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História Mirrors - KakaSaku - Fuga


Escrita por: Ly-Portilla

Notas do Autor


Olá pessoal, nesse capítulo vocês vão entender um pouquinho mais sobre a história da Sakura e vão odiar o Kidomaru.

Capítulo 5 - Fuga


Porque eu não quero perder você agora

Estou olhando bem para a minha outra metade

O vazio que se instalou em meu coração

É um espaço que agora você ocupa


[…]



Sakura abriu os olhos e enxergou o teto do carro, fora proibida de sentar no banco da frente porque Kakashi ainda levava a sério as regras de conduta de suas aulas. Lá fora se criava a ilusão de que tudo se movia, mas na verdade quem se movia era o carro, Sakura tinha certeza de que não se sentia bem o suficiente para estar ali. 


— Estou com fome. — reclamou. 


— Você comerá assim que fizer o exame, criança. — o prateado revidou enquanto olhava o retrovisor para estacionar com segurança. 


— Estou sem comer há doze horas, acha que sou o que? — a rosada retirou os cintos sem muito rodeios e abriu a porta. 


— Acho que é uma pessoa qualquer indo fazer um exame de sangue, nada me surpreende. — ela achava incrível como ele era capaz de mudar da água para o vinho, ontem tão carinhoso, hoje já um ogro.


Entraram juntos na sala de coleta, ele queria ter certeza que a aluna não armaria uma forma de fugir. Sentou-a na poltrona e ficou ao lado esperando pela enfermeira, mas quando Sakura notou o tamanho da agulha que entraria em seu braço saltou imediatamente para o colo do mais velho.


— É muito grande! — choramingou se abraçando no professor. — Eu faço qualquer coisa, mas não deixa ela enfiar isso em mim.


A enfermeira riu baixinho. — Sua namorada é muito engraçada, senhor. — Kakashi se esforçou para não mudar a cor das bochechas. — Venha querida, não vai doer nadinha, eu prometo.


— Kakashi… — enquanto Sakura implorava o mais velho sentou-se sobre a poltrona e a colocou em seu colo. — Não! 


— Fica quieta, — ele a segurou pela cintura e puxou o rosto delicado contra seu peito. — não olhe para a agulha. — o mais velho jogou a visão sobre a enfermeira e acenou positivamente enquanto segurava o braço esquerdo de Sakura esticado.


A enfermeira limpou com o algodão e com dois dedos encontrou a veia, em seguida introduziu a agulha com todo cuidado e retirou três pequenas ampolas de sangue. Sakura sentia o corpo pesado e sua visão estava escura o suficiente para impedi-la de enxergar bem. 


— Acho que vou desmaiar. — afirmou após sentir a agulha sair de seu braço. 


— Calma, respira fundo. — o Hatake a virou com cuidado fazendo-a abaixar a cabeça. — Se você desmaiar vou te reprovar nas aulas de coragem e insistência.


— Essa aula existe?! — Sakura estava indignada com a capacidade de ser idiota do professor, mas isso mudou quando sentiu seu corpo voltar a normal, apesar de estar brincando ele sabia como cuidar dela.


— Claro que não existem, mas as vezes é necessário fazer uma certa pressão. — era oficial, ela odiava cada pedacinho daquele homem. — Melhor? 


— Sim. — admitiu se levantando do colo da Hatake, jurou mentalmente que nunca mais iria precisar da ajuda daquele homem.


Seguiram juntos pelos corredores, a Doutora Rin conversou com o Hatake de forma detalhada e avisou que ligaria assim que os exames estivessem prontos, o que não demoraria nem duas horas exatas, mas daria tempo suficiente dele levá-la para comer algo. 


[…]


— Da onde você conhece aquela médica? — ela questionou um pouco curiosa, Kakashi havia tratado a mulher com tanta intimidade e cordialidade que nem sequer parecia ele.


— Ela é noiva do meu melhor amigo. — ele sentia em ainda considerar Obito seu melhor amigo, mas se tratava de uma amizade de quase três décadas. Era lamentável o que tinha acontecido. 


— Parecia mais sua noiva. — a menina provocou, mas quando percebeu que foi ignorada voltou a atenção para a própria comida. — Você já foi casado?


— Não, criança. — a resposta foi seca, longe de qualquer carinho que ela o viu apresentar na conversa com a médica, isso a enfureceu um pouco. 


— Você é frio com todo mundo? Ou está sendo assim apenas para me punir por ontem e anteontem? — a questão era mais embaixo, ela não tinha a mínima noção de como o humor do Hatake agia. 


— Sakura, pare de se questionar o porque te trato assim e olhe para como você me trata, — o choque de realidade a fez engolir em seco. — por que exige de mim um tratamento especial mesmo sabendo que não merece? 


— Talvez porque eu seja sua patroa? 


— Pra mim você é apenas a filha mimada de um cara rico, — o homem acusou num tom brincalhão, mas que a feriu fundo o suficiente para irritá-la. — alguém que preciso consertar. 


Parecia brincadeira, mas ela tinha encontrado alguém tão ruim quanto ela. Desde que teve uma consciência do que vivia Sakura tratava todos como objetos, se acostumou a caixinha de solidão e se fechou com paredes de grosseria e falsidade, mas jamais imaginou que fosse encontrar alguém que pudesse enxergá-la como ela realmente era. 


Kakashi tinha plena consciência de como Sakura se comportava e como ela pretendia se livrar dele, mas para o azar da Haruno, ele não estava disposto a jogar aquele jogo. A trataria como ela o tratava e como ela merecia. 


— Vou ao banheiro… — já não tinha o que falar, precisava encontrar uma forma de fugir daquela situação. 


Sua caminhada até o banheiro foi solitária, tudo que carregava eram pensamentos sobre seu comportamento, estava ou não sendo mimada? Como podia mudar se durante toda a vida tinha sido daquela forma? E mentia para si mesma quando tentava afirmar mentalmente que o problema era com os outros e não com sua maneira de encarar a vida.


Saiu pelo elevador, pedindo mentalmente para não encontrar com Kakashi pelo caminho, quando finalmente saiu do prédio notou o quão vazia as ruas de Konoha estavam naquele momento, parecia que o mundo havia dado brecha para que ela pudesse sofrer sozinha. E era o que ela mais precisava, reflexão solitária. 


Andou um bom tempo até notar que não sabia mais para onde ir, estava perdida o suficiente para não conseguir voltar para casa sem ajuda do GPS. Pela vitrine de uma loja de acessórios avistou um pequeno vestido de ballet, próprio para crianças de seis ou quatro anos. Dos muitos sonhos que teve, um deles nunca foi ser bailarina, mas estava imensamente acostumada a estar dentro daquela roupa, lembrava bem que o desejo de sua mãe sempre foi que ela se tornasse uma grande bailarina, ou até mesmo uma atriz, modelo ou jornalista. Sakura estava longe de qualquer sonho assim. 


Ela queria ser independente, mas a independência assusta as pessoas, e pior, assustava seu pai. Depois que sua mãe partiu de forma precoce ela se fechou com os próprios sentimentos, seu pai mudou de cidade e ela preferiu ficar no ambiente que já conhecia, com a ausência de um mais velho ela teria liberdade o suficiente para ser quem sempre quis ser, ou menos teria tempo para fingir acreditar nisso. Mas estava enganada, ela nem era a bailarina que Mebuki queria que fosse e nem era a Sakura que ela fingia que era. Estava apenas magoada consigo mesma, estava apenas sendo a atriz que não queria ser. 


Sentiu alguém agarrar seu braço com um pouco se força, um cheiro horrosos de álcool invadiu seu nariz obrigando seu estomago a reclamar. Quando virou-se seu de cara com um homem alto de pele morena, o cabelo estava amarrado num rabinho de cavalo.


— Você está perdida, linda? — a voz do homem se enrolava durante a fala, era visível o quão bêbado estava. 


— Não, e por favor, não me toque. — Sakura se afastou um pouco e viu o homem mudar de expressão. 


— Entendi, você é uma dessas vadias mimadas que gosta de dinheiro, não é? — a pergunta de Kidomaru a fez se enfurecer, quem ele pensava que era para falar daquela forma.


— Vadia é a sua mãe! — revidou entre dentes. Quando virou-se para partir em passos fortes sentiu novamente as mãos do moreno sobre si, mas desta vez com mais força.


Um raio cortou o céu e gotas geladas começaram a cair, a rua ficou completamente vazia, se antes ela temia pela falta de pessoas, imagina agora com um louco a confrontá-la.


— Me solte! — esbravejou.


— Você merece uns tapas nessa cara lisa pra deixar de ser cuzona e tratar os outros com respeito. — a fala de Kidomaru a fez refletir sobre sua atitude, e só Deus sabe como ela não se arrependia. 


— Solte-a, ou será a sua cara que irei encher de tapa! — a voz de Kakashi fez as pernas da Haruno estremecer, o Hatake colou seu peito as costas da aluna e a livrou da posse do moreno. 


Kidomaru deu meia volta, tinha a filosofia de não apanhar duas vezes no mesmo dia. 


— Você está muito encrencada, Sakura. — o Hatake continuou, era visível o quão desgostoso estava.


Notas Finais


Não está revisado, mas logo farei isso. Espero que tenham gostado, sei que esse foi meio chatinho, mas prometo que logo irá melhorar. Obrigada por lerem.


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