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História Subliminar - Bônus


Escrita por: zarrybyziegler

Capítulo 7 - Bônus


Fanfic / Fanfiction Subliminar - Bônus

Um carro quase o atropelou quando atravessou a rua totalmente distraído, atordoado, xingou o motorista com a primeira palavra de baixo calão que passou por sua cabeça, correndo rapidamente para a outra extremidade da movimentada avenida.

A luz natural que pavimentava a principal rua da cidade o deixava desconfortável, uma vez que estava acostumado com a vida noturna, constantemente agitada, e suas adeptas luzes vermelhas no quarto, que pareciam se adequar perfeitamente ao seu estilo de

Mal-humorado, checou por mais uma vez o delicado cartão retangular encaixado na palma da mão direita, as letras cursivas em "Edwardian Script ITC" enfatizando um nome eufônico na ponta, acompanhado por um número de telefone e um endereço.

Poderia prever quão detalhista o dono do cartão havia sido na hora de encomendá-lo, sabiamente usando tons de azul que não se assemelhavam ao ciano, nem ao marinho, mas chegavam próximos do azul grisaceo.

Quando leu o nome entre reticências outra vez, lembrou do quanto fora persuasivo ao insistir para a maldita Nancy Gillen que precisava do endereço de seu psicólogo, frustrando-se outras dezenas de vezes quando a colega de classe recuava, assustada em como o moreno sabia daquela informação.

Queria expor e enfatizar para a garota como era bom ter a privacidade violada sem sua determinada autorização, mas conteve os retrucos ao imaginar que seu humor implicante não colaboraria com muita coisa.

Após afirmar veementemente que havia escutado por alto sobre as visitas da garota ao psicólogo, conseguiu o que tanto almejava, tendo que prometer que não comentaria o "segredo" da colega com mais ninguém.

Não entendia o motivo dela se envergonhar em expor que frequentava um psicólogo, quando, na verdade, deveria se envergonhar em ter traído o namorado ao pagar por uma de suas aulas práticas, mesmo que a intenção tenha sido para ajudá-los durante o sexo.

De volta ao presente, encarou o prédio espelhado de catorze andares em sua frente, enchendo as bochechas com ar quando a ideia em sua mente se tornou estúpida, totalmente fora de nexo.

Havia o evitado por muito tempo, o máximo de tempo que uma pessoa poderia ficar sem que enlouquecesse, mas durante o início daquele semana, Zayn havia, finalmente, baixado a guarda, admitindo para si próprio que não poderia deixar as coisas como estavam, não por muito mais tempo.

Esvaziando as bochechas, girou os lábios algumas vezes antes de adentrar o tumultuado edifício comercial, esbarrando em vários ombros antes que conseguisse chegar até a recepção, sendo acolhido primeiramente pelos olhos amigáveis de um senhor grisalho.

— Bom dia. — Fora cumprimentado. — Posso ajudar o senhor?

Agarrou o cartão com mais força, quase o amassando, torturando-se lentamente com pensamentos que imploravam para que ele desse meia volta e corresse para longe daquele lugar.

Não seja covarde, pensou.

Aquele homem não havia tido um pingo de vergonha quando fora procura-lo na faculdade, descaradamente implorando para que o ajudasse com seus fetiches carnais e divergentes.

Retomando a compostura, disse em voz firme:

— Tenho uma consulta marcada com o Dr. Styles.

— Oh, claro, veio pelo Dr. Styles. — Ele se apressou em puxar uma caderneta do balcão. — Eu só preciso confirmar seu nome, senhor...

— Price, Barry Price. — Assegurou da maneira mais natural que conseguiu.

Prendendo o fôlego, observou o senhor analisar todas as folhas impressas, frente e verso, até que suas sobrancelhas se ergueram para o alto e um minucioso sorriso surgiu em seus lábios.

— Aqui está. — Ele riscou o nome com um marcador azul. — Barry Price, consulta marcada com o Dr. Styles às nove e quarentena e cinco.

Manuseou a cabeça lentamente para cima e para baixo, mantendo a discrição.

— Preciso que assine aqui antes de subir.

Encarou a linha pontilhada e apanhou a caneca esferográfica pendurada na prancheta, rasurando a primeira letra quando escreveu um "Z" ao invés de um "B".

Conferindo que não havia trocado nenhum outro nome, devolveu a caderneta para o balconista, enfiando as mãos automaticamente nos bolsos do jeans quando uma onda de nervosismo o atingiu.

— Tudo certo, senhor Price, está liberado para subir. — Ele alertou, acenando com a cabeça. — O Dr. Styles já o aguarda em sua sala, décimo primeiro andar, número quarenta e três.

Agradeceu com um sorriso meia boca e caminhou em direção aos dois elevadores, apertando em ambos os botões, torcendo mentalmente que eles demorassem a chegar até solo, dando-o o tempo que precisava para se preparar para o que viria a acontecer.

Quando o elevador da direita disparou para baixo, abrindo suas portas, ele pode sentir alguma coisa remexer em seu estômago, intuitivamente reconhecendo as, não tão familiares, borboletas.

As pontas de seus dedos se tornaram subitamente geladas, os pés travando no chão de granito, pelo canto dos olhos conseguiu ver algumas pessoas entrando no cubículo de metal, apertando o botão de seus determinados andares.

Teve que agir rapidamente quando as portas começaram a se fechar, enfiando o braço na abertura que restara, colocando o corpo no elevador quando as chapas prateadas se abriram outra vez.

Avistando a gama de botões no canto superior do lado esquerdo, apertou o de número onze, sentindo-se sem fôlego cada vez que os números no topo do elevador acresciam.

Em determinado momento, todas as quatro pessoas que haviam entrado junto com ele desembarcaram no sexto andar, deixando-o sozinho e terrivelmente aflito.

Quando o elevador abriu suas portas no décimo primeiro andar, demorou algumas frações de segundos para mover as pernas para fora dele, dando de cara com uma placa marmorizada de bronze.

Sala 42: Design de interiores (Abner Taylor)
Sala 43: Consultório de psicologia (Harry Styles)
Sala 44: Advocacia (Brown, Jones e Davis)
Sala 45: Corretoria de seguros (Elizabeth Wright e Karen Gonzalez)

Contabilizou dois minutos lendo aquela placa, uma, duas, três, quatro vezes, a quantidade de vezes necessária para que decorasse o nome e sobrenome de todos que trabalhavam naquele andar.

Admitindo que aquilo soava ridículo, direcionou o corpo até a segunda porta, onde uma pequena plaquinha prateada enfeitava a madeixa maciça, com um nome talhado em letra cursiva.

DR. STYLES, PSICÓLOGO.

Sentiu uma queimação no peito chamar sua atenção, como se uma vozinha interior gritasse que ele precisava assumir outra postura ao passar por aquela porta, reforçando que deveria agir com confiança, do mesmo modo que ele havia se portado quando estavam em seu apartamento, nus e devassos.

Deu três toques na porta, enfiando as mãos outra vez nos bolsos, esperando ansiosamente o momento em que seus olhos se encontrariam com os verdes novamente.

Ouviu alguns passos se aproximando, o barulho dos solados sincronizando com as batidas de seu coração, cada passo ressonando mais perto, até que o barulho da fechadura se destravando ecoou e a porta, lentamente, se abriu.

O sorriso nos lábios rosados se desfizeram no segundo em que os olhos colidiram, como se uma onda de frustração o tomasse da cabeça aos pés, minuciosamente compreendendo a situação pouco à pouco.

— Mentiroso do caralho.

Ergueu a sobrancelhas, surpreso pelo linguajar que fora recebido, não esperando aquela conduta de um homem tão obstinado quanto Harry.

Ele parecia inseguro. Confuso, talvez?

O olhou mais de perto quando entrou no consultório ao que o corpo do outro abria espaço, ainda com uma expressão perplexa no rosto.

— Essa é nossa primeira consulta. — Zayn ressaltou, ocupando uma poltrona branca. — Me soa um pouco inadequado ouvir você usando essas palavras.

— Mentir sobre o próprio nome ao marcar uma consulta também me soa um pouco inadequado. — Retrucou, mantendo-se em pé. — O que você está fazendo aqui?

— Você é um psicólogo, realmente não faz ideia do motivo da minha visita? — Zayn o questionou, sentindo o corpo afundar no acolchoado.

Analisou rapidamente o consultório, sentindo tranquilidade e tédio quando as cores predominantemente claras refletiram pelos móveis rústicos, sendo o divã azul o único item com cor em toda sala.

O nervosismo esvaeceu tão rapidamente que toda e hesitação de minutos atrás pareceu não existir, como se vê-lo outra vez depois de um mês e meio não passasse de uma questão de tempo relativa.

— Sou um psicólogo, não um mestre advinha.

Remexeu-se na poltrona, desconfortável pela maneira que o outro ainda permanecia em pé, com os braços cruzados, encarando-o com estranheza, como se ele não fizesse o contraste perfeito com o mundinho estético e organizado que ele havia criado naquele espaço.

— Estou aqui porque você fodeu com a porra da minha cabeça. — Revelou, sorrindo amargamente. — E isso é tão contraditório.

Esperou que o outro finalmente tomasse controle da situação e assumisse a postura que costumava se portar quando se encontravam em seu apartamento, mas continuou sendo encarado de forma indiferente.

Harry era um psicólogo formado, era especialista em esconder suas reais emoções, então, pensando naquilo, percebeu que havia iniciado um jogo que não sabia jogar.

— Aqui é o meu local de trabalho, não é apropriado que conversemos sobre assuntos pessoais. — Mudou completamente o assunto, semicerrando os olhos. — Por qual razão mentiu sobre seu nome?

— Não estava confiante que você me receberia, caso soubesse que era eu. — Zayn admitiu, agarrando os braços da poltrona. — E eu precisava que fosse você, somente você pode me ajudar.

— Olha, eu não acho que posso ajudá-lo com seu problema...

— Sim, você pode. — Cortou-o ligeiro, quase se levantando.

— Zayn, eu...

— Eu paguei pela consulta! Você está sendo antiprofissional em me recusar. Então mesmo que não queira falar comigo, terá que me aguentar pelos próximos... — Encarou o relógio perfeitamente alinhado em cima da porta. — Cinquenta e cinco minutos.

Sem reação, observou Harry limpar a garganta e finalmente se aproximar, descruzando os braços de forma preguiçosa, tomando a poltrona posicionada em sua frente, enterrando o corpo no acento como pedra.

— Tudo bem então, se você insisti, vamos começar a sessão.

Lutou contra a vontade de revirar os olhos, aborrecido pela indiferença na voz do outro, o leve tom de soberba fazia-o questionar se aquele era o mesmo Harry que costumava atender durante a maioria dos seus finais de semana.

— Então, Sr. Price...

— Harry, não faça isso, por favor. — Implorou, chacoalhando a cabeça algumas vezes. — Você sabe o meu nome de verdade, gostaria que usasse ele.

— Tudo bem. — Puxou a caderneta na mesinha ao lado da poltrona e anotou algumas palavras na primeira folha. — Me fale um pouco sobre você, sobre sua vida, seus familiares, sua infância, seus relacionamentos sociais e amorosos, Sr. Malik.

O modo como seu nome saíra frisado dos lábios voluptuosos entregou que tudo aquilo não passava de uma grande piada para o psicólogo, a má vontade praticamente estampada em seus olhos verdes.

— Certo, Dr. Styles. — Enfatizou a denominação para mostrar que entraria naquele joguinho idiota. — Bem... Sou filho único de pais separados, desde pequeno morei somente com minha mãe, mas nunca sofri com o fato do meu pai ter nos abandonado quando eu ainda era recém-nascido.

— Sabe explicar o motivo de nunca ter se importado com a ausência do seu pai? — Questionou, anotando mais algumas coisas na folha por um longo tempo.

— Sinto que nunca precisamos dele, nem financeiramente, muito menos emocionalmente. — Deu de ombros. — Minha mãe trabalhava muito quando eu era criança, se eu não estava no integral da escola, estava na creche. Não éramos a família mais afortunada da rua, mas sempre tivemos uma estabilidade financeira confortável.

— Gostaria de ter tido mais atenção da sua mãe? Na infância. — Harry cruzou as pernas, encarando-o nos olhos.

— Amor não me faltou, se é isso que está insinuando. — Sorriu sem humor. — Ela sempre foi muito amorosa e, quando chegava, fazia o possível para gastar o resto da noite comigo.

— Sua mãe ainda é presente em sua vida? Durante a fase adulta.

— Por que está fazendo tantas perguntas sobre minha mãe? — Encarou os olhos verdes com estranheza.

— Sei que a escolha das minhas perguntas podem não fazer sentido agora, Sr. Malik, mas cada uma delas é importante para que eu descubra o motivo que o levou a vir até a terapia. — Harry relatou, encerrando o longilíneo contato.

— Você sabe exatamente o motivo que me levou a fazer terapia.

Silêncio.

Continuou inquieto no assento enquanto observava o outro anotar uma quantidade absurda de palavras na caderneta, ignorando totalmente a resposta que havia recebido.

Por um segundo questionou o profissionalismo de Harry, ciente que ele não havia separado a vida pessoal da profissional desde o momento em que seus olhos se encontraram pela primeira vez na porta.

— Como anda sua vida? Você acha que pode considerá-la estável? — Por fim perguntou, com o rosto se contraindo bastante.

— Situo em um estágio da minha vida que me agrada bastante, entrei na faculdade com bolsa, estou no quarto período de medicina, sai da casa da minha mãe tem quase um ano, me mudando para um apartamento pequenininho, e finalmente consegui comprar um carro de segunda mão, mas esqueço de colocar gasolina nele na maioria das vezes.

— Qual é a sua forma de sustento? Bancar um apartamento sozinho pode pesar bastante na sua saúde mental, toda a responsabilidade da vida adulta voltada para si próprio.

Encarou o outro de forma divertida, decidindo em como abordaria aquele assunto.

— Substituo um amigo em um café algumas vezes na semana. — Molhou os lábios com a língua lentamente. — Mas minha maior fonte de renda são minhas atividades extracurriculares.

Captou o exato momento em que o outro se remexeu pela primeira vez na poltrona, engolindo uma quantidade excessiva de saliva, voltando a anotar uma ampla quantidade de palavras.

— E você gosta do seu trabalho? — Perguntou, inexpressivo.

— Não tenho o que reclamar, eu me divirto bastante.

Supriu o sorriso zombeteiro dos lábios quando os olhos verdes o cercaram com uma nuance de frustração, como se lutasse contra a vontade de sair daquele personagem, ansioso para perguntar de uma vez por todas o motivo daquela consulta.

— Você parece bastante resolvido quanto ao abandono do seu pai, tem uma vida financeira efetiva, emocionalmente não apresenta nenhum distúrbio. — Harry constatou. — Até agora você apresenta um quadro emocional estável. Normalmente, com meus outros pacientes, eu costumo encontrar o problema apenas com essas poucas perguntas.

— Você não perguntou com o que eu trabalho. — Zayn ressaltou, juntando as próprias mãos. — Talvez os meus problemas emocionais sejam resultado das minhas atividades extracurriculares.

Harry deixou a caderneta escorregar das suas mãos, caindo em meio as pernas, o pesar da frase alastrando-se como arrepios por seu corpo.

— Você realmente não vai me perguntar sobre o meu trabalho? — Zayn replicou, lambendo lentamente os lábios, usando o tom de voz mais provocativo.

Ouviu um pigarreio escapar pelos lábios tensos, a caderneta voltando a cobrir metade da bela face tensa, as pernas se cruzando com mais firmeza, o corpo aderindo uma compostura ereta.

— Quais são suas atividades extracurriculares, Sr. Malik? — Harry perguntou, um grave desconforto ecoando por sua voz.

Zayn respirou fundo, admirando-o com atenção.

— Aos dezessete anos descobri que eu era muito bom na cama, e acredite, não estou me vangloriando com isto. — Iniciou, erguendo a coluna para frente, apoiando os cotovelos nas coxas. — Quando entrei na faculdade, resolvi que não aceitaria mais dinheiro da minha mãe, então juntei o útil ao necessário.

Esperou que Harry se pronunciasse, ou ao menos esboçasse alguma reação, mas tudo o que recebeu fora um bosquejo inexpressivo.

— Então comecei a repassar minhas experiências sexuais com outras pessoas, cobrando um valor por isso. — Continuou, usando as próprias mãos para sustentar o queixo. — E estava tudo bem, poucas pessoas sabiam, eu costumava receber duas pessoas por semana, uma ou duas sessões bastavam para resolver as frustrações sexuais delas.

— E isso, de alguma forma, o afetou? — Harry perguntou, baixando as folhas de anotações, curioso pela resposta.

— Na verdade não... Apenas uma delas me afetou. Pela primeira vez em meses eu comecei a me questionar se o que eu fazia era sujo, se era errado, se minha mãe me repudiaria se descobrisse, se meus amigos parariam de falar comigo se soubessem. — Enrugou a testa, bufando desconfortável. — E essa pessoa simplesmente não se importou como eu me sentiria depois. Apenas escancarou o que achava das minhas atividades e foi embora, sem perguntar por qual motivo eu fazia aquilo, sem dar a chance de me defender.

— Talvez essa pessoa não seja adequada para entender o seu trabalho. — Harry insinuou, voltando a anotar na ficha.

— E por que o senhor acha isso, Dr. Styles? — Encostou as costas novamente na poltrona, semicerrando os olhos.

— Talvez ela tenha ficado assustada quando notou o que você fazia, que tenha se retraído ao perceber que você se deitava com várias pessoas além dela. — Deu de ombros, pressionando os lábios momentaneamente.

— Ela sabia desde o início o que eu fazia, veio até mim completamente ciente desses fatos. — Retrucou, segurando os braços da poltrona.

— A ficha da pessoa poder ter caído somente depois, ele pode ter se sentido ofendido com alguma coisa que você fez ou falou. — Entortou os lábios, colocando a caderneta na mesinha ao lado.

— Oh, então você sabe que estamos falando de um homen? — Zayn ergueu as duas sobrancelhas, sorrindo discretamente. — Você disse que não era um mestre adivinha, mas estou começando a duvidar disso.

Ironizou, vendo o claro desalento de Harry, achando engraçado a forma que o outro chacoalhava a perna esquerda sem parar.

— Eu... Eu apenas deduzi... — Desistiu de continuar, devido aos gaguejos.

— Estou com problemas, Dr. Styles. — Assumiu, divertindo-se pela forma que os olhos verdes o evitavam. — Tudo o que minha mente produz são lembranças da forma que eu fodi ele gostoso.

Desabou.

A firme barreira emocional que Harry havia erguido tinha acabado de desabar, um suspiro surpreso escapando por seus lábios, um terrível nó formando-se em sua garganta, como se desabasse junto com sua barreira.

— É, acho que acabei de encontrar o motivo que o trouxe até a terapia. — Harry cochichou, limpando a garganta. — Você não lida muito bem com rejeições.

— Desculpe discordar, mas sua conclusão está errada. — Zayn sorriu sem humor. — Eu não ligo para rejeições, caso contrário teria procurado meu pai pelo menos uma vez na vida. A verdade é que eu não lido bem com assuntos inacabados.

— Essa pessoa que atormenta seus pensamentos, possivelmente foi um dos seus clientes... Não acha que está sendo muito emocionado por agir dessa forma? Vocês fizeram sexo conforme o combinado e ele saiu da sua vida, assim como todos os outros que você já atendeu. — Harry usou um tom de voz sinuoso, apertando um dos joelhos. — Por que você simplesmente não o esquece?

— Porque ele foi o único que não voltou pedindo por mais.

— Provavelmente ele não esteja interessado em sair com alguém que se prostitui... — Calou-se subitamente, compreendendo o que havia dito.

— Oh, então é isso? Você não quis tentar nada comigo porque acha que eu me prostituo? — Olhou-o desgostoso.

— Não estamos falamos de mim... — Fora cortado.

— Sim, estamos falando de você! — Zayn aumentou o tom de voz, ríspido.

— Sr. Malik, acredito que...

— Você pode parar com essa porra de Sr. Malik!? — Zayn rugiu com braveza. — Não era esse nome que você gemia enquanto eu fodia você.

Arrependeu-se das palavras quando Harry arregalou os olhos e levantou desajeitadamente da poltrona, os lábios entreabertos, o rosto tão pálido quanto os móveis que ornamentavam o consultório, a caderneta emitindo um barulho sobrestaste enquanto caía no chão.

— Horas, quem está sendo antiprofissional agora? — Apontou, abaixando-se rapidamente para segurar a caderneta outra vez. — Qual a merda do seu problema?

— Harry, eu só quero conversar sobre o que aconteceu. — Zayn levantou, suspirando nervoso.

— Não temos que conversar sobre nada, não entende? Esta é a coisa mais fodida que já me aconteceu. Eu tentei de todas as formas entender este encontro, mas nada cabível passou por minha cabeça. — Harry levou as mãos para a cintura e caminhou até a janela, fechando os olhos para puxar ar. — Eu ofendi você quando disse que suas práticas eram um tipo de parafilia?

Observou as costas largas e tensas se virarem, os olhos verdes o encarando com estranheza.

— O quê? Claro que não. Mas isso abriu meus olhos sobre o que eu estava fazendo... Me senti mal por tê-lo jugado quando eu mesmo fazia algo mal visto pela sociedade. — Zayn aproximou-se em dois passos, enterrando as mãos no bolso da calça. — Você despertou um interesse em mim que eu nem mesmo posso entender, desejei dezenas de vezes que você me procurasse outra vez, que quisesse me conhecer de verdade... E desejei outras milhares que eu pudesse tê-lo novamente, pelo menos por mais uma vez.

— Já chega! Quero que vá embora. — Apontou para a porta, o rosto tomando uma coloração vermelha.

Permaneceu imóvel, tentando lembrar em qual momento havia perdido o controle da situação, concluindo mentalmente que fora no minuto em que cruzou a porta.

Se dando por vencido, caminhou amuado até a saída, ouvindo os sapatos sociais do outro chocarem-se contra o chão, acompanhando-o em um ato de formalidade.

— Entrarei em contato com você mais tarde, para resolvermos o estorno do dinheiro. — Harry comentou, virando a chave na maçaneta

— Harry. — Chamou-o, parando no meio da passagem.

— Pois não, Sr. Malik? — Harry perguntou, em um tom cansado.

— Você já tem um diagnóstico? — Questionou, segurando a madeira com força, impedindo que o outro a fechasse.

— Não compreendi. — Enrugou a testa.

— Nos momentos em que estávamos sendo civilizados um com o outro, você não parou de escrever na caderneta. — Zayn relembrou, colocando-se outra vez para dentro do consultório. — Creio que seja importante eu saber sobre suas anotações, deve ter alguma coisa que você concluiu que possa me ajudar a esquecer o que tem me atormentado.

Observou Harry jogar as sobrancelhas para o alto, como se tivesse sido pego em flagrante, a mão largou a maçaneta instantaneamente, chocando-se contra a coxa, os lábios se abrirem minimamente em surpresa.

— Você quer ver minhas anotações? — Perguntou, dando alguns passos para trás.

— Seria interessante. — Zayn jogou o beiço para fora.

— Não acho que seja necessário. — Harry assentiu negativamente. — São só besteiras, um procedimento padrão.

— Ainda quero saber o que você escreveu. — Zayn insistiu, fechando a porta para cruzar os braços. — Como já disse, não gosto de assuntos inacabados, então se eu vim até um psicólogo: quero saber qual a conclusão dele.

— Compreendo.

Rolou os olhos com estranheza enquanto seguia Harry, não entendendo seu súbito nervosismo, findado como se seu raciocínio houvesse sido derrubado junto com sua barreira.

Captou o momento que o outro segurou a caderneta com força, soltando uma baforada de ar antes de se aproximar outra vez, entregando com hesitação o utensílio, a mão tremulando quase que imperceptível.

Descruzou os braços para pegar a caderneta, surpreendendo-se com a quantidade de palavras na primeira folha, as letras escritas com pressa, quase rasuradas e engarranchadas umas nas outras, ao todo composto por seis parágrafos.

Espremeu um pouco as pálpebras para compreender o que estava escrito, sendo sondado pelos olhos verdes.

Logo iniciou a leitura:

"Estou escrevendo qualquer coisa agora, porquê não estou me sentindo à vontade com você aqui, não depois do que fizemos juntos, mas preciso me manter ocupado, não vou conseguir me portar como um profissional graduado nem mesmo se eu fingisse que você é outra pessoa... Será que se eu tentar imaginar que você é o Barry Price ajudaria?"

"Você também me parece desconfortável. Como não estaria? Mas, afinal, por qual motivo você veio aqui? Por que me procurou depois de tanto tempo? Pela forma que sua respiração está pesada, posso sentir que você está com raiva da minha indiferença. Está com raiva pelo fato de eu estar passando mais tempo anotando palavras nessa ficha idiota do que prestando atenção em você."

"Claro que eu não sei "exatamente" o motivo que o trouxe aqui, mas posso tentar adivinhar, porquê é tão difícil para mim quanto para você esquecer nossas noites juntos. Todas às vezes que Nancy Gillen veio até mim, eu só consegui pensar em você. E isso me faz ser um psicólogo de merda, sabia? O pior é que eu senti um alto teor de ciúmes quando lembrei que Nancy havia o tocado da mesma forma que você me tocou... Mas depois fiquei bem, fiquei quando lembrei que nenhum dos seus "alunos", jamais, foi tocado do mesmo jeito que você me tocou."

"Eu não sei o que anotar, não tenho mais o que anotar, nem mesmo consigo entender o que estou escrevendo agora, nunca me senti tão estúpido quanto nesse momento. Por qual motivo eu me sinto assim com você? Eu deveria estar no controle! Eu sou controlado. Eu paguei uma fortuna na faculdade para saber lidar com esse tipo de situação, mas com você tudo se torna complicado, inusitado... Único."

"Pare de me olhar, droga! Eu não consigo me concentrar desse jeito, não sei nem mesmo o que escrever, mas eu preciso continuar, e isso é tão ridículo! Me sinto como naquelas situações em que somos obrigados a pegar o celular para ver as fotos na galeria, porquê não sabemos como reagir diante ao que está acontecendo. Queria poder pegar meu celular agora."

"Cheguei à uma conclusão, Zayn. Você tem a necessidade de me ter, você me quer porquê sou um desafio, sou uma curiosidade, sou uma nuance de euforia, sou um parâmetro elevado. Eu te dei conforto na cama, te dei prazer, apresentei novidades, excedi os seus limites, abri portas para o desconhecido... A situação é fodida porque você me deu tudo isso de volta em proporções iguais."

A cabeça de Zayn latejava, então sem contexto, sem hesitação, sem ditar uma palavra sequer, jogou a caderneta no chão e avançou até Harry. Se aquele era um jogo de quem cedia primeiro, faria questão de perder.

— O que você me deu não foi suficiente, Harry. Eu quero mais, com você eu sempre vou querer mais. — Sussurrou com voz rouca, enquanto abaixava a cabeça. — E eu quero mais agora!

Seus lábios roçaram os de Harry, com tanta gentileza quanto o toque de uma pena pousando em sua pele. Tomado pelo desejo, ouviu o outro ofegar, lutando contra a vontade de puxá-lo para mais perto e aprofundar o contato.

Zayn levou as mãos para acariciar-lhe o rosto, então juntou de uma vez por todas os lábios, intensificando o beijo, mordiscando-lhe o beiço inferior, fazendo-o se arrepiar de desejo.

Os dedos se entrelaçaram nos cabelos castanhos, a outra mão desceu para a cintura delgada, trazendo-lhe o corpo para um contato mais íntimo. Harry tentou inclinar-se para trás, mas aquilo somente pressionou sua cintura mais ainda.

A ereção de Harry era evidente contra seu quadril, induzindo que seu desejo por ele aumentasse. O calor da respiração dele em seu rosto o tirou de seus pensamentos, com a pulsação acelerada, desvencilhou-se do abraço, levando alguns momentos para recuperar o fôlego.

Os olhos verdes que o fitavam continham puro ardor, esperando que ele tivesse outra iniciativa para acarretarem o queriam fazer, o peito arfando ligeiro contra a camisa social.

Zayn umedeceu os lábios, saboreando o gosto do outro pela última vez. Comprimindo os lábios, o moreno fechou a distância entre eles, encurralando-o como um predador faz com sua presa. Harry afastou-se para trás até que a parede o impediu.

No principio, percebeu o quanto Harry estava chocado para reagir aos atos, mas continuou imprensando-o contra a superfície fria, sentindo os braços do castanho contra o seu peito, pretendendo afastá-lo.

Mas então as mãos de Zayn se tornaram gentis sobre seu rosto, e naquele momento de hesitação o beijo sedento fraquejou-lhe a resistência, então, novamente, contra cautela e bom-senso, o corpo de Harry respondeu.

Zayn foi rápido em desabotoar a camisa de botões pelo torso do outro, encontrando olhos verdes despertos e curiosos. Quando o polegar do moreno encontrou um mamilo, Harry gemeu, inundado por um fogo que parecia consumi-lo.

Em vez de afastá-lo desta vez, os dedos do outro agarraram a camisa masculina com voracidade. Zayn percebia que Harry pensava que não deveria estar fazendo aquilo, mas no momento não podia lembrar-se por que, e também não se importava.

Zayn abruptamente soltou-o e afastou-o quase de modo rude. Ofegante, encarou-o.

— Você me quer, Harry? Você também tem essa necessidade de me ter?

— Cale a porcaria da boca e continue o que estava fazendo! — Retrucou, esbravejando.

Impaciente, libertou-o, despindo-o da calça e da cueca, tombando-o de costas contra o divã. Em seguida, tirou um preservativo do bolso da calça e voltou-se para o de olhos verdes. O acolchoado azul afundou sob seu peso e suas coxas separaram as de Harry. Ele plantou as palmas da mão ao lado da cabeça dele.

Sentiu Harry pressionar as mãos em seus ombros, evitando que ele baixasse a boca sobre seus peitos, o lugar que queria tanto saborear.

— Espere, vamos devagar. — Harry murmurou, provocativo.

Zayn fechou os olhos com força e respirou fundo. As veias do pescoço e das têmporas pulsavam. Quando ele levantou as pálpebras, pôde ver o quanto se controlava.

Como em câmera lenta, Zayn dobrou os cotovelos e abaixou-se, sem fazer o contato completo entre os corpos. Roçando os lábios de leve diversas vezes.

Seus beijos percorriam o rosto de Harry, o queixo, o pescoço, molhando-o aos pouquinhos. Seus dentes arranhavam-lhe a pele bem de leve, fazendo-o tremer de desejo.

Acariciando-lhe os cabelos, sentiu Harry trazer a boca de volta para a sua, sendo recompensado com um beijo voraz.

Zayn levantou a cabeça, estendeu-se ao seu lado e apoiou-se nos cotovelos. O corpo inteiro o cobria do ombro ao tornozelo, enquanto o olhar dos olhos castanhos parecia devorá-lo.

Zayn acariciou os peitos, a cintura, a barriga, enlouquecendo o outro de desejo. Depois seus lábios fizeram o mesmo caminho.

A boca do moreno encontrou o centro masculino, e, consumido por um desejo feroz, Harry esqueceu tudo sobre ir devagar. Arqueou os quadris e abraçou-o, sentindo-o.

— Agora. — Harry sussurrou.

Zayn o pegou pelos joelhos e posicionou-o sobre seu quadril, rolando-o para o lado, deixando suas pernas mais abertas e expostas. Olhando-o fixamente, o moreno cuspiu na entrada convidativa, deslizando a mão para o centro macio.

Zayn adorou a expressão nos olhos dele, como se estivesse tão perto de perder o controle quanto ele. Dedos se inseriram em seu interior, depois foram retirados, deixando Harry sedento por mais.

No momento que Zayn massageou o ponto mais sensível de seu pênis com o polegar, em movimentos circulares, Harry fechou os olhos, tomado por um intenso prazer.

A pressão se construiu até beirar à dor. Querendo, precisando de mais, Harry ergueu seus quadris num convite, pressionando-se contra a mão do moreno.

— Zayn, por favor.

— Calma, vamos devagar. — Debochou, lançando um sorriso maldoso.

Harry estava tão perto que suas costas arqueavam por antecipação e tremores percorriam seu corpo. Sentiu as unhas do castanho cravarem em seus ombros largos, sentindo-se na iminência do orgasmo.

Mordiscou-lhe o queixo, o pescoço, a clavícula, porque não podia alcançar-lhe a boca. Zayn retirou sua mão e, antes que Harry pudesse resmungar, deixou-o de costas e posicionou-se por cima.

— Agora! — Harry berrou, impaciente.

Zayn sorriu e livrou-se das próprias roupas, vestindo o preservativo para tomar a boca e o corpo em duelos de investidas simultâneas. Seus gemidos vibrando no centro masculino de Harry.

O choque da repentina penetração fez Harry atingir o prazer quase imediatamente. Zayn inclinou-se e prendeu-lhe o lóbulo entre os lábios. Zayn nunca sentira nada mais erótico na vida, a combinação da sua língua na pele do outro com a respiração quente em seu pescoço, o giro de seus quadris e a poderosa oscilação do seu corpo másculo dentro do de Harry.

O ritmo das investidas aumentou, e a tensão de Zayn renovou-se. Outro clímax cresceu tão rapidamente que ele não teve chance de prolongar o momento, e então foi inundado por ondas e mais ondas de puro prazer. O gemido de Zayn ecoou o grito dele no consultório, antes que o corpo poderoso tombasse sobre o seu.

Ansiando por ar, Zayn o abraçou apertado, saboreando as batidas do coração contra o seu, acariciando-lhe as costas com as pontas dos dedos.

— Eu quero fazer amor com você na poltrona. — Harry sussurrou, empurrando o peitoral de Zayn com as mãos.

Erguendo as sobrancelhas em surpresa, o moreno levantou do divã, encarando o outro com um sorriso encantado nos lábios, satisfeito com o que acabara de ouvir, ansioso pelo o que ainda viriam a fazer.

Aumentando o sorriso, puxou Harry pelas mãos, ajudando-o a levantar, grudando os corpos quando o puxou pela cintura, levando a boca até os lábios vermelhos, beijando-o com ardência.

Desceu as mãos até as nádegas redondas e o trouxe para mais perto, gemendo em conjunto quando as ereções se encontraram, sentindo as mãos de Harry segurá-lo pela cintura, mantendo o contato mais firme.

Levou a cabeça para trás apenas para encarar os olhos verdes, querendo manter contato quando iniciasse o que tinha em mente, querendo captar toda e qualquer expressão do rosto depravado.

Sem piscar, friccionou o quadril contra o quadril de Harry, as ereções se esfregando livre de qualquer pudor, as cinturas se movimentando em círculos, roçando os pênis com mais precisão.

Segurou as nádegas de Harry com mais força, esfregando seu pênis com intensidade contra a ereção alheia, sentindo as bolas colidirem em determinados momentos, as mãos do outro trazendo-o ainda para mais perto.

Os gemidos escapando em sintonia dos lábios, os quadris travando uma luta de vai e vem, a fricção aumentando enquanto os pelos pubianos ralhavam-se uns contra os outros.

Continuaram esfregando os pênis até mesmo quando às pernas vacilaram, até mesmo quando os corações aceleraram de forma descompensada, até mesmo quando as glandes se chocaram uma com a outra.

O corpo dos dois pegaram fogo quando as ereções se friccionaram com ardência, o quadril de ambos quase esmagando os pênis, o movimento compresso despertando sensações desconhecidas.

— Eu não vou aguentar me segurar por muito mais tempo. — Harry admitiu, usando os ombros do outro para manter o equilíbrio, levantando uma perna para entrelaça-lá ao quadril de Zayn.

O moreno segurou a coxa envolta da cintura e continuou com os movimentos, roçando a própria glande na entrada de Harry, esfregando-a ali por algum tempo, ameaçando penetrá-lo a qualquer momento.

Enfiou a ponta algumas vezes, levando a mão livre até o pênis de Harry, estimulando-o devagar, gostando dos gemidos manhosos que escapavam dos lábios entreabertos.

Inebriado de prazer e gula, soltou a coxa de Harry e se ajoelhou no chão, molhando os lábios antes de tomar a ereção com a boca, sugando a glande como se chupasse um pirulito.

Sentiu os cabelos serem agarrados por mãos nervosas e um gemido mais alto ecoar pela garganta do psicólogo. Teve que segurar a cintura de Harry para mantê-lo parado, lambendo as veias dilatadas com maestria.

Um barulho satisfatório rugia quando levava o pênis de Harry mais afundo em sua garganta, usando a língua para satisfazê-lo pelas laterais, aumentando a velocidade da boca ao que os gemidos aumentavam.

Levou um dedo curioso até a entrada lubrificada, rodeando o ânus em movimentos circulares, penetrando-o com os dois dedos mais cumpridos, tesourando-o enquanto prosseguia com o boquete.

Engasgou-se por breves segundos quando o líquido quente fora lançado contra sua garganta, seus cabelos sendo apertados com mais força, a cintura de Harry pressionando-se ainda mais contra seu rosto.

Engoliu o que a garganta permitiu, guardando alguns jatos de goza embaixo da língua, subindo satisfeito para beijar Harry nos lábios, cuspindo resquícios do seu próprio gozo em sua boca, forçando-o a engolir o líquido esbranquiçado.

Aprofundou o beijo enquanto guiava Harry até uma das poltronas, segurando-o possesso pela cintura, uma fina linha de saliva unindo-os quando se afastaram.

Teve o corpo lançado com força no assento, enquanto Harry sentava em seu colo, um joelho em cada lado de suas coxas, juntando os lábios para trocarem beijos rápidos e singelos.

Levou as mãos de volta aos quadris do outro enquanto observava Harry segurar o encosto da poltrona, encurralando-o por completo.

Enquanto levava o próprio pênis até a entrada do outro, pensou se existia alguma parafilia que pudesse explicar a sensação de querê-lo o tempo todo, pensava se existia uma parafilia que explicasse a necessidade que tinha de foder Harry sem parar, e caso existisse... Aceitaria que era apto a práticas parafílicas sem questionar.

 Eu quero conhecer você, quero te levar para jantar, quero saber do quê você gosta. — Zayn sussurrou.

Gemeu quando Harry desceu completamente sob seu pênis, iniciando um lento vai e vem.

— Eu queria ter investido em você, mas achei que só estava transando comigo porque estava sendo pago para isso. — Harry revelou, subindo o quadril para cima e para baixo.

— Tecnicamente era por causa disso, mas é claro que eu transaria com você em outras circunstâncias. — Zayn confessou, prensando os olhos, erguendo o quadril para penetrá-lo mais fundo.

— Pensando assim, hoje só estamos transando porque você me pagou por essa consulta. — Harry presumiu, agarrando o estofado da poltrona com mais força.

— Podemos, por favor, transar em uma ocasião em que dinheiro não esteja envolvido? — Implorou, deixando um suspiro de prazer escapar dos lábios.

Movimentou o quadril com agilidade, sentindo Harry rebolar contra seu colo, o atrito dos corpos e o rangido da poltrona sendo os únicos barulhos ecoados no consultório.

— Por que não me procurou antes? — Harry perguntou, brincando com os lábios do moreno, diminuindo a velocidade dos movimentos.

— Eu não sabia se você queria que eu o procurasse.

Grunhiu quando Harry levantou do seu colo e o puxou por uma das mãos, forçando-o a se levantar. Encarou o outro confuso por alguns instantes, até ver o de olhos verdes se ajoelhar de costas no assento da poltrona, usando o encosto para apoiar as mãos.

Encarou as nádegas leitosas inclinadas contra sua direção, não evitando estapea-las, segurando o quadril com possessividade antes de encaixar o pênis outra vez na entrada suculenta, gostando de ouvir o barulho que a carne penetrada emitia quando era invadida.

Iniciou movimentos lentos, alisando as costas do outro em círculos, observando a entrada alargar toda vez que entrava e saía, ignorando os suplícios de Harry.

Cansado de se torturar, estocou-o com força, ouvindo seu quadril chocar-se contra as nádegas brancas, vendo a pele aderir uma coloração rosada aos poucos.

Viu Harry inclinar a coluna para mais perto do encosto da poltrona, empinando a bunda para conseguir mais atrito, as bolas voando de um lado para o outro quando as penetrações aumentaram.

Zayn sentiu uma queimação no centro do estômago, a sensação se alastrando ao decorrer das estocadas, permitindo-se gozar segundos depois, cravando as unhas nas coxas de Harry em um ato descontrolado.

Teria se jogado contra o carpete caso Harry não tivesse sido mais rápido em inverter as posições, empurrando o moreno outra vez contra a poltrona para acomodar-se em seu colo.

Ofegantes, beijaram-se algumas vezes, deixando a energia retornar outra vez aos seus corpos, completamente satisfeitos com o que haviam feito.

— Você aceita sair comigo? — Zayn perguntou entre um beijo e outro.

— Você já sabe a resposta. — Harry beijou-o no pescoço, na bochecha e no nariz.

— Eu não sou um mestre advinha. — Brincou, mordendo o beiço inchado com delicadeza.

Sorriu quando escutou a risada de Harry vagar pelo consultório.

— Aceito sair com você, Sr. Malik.

Enrugou a sobrancelha quando escutou uma campainha repercutir pelo ambiente, tomando-o a atenção.

— O que é isso? — Zayn questionou, olhando para a porta.

— É o interfone da portaria, está no horário de outro paciente — Harry informou, rodeando os ombros largos com os braços, sorrindo divertido. — É alguém que você conhece.

Zayn sorriu nasalmente, apertando os braços com mais força ao redor da cintura bem feita, tendo a mente invadida pela única resposta cabível.

— Maldita Nancy Gillen.



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