História Mitw - Eu Só Quero Amá-lo - Eu não Significo Nada

P.O.V Mike

Estava naquele abraço da Ketty, até que escuto uma freada brusca perto daqui.

-Você escutou isso? –Mike

-Isso o que? –Ketty

-Essa freada. Será que aconteceu algo? –Mike

-Provavelmente não foi nada, Mike, não se preocupa com isso. –Ketty

-Eu vou ver se foi algo, alguém pode ter se acidentado. –Mike

Me solto de seu abraço e saio correndo na direção do som. Quando eu chego lá, vejo um grupo de pessoas formando um círculo perto de um carro no meio da rua. Tento entrar no círculo para ver o que havia acontecido, e nunca havia me arrependido tanto na vida. No meio do círculo estava Pac, desacordado e com a cabeça sangrando, enquanto duas meninas tentavam acordá-lo e as pessoas em volta ligavam provavelmente para uma ambulância. Assim que o vejo, caio de joelhos no chão, chorando. Não. Mil vezes não. Isso não poderia estar acontecendo. Não com ele. Não com a pessoa que eu mais amo nessa vida.

-Você é o Mike certo? –Uma das meninas que está chacoalhando-o

-Sim... Como você... –Mike

-Depois nós falamos! Precisamos de uma ambulância agora! –A outra menina disse

Assim que pego o meu celular para ligar pra emergência, a ambulância chega. As pessoas desconhecidas foram mais rápidas que eu. Como eu posso dizer que o amo? Eu sou um monstro. Eu não sei o que fazer. Não sei como será minha vida se eu perder ele. Vejo os médicos o colocando numa maca e o levando para dentro da ambulância.

-Eu posso ir com ele? –Mike

-Pode, sim, precisamos de alguém responsável por ele enquanto não contactamos à família. –Médica

Subo na ambulância e vejo os médicos tentarem estancar o sangue que saia de sua cabeça. Eu o olhava e só conseguia soltar lágrimas. Estava tentando ser forte, para não atrapalhar os médicos, mas não dava. Eu não conseguia olhar pra ele sem chorar.

---No hospital---

Os médicos o levaram para uma sala já fazia 1 hora. Já fazia 1 hora que eu estava sem notícias do estado dele. Eu andava de um lado para o outro naquela sala de espera, até que uma mulher chega no hospital, desesperada.

-Onde está ele? Onde está meu filho? Ouvi que ele está aqui! Eu preciso vê-lo!  -???

-Seu filho é Tarik Pacanhan? –Mike

-Sim! Você o conhece? Sabe onde ele está? Já o viu? Como ele está? -???

-Eu sou um... amigo. Eu ainda não o vi. Não me disseram nada sobre o estado dele. –Mike

-Ai meu Deus. Meu filho... O que houve com ele? –Ela começa a chorar

-Ele foi atropelado... –Mike

Estava segurando as lágrimas enquanto lembrava daquela cena. Preciso ser forte se quiser acalmá-la.

Me sentei em uma das cadeiras disponíveis e a chamei para sentar do meu lado. Ela se senta e eu a abraço de lado, numa tentativa falha de acalmá-la. Ela estava chorando muito.

-O meu nome é Mike. Qual é o seu? –Mike

-N-Neide... –Ela disse entre soluços

-Não se preocupe, Neide. Eu tenho certeza de que ele ficará bem. –Mike

Eu espero que ele fique.

Fiquei abraçado com ela por uma meia hora. O choro dela não diminuiu 1 segundo sequer.

-Senhora Pacanhan? O seu filho sobreviveu. Por pouco. –Médico

-Graças a Deus! Podemos vê-lo? –Neide pergunta desesperada

-Eu tenho uma má notícia, senhora. Por causa da pancada, ele entrou em coma. Ele está com a respiração e batimentos estáveis, por isso pode visitá-lo. Ele está no quarto 416. Me chame se perceber alguma reação do mesmo. –Médico

Nós dois nos levantamos e fomos em direção ao quarto.

A cena dele deitado naquela cama doeu meu coração. Pelo menos ele está vivo.

-Eu... vou deixar você a sós com seu filho. –Mike

Saí daquela sala e fiquei encostado na parede ao lado da porta. Encostei minhas costas ela e fui escorregando até me sentar no chão. Coloquei minha cabeça entre meus braços e soltei todas as lágrimas que estava prendendo.

Fiquei ali por alguns minutos, até que escuto a maçaneta da porta. Me levanto rapidamente e seco minhas lágrimas.

-Pode ficar com ele, Mike. Eu vou voltar pra casa. Ainda tenho coisas pra resolver. Me avise se ele acordar. Aqui meu número. –Neide

-Ok... –Mike

Pego o papel que ela me deu e coloco no bolso. Abro a porta lentamente. Não sei se estou pronto para encará-lo daquele jeito.

Tomo coragem e adentro o quarto. O olho e uma lágrima escorre meu rosto. Me sento em uma cadeira ao lado de sua cama.

-Você não merecia isso... Mesmo você me enganando... Você não merecia isso... –Mike

Mais algumas lágrimas descem pelo meu rosto.

Começo a cantar Hurts Like Hell e a chorar mais ainda.

Eu amei, e eu amei, e eu perdi você. E isso dói como o inferno.

Fiquei ali até que o horário de visitas acabasse. Eu fui pra casa, mesmo a contragosto, porque queria ficar ali com ele. Queria ser o primeiro a saber que ele acordou. Queria ser o primeiro a ver ele se mexendo. A ver ele vivo. O que eu estou pensando? Quem deve saber essas coisas é a família dele. Eu não sou nada pra ele. Eu não significo nada pra ele.

-Por: Mah-

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