História Mito - (Romance Lésbico) - Capítulo 16

A noite para elas parecia ter passando de forma tão rápida enquanto as duas descobriam o corpo uma da outra. Provando cada pequena parte de seus corpos e experimentando seus gostos. Deixando marcas vermelhas uma na outra. E em nesse meio tempo a noite foi se esvaindo dando lugar ao dia, no horizonte o sol já começava a aparecer.

Arquia tinha a loira nua em seus braços, sem as roupas as marcas de unhas eram visíveis nas costas da morena. A mais nova já havia despertado a algum tempo, e desde então olhava a mulher a sua frente. Admirando suas feições calmas durante seu sono.

- Por que está me encarando tanto? – a loira abriu seus olhos devagar mostrando um belo sorriso em seus lábios rosados.

- Estava apenas pensando que não mereço alguém como você. Forte, determinada e tão inexplicavelmente encantadora – deu um pequeno sorriso triste, franzindo o cenho, como se tivesse acabado de chegar aquela conclusão.

- Às vezes penso a mesma coisa – Nefera falou colocando as duas mãos na face da outra – Mas não vou deixar isso impedir de eu estar com a mulher mais maravilhosa que eu conheci em toda minha vida. E se isso é ser egoísta, serei egoísta por nos duas, pois me nego a perder você!

Arquia não sabia o que dizer, não sentia nenhum tipo de malícia ou mentira em suas palavras. Nada do que já tinha visto em todas as pessoas a sua volta. A mais velha era diferente, desde a primeira vez que a viu desmaiada naquela floresta ela sentiu isso. E Nefera não a decepcionava em demonstrar isso com palavras e ações. E a outra parecia saber o que se passava em sua cabeça, ela apenas encostou suas testas, fecharam seus olhos e ficaram assim, apenas aproveitando a presença uma da outra.

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Quando decidiram voltar para o acampamento o sol já estava bem alto no céu. Depois de uma festa como a da noite passada provavelmente o lugar deveria estar um silencio. Não era o caso. O lugar parecia um caos, pessoas correndo para todos os lados. Gritos de ordens e avisos eram dados uns por cima dos outros. Se você não fosse rápido o suficiente para desviar das pessoas poderia ser arrastado por elas. Por sorte tanto Arquia como Nefera conseguiram chegar sã e salvas na agora sua tenda. E enquanto passavam pelas pessoas foi possível escutar o suficiente para se ter uma noção do que estava acontecendo. De uma coisa Arquia tinha certeza, um exército de monstros e seu líder estavam indo em sua direção. No meio da tenda tinha dois caixotes com um bilhete cada, um com o nome de Arquia e o outro com o nome de Nefera. Se aproximou abrindo aquele que tinha seu nome sendo seguida pela loira. Havia tudo que pediu ao subordinado de Joshua no dia anterior quando disse que precisaria de equipamentos novos, e parece que Nefera tinha conseguido o que pediu. Olhou para loira ao seu lado que já começava a se equipar. Suspirou.

- Vamos começar – falou se virando para colocar seu próprio equipamento

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Joshua observava seu rei. Nesse momento três homens cercavam seu soberano, eles colocavam uma armadura tão vermelha como um rubi, com o mesmo brilho e tonalidade, a armadura era feita de um material raro encontrado apenas em um único vulcão inativo em Cinéreo. Quando os servos terminaram sua tarefa se curvaram e deixaram os dois homens a sós na tenda real.

- Ainda pode mudar de ideia – Joshua falou ao entregar a espada de folha larga para seu rei.

- Pelo que entendi se perdemos essa guerra será o fim de todos os reinos, haverá apenas um soberano e tenho certeza que ele não deixará os antigos reis vivos – o rei colocou as duas mãos na espada e deu um golpe que soltou uma rajada de ar – Então não ficarei apenas em um trono sentado esperando pelos resultados, usaremos todo e qualquer homem que possa empunhar uma arma para termos pelo menos uma mínima chance de vitória. E acredito que os outros reis pensam da mesma forma.

O rei não estava errado. Depois que um batedor, tão pálido como se tivesse visto a própria morte, chegou no final da noite com a notícia de que o Senhor das Trevas vinha em direção ao acampamento com um exército e sua fortaleza flutuante, os reis e o bispo reunidos naquele lugar começaram o dia ao redor de uma mesa redonda, pareciam ter perdido suas vozes, tão pálidos como o batedor, mas então a soberana de Miti, com seus olhos verdes cristalinos e cabelos de mesmo tom ondulados, levantou-se com as mãos na mesa. Seu vestido verde claro arrastando no chão.

- Começou! – Sua voz era firme, seu cenho franzindo enquanto olhava para cada um dos homens sentados ali - Vamos nos preparar!

Ela tinha razão, a guerra iria acontecer eles querendo ou não, estava indo até eles, o mínimo que deveriam fazer era se preparar o máximo que conseguisse antes do embate final. Os outros líderes conseguiram encontrar suas vozes e começaram a traçar os planos que seriam colocados em práticas a partir daquele momento.

- Sinto muito – o rei falou o chamando de volta a realidade, pôs a espada em um mecanismo na armadura em suas costas – Por colocar sua filha em perigo, sei que acabaram de se reencontrar, não queria fazer isso, mas ela é um ativo muito importante, tanto por ser uma guerreira com experiência e pelo poder que tem em mãos.

- Eu sei! – Joshua falou o mais firme que pode – Nesse momento decisões difíceis foram e serão tomadas. É inevitável – Era algo que ele não podia mudar, só aceitar.

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Trocar de roupa não foi difícil, a parte mais demorada foi verificar as armas, testa-las para ver se funcionavam como esperado. A morena pediu vestes pretas e colocadas, um peitoral de uma armadura, manoplas e botas, a capa com capuz que pediu cobria tudo. Olhou para o lado, Nefera tinha pedido uma calça e blusa de um material leve, de cores claras, azul e bege. Tinha uma espada nova assim como a morena. Quando Arquia saiu da tenda completamente armada e preparada para matar seus oponentes, encontrou um dos homens de Joshua a sua frente à espera.

- Sigam-me por favor – ele não esperou resposta, só se virou e começou a avançar, a morena o seguiu e olhou por cima do ombro para confirmar que Nefera fazia o mesmo.

Assim que o soldado parou as duas estavam em frente de uma pequena frota de grifos montados por é claro soldados de Ense, o reino de onde essas criaturas vinham.

- Esse é o líder da tropa, ele vai localizar vocês a partir de agora – o soldado que havia as levado até ali se virou e foi embora.

Arquia olhou para o homem a sua frente, que usava uma armadura completa com as cores de Ense, o azul forte e lilás de sua bandeira. Ele fez o mesmo a olhando dos pés à cabeça, e sorriu. Apontou para a ponta da tropa onde um dos grifos estava sem montaria.

- Vocês ficam lá! – Arquia não se mexeu, e mesmo a sabendo que a loira poderia estar feliz de se aproximar de algo familiar a mesma não o fez.

- Um grifo para duas pessoas?! – Cada grifo tinha uma montaria, pois mais de uma desequilibraria o animal, ele demoraria mais tempo para fazer as manobras evasivas ao serem atacadas, e isso custa vidas.

- Já tem sorte de ter um grifo para duas pessoas! – Ele lhe deu as costas e antes que pudesse chama-lo uma voz o impediu.

- Você não precisa de um grifo – A voz era firme e fina, quando a morena se virou não viu ninguém – Aqui em baixo – seus olhos seguiram a voz. Uma raposa vermelha de olhos verdes cristalinos.

- Uma raposa que fala – Arquia engolindo a seco – O que é você...

- Um espirito da floresta – Nefera falou se colocando ao seu lado – Devemos escutar o que ele tem a dizer – a loira apertou a sua mão entrelaçando seus dedos – eles sempre têm algo de importante para nos humanos.

A morena deixou um suspiro escapar se dando por vencida – Então diga-me espirito por que não preciso do grifo? – a raposa soltou o que poderia ser comparando a uma gargalhada.

- Porque eu serei sua montaria!