História Mister Cosmus Manipulates - Magnetizado

18:00
Oitava tentativa. Caixa postal. Ainda estava ali, sentado no chão com as pernas esticadas olhando para a tela do celular enquanto tentava mais uma vez. Ele não atendia. Em algumas redes sociais já havia sido até bloqueado. Meiaum o tinha deletado do seu grupo de amigos, o tinha deletado de praticamente tudo. 

Como pôde permitir que aquilo acontecesse? Meiaum era uma das pessoas mais doces e legais que já havia conhecido, era seu amigo. Não conseguia acreditar. Não conseguia aceitar. Só queria uma chance. Décima vez. Décima tentativa. Nada.

Por favor Meiaum... Me atende. Pensou Ycaro fechando os olhos, sentia eles arderem, sentia uma vontade insuportável de chorar. Respirou fundo. De repente aquele maldito sentido surgiu. O sentido que o avisava quando não estava mais sozinho. Que dizia quando ele estava ali. Ycaro apertou o celular em sua mão direita. O coração acelerado. Não queria abrir os olhos. Queria estar errado.

Saiko: Ainda insistindo?

Não estava errado. Saiko estava ali, em pé, parado na sua frente.

Saiko: Eu te fiz uma pergunta.

Ycaro permaneceu em silêncio.

Saiko: Vai me ignorar Ycaro?

Ycaro: ...

Saiko: Tem certeza que vai fazer isso?

Ycaro abriu os olhos e o encarou. O encarou com um olhar incomum de raiva. 

Ycaro: O que quer?

Saiko: Quero que você esqueça ele.

Ycaro: O Meiaum é meu amigo.

Saiko: Era.

Ycaro abaixou os olhos, lembrar daquilo lhe causava um enorme aperto. 

Ycaro: Estou me sentindo um lixo... Ele disse que não quer mais olhar pra minha cara.

Saiko se aproximou, passou um dos pés por cima das pernas de Ycaro, abaixou-se e com os joelhos apoiados no chão, sentou-se no colo do loiro. Então, o encarou de frente.

Saiko: Não deveria.

Ycaro: Ele...

Saiko: Esquece ele.

Ycaro: Foi de propósito não foi?

Indagou Ycaro sem fugir do olhar intimidador que recebia. Queria uma resposta.

Saiko: O que importa?

Ycaro: Por que fez isso? Por que...

Saiko: Eu não beijei sozinho.

Ycaro corou. De vergonha, mas também de raiva. Saiko tinha esse poder, o poder de fazê-lo sentir tudo ao mesmo tempo. Era como uma montanha-russa, como uma injeção de adrenalina, era medo, era tristeza, era raiva, era calor. Tudo junto.

Ycaro: E-Eu... Você não me deu escolha... Você me... 

Saiko: Por que não tentou me impedir?

Ycaro: Eu tentei!!

Saiko: Você se rendeu Ycaro. Por quê?

Indagou Saiko. Sentia Ycaro completamente perdido em seu olhar.

Ycaro: Eu...

Não conseguia encontrar as palavras, era como se todas elas tivessem desaparecido de sua mente, os olhos dele, os olhos dele o deixava sem norte. Saiko estava tão perto, conseguia sentir sua respiração lhe tocar o rosto. 

Saiko: Foge agora Ycaro. 

Desafiou Saiko aproximando sua boca da dele.

Ycaro: ...

Não dava. Por mais que tentasse, por mais que quisesse; ele era como um imã, era como um impulso incontrolável.

Saiko: Me impede, me empurra, me bate... Faz alguma coisa.

Ycaro sentiu o toque em seus lábios e então, veio o beijo, o beijo que o deixava sem fôlego, que o deixava sem reação, sem noção, completamente entorpecido. 

Saiko o beijou, o beijou com vontade, o beijou como se quisesse arrancar de sua boca a resposta para a pergunta que havia lhe feito; ele o beijava para deixá-lo sem ar.

E de fato o deixava. Ycaro sentiu o fôlego lhe faltar, desgrudou seus lábios dos de dele com um suspiro alto, quase que um gemido. Saiko foi para o seu pescoço, aqueles beijos no pescoço o deixava fora de si.

Ycaro: Saiko...

Sentiu as mãos dele entrarem por baixo de sua camisa e subirem por suas costas, o toque dele fazia seus sentidos irem à flor da pele. Não conseguia reagir a ele de outra maneira, por mais que quisesse, por mais que tentasse.

Ycaro: Para.

Saiko: Então, me faz parar.

Ycaro: Saiko...

Saiko: Me faz parar Ycaro. Me faz parar porque eu vou mais fundo do que isso, eu vou até você ser completamente meu.

Saiko o beijou novamente, o beijou com intensidade. Ycaro estava totalmente preso, estava preso naquela química que acontecia entre eles. Saiko tinha a capacidade de anular todas as suas reações, de sedá-lo, de tirá-lo da realidade. Não podia contra ele. Sabia que não conseguiria pará-lo. 

As mãos dele levantaram sua camisa por trás, sentiu um arrepio nas costas, sentiu a quentura dos dedos dele lhe apertarem os ombros, naquele momento era como se tivesse perdido as forças.

Ycaro: E-espera... Saiko...

Disse ele livrando-se do beijo, em uma tentativa de recobrar novamente o fôlego.

Foi então, que ouviu um toque familiar, era seu celular que estava ao lado. Salvo, havia sido salvo pelo gongo. Estendeu a mão rapidamente para pegá-lo, mas logo foi impedido.

Saiko: Não. Tu não vai atender.

Respondeu Saiko segurando-o pelo braço.     

Ycaro: Saiko... Sa...