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História Mito - (Romance Lésbico) - Capítulo 26


Escrita por: Lyra_Ansatsu

Capítulo 26 - Capítulo 26


Nefera juntou todas as forças que ainda lhe restava para levantar. Com as duas frases ainda ecoando em sua cabeça. “ Eu te amo” e o “Sinto muito”. Tinham o mesmo gosto amargo de despedida. Seu estomago se revirava só com a possibilidade, seu peito doía ao imaginar. Balançou a cabeça, não pensaria nisso, tinha que focar no agora. Franzindo o cenho encarou cena a sua frente, Arquia caminhava com a calma letal de um predador, as chamas azuis a cobriam como uma segunda pele, como se sempre tivesse sido daquele jeito, uma aureola surgiu sobre sua cabeça, uma coroa flamejante, asas irromperam de suas costas queimando o ar, uma lança se formou das chamas em uma de suas mãos. O senhor das Trevas antes jogado no chão, se levantou com a destreza de uma fera faminta, atrás dele asas como as de um morcego se abriram, uma causa serpenteou a sua volta, um chifre apontava para cima e outro para baixo, de suas próprias sombras duas laminas foram criadas, cada uma em uma mão.

- A quanto tempo Alev?! – o ser sombrio apontou a lamina para o ser flamejante – espero que dessa vez não aconteça nenhum infortúnio – a gargalhada que saiu de sua garganta era gutural – Os humanos são tão imprevisíveis. E egoístas por natureza.

Alev. Aquele nome provocava certo inquietação na loira. Desde que as chamas haviam coberto Arquia pela primeira vez, ela sabia que havia algum tipo de força ou ser dentro da garota, mas se convenceu que isso poderia ser algum tipo de chave para derrotar o Senhor das Trevas, e com o selo em mãos acreditava que não chegaria a tanto, então não se preocupou no momento. Se arrependia disso agora, era claro que aquilo era algum tipo de poder antigo, que ultrapassava certo limite. E não saber que limite era esse a deixava aflita. Pois era obvio que Arquia tinha cruzado uma linha.

- Dessa vez você não terá tanta sorte – a garota respondeu, deu apenas um passo à frente avançando, a lança já estava sobre o Senhor das Trevas, ele teve tempo apenas de defender com suas duas laminas – prepare-se para o fim.

Aquela voz que saia da morena não parecia dela, era carregada de poder, trovejante e arcaico. A pessoa a sua frente parecia mais um ser divino, não como aqueles das estórias que escutou quando crianças, seres benevolentes que vinham para curar e acabar com doenças e pragas. Estava furioso, era possível sentir a raiva em suas palavras e talvez outra coisa. Era como uma espécie de Anjo Vingador.

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O Senhor das Trevas sentiu suas próprias laminas tremerem em suas mãos, como se não fossem capazes de aguentar o impacto. Quando as duas armas colidiram, uma onda de choque se produziu a partir delas, o chão sobre seus pés começava a rachar. Ele gritou em fúria, trazendo seu poder do interior, para a superfície de sua pele, laminas e sombras, enquanto empurrava a garota para longe de si, recuando. Mas ele não teve tempo, suscetíveis golpes foram deferidos em sua direção, desviava, desviva, defendia, avançou tentando atacar quando viu uma brecha, o cheiro da morte que sentiu quando a lança foi em direção de sua garganta, defendeu o golpe com suas duas espadas, recou. Embora a garota já estivesse em cima dele, girou em uma meia lua tentando parti-la ao meio. Olhou em volta e não a via mais, moveu a cabeça de um lado para o outro procurando-a.

- Apareça! Seu verme rastejante- Suas próximas palavras foram cortadas, a morena estava dentro de sua guarda.

– Vamos acabar com isso de vez – a frase saiu em calma letal, com um movimento rápido a lança cantou, cortado da cintura ao ombro, o sangue negro jorrou.

Um punho o atingiu em cheio no tórax, chamas azuis faiscaram em espirais enviando uma onda que atingiu as paredes do lugar, rachaduras se formando, ao mesmo tempo que ele foi elevado, jogado para cima, seu corpo abriu caminho sobre o teto rochoso. O som de seus ossos se quebrando o deixou zonzo. Agora do lado de fora, tinha a visão de cima das três montanhas fundidas em sua fortaleza. Tentou pairar no ar, usando suas asas, dor física o atingia, como ele não sentia a séculos, respirou fundo, buscando acalmar seus órgãos danificado, sangue saiu de sua boca em uma tosse seca, foi quando olhou para seu próprio tórax que havia sido esmagado no formando do punho da garota. O sangue ainda saia do ferimento aberto. Riu. Isso parecia terrivelmente mal.

- O que é tão engraçado? – o ser sombrio olhou em direção a voz divina.

A suas costas um pouco mais acima dele pairando no ar, estava Alev, o ser sombrio engoliu em seco dando um passo para trás. Sobre o anjo, runas desenhas em chamas azuis, em espirais, talvez três ou quatro vezes maior que sua fortaleza. Era do tamanho do campo de batalha que cobria o chão abaixo deles. O selo dos humanos era feito para prendê-lo, para que dormisse, hibernado por um longo período de tempo. No entanto aquilo sobre sua cabeça era feito com um único intuito. Aniquilação. E pela forma como foi feita nenhum humano sairia ferido. Apenas ele e os seus. Raiva o inundou, crua e voraz.

- Então é isso capacho dos Deuses! Os humanos massacraram todo o meu povo, e os deuses não fizeram nada, disseram que não poderiam interferir, no entanto na primeira oportunidade que tiveram mandaram você para protege-lo! Hipocrisia! – Gritava em fúria, suas presas se abrindo a cada palavra cuspida – Acha que ficarei parado vendo meu povo cair novamente- uma lança de chamas azuis perfurou seu peito, sangue saiu da sua boca, o fogo escapava da arma, lambendo sua pele, buscando devora-lo vivo, o impedindo de se mover.

- Você se tornou um mostro, e espalhou suas criaturas sobre a terra, não estava apenas matando humanos, vocês estavam matando esse mundo, as aberrações que você criou são venenosas. Acha mesmo que os Deuses não fariam nada ao ver uma das suas maiores criações ser destruída? – o ser divino o encarou com o queixo erguido em clara superioridade – É obvio que não, mesmo que o custo disso seja salvar os humanos.

O ser sombrio não soube o que dizer, era verdade que aquele mundo era uma das maiores criações dos Deuses. Os feéricos surgiram com o intuito de cuidar dele, e como estava claro que eles logo não poderiam mais cumprir esse papel, os humanos apareceram em cena.

- Mesmo assim não deixa de ser injusto! – falou encarando o ser divino com o resto de sua fúria.

- Você estava vivo Skotadi. Tinha duas escolhas, a de criar, poderia ter restabelecido seu povo novamente, ter seguido em frente. Mas você escolheu está no passado, escolheu um caminho desastroso – ela levantou o braço, palma aberta em direção ao selo, em resposta as runas brilharam – Essa é a consequência de sua escolha, o final de sua jornada. Destruição.

A luz emitida pelo selo aumentou o cegando, a dor o percorreu, era como queimar em brasa, raios de sol que penetravam em seu corpo como flechas ardentes, sua alma estava em chamas. Os gritos vinham de todos os lados, não só dele, que gritava em agonia e desespero, se contorcendo impotente, enquanto suas criaturas também morriam a sua volta. Seus filhos. Com o tempo que pareceu séculos, os sons se tornaram eco. Então parou. O silencio reinou, se sentia como uma folha sendo guiada pelo vento, um calor o envolveu, o suspendendo no lugar, era confortante, aconchegante, a lembrança de esta nos braços de sua mãe quando criança, uma luz surgiu em sua visão turva.

- Parece que enfim você chegou – era como um sussurro atrás da sua orelha, e ao mesmo tempo a voz vinha de todos os lados – Foi uma árdua jornada a sua, mas vamos esperar que na próxima não tenha tantos empecilhos – o calor o envolveu mais ainda, sua visão escureceu, caindo no inconsciente, sem dor, raiva, medo. Apenas paz e tranquilidade.



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