Me mostre como lutar agora
E eu te direi, baby, 'isso foi fácil'
Eu voltei pra você assim que eu descobri:
Você estava aqui o tempo todo
O sol encontrou o rosto de Kakashi bem cedo, ele estava ao meio da cama e sentia um peso incomum em seu peito. Quando o castanho dos seus olhos se chocou com a nudez de sua aluna ele teve a confirmação que havia cometido um grande erro.
Retirou-se da cama com todo cuidado do mundo, não queria acordá-la tão cedo e muito menos ter que admitir que entre eles havia existido muito mais do que boas aulas de etiqueta. Cobria-a com os lençóis e fechou a cortina para deixá-la descansar.
De todas as reviravoltas que sua vida havia dado, essa era com toda certeza a mais maluca de todas. Quando foi que imaginou que depois de tanto tempo alguém pudesse fazer seu coração bater? Por mais banal que o amor fosse em sua visão ele ainda causava um imenso desconforto dentro de seu peito.
Sakura foi acordada pelo barulho das portas se abrindo, deu graças a Deus por estar estrategicamente cobertas pelos lençóis, evitaria que quem estivesse entrando tivesse a visão privilegiada do seu corpo nu. E para sua decepção, quem invadia seu quarto era o mesmo ser no qual desejava ver longe.
— O que faz aqui, Deidara? — a Haruno apertou os lençóis contra o corpo na esperança que ele notasse a própria inconveniência.
— Seu pai disse que você ia gostar de fazer as pazes. — o loiro estava sendo sincero, Hizashi havia mesmo citado que Sakura ficava melhor com presentes e dinheiro, não imaginava que a filha tivesse mudado. — Trouxe alguns presentes que sei que você vai gostar.
— Acontece que não estou a fim de ganhar presentes hoje, volta outro dia. — o desdém na voz da garota fez Deidara estranhar.
— Onde foi parar a Sakura que adorava gastar dinheiro em coisas inúteis?
Aquela pergunta era ofensiva, mas ela queria ter o gosto de respondê-la pessoalmente.
— Diferente de você eu consegui mudar, essa Sakura ficou no passado. — o mais velho abriu um sorriso malicioso e tomou a liberdade de sentar-se aos pés da rosada.
— Sakura, eu não devia, mas serei sincero com você, — e sinceridade era uma das coisas que ela estava aprendendo a amar. — Eu não ligo se você gosta ou não de mim, na verdade, eu nem ligo se você quiser se divorciar depois, só quero casar e poder assumir a presidência da empresa do meu pai.
— Você pode se casar com outra pessoa então!
— Mas ai meu pai não fechará negócio com o seu. — a jogada de Deidara parecia clara para a Haruno. — Veja, será bom para ambos os lados, você poderá fazer o que quiser com o dinheiro do seu pai.
— Eu não quero o dinheiro dele! — ela gritou raivosa. — Quero que você vá pro inferno! Sai do meu quarto agora!
O loiro ergueu as duas mãos em sinal de paz e se levantou com calma. Kakashi pôde ouvir os gritos do quarto ao lado e não demorou em chegar até a rosada.
— Posso saber o que está acontecendo aqui? — o Hatake manteve o semblante passivo enquanto encarava a situação.
— Kakashi? Então você realmente virou o professor dela para ganhar a vida? — o questionamento de Deidara fez Sakura tentar entender de onde eles se conheciam. — Quando Hizashi me disse eu quase não acreditei.
— Não existe nada de errado em tentar ganhar a vida de forma honesta. — o prateado rebateu ainda calmo. — E pelo que parece ela não gostou muito da sua companhia.
— Mesmo por baixo continua igualzinho, patético. — ao que parecia eles se conheciam bem, restava entender como. — Eu vou, pense na minha proposta com carinho, meu amor.
Ver o loiro acenar embrulhou o estômago da Haruno e a sensação ruim só passou depois que ele fechou a porta atrás de si. Ela imaginava que Deidara fosse ruim, mas não sabia que pudesse chegar a tal ponto, não dessa maneira.
— Não quero me casar com ele… — seus olhos se encheram de lágrimas.
— Você não vai se casar com ele. — foi a vez de Kakashi reforçar as próprias palavras. — Vai ficar tudo bem, confia em mim.
Hizashi havia avisado Kakashi que existiam formas de fazer Sakura o obedecer e uma delas era lhe tirar todo o dinheiro que ela recebia. Era dessa maneira que o velho a forçava fazer suas vontades, entretando, casá-la contra vontade era uma atitude séria demais para o Hatake compartilhar.
— Reservei passagens para voltarmos para Konoha, você vai ficar na minha casa até seu pai desistir dessa ideia. — ele explicou olhando-a nos olhos.
— Na sua casa? — talvez fosse uma das atitudes mais malucas que fosse tomar, mas era necessário.
[…]
A casa do Hatake era tudo que Sakura não tinha imaginado. Quando a explicou que tinha perdido tudo ela realmente achou que era tudo. Mas Kakashi era esperto demais para entregar todo seu esforço para quem não merecia.
A sala ampla a fez se sentir em casa, era como embarcar numa nova aventura, fora da sua realidade, mas sem tirar a verdade da experiência. Era difícil dizer como se sentia, só sabia dizer que era bom.
— Salário de professor, não é? — ela riu enquanto olhava as relíquias em pinturas que o mais velho possuía. — Como foi que você e Deidara se conheceram?
— Cortesia do meu melhor amigo. — Obito era o único que podia fazer o Hatake se aproximar de pessoas como Hizashi e Deidara. — Inclusive, foi para um dos amigos do seu noivo que ele perdeu aquela aposta.
— Ele não é meu noivo! — a rosada mostrou os dentes manifestando raiva. — Não foi com ele que fui pra cama há algumas horas.
— E você se orgulha disso? — por mais que quisesse evitar esse assunto, Kakashi sabia que ele viria a tona a qualquer momento. Ele e Sakura havia construído uma pequena amizade que os deixava livres para falar de tudo.
— Não me arrependo do que fiz, se é isso que quer saber. — ela molhou os lábios afastando a vergonha. — Eu gostei muito e …
O dedo indicador do professor indicou silêncio obrigando-a se calar.
— Não é uma boa ideia falar disso, — ele ressaltou mantendo a seriedade. — não vai se repetir.
Sakura conhecia a estranha mania que o professor tinha de fugir das coisas que o faziam bem, e sabendo disso resolveu não dar brecha para uma possível fuga. Atirou-se aos braços do mais velho enlaçando-o com suas pernas e sem cerimônia tomou seus lábios para ela.
Toda a resistência de Kakashi desceu pelo ralo. Sentou-se no sofá com ela em seu colo e fez valer sua vontade, estava sedento por aquilo, segurar-se estava sendo a tarefa mais difícil que já fizera. Suas mãos se livraram com facilidade da saia e da camisa dela, era como se o tesão aumentasse conforme a situação ficava pior para eles.
— Eu pensei que você não quisesse… — ela desdenhou entre as carícias.
— A verdade é que toda essa negação é só da boca pra fora, — ele admitiu, parou por um instante para eternizar o efeito que seus olhos tinham sobre ela. — eu nego que te quero para tentar entender o porquê te quero tanto, e no fim das contas eu já sei a resposta.
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