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História Monstros - Capítulo 2


Escrita por: kahcorsiolli

Capítulo 2 - Capítulo 2


- Você quer beber alguma coisa? – Eve perguntou enquanto as duas entravam indo em direção a cozinha.

- Não. Me convença. Porque eu deveria ajudar a você? – cortou ela, indo direto ao ponto.

- Porque você não foi embora com Konstantin? – devolveu Eve e ela devolveu abaixando a cabeça enquanto se sentava e colocava os cotovelos na mesa.

- Percebeu que a maioria das nossas grandes conversas são numa cozinha? – comentou, ignorando a pergunta de Eve.

- Você não disse que está cansada de tudo isso? – Eve continuou, sentando-se de frente para ela com um olhar sério, que Villanelle sentia como se penetrasse em sua alma, como se lesse seus pensamentos.

- Que diferença faz? – ela sacudiu os ombros. – Ninguém acredita que eu sirvo para outra coisa, Eve – deu um sorriso triste.

- Eu acredito – Eve puxou as mãos dela, segurando-as com força.

- Mentirosa.

- Você me perguntou se eu achava que você era um monstro e aparentemente eu não dei uma resposta satisfatória. Todos nós somos monstros em algum momento Oksana. Você é muito mais que isso.

- Como o que? Não diga bonita, eu sei que sou um monstro bonito – afirmou inspirando com força tentando mais uma vez esconder as emoções que sempre afloravam perto daquela mulher.

- Você está brincando? Você é brilhante! Você é inteligente, é engraçada... É uma boa companhia quando não está tentando matar ninguém – Eve sorriu.

- É... eu sou mesmo – concordou depois de pensar um pouco.

- E tem um ótimo gosto para roupas.

- Isso é inegável. Ainda não entendo como teve coragem de recusar meus presentes – lembrou ela.

- E eu nunca cogitei a possibilidade de ter sido você que atacou Niko porque eu conheço você – Eve prosseguiu.

- Nunca?

- Não.

Aquela segurança da resposta de Eve acalentou o coração de Villanelle pois era a primeira vez que ela tinha aquela espécie de confirmação. Alguém acreditava nela, alguém depositava algum tipo de esperança nela. Depois de ouvir a própria mãe dizer que ela sempre foi má aquilo era a melhor coisa que ela poderia ter ouvido. Sua mãe estava errada e saber que sua mãe estava errada era bom demais para ser verdade.

- Eu quero que você me ajude porque eu sei que você pode ser muito mais que isso. Você pode ser o que você quiser – Eve garantiu.

- E depois? SE conseguirmos derrubar Os Doze sem morrer no caminho, quais os planos? – quis saber tentando manter o foco da conversa.

- Eu não sei... Uma cabana no Alasca não parece uma má ideia – sugeriu Eve esboçando um sorriso.

- Você está falando sério? – Villanelle não conseguia acreditar ainda que tudo aquilo estava sendo dito justamente no momento em que decidiu se afastar.

- Eu estou me sentindo ridícula, na verdade... – confessou, cobrindo o rosto.

- Porque? – perguntou a outra completamente confusa.

- Porque você desperta em mim essas... Coisas. Nunca pensei me sentir assim nessa altura da minha vida – prosseguiu.

- Assim como? – Villanelle voltou a puxar as mãos dela para si.

- Eu disse a você que nunca fiz isso antes. Eu nunca estive com uma mulher. Eu nunca me interessei por uma mulher. Aí você aparece e bagunça toda a minha vida – suspirou.

- Você também bagunçou a minha – a loira riu depositando um beijo na mão da outra.

- E eu sou tão mais velha que você... – argumentou com preocupação.

- Eu gosto de mulheres mais velhas – garantiu Villanelle. – Uma vez eu até fiquei com uma e perguntei se podia chamar ela de Eve.

- Você não pode estar falando sério – Eve riu duvidando.

- Eu juro! Eu disse que era uma fantasia religiosa – ela insistiu.

- Só você para me fazer rir agora. Viu, eu disse que você é engraçada.

- Eve, só mais uma pergunta. O que fez você mudar de ideia? Especialmente depois de eu ter atirado em você.

- Eu tentei fazer o que eu achei que era certo o tempo todo e tudo deu tão errado. Então eu resolvi que agora eu vou fazer o que eu realmente quero fazer. – explicou sem desviar o olhar em nenhum momento.

- E o que você quer, Eve? – A forma como ela pronunciava seu nome despertava todos seus instindos mais selvagens e mesmo não sabendo direito como agir, Eve levantou e escorou-se na mesa ficando de frente para Villanelle que continuava imóvel.

- Eu quero beijar você de novo. Eu quero que você me ensine como fazer isso, como você prometeu aquele dia em que estávamos deitadas na sua cama.

- Você ainda vai querer essas coisas se a minha resposta sobre ajudar a derrubar Os Doze for não?

- Você atirou em mim e eu ainda estou aqui fazendo essa proposta. O que mais você precisa? – Eve suspirou e Villanelle levantou-se e segurou o rosto dela.

- Eu nunca quis matar você. Quer dizer eu queria, mas porque eu queria matar esse sentimento que você desperta em mim. É horrível não ser correspondida quando se está sentindo essas coisas pela primeira vez. Eu pensei que você estava morta e mesmo assim esse sentimento continuou aqui comigo.

- Eu pensei que você amasse Anna – Eve relembrou.

- Eu pensei também. Mas não. Eu finalmente entendi. Eu amo você o suficiente para deixar você ir embora.– explicou ainda acariciando o rosto dela. – Não quero que você termine como ela.

Eve emocionou-se em descobrir como ela tinha amadurecido em um ano e ficou ainda mais curiosa para saber o que tinha acontecido com aquela durante todo aquele tempo.

- Eu não vou me afastar. – Eve pôs suas mãos sobre as dela. Eu quero saber tudo sobre você. O que você gosta, o que você fez, onde você esteve, eu quero entender o que aconteceu com você para você acabar aqui.

- Algumas partes não são bonitas. Aliás a maioria delas – alertou ela.

- Eu não me importo – Eve continuou afirmando com segurança embora por dentro estivesse tremendo, não de medo de Villanelle mas medo da expectativa pois não sabia realmente como agir ou o que fazer com todo aquele desejo sexual que ela lhe despertava.

- Bem, tem uma coisa que você não sabe sobre mim, mas vai saber em breve. E é uma coisa boa – o tom de Villanelle mudou e aquele sorriso maroto apareceu outra vez.

- O que? – perguntou curiosa.

- Que eu sou muito boa na cama – gabou-se puxando Eve pela cintura e beijando-a demoradamente.



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