História Moonlit Eyes - Nejisasu - Capítulo 7

— Sasuke — Fugaku cumprimenta seu filho mais novo com certo aborrecimento, ele nunca o perdoara totalmente por sua irresponsabilidade em engravidar um desconhecido estando noivo de outra pessoa.

Ele nunca entenderia como o mais jovem trocara o príncipe pelo plebeu.

— Otou-sama — respondeu friamente, a tensão era quase palpável como acontecia todas às vezes que ambos estavam no mesmo espaço.

Mikoto desceu as escadas de mármore da mansão Uchiha apressadamente ao ver o filho caçula, fazia semanas desde que o vira, uma vez que ele havia se distanciado da família após seu casamento com Naruto, era certo que fora visto como um insulto para alguns membros de sua família.

Izuna o tratava rispidamente, enquanto Fugaku parecia ignorar a existência do outro filho, como ele pouco parecia empolgado com seu neto, mas Mikoto era uma história totalmente diferente, afinal de contas, ela era uma mãe e, ela nunca renegaria um filho por causa de suas escolhas equívocas, e Menma era um amor, um menino tão perfeito.

— Você lembrou que tem uma mãe, Sasuke? — ela repreendeu-o, embora houvesse um sorriso moldando o belo rosto da ex-top model.

Ele optou pelo silêncio enquanto era envolvido em um abraço apertado, não importava qual fosse a situação, sua mãe sempre faria tudo melhorar. E esses dias ele realmente precisava do seu colo, dos seus conselhos.

— Onde está Menma-kun?

— No jardim com Itachi — respondeu após sair do abraço.

Fugaku estava pronto para soltar um resmungo quando Itachi entrou carregando o sobrinho no colo, a criança estava lhe contando sobre o novo colega que entrara em sua sala.

O moreno de fios alongados ouvia atentamente, guardando a informação preciosa que o menino não tinha o menor conhecimento, em seu ponto de vista sabia que esse segredo estava mais perto de ser descoberto.

Era só uma questão de tempo; o prodígio meditou, colocando o pequeno no chão, que correra para sua avó, que pegou-o no colo enchendo o rostinho da criança de beijos, fazendo-o rir em deleite. Como ele amava sua avó!

— Você fez um amiguinho novo, pequeno raio de sol? — Mikoto perguntou conduzindo-o para a sala de jantar, onde Nari tinha terminado de colocar a mesa.

— Estou no escritório, Mikoto — disse Fugaku, seu humor tornou-se pior ao ver o menino de Minato entrar na companhia de Shisui — peça para Nari levar meu almoço lá.

— Certo, meu amor — ela assentiu, mas seus olhos ônix dizia claramente que ambos iriam conversar mais tarde, e isso o fez temer.

Uma semana dormindo no escritório, talvez. Bem, não seria a primeira vez.

— Mikoto-san — Naruto curvou-se.

— Olá, Naruto-kun — ela sorriu, o mesmo sorriso de Sasuke, ele percebeu dando um próprio.

Quando todos acomodaram-se na enorme mesa de jantar, Mikoto logo dispensou Nari. Se Fugaku fosse menos orgulhoso, ele também estaria desfrutando desse almoço em família.

— Como ele é? — perguntou, após servir o neto, que parecia radiante ao falar do seu novo amigo da escola.

— Tão bonito — Menma cantou, com um sorriso largo —, um pouco esnobe, mas ele se deu super bem com Shikadai... Talvez seja por que são chamados de gênios — acabou meditando para si mesmo, mas todos ao redor da mesa ouviram.

Itachi tinha um sorriso no rosto, Sasuke estranhou, uma característica que não era muito Itachi. E ele não pôde deixar de estranhar, Shisui por sua vez, beliscara a costela do namorado, mesmo para os padrões estóicos do Uchiha, ele estava deixando muito transparecer.

— Como ele se chama?

— Hizashi — respondeu — Hizashi Hyuuga. Ele tem olhos tão bonitos, vovó.

Mikoto franziu a testa. 

Hizashi era o nome do pai do ex-noivo de Sasuke, até onde sabia Hiashi não tinha outros filhos... Ela estava confusa. A criança tinha a idade de Menma. Isso não podia ser possível? Neji estava de volta ao Japão? E ele tinha um filho? E se fosse, só poderia ser do Sasuke, a linha de tempo batia de um jeito assustador.

O Uchiha mais novo parecia ter pensamentos semelhantes, mesmo que seu senso de julgamentos fosse equivocado. Neji havia seguido em frente? Ele estava de volta? E embora fosse egoísta. Ele precisa saber quem fora o homem com quem seu amor construiu uma família.

Não era à toa que Itachi o chamava de tolo; Shisui pensou rolando os olhos, seu namorado parecia pensar o mesmo. O que será preciso para esse idiota tomar um choque de realidade?

Naruto, por sua vez, poderia não saber quem era Hizashi, mas aquele sobrenome era muito familiar. E o rosto chocado de sua sogra se resultava em apenas uma coisa; o antigo noivo de seu marido retornara ao país. E apesar do que aparenta, Sasuke nunca havia conseguido esquecê-lo.

Ele podia não transparecer, mas ele sabia da revista que ele comprara com o rosto do Hyuuga estampado, fitas de cabelo, roupas e até cartas escondidas no cofre pessoal dele; Neji era um fantasma em seu casamento. E ele só esperava que ele esteja casado com outra pessoa, pois caso contrário, o perolado seria um rival — o que de fato, ele era para si.

Abrir mão de Sasuke, ele não estaria.

🍡

Hiashi estendeu a mão para a criança de quatro anos, que aceitara de bom grado. O homem ignorou os olhares espantados que estava recebendo e, guiou-os até o elevador.

Neste momento, Madara estaria aguardando-o na sala de reuniões com Rasa-dono, o Sabaku não era alguém muito paciente, mas seu atraso era justificado. Ele havia esperado Hizashi chegar do colégio para trazê-lo consigo, estava na hora de Madara conhecer seu sobrinho verdadeiro.

— Hyuuga-sama — a assistente de pessoal de Madara, Kurenai se aproximou com um tablet em mãos — Uchiha-sama aguarda sua presença na sala de reuniões para decidir o leilão beneficente para crianças com câncer.

Ele maneou a cabeça em concordância, então, virou-se para o pequeno, que fitava tudo à sua volta com curiosidade infantil. No caminho, ele dissera a Hizashi que a Fundação seria dele no futuro, assim como outras empresas que a família Uchiha possuía.

— Se comporte e obedeça Kurenai-san — disse pousando as mãos nos pequenos ombros da criança — estou de volta em algumas horas.

— Tudo bem, tio Hiashi — ele respondeu, com uma reverência respeituosa.

Sim, Neji educara muito bem essa criança.

Quando o homem se afastou, a mulher de olhos rubros deixara sua total atenção no garotinho de olhos lunares. Um pequeno príncipe, ela pensara com um sorriso encantado em sua face.

— Nós temos uma sala para crianças na Fundação, você gostaria de conhecer? — ela perguntou.

— Não — disse simplesmente — Kurenai-san, o que você-... — ele se interrompeu quando vira o homem de terno preto, acompanhado por outro homem loiro e o garoto que não o deixava mais em paz na escola.

— Kurenai — Sasuke cumprimenta a assistente pessoal do seu tio, mas seus olhos caem imediatamente no garotinho ao seu lado. 

Todo o seu corpo trava. 

Olhos cor de pérolas, cabelo castanho comprido, trajando vestimentas tradicionais. Era como se tivesse olhando diretamente para Neji; sua versão mais jovem.

— Hizashi-kun! — Menma exclamou.

Quando o menino de olhos azuis tentou abraçá-lo, ele empurrou-o para o lado. Hizashi não gostava dele, e agora gostava muito menos ainda.

"Você roubou meu pai." ele queria jogar na cara dele, mas forçou as palavras de volta.

— Não me toque.

— Você é um baka esnobe. — Menma disse, fazendo beicinho.

Hizashi o ignorou.

Ele virou para o casal e fez uma reverência profunda, embora os olhos perolados estejam em Sasuke o tempo todo.

Pai e filho cara a cara, embora uma das partes não soubesse disso.

— Olá, eu sou Hizashi Hyuuga.