História Mistic - Kagehina - Prólogo

Kageyama Tobio, 25 anos de idade, solteiro, e um completo apaixonado por seres mitológicos. Apesar da aparência meio medonha, o moreno adorava muitas coisas e, uma delas, eram essas tais criaturas que, para si, carregavam um mistério imenso que nenhum humano já pôde desvendar até hoje.

Contudo, mesmo sendo um admirador das entidades, o rapaz era também um amante nato da natureza. Movido pela paixão pelo meio ambiente, se especializou na área mais improvável para seus amigos e familiares: a biologia. Mesmo que fosse um ótimo  levantador do time de vôlei durante o colegial e ensino médio, Tobio nunca pensou em fazer do esporte, seu hobby, a sua carreira. Ao contrário do que muitos acreditavam, Kageyama adorava os animais, as plantas e, principalmente, tudo aquilo que se tratava de algo sobrenatural, mitológico ou místico.

Movido pela curiosidade após ler relatos na internet sobre a aparição de uma possível fada, em uma ilha deserta ao norte do Japão, decidiu que iria sair em busca da mesma. Hokkaido, era o nome de seu destino.

Em um fórum nas redes sociais, deparou-se com inúmeras pessoas contando sobre as suas experiências sobrenaturais e místicas em suas viagens até a ilha. Curioso e determinado do jeito que era, pegou suas malas e rumou até o local, pronto para explorá-lo o máximo que pudesse. 

Diferente do que muitos imaginaram há 7 anos atrás, quando o moreno ingressou na faculdade, Tobio obteve êxito total em sua carreira. Com apenas 25 anos de idade, já era um biólogo deveras conhecido no Japão, tudo isso devido à publicação de um livro de sua autoria, que relata suas experiências sobre a mata nativa e os animais silvestres encontrados em sua viagem até o Brasil.

Disposto a encontrar essas criaturas que havia ouvido falar na internet, rumou em direção à ilha Hokkaido, com uma enorme ansiedade no peito e duas malas médias contendo seus pertences. Para alguns, era tido como um louco por sair assim, sem mais nem menos, apenas com a ambição de ficar no local até encontrar um ser mitológico. No entanto, não se importava de ficar dez dias, um mês ou até mesmo mais de um ano no local, se fosse preciso. Seu objetivo era ser agraciado com a aparição de alguma dessas criaturas, e não pretendia sair de lá até que seu desejo se cumprisse, custe o que custar.

Ao desembarcar do avião na sexta-feira à tarde, Tobio mal podia esperar para sair correndo pelos quatro cantos da ilha. Quando pôs os pés para fora do aeroporto, sentiu seu peito se encher com o calor e a brisa fresca do verão, misturados ao cheiro típico do comércio de peixe que havia por toda a ilha. Rumou em direção ao ponto de táxi, no qual, sem muita demora, o levou até  a casa que havia alugado.

Era um chalé de madeira de carvalho e pinho, cercado por uma vasta floresta, localizado no topo de um morro. Era o lugar perfeito para estudar a vegetação e, segundo o que diziam os relatos na internet, era também o local em que haviam aparecidos os seres místicos que tanto ansiava por encontrar, em especial, a tal ‘’fada de cabelos cor de fogo’’. Ansioso e sem nem mesmo organizar suas coisas em sua nova moradia, rumou mata adentro, já sentindo a euforia do canto dos pássaros e o som das ondas quebrando ao longe, inundando seu coração.

Respirou fundo o ar puro e vagou em meio às árvores densas, fotografando alguns dos pássaros e animais que encontrava no caminho. Maravilhado, era como se sentia;

Alegre por sua nova conquista, enviou uma foto para seu amigo da faculdade, e também biólogo, Azumane Asahi que, no mesmo instante, lhe respondeu a mensagem.

                             ACE 🏐

- Que lugar bonito :o 

                                - Você precisa ver senpai, os animais daqui são incríveis!

- Fico feliz que esteja gostando Kageyama:)

- Mas tome um pouco de cuidado. Eu li na internet que algumas pessoas que foram até a ilha, foram seduzidas por uma fada e se apaixonaram perdidamente por ela :/

            - Hahaha, até mais tarde Asahi-san ;)

Tsc, o maior só podia estar zuando com a sua cara. Bloqueou o celular e voltou para o chalé ao notar o sol se pôr, tratando de finalmente desfazer as suas malas.

 Veja bem, Kageyama estava ali apenas para conhecimento biológico e, também, por pura curiosidade. Sabia que não poderia se envolver com um ser mágico, não era louco a este ponto. Iria tirar apenas algumas fotos para o seu novo livro. Até parece que iria se apaixonar por alguém que ele nem mesmo sabe se existe.

Bom, ao menos esperava isso.