História Miss Right - Garota ruiva

- Sophia’s P.O.V on

Acordei por volta de 8 da manhã, por causa do meu costume chato de só dormir à vontade ao lado dos meus ursinhos de pelúcia.

Tomei um banho para me refrescar (de manhã aqui, no verão, faz bastante calor), e fui ler um livro na varanda. O tempo parece ter algo sério contra mim...

Por que diabos não pode passar mais rápido? Se é tudo o que eu mais quero...

Mas, como não se pode ter tudo que quer nessa vida...

Minha mãe e meu pai andam até o carro, e percebo que eles vão sair.

– Mãe, aonde vocês vão? – caminho até eles.

– Vamos fazer algumas comprinhas, já voltamos. – ela diz sorrindo, e beija minha testa.

Retorno para onde estava, e me sento. Volto minha atenção para o livro (o que não acontece realmente, porque o que faço mesmo é ficar pensando em lugares para ir com Ailee). Eu não conheço de jeito nenhum a cidade, e eu não quero sair com meus pais, ou muito menos com o Yoongi e a Ailee! Imagina só ficar de vela lá com eles dois...

Sinto minha barriga roncar, então vou até a cozinha, pego um copo no armário e ponho leite até a metade, adicionando chocolate em pó. Abro um vidro de bolachas, e recolho algumas.

O chato daqui da casa da tia, é que não tem quase nada de bom para comer. Na maioria das vezes, sempre tem essas bolachas crocantes de água e sal.

Coloco os fones de ouvido e...

Ué, não toca nada! Removi umas mil vezes do celular, mexi no fio, e nada. Só me faltava essa! Meu fone quebrar do nada.

– Ailee, você trouxe seus fones? – pergunto-a quando adentro o quarto.

– Ne. – ela joga-os para mim.

– Vamos jogar Twister¹ lá fora? – peço.

– Vamos! – ela levanta animada.

– Yoongi-sshi! Yoongi! – chamo, e encontro-o jogando no seu vídeo game perto da piscina.

– O que é? – ele diz, retirando seus fones.

Faço um sinal para ele vir até nós duas, e então entrego-o a roleta. Ele se senta e começa a girar.

– Sophia, pé esquerdo no azul. – dita Yoongi. – Ailee, mão direita no verde. – continua.

E vai assim até Ailee não aguentar mais e cair. O jogo rolou com revezamento, até que minha mãe chegou e mais um carro.

Espera...

Esse carro não é o do tio nem da tia!

- Sophia´s P.O.V off

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- Jimin’s P.O.V on

Não vejo a hora de chegar. Estou muito feliz de voltar para casa, que eu moro já faz muito tempo. O tio e a tia (pais do NamJoon) são como pais para mim. Nessas últimas semanas, fui para o Japão visitar minha família, que mudou pra lá faz 5 anos. Na época, eu fiquei com meu pai na Coreia, mas ele morreu 6 meses depois que começamos a viver juntos. Morei com meus amigos por um tempo, trabalhando como assistente de escritório, mesmo sendo muito novo. Na verdade, só o que eu fazia lá era separar papéis em pastas, limpar as salas e servir biscoitos e copos d’água para as pessoas.

Daí, NamJoon foi o meu anjo da guarda. Me acolheu, me dando tudo o que eu precisava pra sobreviver.

Jung Kook está bebendo seu achocolatado de caixinha, enquanto come biscoitos comigo. Eu e ele estamos dividindo a fileira de assentos com Jin, que dorme feito um urso fofo, nas outras estão V e J-Hope.

Após mais ou menos meia hora, vejo a pista do aeroporto, e a turbulência do avião pousando. Cutuco Jung Kook, e ele resmunga. Assim que chegamos no local de desembarque, avistei NamJoon lá de longe, coloco uma das alças da minha mochila sobre o ombro, e dei um grande abraço no meu amigo.

– Que bom ver vocês! –  NamJoon exaspera, sorrindo.

•••

Chegamos na casa, e eu fiquei bastante feliz de finalmente voltar. Sabe, eu nunca gostei do Japão. Andamos por uma varanda bem larga e comprida, admito que as coisas mudaram um pouco, até que vi algumas cadeiras e...

– Olá! – uma garota ruiva me cumprimentou, e confesso, ela é uma das mais lindas que já vi.

Começo sentir meu estômago revirar, numa sensação de borboletas o atacando. Respiro fundo, de um jeito desconcertado, e caraca, nunca mais tinha me sentido assim.  

– Olá – digo meio sem jeito.

Ela dá um abraço em J-Hope, e cumprimenta os outros. Vestia um casaco da GAP (bem parecido com o meu) azul escuro, e um short. Quando a vi de costas, notei que seu cabelo é louro nas pontas.

Mesmo estando numa distância considerável, senti o cheiro do seu perfume; algo parecido com morango ou frutas vermelhas. Doce. Meu tipo de perfume feminino favorito.

Sinto Jung Kook puxar o meu braço para me fazer andar, então entramos num corredor seguido de uma sala, e tem algumas portas. Fiquei no quarto com NamJoon, Jung Kook e TaeHyung; onde eu divido um beliche (cujo eu fiquei com a cama de baixo, mas há uma vantagem porque tem uma janela com uma vista bem bonita para um jardim) e Kook ficou com a de cima. Há outro beliche, onde NamJoon e V ficaram.

Coloquei minha mochila no canto, no chão mesmo, e deitei sobre a cama. Sim, eu tenho essa mania de verificar se a cama é confortável me deitando em várias posições antes de dormir. Até lembro que uma vez tive que dormir com a avó do TaeHyung porque a cama do quarto de hóspedes era muito dura (eu prefiro camas macias, óbvio) e o único espaço sobrando era na cama box da senhorinha.

Enfim, observei as tábuas de madeira acima de mim, então JungKook subiu as escadinhas, e deixou a cabeça pendurada, olhando para mim.

– Você vai cair! – digo, empurrando sua cabeça para cima.

Ouço suas risadas anasaladas, Kook é o mais novo de todos (apesar de ele aparentar ser mais velho).

Fico fora de mim por um tempo (costumo fazer isso sem querer às vezes) pensando na garota que vi mais cedo.

Como ela pode ser tão linda?

– Jimin! Jimin-sshi! – volto à realidade e vejo V me chacoalhar.

– Ne... – grunhi saindo do meu devaneio.

– Faz tempo que eu estou te chamando! Me empresta o seu creme para barbear, por favor. – pede.

Pego minha bolsa com um só braço, e vasculho-a, dou o que ele pediu e tento voltar a pensar na garota ruiva.

– Jimin-sshi... – Jung Kook chama, e percebo que ele se sentou ao meu lado.

– Hum.

– O que você pensa tanto, huh? – ele me olha malicioso.

– Nada. – respondo, e não consigo conter um sorriso de canto.

– Hum, nada, aham, sei... – ele atira a cabeça para trás. – Eu te conheço! Anda, fala logo.

– Eu sei o que ele está pensando! – NamJoon se intromente. – Ou melhor, em QUEM ele está pensando! – fez questão de destacar o ‘quem’.

– Sabe nada! Me errem! – falo, já um pouco emburrado.

– Em QUEM, NamJoon? – V questiona.

ARGH, não quero me estressar! Mas eles não cooperam cuidando das suas próprias vidas...

– Ah – ele vira o pescoço, e dá uma risadinha. – Admita Jimin, eu vi você babando pela minha prima.

– O QUE? – exaspero, nervoso.

– HUMMMMMMMM, EITA JIMIN! – Jung Kook e V fazem o coro mais irritante do mundo.

Tapo meus ouvidos, e vejo a loucura dos dois malucos. Nem sei se gosto dela ainda, e eles já estão ‘shippando’.

– Como você sabe? – pergunto a NamJoon.

– Hahaha, Jimin, você é assim quando está apaixonado. Te conhecemos. – ele diz.

Me sinto uma pessoa investigada e observada por esses imbecis. Contenho minha raiva interna, e começo a sorrir descontroladamente.

– Qual o nome dela? – indago quando consigo falar sem eles me interrompendo.

– Sophia. – ele diz, e eu juro que nunca vi esse nome na vida.

Quer dizer, não que seja um nome feio e completamente fora do comum/anormal; é porque não é coreano, com toda certeza.

– So...? – ficamos (eu, V e Kook) em dúvida na pronúncia.

– Sophia! – NamJoon diz rindo da nossa cara. – Relaxem, eu também senti dificuldade na pronúncia.

– Ya! Ela não é coreana, ne? Porque eu não vi traço sequer coreano. – V insinua.

– Não, não! Ela é brasileira, e veio para a Coreia a pouco tempo – ele apoia a mão no pescoço –, talvez há um ano e meio. – explica.

Hum, brasileira! Não sabia que as brasileiras eram tão bonitas assim.

- Jimin’s P.O.V off

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- Sophia’s P.O.V on

Estou muito feliz em rever J-Hope! Ele está muito diferente, mas continua sendo aquele mesmo amigão e simpático de sempre.

CALMA LÁ! Não pode ser o que você devidamente deve estar pensando! Eu adoro J-Hope como amigo, assim como meu irmão! Nada além disso! Sempre tivemos muitos segredos, e por isso nos tornamos melhores amigos. E essa amizade existe até hoje!

– Ya, Sophia-sshi. – J-Hope me chama.

– Ne. – sento-me ao seu lado na varanda.

– Vamos jogar basquete? – ele faz algo com o pé que joga a bola para cima, e confesso que fiquei admirada/assustada.

– Nah! Você sabe que eu odeio esportes! – reclamo.

Isso é verdade. Eu sempre fui aquela mongol da aula de educação física que sempre perde nas competições e sempre fica parada no canto sem saber o que fazer. Eu nunca fui chegada aos esportes, mas adoro outros tipos de movimento do corpo, como dança entre outras coisas.

– Por favor! – ele abraça meu pescoço, parecendo uma criança mimada.

– Você vai ficar feliz se eu só assistir? – inquiro fazendo bico.

– Nha! Não, né! – ele diz. – Para com esse bico, se não vou te morder! – ele coloca a mão na minha boca, rindo.

Não contenho uma risada.

– Me deixa Hoseok! – o chamo pelo o nome verdadeiro (Jung Hoseok).

– Ya! Tudo bem. Mas você vai assistir, ne? – questiona esperançoso.

– Okay. – falo.

– Sophia. – Yoongi chama.

– Ne! – vejo ele ver da janela.

Ele faz um sinal de ‘estou vendo’; direciona dois dedos aos olhos e depois aponta para mim. Fico meio envergonhada, mas o que faço é dar gargalhadas com J-Hope. Vou até a cozinha comer alguma coisa, e me esbarro com um garoto alto, cabelos escuros (pretos, pelo que vi) e... atraente.

Sinto um calor subir nas minhas bochechas, afinal, não sou a melhor pessoa para ficar perto das pessoas que sinto atração. Vejo ele ficar mexendo no celular recostado no balcão, e então eu pego um pacote de biscoito no armário apressada e corro para o meu quarto.

– Acorda, ursinha panda. – sento aonde Ailee está literalmente desmaiada.

Ela resmunga alguma coisa, e esfrega os olhos. Ela dorme demais! Deus me livre...

TOC, TOC

– Quem é? – pergunto ao mesmo tempo que Ailee.

– Sou eu! – ouço a voz e Yoongi.

Ele abre a porta, e me chama para assisti-lo jogar na quadra.

Ai, ai... o que não fazer para não ficar no tédio...