— O que? — Riu, com as mãos nos bolsos. — Min Yoongi voltando atrás com uma decisão? Essa é nova.
— Não me faça voltar com minha escolha anterior. — Advertiu. JungKook levantou as mãos ao lado do corpo, em rendição. — Ótimo.
JungKook tinha vontade de rir da suposta pose de machão que Yoongi tentava passar, mas sabia que tudo iria por água abaixo se o fizesse. O alfa tinha o ego maior que qualquer coisa.
— Mas agora me responda algo que me instiga muito, Jeon. — Cruzou as mãos em cima da mesa, estreitando os olhos. — Por que resolveu fazer isso? Essa aproximação repentina de Jimin.
— É uma forma de me desculpar. — Forçou uma cara de arrependimento. — O pobrezinho pareceu ficar tão amedrontado aquele dia. Realmente fui longe de mais. O álcool nos faz fazer coisas erradas.
— Vou fingir que acreditei em uma única palavra que saiu de sua maldita e suja boca, e vou pedir que se retire. — JungKook sorriu ladino e se virou. — Ah, e não se esqueça de buscá-lo na faculdade às 18hrs.
— Você que manda, chefinho. — Abriu a porta e saiu.
Yoongi esperou o moreno passar pelo corredor, e sumir de seu campo de visão - através das vidraças da sala. Pegou o celular em sua gaveta e discou um número.
— Olá, Hoseok. — Escorou-se na cadeira de couro. — Tem algo que me preocupa e não tive tempo de falar com você ontem. — Olhou para o corredor novamente, certificando-se de que não havia ninguém por perto. — Kwan não está muito quieto?
“ Eu também tenho pensado nisso. Certamente está esperando um momento certo, ou tentando pegar informações.” — Fez uma pausa. Ele parecia estar andando na rua, por sua respiração levemente ofegante. — “Por hora, quero que vá checar todas as suas informações bancárias. Vá nas agências e troque todas as suas senhas. Não faça por telefone.”
— Certo. Mas o que você fará por enquanto?
“ Lembra do endereço que lhe falei, em Daegu?” — O alfa assentiu. — “ É aqui que os supostos pais de Jimin moram agora. Estou indo até eles, conseguir informações.”
— O que? Por que não me chamou? — O amigo não respondeu. — Hoseok!
“Espera merda! Quase fui atropelado.”
— Não está de carro?
“Infelizmente só até uma parte. Na localidade da casa deles está acontecendo um festival. Não posso ir com o carro até lá. Tive de deixá-lo do outro lado da avenida.” — Suspirou.—“Respondendo sua pergunta: é exatamente por isso. Sei que ficaria com raiva e se deixaria levar.”
— Eu sei ser profissional. — Bufou. Ouviu uma risada nasalada do outro lado.
“Sim, sim. Mas por hora, deixe isso comigo e faça o que te mandei. Ah, falou com o Jeon?”
— Sim. — Bufou. — Ele começará hoje mais tarde. Não sei porque quer que eu concorde com isso.
“Deixar JungKook sobre nosso campo de visão é a melhor coisa a se fazer. Não se preocupe. Instalei câmeras e rastreadores por todo seu carro, além de que todos os seus seguranças já estão de olho nele e em Jimin. Pense bem Yoongi, deixar alguém de “segurança” é melhor do que deixar sem. Não acha?”
O Min permaneceu em silêncio. Odiava admitir que alguém estava certo.
“Vou tomar isso como um sim.” — Podia ouvir alguns barulhos do outro lado, como música e pessoas conversando ao longe. — “Acho que cheguei. Depois eu falo com você de novo.”
Se despediram e Yoongi desligou o aparelho. Suspirou e voltou sua atenção para a pilha de papéis -, ou tentou.
(...)
Hoseok caminhou pela rua arborizada, que fazia cruzamento com a rua por onde o festival passava. Parou assim que chegou na casa levemente descascada, amarela. 505. É aqui mesmo, Pensou.
Andou até a porta de madeira e deu duas batidas. Não demorou muito para ouvir passos apressados até a entrada, que logo cessaram.
— Quem é? — Uma voz feminina perguntou do outro lado.
— Hoseok, Jung Hoseok. Sou da polícia, estou fazendo um questionário para pessoas da região. Poderia ajudar, por favor? — Retirou o distintivo do cinto e estendeu em frente ao olho mágico.
A mulher demorou uns 10 segundos para abrir a porta, dando passagem para Hoseok, que agradeceu.
— Por aqui, por favor. — Guiou o alfa para dentro da casa. Era uma casa simples, de dois andares, e bem mobiliada. Mas nada luxuoso. — Espero que não repare a bagunça. Estava fazendo faxina.
— Não se preocupe. — Ela fez um gesto para que se sentasse no sofá. Hoseok pegou o bloco em seu bolso e um lápis. — Serei o mais breve possível.
— Certo.
— Casada ou solteira?
— Casada.
— Há quanto tempo? — Perguntou, encarando a mulher. Ela fez uma feição pensativa.
— Dez anos. — O policial murmurou um hm e continuou para a terceira pergunta.
— Com o que ele trabalha? — Levantou uma sobrancelha. — E por quanto tempo ele trabalha lá.
— Uma empresa de automóveis, ele é co-diretor. Kyon, é o nome da empresa. Ele trabalha lá há aproximadamente doze anos.
— Tem filhos?
A Sr. Park ficou com o olhar vago por alguns segundos, e Hoseok pôde ver suas mãos ficarem trêmulas por um momento.
— Não...— Disse. A respiração descompassada.
— Hm...— Apontou com uma cara inocente para um pequeno quadro sobre uma cômoda. — Quem é aquela criança?
— Ela...er...— Bingo.
— Mentir é feio, senhora. — Balançou a cabeça negativamente.
O rosto da mulher encheu-se de indignação, rapidamente se levantou e apontou para a porta.
— Você está me desrespeitando. Peço que saia de minha casa.
Hoseok meneou negativamente com a cabeça. Se levantou também.
— Não irei embora até ter o que quero. — Colocou as mãos nos bolsos da calça. — Quero os documentos da venda de seu filho para Kwan. Ah, e todos os documentos legais do jovem.
Os olhos da mulher se arregalaram.
— N-Não sei do que está falando. — Hoseok estreitou os olhos, sorrindo ladino. — Vou pedir novamente que saia!
— Sra. Park Yang Mi, e Sr. Park Taeyang. Pais adotivos de Park Jimin, aos cinco anos. — Balançou a cabeça negativamente. — Como podem vender seu próprio filho para salvar a empresa?
— Pare, por favor! — Pousou as mãos na testa — O que você quer?
— Eu já lhe disse: Documentação de Jimin; Documento da venda. E mais uma coisinha.
— O que?
— Que você e seu marido assinem essa quebra de contrato, e que passem a guarda de Jimin para este homem.
— O que?! — Franziu a sobrancelha. — Como posso saber que esse homem é confiável.
Hoseok gargalhou.
— Melhor do que Kwan é, com certeza. — Colocou o papel sobre a mesa no centro da sala. — Voltarei em uma semana, para buscar a folha assinada. Os documentos levarei hoje mesmo.
— E...se não assinarmos? — Perguntou, receosa.
— Acredite senhora, não vai querer fazer isso. — Encarou a mulher, com um semblante sério. — Seu marido recuperou a empresa, mas pode perdê-la novamente…
(...)
Jimin esperava impaciente a aula terminar. Lembrava da conversa que teve mais cedo com seus novos amigos da faculdade.
FlashBack
— Então, ontem eu e meu Oppa fomos no motel comemorar nosso aniversário de namoro. — A garota de cabelos curtos e pretos disse, animada. — Fizemos coisas que nunca tínhamos experimentado.
— Como? — O outro perguntou. Jimin apenas ouvia curioso, bebendo seu suco.
— Bondage.
— Bondage? — Jimin perguntou.
— Sim. Nunca fez? — O outro ômega loiro perguntou. Jimin negou. — Bom, é quando seu parceiro te amarra, de uma forma que você fica totalmente submisso a ele. — Suspirou. — É uma delícia.
A beta concordou e olhou para Jimin.
— E você Jimin? O que já fez com seu namorado ou namorada?
— E-Eu? — Assentiram. — Acho que nunca fiz nada do tipo.
— Mas já transaram, né? — O ômega negou novamente, deixando-os boquiabertos. — Você já ficou no cio?
— E-Eu acho que não. Nunca entendi isso.
— Entendo. — Colocou a mão sobre o queixo. — Você só sente prazer depois do primeiro cio. Você vai saber. É uma sensação horrível de necessidade de sexo. Mas depois...só melhora. — Riu, mostrando a língua para o amigo, que ficou corado, e revirou os olhos.
Atualmente…
O sinal tocou, anunciando o fim de sua aula. Aquela era a última do dia. Ligou o celular e viu que havia três ligações perdidas. O celular começou a vibrar novamente.
— Alô?
“Finalmente lembrou que tem celular.” — Era a voz de JungKook. — “Sua aula terminou?”
— Sim...Por--
“Ótimo. Estou te esperando aqui fora. Meu carro é um Audi Q7, não demore.”
O alfa encerrou a ligação, deixando o ômega confuso. Rapidamente guardou o caderno de anotações e o estojo na mochila.
Caminhou para fora da faculdade e rapidamente visualizou o carro branco em frente ao campus. Abriu a porta e entrou, vendo JungKook mexer no celular.
— O-Olá. Yoongi te mandou aqui?
— Estou bem, obrigado por perguntar. — Rodou a chave do carro. — E sim, Yoongi me mandou aqui.
— Por que? — JungKook revirou os olhos.
— Porque a partir de agora serei seu segurança. — Antes que Jimin falasse algo, ele o cortou. — E não me pergunte. Poupe suas perguntas para Yoongi.
O ômega permaneceu em silêncio, acomodando-se no banco e olhando para fora, através do vidro escuro. Jeon ligou o rádio em alguma música calma e deixou. A viagem praticamente foi resumida nisso.
— Tchau. E...obrigado. — O ômega disse, assim que abriu a porta do carro. Saiu, indo em direção ao elevador do estacionamento.
O alfa apenas meneou a cabeça, observando o menor sair do carro e se afastar. Fechou os olhos e respirou fundo, apertando o volante.
Deus, isso foi difícil. O cheiro dele...está forte.
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