas ainda mais frustrantes. Por que ele tinha de querer, diante de todas as concretudes que sua vida lhe oferecia, justo a parte que a qualquer hora poderia desmoronar?

Não sabia, mas sua mente não estava lhe dando descanso. Precisava refletir sobre aquilo e era o que estava fazendo durante aqueles dias em que seu foco era evitar Jeonghan, mas o ciúme sempre terminava por ofuscar seu lado racional. E se o loiro decidisse que queria voltar com o tal do Gongchan? Quer dizer, ele certamente poderia proporcionar-lhe coisas muito além das que Seungcheol tinha para dar no momento. Não sabia como era o relacionamento dos dois, mas se perguntava se Gongchan não conseguia entender melhor a essência de Jeonghan. Cogitar alguma resposta lhe assustava, então apenas ignorava.

No entanto, ao mesmo tempo que não queria que o rapaz ficasse com outra pessoa, perguntava-se se não seria melhor que ele tivesse algo que não fosse tão efêmero.

Era terrível cogitar isso e Seungcheol acreditara firmemente que a chegada de Wonwoo lhe faria esfriar a cabeça. O moreno, juntamente com Mingyu, era realmente próximo de sua pessoa e definitivamente um conselheiro útil, ainda mais quando se precisava tomar decisões racionais. Contudo, desde que ele chegara, era notável que estava escondendo algo.

Seungcheol esperou todos aqueles dias para que alguém lhe desse algum sinal que norteasse suas decisões, mas parecia que todos estavam evitando encarar os fatos e fingindo que estava tudo bem, o que eles não contavam era que seu chefe fosse tão atento. Ele podia até ser tapado para relações interpessoais, mas para coisas que envolviam a empresa não.

E ele sabia que aquilo era sobre a Seventeen. Não havia motivos para que Wonwoo saísse do outro lado do mundo para “ir fazer uma visita”, não importa o quanto ele estivesse sentindo saudades de Mingyu, havia dado sua palavra para Seungcheol que ajudaria a cuidar da revista até que ele voltasse, portanto, aquele papo definitivamente não o convencera. Tinha certeza de que Wonwoo também sabia disso, mas continuava se fazendo de desentendido.

Seungcheol fez de tudo para evitar um confronto direto, tanto que estava passando a maior parte do tempo com Vernon e Seungkwan, que ao menos sabiam disfarçar melhor que havia um problema, mas ao retornar para o hotel à noite, após um longo dia de passeio, não conseguiu deixar de notar a expressão de desconforto de DK, Mingyu e Wonwoo.

Ele sabia que mais alguma coisa tinha acontecido. Até quando tentariam enganá-lo?!

Finalmente explodiu. Não costumava ser uma pessoa explosiva, mas já não estava mais aguentando viver com a consciência cheia de dúvidas. Seungcheol não trabalhava com entrelinhas, ele queria respostas diretas e queria naquele exato momento, então cruzou os braços e confrontou os cinco rapazes ali presentes.

 

- Wonwoo conheceu o Jeonghan hoje. - Mingyu tentou parecer o mais natural possível, mas o clima estava péssimo, até Seungkwan e Vernon que também tinham acabado de chegar sofreram uma mudança imediata de humor.

- Mingyu, por favor, não brinque comigo. Não tente mudar de assunto. - Seungcheol respondeu, a irritação crescente transparecendo no tom de voz enquanto ele lançava uma encarada séria para o amigo. - Eu passei esses dias todos me segurando, esperando que vocês me contassem algo, porque nós tínhamos um combinado, certo? Vocês tinham me prometido que se algo acontecesse na Seventeen e fosse sério me contariam… E eu confiei que vocês fariam isso, mas não estava contando que teria que perguntar diretamente para obter uma resposta.

- Coups, nós… - Wonwoo tentou se pronunciar, mas o chefe fez um gesto que dava a entender que não havia terminado seu sermão.

- Vocês realmente acharam que eu ia engolir essa história do “Wonwoo veio nos fazer uma visita”? - Talvez seu tom de voz fosse um pouco amargo demais para a situação, mas era devido ao misto de frustração, decepção e cansaço que lhe invadia no momento. - Eu concordei em vir pra essa viagem contra a minha vontade porque achei que poderia contar com vocês, então só me falem de uma vez o que houve. Estou cansado de chegar aqui e vê-los tentando disfarçar que tem uma merda muito grande acontecendo. Eu os conheço há tempo o bastante pra saber quando estão mentindo e vocês sabem o quanto essa revista significa pra mim… Então… Só me falem, ok?

 

Wonwoo se levantou e Mingyu tentou fazer o mesmo, mas foi impedido pelo namorado. O moreno pigarreou, hesitante em como deveria começar a falar o que era preciso. Ninguém estava esperando ser encurralado pela explosão repentina de Seungcheol.

 

- Primeiro de tudo, Coups, sinto por não termos contado antes, mas fui eu quem pedi para que fizessem isso. - Wonwoo ajeitou os óculos, encarando o chão logo em seguida. - Algumas semanas atrás eu tinha escrito um artigo de opinião sobre um grupo da indústria de k-pop que tinha algumas críticas meio amargas e quando Mingyu leu ele imediatamente brigou comigo. - Agora Seungcheol entendia o motivo da briga, mas logo seu estômago começou a embrulhar, se preparando para ouvir o pior. - Eu mudei a pauta e publiquei outro artigo normalmente, mas… - O moreno suspirou e colocou as mãos nos bolsos. - Na última publicação eu estava correndo com prazos e não teria tempo e escrever uma matéria nova, então peguei um dos meus arquivos salvos e mandei para que Jun publicasse. Não dava tempo de revisar e foi exatamente do jeito estava, inalterado. O problema é que era justamente o artigo que Mingyu pediu que eu não publicasse de forma alguma.

 

Seungcheol suspirou. Até então era um problema administrável, ele só precisava saber qual era o grupo em questão para definir quão fodidos eles estavam - ou a reputação da revista. E não entrar em pânico. Isso era algo que ele conseguia fazer muito bem, ao menos externamente. Por mais que sua consciência interna estivesse gritando por socorro, ele sempre mantinha uma postura serena para acalmar aqueles que lhe prestavam serviços. Isso terminava por ajudar a apaziguar seu interior também.

Mas obviamente ele precisaria de um cigarro depois. Perguntava-se se Wonwoo havia trazido algum, já que seu maço acabara durante aqueles últimos dias devido ao estresse causado pro Jeonghan. Mingyu havia descoberto sua farsa, mas surpreendentemente não lhe repreendeu. Agora ele sabia o porquê.

 

- Qual grupo era? - O moreno perguntou, aproximando-se de Wonwoo, mas não obteve resposta. - Wonwoo. - Chamou atenção do rapaz.

- Era Girls’ Generation, Coups. - Mingyu finalmente abriu a boca. Até então ele e o namorado não tinham brigado por causa disso e, portanto, muita coisa estava entalada na garganta do rapaz. - Simplesmente o grupo mais influente da Coréia e mesmo assim ele decidiu cutucar cachorro morto por pura teimosia. Mesmo depois de eu ter pedido pra ele apagar porque eu sabia que ia dar problema! Mas ele me ouve? Não. Claro que não me ouve porque, afinal, “música é uma arte, não devemos nos contentar com o mainstream”. - Complementou fazendo aspas no ar ao parafrasear o namorado, imitando-o com um tom de voz irritante. - Uma pena que o mainstream te mete um processo de milhões, não é, Wonwoo? E não vai sair do seu bolso pra pagar. Vai sair da Seventeen que, diga-se de passagem, ainda não está nem um pouco estável financeiramente.

- Mingyu, menos. Não é hora pra brigar. - Seungkwan pediu ao notar como Wonwoo havia se encolhido com as palavras duras ditas pelo outro rapaz. Era uma sorte ter Boo agindo de maneira tão racional em momentos como aquele, ele costumava ser o primeiro a surtar em situações difíceis. - O bolso da Seventeen é a junção de todos os nossos, porque nós ajudamos a erguer aquela revista e se ela afundar leva todo mundo junto. Não vai adiantar nada jogar na cara o que cada um fez ou deixou de fazer agora.

- Sim. - DK concordou. - E querendo ou não Jun e Minghao estão conseguindo administrar as coisas até agora.

- Mas a tendência é piorar. - Hansol comentou, levando um tapa no ombro dado por Seungkwan, que lhe lançou um olhar de reprimenda.

- Vocês sabem que eu não queria falar isso, mas Vernon e Mingyu estão com a razão dessa vez. - Seungcheol voltou a se manifestar.

 

Amava seus amigos, mas precisava agir como um líder quando lhe era demandado e aquilo definitivamente havia sido uma irresponsabilidade por parte de Wonwoo. A repercussão que teria seria intensa uma vez que a empresa que cuidava de Girls’ Generation era, de fato, uma das mais influentes da Coréia. O alcance daquele ato era completamente impresivível. Podia assegurar que a coisa ia ficar muito mais do que tensa para o lado deles - e justamente num período em que erros não eram permitidos devido a situação financeira frágil da revista.

Seria algo administrável se fosse um grupo de uma empresa média, mas não de uma que era praticamente multinacional. A possibilidade de um boicote a revista era imenso e tudo isso porque Wonwoo resolveu despertar a fúria do povo ao atacar as queridinhas da Coréia. Ele poderia ter evitado a crítica, independente do quanto não gostasse do trabalho das moças - o moreno também não era o maior fã delas, mas isso não significava que sairia por aí escrevendo artigos impensadamente para arriscar a própria carreira!.

Mas agora havia acontecido e tinham de pensar o que fariam. Seungcheol de certa forma estava aliviado por finalmente saber qual era o problema, mas o que teria de enfrentar pela frente seria muito pior do que qualquer contratempo anterior vivido pela revista. A Seventeen estava em risco e era um risco preocupante. Ele não poderia jogar para o alto tudo o que havia construído até ali, então teria de calcular minimamente cada um de seus passos a partir daquele momento.

Se seria difícil? Com certeza. As informações ainda pareciam surreais demais para seu cérebro processar, mas, independente disso, não podia surtar. Havia muitas coisas em jogo, inclusive seu posto como editor-chefe. Se descontrolar só causaria mais defeitos indesejados, era hora de abrir mão da personalidade mais emocional que construíra nas férias e voltar a ser o Seungcheol racional e estressado de sempre, o Seungcheol que colocara a Seventeen numa posição de prestígio e que daria a própria vida para mantê-la ali.

Por sorte ainda era cedo o bastante e a transição poderia ser facilmente revertida. Seus sentimentos ainda não o tomaram por completo.

Era o que ele pensava, pelo menos.

 

- Wonwoo, você foi irresponsável ao fazer o que fez, por um erro mínimo você nos colocou numa posição desfavorável e inaceitável para alguém com seu tempo de experiência. Mas todos vocês têm culpa a partir do momento que aceitaram omitir o que aconteceu de mim, então espero que saibam que eu estou decepcionado com vocês. - O moreno disse, com pesar. Odiava reprimendas, mas elas eram necessárias e importantes para se aprender com os erros e ele não os deixaria isentos apenas por serem seus amigos, principalmente considerando que tiveram um comportamento reprovável. - No entanto, não posso castigá-los mais do que a mídia fará. Eles vão tentar foder com a gente e é certo que, de certa forma, conseguirão. Eu espero que vocês estejam cientes do quanto nossa revista vai ser perseguida e que, obviamente, seremos processados. Ainda não sei o teor do artigo mas, levando em consideração que foi Wonwoo que escreveu, não deve ter se poupado na hora de escrever coisas que serão consideradas controversas. - A coluna escrita pelo amigo era sempre polêmica, mas Seungcheol nunca imaginou que tomaria aquela proporção. Ainda estava digerindo a informação, mesmo que soubesse lidar bem com situações de pânico (no ramo profissional, é claro). - Há uma possibilidade grande de nós não sairmos dessa, então, de fato, não vai valer de nada ficarmos nos remoendo agora. Espero que vocês deem o melhor de si para me ajudar, o que significa estritamente sem brigas. Eu não quero ver ninguém acusando um ao outro, pelo menos não enquanto formos um time. Se der errado… Façam o que quiser, mas até lá, confiem em mim. E em vocês.

 

Todos assentiram ao discurso nem tão motivacional de Seungcheol. Ele era bom com palavras quando queria, seus discursos eram sempre um choque de realidade com uma ponta - mesmo que mínima - de esperança. Não dava para negar que era um líder nato, tanto que toda a equipe da Seventeen confiaria sua vida a ele caso fosse necessário.

 

- O que precisamos fazer, Coups? - Seungkwan perguntou.

- Primeiro vocês vão devolver meu celular pra que eu possa falar com o Jun, segundo, bem… É óbvio. - O moreno pensou um pouco antes de completar a frase. Aquela era uma possibilidade que então parecia distante de si, mas agora estava sendo imposta a força devido a situação. - Teremos que adiar nossa volta para a Coréia.

 

Os rapazes ficaram hesitantes, havia uma pergunta que todos queriam fazer e Seungcheol sabia disso.

 

- E Jeonghannie? - Mingyu perguntou, dando voz aos pensamentos dos outros ali presentes.

 

O moreno suspirou.

 

- Sinceramente, Mingyu, eu não quero... Não posso pensar nele agora. - Admitiu, mordendo o lábio inferior. - Mas o que tiver que ser feito, será feito. Eu não posso desistir das minhas obrigações… Mesmo que…

 

“Mesmo que eu o ame.”

O pensamento assustou Seungcheol, que deu sorte de não tê-lo externado.

Não, ele ainda não estava preparado para encarar essa realidade, então apenas ocuparia a cabeça com outros problemas e fugiria daquele, como já estava acostumado a fazer. Aquela era uma questão que não dava para ser resolvida com sua racionalidade e cálculos precisos, era algo que estava além de seu alcance. Amor era um sentimento assustadoramente grande.

O moreno não tinha psicológico para repetir aquela frase nem que fosse para si mesmo, então a guardaria num canto bem afastado de sua memória para que ela não viesse à tona tão cedo. Deixaria que era divagasse apenas em seus pensamentos. Seu foco agora era a Seventeen e não sua partida e o que teria de abrir mão. Não era hora de fazer um sistema de pesos e contrapesos. Ele não podia se dar ao luxo de algo assim.

 

- Você sabe, eu sou o editor-chefe. Tenho que fazer jus ao meu posto. - Completou.

- Mas eu realmente conversei com ele hoje. - Mingyu continuou, decidindo ignorar o fato de Seungcheol estar desconcertado com a pergunta abrupta que havia feito. - Ele estava com Gongchan e pareceu frustrado por você estar o ignorando.

- Nós tínhamos prometido que só iríamos contar o problema para você depois que vocês se resolvessem. - Wonwoo disse. - Sabemos que sua atenção vai ser total para a Seventeen agora, mas você não pode deixar de ouvi-lo, Coups. Ele até tinha brigado com o rapaz por sua causa.

- O quê?! Ele estava brigando com Gongchan? - Seungcheol tentou conter a vontade de sorrir. Céus. Ele era mesmo patético. Em meio a todos aqueles problemas ainda conseguira ficar feliz ao imaginar Jeonghan discutindo com alguém por sua causa.

- Não conte para o Jeonghannie que ouvimos a conversa! - Mingyu pediu antes de continuar. - Mas ele disse que tinha conhecido alguém e parecia realmente sério. Depois, quando o confrontamos, até reafirmou para nós o que sentia por você. Foi realmente adorável. - O rapaz sorriu.

 

Droga. Eles definitivamente não estavam ajudando. Não deveriam começar a lhe dar certezas para sanar suas inseguranças num momento delicado como aquele.

 

- Nós pedimos para que ele viesse amanhã a tarde conversar com você. - Wonwoo disse.

- Pode ser bom para você esfriar a cabeça, chefinho. - DK se intrometeu, atento a conversa que se seguia até então. - Quanto menos preocupações você tiver, mais vai conseguir se focar.

- Mas Jeonghannie sempre vai ser um problema. - Seungkwan retrucou, novamente sendo a voz da razão, mesmo sem querer. - Ok, eles vão se resolver agora e vai ser lindo, mas e quando o Coups tiver que voltar pra Coréia? Como vai ficar?

- É isso mesmo que você quer, Coups? - Hansol perguntou. Era incrível como aquele rapaz conseguia ser esperto quando queria, independente do quão avoado fosse. Estranhamente parecia ter uma intuição aguçada quando se tratava de sentimentos. - Quer dizer, nós realmente estamos precisando de você pra resolver esse problema, porque é a nossa maior chance de nos salvar, mas… Como você se sente tendo que deixar o Jeonghan aqui? Qual escolha você faria?

 

Todos ficaram quietos diante daquela indagação, mesmo Seungcheol demorou para responder. Aliás, ele não queria dar uma resposta para aquela pergunta. E não o faria. Não deveria ser egoísta num momento como aqueles.

 

- Vou conversar com Jeonghannie amanhã e vai ficar tudo bem entre nós. - O moreno respondeu, com um sorriso aparentemente sereno, tentando esconder sua inquietude interna. - Mas farei a escolha que tiver que ser feita.

 

Seungcheol sabia do peso de suas decisões, mas seu senso de responsabilidade era gritante. Sabia que tinha arcar com as consequências de suas escolhas e o faria, porque era isso que, como um líder, tinha que fazer. Suas obrigações como editor-chefe sempre foram uma prioridade em sua vida antes de conhecer Jeonghan e ele não podia simplesmente abrir mão daquilo. Tanto tempo colocando a vida profissional em primeiro lugar… Não podia simplesmente começar a priorizar seus sentimentos quando seus amigos mais precisavam dele.

Além disso, a Seventeen fôra algo construído por si com muito esforço. Seungcheol não conseguia pensar no prospecto de ter sua revista afundada por um problema como aquele, mesmo que o risco fosse grande. Chegara a hora de ele provar a si mesmo suas capacidades e não decepcionar aqueles que confiaram nele para exercer aquela responsabilidade, então daria tudo de si, porque era o que tinha de ser feito e ele não podia questionar. Aquele dever lhe fôra imputado e ele o cumpriria. 

Por quê? Porque sempre foi desse jeito. Seungcheol tinha consciência do quão difícil podia ser mudar alguns hábitos, e mesmo que Jeonghan fosse capaz de fazer seus costumes virarem de cabeça para baixo, ainda havia coisas que estavam muito internalizadas para ele conseguir se desvencilhar.

Mas ele não podia negar que doía. Mesmo sendo uma notícia recente, já doía imaginar suas consequências. Pensar no futuro era algo que Seungcheol não gostaria de fazer naquele momento. Justo ele, que estava sempre mentalizando o que aconteceria depois, queria viver o momento sem encarar o que viria a seguir. Claro que não podia - nem faria - isso, mas era seu real desejo.

Perguntava-se como seria sua conversa com Jeonghan, como eles se resolveriam e tudo pareceria incrivelmente perfeito mais uma vez, como ele se sentiria feliz com a reafirmação que seus sentimentos pelo loiro eram correspondidos à mesma altura e como o teria em seus braços provavelmente pelo resto do dia (e dos outros que seguiriam, os últimos). Jeonghan havia lhe ensinado a apreciar aqueles detalhes pequenos desde que o conhecera.

Seungcheol não gostava de entrelinhas, só das de Jeonghan.

E queria apreciá-las enquanto podia.

Queria viver o efêmero e fingir que era o eterno por mais alguns instantes. Não sabia ao certo quando teria que voltar, só sabia que seria logo, mas até lá, queria ver Jeonghan. Queria aproveitar o tempo admirando cada poro do rosto daquela pessoa que ele havia começado a amar. Ou que, ousava dizer, amou desde o primeiro momento que o viu. Já parecia tão distante após terem passado por todas aquelas coisas, mas Seungcheol jamais se esqueceria do fatídico dia do bar, em que ele tivera a oportunidade de conhecer a pessoa que mudaria sua vida tão drasticamente.

Mas ele ainda não havia se afundado completamente em seus sentimentos pelo rapaz. Ainda havia uma pontada de superfície no fundo de seu oceano.

Como seria um futuro sem Jeonghan? Ele não queria imaginar isso. 

Talvez fosse como não poder mais visitar a praia. Difícil de se acostumar com a sensação, pois quando você tem a areia macia e as ondas batendo contra seu corpo, sabe que não vai encontrar aquilo em mais nenhum outro lugar. A sensação de calmaria que o ato simples lhe proporciona certamente não pode ser sentido numa metrópole caótica, que mesmo nos lugares mais silenciosos torna impossível um momento de paz.

Mas abandonar a praia era inevitável, então única coisa que restava para Seungcheol era aproveitar ao máximo a maré alta.

Ao menos enquanto ela não recuava de vez.


Notas Finais


Aaah... Finalmente o problema da Seventeen foi revelado! Obrigada Wonwoo por ter me dado essa ideia um tempo atrás. Eu tava realmente na dúvida do que colocar e o garoto me deu uma luz, sdfkjhg. Até hoje fico inconformada com o pedido de desculpas do bichinho ;;
Enfim. O que será que vem por aí né? O Coups oscilando entre momentos extremamente sentimentais e então tomando uma postura mais racional é lindo de ver. Que chefinho maravilhoso~~ ♥ kjsdfhg. E boa sorte pros meninos. Eles vão precisar. Todos eles. qq
Até a próxima, se cuidem! Beijinhos~


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