História Missunderstood - Capítulo 39: Parte I.

Capítulo Anterior:
O problema agora era que eu não tenho coragem de ligar para Steve e pedir desculpas por tudo o que fiz e falei, talvez me falta coragem por saber que eu não mereço ser desculpado, por medo de ver Steve me ignorando exatamente da maneira que eu mereço. Parabéns Bucky você é um belo babaca!

XXX

Capítulo dividido em 6 partes.

Steve's POV

Sábado, onze e cinquenta e cinco da noite.

Depois da discussão que Bucky e eu tivemos ontem, não estamos nos falando e perdi totalmente minha vontade de ir para a festa na fazenda de Clint. Passei o sábado inteiro em casa, lendo alguns livros ou assistindo filmes, quando Tony e Bruce me telefonaram perguntando se eu iria ao jogo com eles disse que não, pois não estava me sentindo bem; eles me desejaram melhoras e avisaram que na hora da festa passariam aqui para me buscar e irmos juntos como tínhamos combinado antes, não tive tempo de dizer que também não iria a festa.
Realmente não estou em clima para ir em festas, essa é a última coisa que quero no momento e sei que talvez meus amigos entendam isso. Tenho certeza que se eu contar a eles o real motivo de não querer ir eles irão me entender e me deixar ficar em casa em paz, no silêncio que estou necessitando, mas contar a verdade nunca me pareceu tão difícil como agora. Temo a reação deles por ter escondido meu relacionamento com Bucky por tanto tempo, mas foi preciso. Não queria fazer alarde sobre nada antes de resolver as coisas com Pietro. O mais irônico de tudo é que eu contei a verdade a Pietro e minha relação com Bucky se desajeitou completamente. Seria até engraçado se não fosse lamentável.

- Você não está pronto ainda? – A voz de Tony me despertou de meus devaneios e encontrei o mesmo entrando em meu quarto com Bruce ao seu lado. Estava tão concentrado em meus pensamentos sobre Bucky que nem os ouvi entrando em meu quarto. 
- Eu não vou. – Falei e encarei-os rapidamente. 
- O que? Por quê? – Tony perguntou aos berros. 
- Já disse que não estou me sentindo bem.  – Menti. 
- Você é um péssimo mentiroso, Steve! – Tony retrucou. Eu sei disso, pensei. 
- O que há de errado? – Bruce perguntou, sentando nos pés de minha cama. 
- Nada. – Menti outra vez. Estava sem coragem de falar a verdade aos meus amigos. Não deveria ser assim. Eles são meus amigos, devemos confiar um no outro. 
- Nada? – Tony perguntou sarcástico. – Vamos começar falando sobre o boato que saiu na escola de você e Bucky juntos no corredor do colégio, onde ele lhe deu um beijo. Ou sobre ter ido falar com ele ontem depois que saímos. Você está estranho e sei que tem dedo desse garoto no meio. – Acrescentou. Odeio o fato de Tony ser extremamente esperto e desconfiado, ele deve ser alguma versão do Sherlock Holmes do século vinte e um!
- Tony! – Bruce repreendeu-o. – Você não está ajudando. Cale-se! – Bruce falou seriamente encarando Tony, que deu de ombros e bufou como resposta. – Stee, somos seus amigos e só queremos te ajudar, você sabe disso. Você pode nos contar tudo o que quiser. – Acrescentou docemente. Sorri de lado, mas em seguida suspirei cansado. 
- Bucky e eu estávamos juntos... – Confessei. – Namorando. – Acrescentei.
- O que? Depois de tudo o que eu falei você ainda teve coragem de se envolver com aquele marginal? Você enlouqueceu, Steve? – Tony perguntou descrente. 
- Tony! – Bruce repreendeu-o mais uma vez. – Certo. Você disse "estávamos", vocês brigaram? – Perguntou cuidadoso, se aproximando de mim. 
- Sim. – Respondi. – Bem, vou contar tudo desde o começo. – Emendei. 
- Nos deve isso. – Tony retrucou e sentou-se na cadeira do computador. 
- É, eu sei. Mas estava com medo, espero que vocês me entendam. – Falei. – A minha relação com Bucky começou complicada. Nós tivemos que nos enfrentar muito e eu tive que ter muita paciência com ele. Depois que eu decidi ignora Bucky e dar toda atenção a minha relação com Pietro, ele veio me procurar, já fazia um pouco mais de um mês que tínhamos parado de nos falar e até já tínhamos apresentado nosso trabalho. Quando ele veio me procurar contou coisas sobre o passado dele que acredito que poucas pessoas saibam e falou que gosta de mim, desde então estamos juntos. Saímos e conversamos bastante sobre nós, estávamos nos dando bem, mas ele pediu que eu fosse paciente com ele e que quando estivesse pronto iria me contar toda a verdade sobre ele, a versão dele, a que ninguém parou pra ouvir até agora. –Senti meus olhos arderem, mas fui forte e consegui me manter firme. – Nosso relacionamento era escondido, pois, de uma forma ou de outra, eu ainda estava com Pietro, que foi viajar e eu não consegui terminar com ele antes. Resolvemos deixar as coisas apenas entre nós por causa disso e depois contaríamos aos nossos amigos. – Acrescentei. 
- E o que deu errado, Stee? – Bruce perguntou e apertou minha mão suavemente. 
- Pietro voltou e estava cheio de saudades, mas isso era óbvio, era uma atitude que já esperava. Ele ficou me agarrando no estacionamento do colégio e Bucky viu tudo, mas não soube lidar com isso e acabamos brigando. No fim, contei a verdade a Pietro e agora ele deve me odiar e Bucky está bravo comigo por causa de ciúmes. Contei a verdade para finalmente podermos ficar juntos e ele só consegue pensar em como Pietro estava me abraçando. É ridículo. – Expliquei lentamente. 
- Sim, é bastante. Mas se tratando de quem é, eu não me surpreendo. – Tony falou. 
- Tony, fique quietinho, por favor. – Bruce pediu. – Bem, é muita informação, mas posso dizer que é muita falta de consideração de Bucky. Sem contar que ciúmes é um sentimento que eu abomino, se é que podemos considera isso um sentimento. – Acrescentou. 
- Foda-se o Bucky! – Tony interrompeu Bruce, levantando-se da cadeira e indo ao meu guarda-roupa. 
- Tony, você... – Tony interrompeu Bruce novamente. 
- Olha, Steve sei que eu sou a pessoa menos compreensivo do mundo, mas não vou deixar você ficar ai nessa cama chorando por aquele projeto de emo babaca possessivo. Você é muito melhor que isso. – Falou vindo em minha direção com algumas roupas e jogando-as em minha cama. – Por isso você vai levantar daí, vai tomar um banho enquanto eu e o Bruce escolhemos uma roupa que diga "sou um loiro, virgem, gostoso e hoje vou sarrar muito" e depois você vai se arrumar. Nós vamos pra essa festa que vai ser do caralho, vamos encher a cara, você vai dançar muito e se esfregar feito uma vadia em todos os machos daquela festa, e se for necessário eu paro de transar só pra te carregar. – Falou, me puxando pela mão para que eu levantasse. – Não vou deixar você vai sofrendo sozinho, meu caro. Macho nenhum merece as lágrimas desses olhos azuis invejáveis. – Acrescentou. Encarei Bruce que nos olhava com um sorriso divertido e eu também não pude deixar de sorrir depois de ouvir Anthony Stark falando tudo isso. Era inédito e fez com que eu me sentisse melhor. 
- Ok, você ganhou! – Falei e me levantei lentamente. – Mas não serei empata foda seu e do Bruce. – Acrescentei e pisquei pra eles enquanto pegava minha toalha de banho e uma cueca. Bruce escondeu seu rosto em suas mãos.
- É melhor você aproveitar, não farei essa oferta sempre. Não é por qualquer um que eu deixo o Bruce na mão. – Tony falou. Não consegui evitar rir, ele confessou estar com Bruce e não percebeu, sem contar que Bruce não negou nada.
- Tony! – Bruce repreendeu-o e jogou meu travesseiro nele. Tony riu enquanto se jogava por cima de Bruce. 
- Não transem na minha cama, pelo amor de Deus! – Falei saindo de meu quarto.

Entrei no banheiro e coloquei a toalha de banho e a cueca no suporte, depois retirei as roupas que vestia e coloquei-as no cesto de roupa suja, entrei debaixo do chuveiro e liguei a água quente, que entrando em contato com minha pele fez com que ela se arrepiasse levemente. Tomei um banho rápido, mas bem relaxante, saí do box e sequei todo meu corpo com a toalha, vesti a cueca e coloquei a toalha sobre meu ombro. Saí do banheiro e voltei ao meu quarto, encontrando Bruce ajeitando minhas roupas no guarda-roupa novamente – já que Tony tinha desarrumado tudo – enquanto Tony estava olhando minha coleção de CDs do Coldplay atenciosamente.

- Escolhemos sua roupa e... Uau! – Bruce falou enquanto se virava para me encarar. 
- O que foi? – Tony perguntou encarando Bruce, mas logo seu olhar se direcionou a mim. – Cacete! Rogers, você é uma delicinha! – Comentou me encarando. 
- Parem de me olhar assim, fico constrangido. – Falei, sentindo minhas bochechas esquentarem. 
- Deveria ter pensado nisso antes de aparecer aqui apenas de cueca. – Tony falou óbvio. – Tenho que confessar que o Bucky deveria estar comendo bem né. – Acrescentou. Bruce lhe deu um tapa enquanto eu reprimi o riso. 
- Ei! Esse quarto é meu! – Falei. Eles riram. – E Bucky e eu nunca chegamos aos finalmentes. – Comentei enquanto vestia as roupas que eles haviam separado para mim. 
- "Aos finalmentes" nem minha avó fala assim. – Tony falou divertido. – Bem, Bruce e eu podemos resolver seu problema com um ménage. – Emendou. 
- Você é incorrigível, Tony! – Bruce falou e riu.  
- Está admitindo que você e Bruce estão transando? – Perguntei direto. 
- Sim. – Tony respondeu curto. 
- TONY! – Bruce repreendeu-o mais uma vez e lhe deu outro tapa. Ri. 
- Bruce, querido, não é como se ninguém soubesse. Está estampado nessa sua carinha linda "Tony Stark me fode gostoso". – Falou divertido. 
- Quem geme igual uma cachorra no cio é você, querido. – Bruce retrucou, fazendo com que Tony abrisse a boca algumas vezes, mas não dissesse nada. 
- Touché! –Tony falou depois de alguns minutos em silêncio. –Você será muito bem recompensado mais tarde. – Acrescentou e sorriu malicioso. 
- Você é muito idiota! – Bruce falou risonho. 
- Você gosta. – Tony retrucou. 
- Vocês realmente são adoráveis juntos. – Falei terminando de me vestir. 
- Nós sabemos. – Tony concordou e acariciou os cabelos de Bruce, o fazendo sorrir.

Enquanto terminava de me arrumar Bruce e Tony ficaram trocando alfinetadas um com o outro e eu apenas ria ouvindo tudo aquilo, apesar dos apesares eles formavam um casal lindo e era perceptível que Tony estava tentando ser menos Tony Stark, ele estava disposto a mudar por causa de Bruce, pois ele o ama e isso faz com que tudo valha a pena. Confesso que pensar nisso fez com que uma pontinha de inveja se formasse dentro de mim (não me orgulho disso, que fique claro), pois gostaria que Bucky tivesse a mesma atitude, a coragem, de mudar por mim, mas se é difícil com que ele consiga confiar em mim depois de tudo o que fiz por ele quem dirá muda. Que a verdade seja dita: Bucky não gosta de mim o suficiente para mudar por mim. Enquanto estou começando a acreditar que meus sentimentos por ele ultrapassam a linha do gostar, os dele não devem passar de uma simples atração momentânea.

Afastei esses pensamentos de minha cabeça e terminei de me arrumar de uma vez por todas, hoje faria exatamente o que Tony havia dito: beber, dançar e me esfregar em todos os garotos que pudesse. Hoje é dia de comemorar, afinal o time da escola havia ganhado mais um jogo. Comemorarei com meus amigos  mesmo sabendo que na metade da festa eles me abandonaram para se agarrar, mas espero encontrar alguém que possa me consolar por ter tomado um fora do rapaz que eu realmente gosto. Não vou reclamar se encontrar mais de um alguém para me consolar. Hoje não pensarei em Pietro, em problemas e muito menos Bucky, hoje irei me divertir, pois mereço.

Assim que terminei de me arrumar, deixamos meu quarto e me despedi de meu pai, ele falou o mesmo discurso de sempre sobre se caso algo acontecesse eu não hesitasse telefonar para ele e apenas concordei como das outras vezes. Saímos de minha casa e entramos no carro de Tony, ele e Bruce foram sentados nos bancos da frente e eu no traseiro. 
O trajeto até a fazenda de Clint foi demorado, pois o local ficava praticamente na saída da nossa cidade. Durante o caminho Tony foi falando sobre a tal fazenda, como ela era enorme e cheia de mato, ria internamente enquanto ele explicava o quanto odiava fazenda e lugares do inteiro, mas só estava indo pela bebida e música. Ah, e pelos quartos vazios. Também disse que nas festas de Clint camisinha era algo que você encontrava em todo e qualquer lugar – usada ou não. É hétero, mas pelo menos é prevenido.

Ao chegarmos à fazenda, na entrada fomos recepcionados e Tony deu seu nome completo e disse que estava com dois acompanhantes, também disse meu nome e de Bruce, o homem alto vestido uma roupa toda preta olhou seu iPad e falou algo no interfone que ficava no portão. O portão foi aberto e ele nos desejou uma boa festa, Tony entrou com seu carro e tivemos que percorrer de carro mais um caminho, o lugar realmente era enorme, fiquei até com medo de me perder. Tony estacionou o carro no melhor lugar que pôde, pois a frente da casa (lê-se: mansão) estava repleta de carros; ali na frente da casa não se via nada além de carros e alguns seguranças, mas podia-se ouvir a música que estava altíssima (era possível ouvi-la desde o portão). Entramos na casa e já demos de cara com um mar de pessoas, a maioria era de nossa escola (eu acho) e muitas delas estavam vestidas com camisas iguais as do time da nossa escola, as líderes de torcida do nosso time também estavam ali; estavam todos dançando ao som daquela música quase que ensurdecedora, bebendo e se agarrando, muitos casais héteros e homossexuais.

- Ok, Little Steve, vamos à caça de cerveja e depois vamos nos jogar na pista. – Tony falou animado. Bruce e eu rimos. Percebi que eles estavam de mãos dadas, mas não falei nada. 
- Estou mais do que pronto! – Falei igualmente animado. Se antes eu estava me sentindo para baixo, agora eu não fazia ideia do que significava isso.

A casa estava tão cheio que estava sendo difícil caminhar, mas não era como se não estivéssemos acostumados com um ambiente assim, as festas que nós costumávamos ir também eram assim, então não tínhamos do que reclamar. Chegamos ao bar improvisado, que também estava cheio de pessoas, e pegamos uma cerveja cada.

- Vou dar uma volta por ai. – Falei alto para que os dois pudessem ouvir. 
- Ok. Nós vamos contigo. – Bruce falou. 
- Não, eu vou sozinho. Estou bem, juro. – Falei e toquei no ombro dele. – Nos encontramos no final da festa lá no carro do Tony e caso eu não volte, mando uma mensagem. – Acrescentei. Eles se entreolharam e voltaram a me encarar. 
- Steve... – Tony começou a falar, mas eu o interrompi. 
- Já falei que estou bem e não vou conseguir pegar ninguém com vocês dois no pé. – Falei divertido. – Muito obrigado me convencerem a vir, agora vão transar! -- Emendei rapidamente. Eles arregalaram levemente os olhos por conta da minha última fala, mas logo caíram na risada. 
- Até mais, empata-foda! – Bruce falou entre risadas, nos fazendo rir ainda mais.

Afastei-me dos dois e comecei a caminhar entre as pessoas em direção à parte de trás da casa, onde não demorei tanto a chegar. Ali havia uma piscina, que estava cheia de pessoas (algumas até estavam nuas), também tinha mais um DJ, outra pista de dança improvisada e mais dois bares; forcei meus olhos e vi que mais ao longe tinha o tal lago que Tony havia falado, tinham luzes bem fortes iluminando o local e tinha outro DJ lá, pois o lago também estava cheio de pessoas.  Não sei se estava mais assustado com a quantidade de gente que havia naquela festa, com a quantidade de DJs ou com a quantidade de hectares que essa fazenda tem. Realmente é um lugar enorme!

Duas e três da madrugada.

No momento estava dançando na pista enquanto segurava minha quarta ou quinta garrafa de cerveja, desde que havia me afastado de Bruce e Tony não os encontrei mais, mas encontrei Peter e Wade, eles estavam perto de mim até agora pouco, ficaram se agarrando enquanto dançavam ao meu lado e depois os vi subir a escada para o segundo andar; nesse meio tempo de festa já peguei quatro caras diferentes (Matt, Frank, T'Challa e o último não lembro o nome, mas não é importante). Eles eram muito gostosos e beijavam bem pra cacete (principalmente o penúltimo), mas não estava afim de levar nada adianta, hoje eu iria apenas beijar e me esfregar o máximo que pudesse nos caras sem sentir a menor vergonha na cara.

- Steve? – Escutei uma voz muito familiar próxima ao meu ouvido e me virei, procurando o dono dela. 
- Pietro... Oi. – Falei tentando parecer tranquilo. 
- Estava te observando a noite inteira e não consigo parar de me sentir tão culpado pelo o que te disse no outro dia. – Falou sério. – Queria te pedir desculpas. – Acrescentou. Levantei as sobrancelhas em final de surpresa e bebi um grande gole da minha cerveja para (tentar) raciocinar, não queria dizer nenhuma besteira. 
- Tudo bem, Pie. Acho que qualquer um no seu lugar teria agido da mesma forma, até mesmo eu. Não é fácil chegar de viagem e receber uma notícia como aquela, o que nos tivemos foi bem forte. Admito isso. – Falei calmo. 
- Ainda podemos ser amigos, não é? – Perguntou parecendo inseguro. 
- É claro que sim! – Respondi animado e o abracei rapidamente, acho que é o efeito do álcool. – E amigos dançam, então vamos lá. – Agarrei sua mão e o puxei para perto de mim.

Pietro riu gostosamente enquanto se aproximava de mim, colando seu corpo ao meu para que nos finalmente começássemos a dançar juntos ali mesmo como todos os outros estavam fazendo. Estava me sentindo bem e contente, pois acho que no fim Pietro compreendeu o que eu quis dizer e pudemos nos entender. Não há nada de errado de tê-lo como meu amigo, muito pelo contrário, faço questão que isso aconteça. Por isso ficamos ali dançando e rindo juntos enquanto bebíamos nossas cervejas.