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História Mistakes Of Love - Capítulo 02


Escrita por: Elsa04

Notas do Autor


Quero agradecer a maravilhosa @america pelo banner incrível.

Demorei bastante para trazer esse capítulo, porque sinceramente, estava num conflito sobre o que trazer para vocês.

Como alguns sabem, eu tenho uma versão anterior dessa estória, mas decidi mudar muitas coisas do que já tinha escrito. Acabei escrevendo novos capítulos. Espero que gostem, porque eu estou realmente bem empolgada com essa nova inspiração.

• OBS: Os capítulos vão ser atualizados a cada duas semanas, como deixei avisado na sinopse. Por questões de necessidade. 💋

Capítulo 3 - Capítulo 02


Fanfic / Fanfiction Mistakes Of Love - Capítulo 02

Alexia

— Como assim? - Pergunto assustada, gaguejando.

Justin aproxima-se cauteloso, colocando-se ao meu lado, de frente para Chloe, que apenas permanece tão estática quanto eu. Ele segura minha mão direita e a leva aos lábios.

— Nos casamos há alguns dias. 

— Não... Quem é você? - A loira recobra a voz e vira-se para mim. 

O homem ao meu lado, por outro lado, não parece intimidado por seu olhar, voltando-se para mim e fixa seu olhar no meu.

— Esta é Alexia Bieber, minha esposa. Eu a conheci há alguns anos depois de um acidente de carro, ajudei-a a salvar o irmão, Tristan. Depois disso, mantive contato e nos casamos há alguns dias. - Dá de ombros como se falasse do tempo. 

De repente a memória me ocorre, há dois anos, quando estava voltando da festa com Tristan, o acidente de carro na estrada, ficar presa enquanto afundamos no lago… 

Ele é a voz misteriosamente familiar?!

— Você só pode estar brincando. - Sorrindo condescendente. — Se ela é sua esposa, como ela veio parar na base militar por causa de um acidente com você?! 

— Eu não contei tudo a ela, Chloe. Agora mesmo, ela está em choque. - Seu tom irritado a desarma. — Nós casamos e estava com muito medo de toda essa merda vir a tona, agora tá estampado por todo lado. 

— Ela não pode saber! - Brada, raivosa. 

Eu permaneço em silêncio, incerta do que dizer, minha língua parece estar embolada na garganta. 

— Meio tarde para isso, não acha? - Caitlin intervém, tocando o braço de Justin. 

Observo todos se colocarem ao seu lado, encarando a loira que parece quase ter um colapso nervoso, a veia saltando no meio da testa. Ela nos encara demoradamente e mesmo com todo desprezo em seu semblante, consegue dizer:

— Você cometeu um erro ficando com ela, Justin. - Sua voz em tom apático me dá calafrios. — Você errou a colocando aqui, agora, ela não pode mais ir. - Volta seu olhar apenas para mim. — Parabéns, querida. Você acabou de entrar para a Knight com seu marido. 

— Não fala assim. - Ryan se pronuncia, mas ela o cala com um olhar. 

— Todos vocês cometeram crimes e estão aqui pagando por eles, tentando saudar sua dívida com a sociedade.

— Nós já sabemos disso, não precisa ficar repetindo. - Kane retruca. 

— Se realmente soubessem, não teriam colocado ela aqui. - O silêncio preenche a sala e só muda com o barulho dos saltos da loira deixando o cômodo. A falta de palavras chega a ser quase ensurdecedora. 

— Tem certeza que quer fazer isso, Justin? - Christian é quem se pronuncia agora. 

— Não temos escolha. 

— Como assim? Do que vocês estão falando? - Olho-o, aterrorizada. Tudo isso combinado com a enxaqueca que estou sentindo, parece que vai destruir meu cérebro esmagado. 

— É bem simples: Seja minha esposa ou a Chloe vai te matar. Ela não é o Howl, ela não liga se alguém inocente vai morrer ou não. Só existe uma única regra: A Knight não pode encostar um dedo nas nossas famílias. Só assim para eles não fazerem merda com ninguém que a gente ama. 

— Você está falando, mas eu não estou entendendo nada! - Sinto as lágrimas nos olhos. 

— Tudo vai ficar bem. - Ele se aproxima, mas dou um passo para trás. 

Eu não sinto que vai ficar tudo bem. Na verdade, não tenho ideia de como me sentir, mas de uma coisa eu sei, estou muito ferrada. MUITO.

***

Saímos da base, duas horas depois de toda a confusão. Todos se juntam em uma van e seguimos caminho para sei lá onde. Não sei definir o que sinto além do medo, pânico? Talvez. É uma sensação ruim que vai da boca para o estômago. 

— Seu cérebro vai fritar. - Christian é quem fala, de frente para mim, atraindo o olhar de todos. 

— Estou tentando entender.

— Boa sorte com isso. - Caitlin resmunga, voltando-se para a janela. 

— Onde estamos indo? 

— Para minha casa. - Justin não se dá ao trabalho de tirar os olhos da paisagem que corre pela janela, para responder.

Não há muito o que se possa dizer e o silêncio toma conta de tudo. Sinto-me sufocada entre Savannah e Caitlin no banco da van, mas ninguém parece se incomodar. Noto Ryan me olhando, mas sua expressão é indecifrável. Vejo apenas a cabeça de Charles ou Chaz, como ele se denomina, no banco da frente, no lugar do motorista. 

Fico inquieta durante todo o trajeto, que parece durar uma eternidade, mas é apenas uma hora de trânsito intenso no centro da cidade. Sei disso pelo barulho das buzinas e pelos poucos reflexos que consigo pegar das janelas. Vinte minutos depois, pelo que vejo no relógio de Savannah, adentramos uma pista de cascalho, e paramos. 

Ninguém diz uma palavra, apenas movem-se para fora do veículo. Desço e vislumbro, rapidamente, a fachada detalhadamente branca do enorme casarão. Entramos sem grande alarde, pela porta da frente e tento decidir qual meu próximo movimento. 

— Justin? 

Savannah chama a atenção do mesmo que conversa com Chaz. 

— Acho que você precisa falar com a Alexia. - Ela completa.

Volto-me para ela, surpresa. 

— Vamos lá pra cima. - Kane chama todos com seu sotaque diferenciado.

Vejo, um a um, subirem as escadas, deixando-me sozinha na imensa sala com Justin. 

— Acho que precisamos esclarecer algumas coisas, não é? - Ele indaga, meio risonho. — Acho que precisa contar um pouco sobre como viemos parar aqui. 

— Um pouco? 

Indago, amedrontada. Sinto o pânico sobre a pele e só quero correr, mas se o que sinto for uma indicação, não sei se poderia ir embora, nem se quisesse. Essas pessoas são perigosas e se o que o Justin disse sobre Chloe for uma pista, então me matariam em um piscar de olhos.

— Olha, vou ser direto com você. - Senta-se no sofá. — Nenhum de nós aqui é uma pessoa com um histórico a se orgulhar. 

— O que quer dizer? 

Senti-me na ponta do outro sofá, o mais longe possível dele. Tudo em meu corpo grita para correr o mais rápido possível. 

— Caitlin e Christian foram presos por roubo a banco. Eles faziam tudo pela rede. Cait é compulsiva por compras. Ela literalmente compra tudo que dá na telha, isso acabou entregando o esquema deles pro FBI e CIA. 

— Sem querer ofender, mas no quê isso me interessa? 

— Você vai entender, depois que eu explicar tudo. - Ele diz, impaciente. — Posso continuar?

Calo-me e deixo que ele continue, afinal, que escolha eu tenho?

— Chaz foi preso por adulterar veículos roubados. Ele era receptador na Virgínia e no Arizona. 

Continua e não sei como devo me sentir. Aliviada por que não são assassinos? 

— Kane é de uma longa linhagem de membros da Yakuza. Os pais dele foram mortos em um confronto, ele cresceu nesse mundo de crime e contrabando, toda essa merda. Só está pagando pelos crimes que cometeu. - Dá de ombros. — Ele conseguiu sair, mas paga pelo que fez para isso. 

— O que ele fez? - Pergunto baixinho.

— Matou os caras que foram executá-lo. Pegou dez anos em regime fechado. 

Engulo em seco, essas pessoas vão acabar me matando, certeza. 

— Ryan é atirador de elite. Desertor. Crime militar, então acabou com a gente. - Encosta-se no assento. — Savannah era ladra. Não existe nada que ela não consiga roubar, eu acho. Aquele tipo de vigarista que te ilude completamente, você só nota que foi vítima, quando já está sem nada, com uma fatura do cartão absurda e um apartamento vazio. 

— Meu Deus! 

— É, clonar cartão, grandes apostas, roubo em cassino. Tudo. - Ele continua. — Um cara da equipe dela a entregou. 

— E você? 

A pergunta me escapa. 

— Por incrível que pareça, eu não sou aqueles vilão de livro. Tô nessa por causa do meu pai. 

Estranho e a confusão em meu semblante o faz sorrir. Exibindo uma fileira de dentes brancos alinhados. 

— É, minha família tinha em grande patrimônio que minha mãe herdou. Mas meu pai se meteu com a máfia, lavagem de dinheiro e corrupção política. Acabou preso, eu era o diretor geral de custos da empresa, mas o contador burlava falsificava as notas, então eu caí como um laranja no esquema. 

— Que escroto. - Solto, mas não sinto tanta simpatia com toda a situação. 

Afinal, como posso ter compaixão quando cai de paraquedas no meio de uma gangue?

— É. Todos nossos bens estão congelados, se quiser que tinha mãe tenha a herança de volta e uma vida normal, preciso cumprir pena. Seriam 5 anos, porque meu pai e todos os envolvidos tiveram a decência de dizer que eu sou um cúmplice sem noção alguma do que estava acontecendo. 

— Olha, sinto muito, mas ainda não entendo o que vim fazer aqui. Eu não fiz nada de errado. 

— Você, Alexia Romanov, é como eu. - Diz, simples. — Você caiu de paraquedas em um esquema que não tem ideia. 

— Que esquema? Eu sou publicitária. Trabalho como editora de uma revista, minha revista. - Retruco, desconcertada. 

— Não estou falando do seu trabalho, sim da sua família. 

Ele parece impaciente com meu raciocínio, mas continuo tão confusa quanto antes. 

— Tá falando que meu irmão é traficante, agora? 

— Não seu irmão, seu pai, William Romanov. Ele tem um cartel bem conhecido aqui nos Estados Unidos. 

— Do que diabos você está falando? Meu pai está morto. E ele era piloto das forças armadas americana. - Respondo, contrariada. 

Tudo isso é uma loucura sem fim. 

— Ele não está morto, Alexia. Na verdade, da última vez que o vi, ele estava muito vivo. 

— Você não sabe do que tá falando, tá me confundindo com alguém. 

Levanto do sofá e vou em direção a porta, nervosa. O pânico nubla minhas outras emoções e forço minhas pernas, em busca de ar. 

— Você precisa me ouvir, Alexia! - Grita. — Ele está vivo e vai vir atrás de você! 

— Ele morreu no Afeganistão há sete anos! - Viro-me para ele no hall de entrada, sentindo um nó na garganta. 

— Não! Ele fingiu que morreu no Afeganistão! - Devolve no mesmo tom, encarando-me. 

— Mentira! - Grito. 

— Se você não acredita, por que não vê por si mesma? 

Seu desafio me desmonta, preciso segurar na parede para me apoiar. Os efeitos das drogas não cessaram, minha cabeça lateja e todo esse estresse, pânico e adrenalina está causando um estrago no meu corpo. 

— Você não tem ideia do que está falando. - Respondo. 

— Jura? - Sua expressão é séria. — Olha. 

Estende o celular em minha direção, com apenas uma fotografia bem nítida. Um homem de cabelo grisalho, boné e casaco cinza está de perfil fechando as portas de uma van. Mesmo que as roupas façam um bom trabalho para escondê-lo, conseguiria distinguir esse rosto em qualquer lugar. 

É o mesmo rosto da foto no porta retratado ao lado da minha cama. O homem que me segura nos ombros, com minha mãe e irmão aí seu lado. Sinto as lágrimas vindo a tona, e tento fazer meu cérebro raciocinar. 

— Isso aqui é montagem. - Devolvo, sem conseguir mais encarar a foto. 

— Olha melhor. 

Sei gesto me faz encarar a imagem novamente, só então raparo em outro detalhe. O homem dentro da van, com roupas casuais, o cabelo castanhos, o rosto pálido…

— É o…

— Sim, seu irmão, Tristan. 

— Mas…

— Ele foi levado ontem de manhã. Seu pai o levou. 

Ergo o olhar para o seu em completo desespero. 

— Levado? Como assim, levado? 

— Seu pai ficou contrabandiando na África por anos depois de forjar a própria morte. Ele forneceu armas para milícias e muitos outros crimes. Depois que começou a fornecer drogas com a Yakuza nos últimos dois anos para os Estados Unidos, a coisa ficou mais séria. 

— Meu Deus! Isso não pode ser verdade! - Choro. 

— Dá pra calar a boca e ouvir? 

Seu tom irritado, me cala de imediato. 

— Tá todo mundo atrás dele. Ele estava morando na Argélia, onde não tem extradição pra cá. A Interpol, CIA e FBI, todos querem pegá-lo. - Guarda o celular no bolso. — Mas ele nunca deixou esse país de fato, ele deixou duas coisas para trás. Os filhos. 

Balanço a cabeça e caminho de volta para a sala, sentindo minha mente doer mais a cada segundo. 

— Para…

— Há alguns anos, quando eu te ajudei a resgatar seu irmão. Foi porque estávamos atrás dele. - Continua. — William causou o acidente. 

— Para! - Grito. 

— Ele quis garantir que nunca teriam nada contra ele. - Insiste. 

— Ele jamais faria isso. - Respondo. 

— Tem razão, ele nunca quis machucar os filhos, mas isso foi antes de o Tristan concordar em ajudar nas investigações. 

— Você ficou doido! Você não conhece nada sobre a minha família! Meu pai morreu no Afeganistão e minha mãe se suicidou! 

— Não, Alexia. Seu pai forjou a própria morte. Ele tentou matar seu irmão, você foi só um dano colateral. - Suspira. — Tristan sabe de muitas coisas que nenhum de nós sabe. Ele descobriu coisas sobre seu pai. 

— E o que eu tenho a ver com isso? Eu não sei de nada! 

— Nós sabemos disso, mas William não. Ele vai te matar na primeira oportunidade. 

— Ele é meu pai! - Grito, inconformada. O homem que me ensinou a andar de bicicleta e nadar, que contava história de ninar para eu dormir. Ele nunca me faria mal. 

— Ele sequestrou seu irmão, Alexia. Acha mesmo que ele não quer te fazer mal? 

Caio sobre o sofá, sem saber o que pensar. Tudo parece ainda mais confuso e de um jeito muito mais distorcido. As lágrimas escorrem livres e não tenho forças para impedir. 

Todo meu corpo dói, Reviro as memórias na mente, em busca de algo para me agarrar mas parece tudo, perfeitamente, normal. Como isso tudo pode ser verdade?

— É muita coisa pra absorver. - Se agacha ao meu lado, mantendo certa distância. — Christian vai te dar um arquivo com toda informação necessária. 

Não consigo esboçar nenhuma palavras e diante de meu silêncio, ele continua. 

— Não quero te maltratar, longe de mim. Mas só estamos fazendo tudo isso pra ajeitar as coisas. 

— Como bagunçar minha vida, pode ajeitar as coisas? - Devolvo a pergunta, como uma ofensa, fazendo-o rir. 

— Você é a isca perfeita. 

— O quê? - Arregalo os olhos. 

— William vai fazer de tudo para eliminar seus rastros, agora que ele sabe que estamos com você. Vai vir com tudo e quando vier, vamos pegá-lo. 

— E se eu não quiser fazer parte disso? 

— Você não tem muita escolha, Alexia. Seu pai não te deu isso. Agora, você está aqui porque não só a sua vida, como a do seu irmão estão em jogo. Se quiser salvá-lo, vai nos ajudar. 

Encaro seus olhos castanhos, sentindo o peito doer cada vez mais. Mas mesmo o nome na garganta, encontro palavras para falar. 

— E o que me garante que o Tristan está vivo? 

— Apesar de toda ingenuidade, Alexia. Você está certa numa coisa, seu pai não quer matar realmente os filhos. Ele quer vocês com ele. Então, William vai tentar convencer vocês dois a ficarem do lado dele. 

— Eu vou apunhalar meu pai para salvar a mim e o meu irmão. O que você ganha com isso? - Sinto o gosto amargo da derrota na boca. 

— Liberdade. 

Diante da minha expressão confusa, ele completa:

— Se entregarmos William Romanov para as autoridades, todas nossas acusações vão finalmente ser retiradas. Vamos ser livres. 

— E se não conseguirem? 

— Estaremos todos mortos, inclusive você. 

Minha garganta fecha e o vazio toma conta das minhas entranhas. Talvez, eu realmente devesse ter ficado mais tempo no escritório do psicólogo, continuado a terapia. Quando eu falei que não tinha coragem de fazer mudanças, nunca foi brincadeira. 

Só não achei que a vida fosse dar uma volta completa ao redor do sol em apenas alguns dias. Eu tinha escolha de mudar meu estilo de vida, agora, só me restou uma: Sobreviver. 


Notas Finais




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