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História Moonlight Sonata - Motivo


Escrita por: Kashi_

Notas do Autor


Boa leitura!

Capítulo 2 - Motivo


 

2. Motivo

Harry POV

Suspirei com impaciência, não sabendo se tinha tomado a decisão certa.

Após Draco desmaiar nos meus braços, apenas pensei que não poderia leva-lo para um hospital muggle, e tão pouco sabia o que fazer se levasse ele até o st. Mungus.

Fiz o que costumava fazer em casos de emergências complicadas, e liguei para Hermione, pedindo ajuda.

Apenas apoiei ele como podia contra meu corpo e aparatei em casa, e ao tentar erguer ele nos braços para leva-lo para a cama do quarto de hospedes, percebi, com apreensão, que conseguia facilmente carrega-lo. Ele estava muito magro e leve, assim como completamente fora de si.

Deitei ele na cama, suspirando ao ir para a cozinha e ligar a cafeteira.

Precisava de uma forte dose de café para conseguir ficar bem, e enquanto eu me ocupava com isso, apenas pude aguardar.

Hermione, tão logo chegou, foi até o quarto, fazendo alguns feitiços, explicando remotamente que iriam ajudar ele a dormir e fez ele tomar uma poção para neutralizar os efeitos da droga.

E agora eu tinha meus dois melhores amigos muito sérios me encarando, quase como se e desafiassem a começar a falar.

Suspirei, tomando um longo gole de café, e por fim Hermione negou fracamente com a cabeça.

—Harry, você não acha que... deveria se afastar da confusão?

— Mione tem razão. Cara, a gente sabe que Malfoy é encrenca. Quando me contou que estava de olho nele, não imaginei que tinha ido tão longe. Seguir o cara, e tudo mais...

— O que estamos tentando dizer, Harry, é que Malfoy claramente se envolveu com.... coisas erradas. De novo.

— Você não tem nada a ver com isso — Ronald era sempre muito mais direto, e Hermione suspirou, embora não tivesse discordado — Não vale a pena deixar ele te arrastar para isso tudo. Quero dizer...

— Eu admiro você ter ajudado ele hoje, Harry. Mas não acha que isso ultrapassa o limite? Malfoy sempre fez questão de deixar claro o desprezo que sente por você...

— Hermione, todo mundo o tempo inteiro diz que eu sou salvador do mundo bruxo. Mas já parou para pensar em quantas vidas eu não salvei?

— Harry, você não tem obrigação nenhuma. Nunca teve! Foram coisas muito maiores do que você!

— Ninguém nunca esperou que salvasse ninguém, cara — Ron concordou, ainda com uma expressão tensa.

— Não se trata apenas das pessoas que morreram, Mione. Draco estava lá. Estudamos com ele.

— Mas ele era insuportável. Mesquinho egoísta.... E dizia coisas terríveis — O ruivo voltou a dizer em defesa.

— Mas sabíamos que ele não tinha coragem de matar Dumbledore. Eu disse isso a vocês. Eu tinha certeza que ele não teria coragem de causar um mal desses. Nós sabíamos que ele estava sendo arrastado para o furacão da mesma forma que eu fui.

— Draco Malfoy poderia ter seguido outro caminho. Foram as escolhas dele que...

— Vocês entendem que não se trata apenas de uma escolha? O que uma criança poderia ter feito? Acha que Draco tinha como, quando era criança, de julgar o certo e o errado se o errado era a família dele? Como ele poderia negar o pai? Como podia mudar de lado de Voldemort estava em sua casa?

— Eu entendo o que quer dizer — Hermione finalmente falou com um suspiro — Nós simplesmente ignoramos todas essas pessoas. Nunca tentamos provar as coisas ou talvez ensiná-las. Mas Harry, nós estávamos muito ocupados...

— Salvando pessoas? Porque aquelas eram mais importantes do que essas? Hermione, nós vimos ele definhando. Eu vi Draco Malfoy aos prantos, e não fiz nada. Eu simplesmente ignorei alguém que gritava por ajuda. E não vou cometer esse erro novamente. Ele está sozinho, e se matando aos poucos. Eu posso não ter conseguido salvar a vida de todos, mas eu nunca deixei de tentar de salvar aquelas que estavam ao meu alcance. Eu não vou falhar com ele novamente.

Ela me encarou com seriedade, mas por fim sorriu com ternura ao se inclinar para me abraçar.

— Ah, Harry! Eu tenho tanto orgulho de dizer que sou sua amiga! 

Sorri ao dar de ombros.

— Você tem razão. Pode contar conosco, ok? Precisamos aprende a confiar melhor em você. Sempre sabe o que fazer, e seu senso de justiça é inquestionável.

Assenti, me sentindo muito mais leve ao ver que teria o apoio deles para fazer... seja lá o que eu fosse fazer.

Apenas tinha tomado a decisão de que não conseguiria seguir a minha vida depois de ver Draco Malfoy quebrado mais uma vez.

— Nós vamos indo, Harry. Ele está estável agora, e dormindo. Se precisar de qualquer coisa... Você já sabe.

— Obrigado — Concordei com um aceno, levando eles até a porta.

Quando me vi novamente sozinho ali, parei para pensar no que faria dali em diante. Como faria. E se conseguiria fazer tudo funcionar bem.

Suspirei ao sentar no sofá, e pensar se eu realmente estava tomando boas decisões.

Eu sempre fui impulsivo com diversas coisas, mas sentia que poderia estar extrapolando agora, sem saber se era algo que estava dentro do meu alcance.

Afinal fazia quase um mês que eu havia me afundado em pesquisas, para tentar entender tudo o que acontecia com pessoas naquela situação.

Havia decidido que não iria mais simplesmente ficar olhando. Como eu havia dito para Hermione, eu sempre tentei ajudar aqueles que estavam ao meu alcance. E Draco sempre esteve muito próximo.

Era apenas uma vítima que por anos eu ignorei, nomeando-o como mal feitor. Mas agora eu acreditava verdadeiramente nas pessoas, e sabia que no fundo a vida de Draco não deveria ter sido fácil.

Me alonguei, esticando o pescoço, sentindo os músculos estalarem e suspirei mais uma vez,  tomando coragem de voltar para o quarto onde havia deixado ele.

Ele continuava ali, dormindo de forma tranquila, embora demonstrasse estar num sono profundo.

Agora, num ambiente calmo e não caótico como a boate, eu via ainda melhor como ele estava, e a palidez se tornava mais acentuada ao ver bolsas arroxeadas abaixo dos olhos dele, e presumi que há muito tempo ele não dormia.

Só de olhar para ele dava para ver e sentir a fraqueza e a desistência. O que me fazia muito curioso com o tipo de coisa que teria levado ele até ali.

Sempre vi Draco como uma pessoa de certa teimosia, e muita força. Afinal, a capacidade dele de se manter vivo enquanto a guerra corria não podia ser ignorada. Eu nunca deixei de pensar em como deveria ser difícil para um adolescente viver com Voldemort em casa. Com Lucius Malfoy.

Com o fim da guerra, havíamos descoberto que vários comensais passaram a morar na mansão dos Malfoys, porque Voldemort os acolhia lá. Como deveria ter sido para Draco viver junto a tudo aquilo?

Pisquei, me adiantando para perto quando vi ele abrir os olhos, demonstrando certa confusão, ao se mexer.

— Deveria ficar deitado — Sugeri, e ele se sentou rapidamente, parecendo se assustar com o som da minha voz, se virando para mim.

— Potter? O que... Que lugar é esse? — Questionou de cenho franzido, e eu suspirei.

— Você está na minha casa. Perdeu a consciência dentro do banheiro.

— Você estava me seguindo de novo — Murmurou fechando os olhos, e eu entendi que a cabeça dele doía ao ver ele acariciar a fronte, piscando várias vezes antes de suspirar e girar o corpo, pousando os pés no chão.

— Achei que talvez não fosse uma boa ideia te levar para um hospital. E eu moro perto daquele boate, então... — Expliquei ignorando a frase anterior dele, e o vi assentir.

— Eu vou embora. Agora — Murmurou como se falasse consigo mesmo, se levantando num movimento rápido, e eu me adiantei, porque como eu previ, ele pareceu ficar zonzo.

Cerquei a cintura dele, ajudando-o a voltar a se sentar, e suspirei.

— Você não está bem para sair daqui sozinho. Quer chamar alguém? De qualquer forma, você pode dormir um pouco e ir embora quando amanhecer, se quiser.

— Não! — Exclamou com impaciência, e eu percebi que ele apertava o braço esquerdo, parecendo muito ansioso e agitado.

— Você ainda está muito alterado, Malfoy. Simplesmente desmaiou do nada. Fique pelo menos um pouco até... o efeito terminar. Eu te dei uma poção para ajudar a neutralizar o efeito, então se esperar um pouco, logo...

Ele ergueu os olhos para mim, e parecia estar ficando muito irritado.

Nesse momento, apenas agradeci por ter dito que eu dei a poção ao invés de dizer que havia chamado Hermione para checar ele.

— Eu não preciso da sua piedade, Potter. Agradeço, mas estou de saída.

— Malfoy, eu realmente não quero discutir com você. Apenas sente por alguns minutos, certo? Se sair daqui e for encontrado em qualquer lugar desmaiado vão te levar para um hospital.

Ele pareceu pensar por um instante, franzindo o cenho.

— E meu bairro é trouxa. Se te encontrarem vai ir para algum hospital muggle. Apenas... alguns minutos não vão te matar, ok?

Ele assentiu, ainda parecendo contrariado, mas apertou os olhos com força, e massageou a têmpora.

—Hã... você precisa de alguma coisa? Poção para dor? Quer comer ou beber algo? — Questionei perdidamente, mudando o peso do corpo de uma perna para a outra e ele negou.

— Eu estou bem — Ergueu os olhos para mim, e quase não podia ver o azul, porque estavam muito vermelhos. Ele pareceu adivinhar o que eu pensava, porque deu de ombros — Logo passa.

— Você não pode continuar com isso. Sabe disso, não é?

— Olha, Potter, eu realmente agradeço por tudo isso... Mas eu não quero conversar sobre a minha vida. E por favor, pare de me seguir — Falou com seriedade, ainda apertando o braço, e eu percebi que parecia ser algo inconsciente dele.

— Eu não estava te seguindo  — Respondi, pensando nas palavras que usava, e ele franziu o cenho para mim — Eu o vi a primeira vez por acaso, e como tinha se afastado do trabalho...

— Achou que eu estava fazendo algo errado e me seguiu — Falou em desafio, me fitando com muita seriedade, e eu suspirei, me sentando ao lado dele, na ponta da cama, mesmo que tivesse mantido alguma distancia, porque sabia que ele ainda estava muito desconfiado.

— Não vou mentir. Achei que pudesse ter alguma coisa errada. Mas não pensei que estava fazendo algo de ruim — Tentei escolher as palavras, e ele deu de ombros — Porque se afastou? Você era um dos melhores do setor... Ninguém entendeu...

— Ninguém ficou sabendo o motivo? — Questionou demonstrando estar surpreso e eu neguei com a cabeça.

— É sigiloso. O coordenador não quis contar.

Ele assentiu, dando de ombros, e pareceu verdadeiramente não ligar, como tudo a sua volta.

Draco parecia total e completamente indiferente a qualquer coisa.

E tudo o que eu queria era entender qual o motivo por trás de toda aquela apatia e dor que ele parecia se infligir.

Ele percebeu toda a curiosidade que eu tinha ao lhe olhar, esperando quase ansioso pela peça que faltava naquela quebra cabeças, e pareceu dar de ombros com indiferença, novamente.

Como se não fizesse diferença para ele que eu soubesse ou não.

— Eu não posso fazer magia.

E em todas as teorias que inventei na minha cabeça, aquilo jamais teria passado pela minha mente.

 


Notas Finais


Ah, muito obrigado pela receptividade a M.S! Fico muito feliz de ver os comentários, e que tantos gostaram! Mas sabem que hora é agora? HOOOORA DA TEORIA! O que vocês acham que está acontecendo?!
Espero que se empolguem com essa fic tanto quanto eu hahaha Eu sou a escritora, e já reli ela umas dez vezes kkkk Eu achei mto delicinha, scr.
Enfim, não tem muito a ser dito, porque ainda estamos no comecinho. Mas espero que tenham gostado dela, e do combo de att do domingão!
Até!


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