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História Moonshine - Garota, eu sou seu escravo


Escrita por: nocologne

Capítulo 22 - Garota, eu sou seu escravo


Fanfic / Fanfiction Moonshine - Garota, eu sou seu escravo

 

 

Transar na sala de jantar não fora lá uma escolha inteligente de nossa parte. O que tinha 98% de chances de acontecer, aconteceu. Mas, pô, eu estava na minha casa, podia transar onde eu quisesse!

Selena saiu de cima da mesa e em um movimento rápido, pegou a peça que estava mais próxima a nós e vestiu-se. Virei-me lentamente e encarei Bridgit, com uma expressão risonha estampada em sua face pálida.  

— Por que pararam? Eu estava adorando! - ironizou. Havia quase me esquecido do quão cansativa Bridgit era. 

— Acho que você preferiria se fosse você no lugar dela, não é? - falei sarcástico, por mais que aquilo fosse verdade, mas me arrependi de ter dito aquilo no mesmo instante em que vi Selena me olhar de relance nada satisfeita com essa minha fala direcionada á Bridgit. 

— Não se engane, Bieber. Você não é tão bom na cama como acha que é. - soltou ela, analisando-me de cima a baixo. Confesso que fiquei ofendido com sua afirmação um tanto quanto mentirosa, por mais que soubesse que ela estava tentando provocar Selena e acabar totalmente com o clima, o que certamente estava funcionando. 

— O que está acontecendo aqui? - Selena pronunciou-se, colocando suas mãos em sua cintura.

— Não se preocupe querida, já estou de saída. - disse a loira, procurando algo em sua bolsa. Selena olhou-me mais uma vez, desconfiada. – Ah, aqui está. - vi Bridgit retirar um envelope da enorme bolsa marrom e entregar à mim, que hesitei em abrir. 

— O que é isso? - perguntei. 

— Meu presente de Natal adiantado. Fiz questão de traze-lo pessoalmente. - ela abriu um sorriso largo.  – Gostaria muito de ficar aqui para presenciar o desfecho de tudo, mas tenho mesmo que ir. - Bridgit se virou, mas antes nos olhou uma última vez antes de se retirar da sala. – Se puderem filmar e me mandar, ficarei grata. - não entendi ao que ela se referia. Selena continuava a observar tudo calada. 

Retirei a pequena dobra de velcro que lacrava o envelope, e o quê estava dentro dele não me agradou nem um pouco. A figura de Selena era presente em todas as fotos. A luz era fraca nas fotografias, mas ainda sim podia-se ver que era ela. Trajava minúsculas peças de roupas, sorrindo e se esfregando em um homem. Não me preocupei em desfazer minha feição raivosa ao ver cada uma daquelas fotos.

— O que é isso? - murmurei ao ver Selena se aproximar e tirar uma das fotos de minhas mãos. Vi ela arregalar um pouco os olhos e ficar imóvel. – Que porra é essa, Selena?! - elevei meu tom de voz e joguei as fotos em cima da mesa com grosseria. Eu esperava explicações convincentes da parte dela.

— E-eu não sei. - gaguejou.

— Não minta para mim. - rugi entre dentes. Selena passou as mãos pelos cabelos e soltou um longo suspiro. Ela estava evidentemente nervosa.

— Ontem, depois que brigamos, eu acabei indo para uma boate. - levantei minha sobrancelha ao ouvir aquilo. 

— Você disse que estava na casa da Ashley! - quase gritei, mas tentei me controlar. – Você mentiu pra mim. - cerrei meus punhos, ao ponto de bater na parede mais próxima que encontrasse na primeira oportunidade. Se a intenção de Bridgit ao me mostrar aquelas fotos era me perturbar, havia conseguido. Selena andou calmamente até mim, tentando diminuir a distância entre nós, mas eu desviei dando um passo para trás, deixando claro que queria que a distância entre nossos corpos prevalecesse naquele momento.

— Me desculpe. - pediu. – Eu estava nervosa, estava carente, precisava me distrair. - ri sarcástico.

— É bom saber disso. Agora quando eu estiver nervoso e precisar me distrair vou ir em um bordel e comer todas as vadias que conseguir. - não sei dizer se isso que falei era sério, mas no calor do momento falei mas com a intenção de atingi-la e despejar minha raiva em algo. – Olhe isso! Você se comporta como uma vadia! - cuspi as palavras, pegando as fotos e as jogando – literalmente – em Selena.

— Não se refira á mim como se refere a qualquer uma que você costuma comer. - disse ela em um tom baixo porém firme, bem próxima á mim.

— Não sei se você sabe mas... é você quem eu ando comendo ultimamente. - não sei o quê deu em mim. Eu não queria que Selena viesse a conhecer meu lado frio e egocêntrico, mas há momentos em que perdemos o mínimo de paciência que nos resta, e aquele era o meu momento. Senti repulsa ao imaginar os olhares insinuadores que os homens lançavam á ela. Senti raiva por ela por ela ter mentido para mim enquanto eu tentava ser legal, tentava ser o cara dos sonhos dela, com namoro e tudo mais. Selena era definitivamente meu maior problema. Um caso sem solução que por mais que eu tentasse dar um desfecho ou entende-la, não conseguia.

— Eu não me deitei com ninguém, ta legal? - nossa, como foi difícil me concentrar em nossa discussão e parar de reparar como ela estava gostosa vestida com aquela minha camisa de basquete. – Eu fiquei bêbada, dancei com um cara, e, bom, acabei entrando em apuros. Zayn apareceu e me ajudou a sair de lá. 

— Ah, claro, o Zayn. Sempre o Zayn. Vocês estão bem íntimos, não é? - não tive tempo de prender minhas palavras, elas simplesmente pulavam de minha boca sem parecer que eu tinha algum tipo de controle sob as mesmas.

— Pare com isso. - revirou os olhos. – Você deveria agradece-lo por ter me tirado daquele lugar. - falou indiferente.

— Agradece-lo? - ri cínico. – Ele deveria ter é te deixado lá. Daria uma ótima strippear. 

— Idiota. - xingou ela em um sibilo e me olhou uma última vez antes de dar meia volta e sair daquele cômodo. 

Eu não me arrependi de nenhuma palavra dita. Sei que talvez tenha pegado um pouco pesado com ela, mas eu não podia ignorar a circunstâncias dos fatos. Não podia ignorar a raiva que eu estava sentindo. Lamento apenas que nossa diversão tenha sido interrompida.

 

POV Selena

 

Justin nem ao menos sentia algum tipo de remorso ao me difamar daquela maneira, o que já estava se tornando algo cotidiano. Seu olhar estava coberto por raiva e cravado em mim, o quê me fazia ficar sem palavras e com muita vontade de estapeá-lo. Nesses últimos cinco minutos pude tirar a conclusão de que Justin é um cara extremamente manipulável. Todos que queriam se entrometiam entre nós e eles simplesmente deixava com que qualquer um virasse-o contra mim. E desta vez foi Bridgit. Claro que a culpa não foi totalmente dela pois eu havia mentido para ele em relação ao o quê eu havia feito na noite anterior, mas isso não se transformaria em um problema se ela não tivesse feito questão de vir nos atormentar. Torcia para que a vagabunda ainda estivesse na casa para poder tirar as devidas satisfações.

Não esperei por mais insultos que certamente viriam a sair da boca de Justin. O lancei um olhar indignado antes de dar meia volta e me retirar dali, o deixando sozinho. Por sorte, ele não veio atrás de mim. Fui grata por isso pois se viesse, nossa discussão poderia ficar pior e tanto eu quanto ele estávamos tentando nos controlar para não estragar tudo de uma só vez.

Eu ainda não conhecia a casa, então custei a achar um cômodo onde encontraria os de mais moradores do casarão.

— Estava pensando em transar na sala de jantar, o que acha? Parece ser ótimo. - ouvi a voz de Lily se manifestar assim que coloquei meus pés no piso madeirado da cozinha. A procurei mediante ao cômodo até que a encontrei, sentada sobre o balcão, com os braços e pernas enroscados no corpo de Ryan. Só os vendo daquela maneira pude perceber o casal bonito que eles formavam. 

— É uma ótima ideia. Mas teremos que esperar Justin e Selena desocuparem a mesa. - balbuciou Ryan sarcasticamente ao perceber minha presença.

— Muito engraçado. - forcei uma risada. Eles me olharam; ambos mantinham uma feição divertida estampada em seus rostos, bem diferente de mim. – Já terminamos. Podem ficar á vontade para usufruir da mesa de jantar. - falei, cruzando meus braços e escorando minhas costas na parede pincelada por um branco fosco.

— Uau, vocês são rápidos! - exclamou Lily. 

— Ok, todos nos viram na sala de jantar. Só tentem não divulgar isso no jornal. - eles riram.

— Por que está brava? - ouvi Ryan perguntar-me, ainda enroscado em Lily.

— Seu amigo é um idiota. - bufei frustada. Eu sentia raiva de Justin por ser tão mesquinha ás vezes, e o embrulho em meu estômago se intensificou quando vi Ryan começar a distribuir beijos no pescoço de Lily. Não que eu não ficasse feliz pelo relacionamento deles estar indo bem, mas eles eram meus amigos e deveriam parar de se comer na minha frente. Apenas Justin e eu podíamos fazer isso. – Ei, eu ainda estou aqui. - falei em um tom alto ao ver que o clima entre eles começava a esquentar. Lily riu baixinho e tateou o abdômen coberto pela camisa polo vermelha de Ryan, o afastando relutantemente de si e erguendo seus belos olhos verdes para me olhar.

— O que aconteceu? - perguntou a ruiva. Pensei antes de responde-la. Eu estava os interrompendo com mais um de meus problemas. Lily era uma ótima amiga e jamais confessaria que eu estava os atrapalhando, mas eu sabia que estava. Teria que começar a resolver meus problemas e afins sozinha, sem ter que precisar correr para que alguém me desse algum conselho ou ouvisse minhas lamentações. 

— Nada. Ahn, está tudo bem. Podem continuar. - forcei um sorriso. Lily franziu o cenho desconfiada mas não me questionou. Eles murmuraram algo inelegível aos meus tímpanos, e assim que perceberam minha ausência no cômodo, voltaram a fazer o que faziam antes.

Passei por todos os cômodos do primeiro andar rapidamente com o intuito de conhecer melhor a casa, antes de pegar minha mochila agora pendurada no guarda casacos, e sair do casarão. Tentei ser silenciosa, e mesmo que alguém tivesse me ouvido, não vieram atrás de mim. Era a segunda vez que eu faltava a aula para ficar com Justin e ele estragava nosso momento. Era um de seus inúmeros dons. Dentre eles estão: conseguir estragar o clima que custara a se formar entre nós, conseguir me tirar do sério em um piscar de olhos, me levar a loucura e ocupar meus pensamentos de uma maneira irritavelmente boa.

Era exaustivo a forma como eu vinha me torturando passando horas e horas pensando nele, e sempre que tudo estava indo bem, uma nuvem negra pousava sobre nós dois e despejava trovões e ventania. 

Diferente dos meus pensamentos, o dia estava bonito e agradável. O sol invadia Los Angeles, me trazendo calor, e só então notei que trazia em meu corpo apenas minha calcinha, meu par de tênis surrados e a camisa de basquete de Justin que ia até pouco acima dos meus joelhos. Podia sentir o suor impregnado na camisa colar em meu corpo e me recordar o quão bom seria dormir com ele esta noite. Meus planos foram novamente estragados.
 

 

Minutos depois, consegui finalmente encontrar um táxi que me levaria até minha casa. Ainda me restava algum dinheiro, pouco mas o suficiente para que me trouxessem do subúrbio até meu luxuoso condomínio. O fato de Justin, Ryan e Lily estarem morando em uma área tão diminutiva em comparação a vida recheada que levavam ainda me intrigava. 

Procurei as chaves que me dariam acesso a minha casa dentro da mochila que trazia comigo, enquanto pensava em uma boa explicação para dar ao meu pai caso ele estivesse em casa. Mas para a minha talvez sorte, quem vi não foi meu pai, e sim Cher. Minha prima estava jogada no sofá assistindo alguma coisa na televisão. Assim que ela me viu adentrar na sala de estar se sentou e endireitou sua postura corporal. 

— Você não deveria estar no colégio? - perguntou-me. Era de se estranhar ver Cher em minha casa tão cedo em plena terça-feira. Andei até o sofá em frente a ela e me joguei no mesmo, apoiando minha cabeça na confortável almofada revestida de seda.

— Deveria, mas não estou. - falei despreocupada. Minha quantidade de faltas não era nem de longe o meu maior problema e o que abalava meus pensamentos a todo instante.

— Onde estava? - analisou-me da cabeça aos pés, observando meus trajes e minha feição.

— Com Justin. - achei melhor dizer a verdade. Cher arregalou os olhos. A olhei desentendida.

— Com o Bieber?! Você estava com o Bieber? - demorei um pouco para conseguir compreender sua surpresa e indignação, só então me lembrei da sisma ainda desentendida por mim que todos á minha volta tinham com Justin.

— Sim. O que há de errado nisso? - Cher se levantou.

— Você não deveria se envolver com ele, Selena. Já se esquece de como vocês se conheceram? - seu tom de voz começara a se elevar. Foi a minha vez de levantar e protestar.

— Já estou farta de todos me dizerem o quê devo ou não fazer! - quase gritei. Eu detestava brigar com Cher ou com qualquer outra pessoa que ame, mas parecia que todos tiraram o dia para testar minha paciência. – Será que só por um momento vocês podem me deixar cuidar da minha própria vida? - ela se calou. Usei a frase no plural pois não era apenas Cher que estava tentando me controlar e me dizer o tempo todo o que deveria fazer, eram todos. Balancei a cabeça e tremi meus cílios, procurando mais palavras para faze-la entender que havia verdade no que eu dizia. – Eu estou bem, você não está vendo? - perguntei retoricamente. – Então pare de me tratar como uma criança! - cuspi as palavras. Talvez eu estivesse despejando toda a raiva e angustia acumulada em mim sobre Cher, mas ela não me deu alternativas com essa sua mania insistente de querer me proteger de tudo e de todos. Cher era uma péssima babá, sempre foi.

Subi apressadamente o lance de escadas que me levaria até o segundo andar. Cher me seguiu. Ela não era como meu pai, não iria dar esse espaço para mim; seja qual fosse seu objetivo, o cumpriria. Senti sua mão coberta por anéis de todos os tipos e tamanhos segurar meu antebraço quando eu já estava pronta para entrar em meu quarto.

— Nós precisamos e vamos conversar. - disse ela firmemente. Revirei os olhos e me desprendi dela, fechando a porta quando nós duas já estávamos dentro do cômodo.

 

POV Bridgit

 

A poeira contida em extremo naquele local me arrancou espirros, e eu me perguntei mentalmente por quê Jeremy escolhera aquele lugar bem decorado porém imundo para chamar de escritório.

A porta de madeira soltou um fraco rangido quando eu a puxei, evidenciando minha chegada. Corri meus olhos pela sala através da pequena fresta que deixei aberta e vi a poltrona de couro girar, mostrando-me sua feição séria e rígida, como de costume.

— Sente-se. - poderia até dizer que soou como um pedido, mas estaria mentindo. Sua voz por mais comum que fosse para mim, sempre me causava arrepios. Me sentei em uma das cadeiras ao meu lado da mesa, cruzando as pernas e pousando minha bolsa sobre outra cadeira que havia ali. – E então? Como foi? - perguntou ele, inclinando seu tronco para frente e apoiando seus cotovelos sobre a mesa. O charuto cubano costumeiro estava presente entre seus dentes.

— Fiz o que me pediu. - soltei um suspiro pesado. Os olhos de Jeremy brilhavam quando o assunto era os Gomez. Aquilo era tão patético.

— E depois? O que aconteceu? - sua empolgação, mesmo que disfarçada, era nítida. 

— Eu não sei. Não fiquei lá para ver. Apenas entreguei as fotos e saí. - contei despreocupadamente, fitando minhas unhas recém feitas.

— O que? Por que não? Eu preciso e detalhes, Bridgit! - balbuciou ele.

— Quando eu cheguei eles estavam quase fazendo sexo. Meu estômago se embrulhou. - fiz uma careta ao me lembrar da cena que presenciei à pouco tempo antes. – Não aguentei ficar lá por mais tempo. - acrescentei. Jeremy gargalhou. Procurei achar o humor visto por ele em minha frase.

— Achei que sua preferência fosse saias, Mendler. - debochou. Ergui meu olhar e vi Jeremy voltar a se apoiar no encosto da poltrona e balançar-se nela. – Oh, não me diga que está interessada em Selena? - cerrei os olhos levemente irritada com sua insinuação.

— Seu sarcasmo originalmente ridículo me impressiona,  Jeremy. - falei, já me levantando. Uma expressão alegre continuava em seu rosto, talvez pelo fato de que agora com a minha ajuda seus planos se cumprissem com maior sucesso do que o anterior. – E não que seja da sua conta, mas, minha preferência continua sendo saias. - pausei e deixei escapar um sorriso maldoso.  – Mas seu filho não é de se jogar fora. - inclinei meu corpo e falei próxima a ele, que sorriu de canto, sem revidar minha fala um tanto quando insinuadora. Me ergui, alinhando minha postura e andando em direção a porta. – Tchau tchau, chefinho.

A primeira parte do plano foi concluída com sucesso. Jeremy deveria ser eternamente grato por eu estar carregando praticamente tudo isso nas costas sem nenhum tipo de ajuda. Na verdade, existe sim uma ajuda. Um mínima porém importante ajuda. Mas estaticamente, eu estava cuidando e bolando tudo sozinha. Os quatro próximos passos seriam dados por mim, e claro que, seriam cumpridos com sucesso ainda maior do que esse. Jeremy não era o real chefe, não naquele momento. Mas seu ego era maior e ele fazia questão de dizer á todos que quem planejou isso fora ele, que eu era apenas uma serva obedecendo as ordens do patrão. O que obviamente, era mentira. Todos sabiam da pouca inteligência e esperteza que restava no cérebro medíocre e quase que vazio de Jeremy, todos sabiam que quem bolou tudo isso fora eu, mas ninguém abria a boca. Caso abrissem, um machado pousado na veia de seus pescoços os aguardariam ao mais breve chegar. Sem exageros. Jeremy conseguia ser cruel quando queria. Eu, até então, estava achando tudo isso muito divertido. Minhas férias na Europa foram boas no inicio, depois de algum tempo o tédio tomou conta dos meus dias. Bastaram apenas uma semana no papel de Garota Normal de Paris para que eu me entediasse e voltasse para a vida que levava antes. Não estava tão movimentada como antigamente, eu admito, mas eu sei que poderia tornar tudo isso melhor.

O portão de saída do galpão fora liberado imediatamente. Coloquei meus óculos e saí em passos firmes daquele lugar onde eu esperava voltar apenas quando já tivesse a cabeça de Selena em uma bandeja, coberta por molho shoyo, vinagre e orégano. Isso seria divertido.

 

POV Selena 

 

Abri meus olhos com certa dificuldade pois minhas pálpebras pesavam. Escorei minhas costas na cabeceira da cama, me espreguiçando em seguida. Cher havia me dado um chá com um calmante que por sinal era muito forte pois me apagou durante a tarde inteira. O relógio marcava 7:00 PM. O silêncio em meu quarto era absoluto. As luzes estavam apagas e a única coisa que iluminava minha visão era o abajur repousado em meu criado-mudo. A preguiça ainda estava presente em meu corpo, impossibilitando-me de levantar. 

Estiquei meu braço para ficar no alcance do meu celular que estava sobre o criado mudo. Pude notar que haviam várias ligações perdidas, dentre elas, três de Ashley. Resolvi retornar.

Alô? - ouvi sua voz doce ao outro lado da linha atender.

— Ashley, hm, oi. Você me ligou? - minha voz ainda estava sonolenta.

Sim, ahn, pode me ligar depois? Estou meio ocupada. - sua voz parecia distante. Permaneci calada na linha. – Amor, para. - ouvi ela dizer entre risos, e, certamente, não estava falando comigo.

Hmm, amor? - sorri divertida ao perceber a situação.

Você ainda está aí? 

— Tudo bem, eu te ligo depois. Mas terá que me contar sobre esse seu novo namoro. - retirei o edredom que me cobria e levante-me, indo em direção ao banheiro.

Tudo bem. É... tchau. - disse e encerrou a ligação. Ela parecia estar tensa.

Eu precisava muito falar com alguém, e esperava que Ashley poderia ser esse alguém.

Antes de dormir, á horas atrás, Cher e eu conversamos. Na verdade, ela falou e eu ouvi. Contou-me que meu pai havia viajado essa madrugada para a França, por circunstância de problemas em seu trabalho. Eu nunca soube definir o quê era o trabalho do meu pai. Lembro-me de quando meus amigos do Fundamental me perguntavam qual era a profissão dos membros da minha família, do meu tutor, que no caso, é Ricardo, e eu nunca sabia responde-los. Dizia que ele era um homem muito ocupado, ocupado até mesmo para me dizer sobre o que se tratava seu ofício que me distanciava tanto ele. Que o distanciava de todos.  Cher disse que meu pai está com problemas, problemas quem nem ela sabe quais são, então, não poderia me contar. Duvidei disso pois Ricardo e Cher viviam enfurnados no escritório, diziam que estavam trabalhando. Seja lá o que for, Cher tinha participação. Ela negou à me dizer sobre o quê se tratava, sábia que estava me escondendo algo mas não insisti. Deixei com que a mentira me apossasse e resolvi acreditar. Fingir que estava tudo bem sempre fora uma habilidade minha que cultivei durante o tempo, e agora não iria renegar meu dom.

Prendi meus cabelos para que os fios não me atrapalhassem ao encher a banheira. Abri a torneira e deixei com que a água caísse, preenchendo o círculo de mármore branca. Me despi com agilidade, já que usava uma camisola de seda simples, uma das inúmeras daquele mesmo modelo que colecionava. Não me lembrava de como ela veio parar em meu corpo. 

Desliguei a torneira quando me certifiquei de que a quantidade de água já distribuída estava no ponto em que eu queria. Coloquei alguns aromatizantes e rosas na água morna e cristalina. Já que não havia ninguém com quem eu pudesse conversar, achei que um banho relaxante seria capaz de me acalmar e me trazer um pouco de paz. 

Já totalmente nua, coloquei um pés de cada vez na banheira, sentindo o contato delicioso da água com minha pele. Em seguida, meu outro pé, e por fim, meu corpo inteiro, me sentando e apoiando minhas costas em um canto da banheira. Deslizei perante á mármore, afundando parte do meu corpo, sem molhar meus cabelos ainda presos em um coque bem feito. As rosas vermelhas proliferavam a água, trazendo um aroma ainda mais intenso ao banho. Os sais eram presentes, e penetravam em minha pele como uma forma de relaxante muscular. Bati meus pés lentamente, causando bolhas minúsculas e ecoando um som agradável. Tirei minhas mãos que até então estavam pousadas na borda da banheira e as levei até o fundo da mesma, pondo-as embaixo de minhas pernas, me encolhendo dentro da água.

Deixei com que milhões de pensamentos corressem por minha mente. Pensei em o quê fazer quando saísse do banho, já que não teria sono pois dormi boa parte do dia. Pensei em inúmeras ideias que poucos segundos classifiquei como Más Ideias. Dentre elas, ligar para Justin me parecia ser a pior. Por alguma razão idiota, eu queria vê-lo. Uma metade de mim o quer, e a outra quer o esquecer. É confuso, eu sei. Nem eu mesma entendia, não esperava que alguém entendesse. 

Fechei meus olhos na esperança de conseguir afastar Justin dos meus pensamentos. Era assustador o fato de não ser preciso que ninguém mencione seu nome em voz alta para eu sentir como se uma corrente elétrica percorresse todo o meu corpo, causando-me arrepios constantes e me fazendo ter curtas alucinações. De alguma forma ainda desconhecida por mim, meus pensamentos, na maioria das vezes, o traziam para perto. Não sabia se era pura coincidência ou algum poder mutante. 

Ergui meus olhos com cautela, só então tendo completa certeza de que o quê eu sentia estava sim acontecendo. Eu sentia a presença de alguém, sentia um aroma conhecido por mim no ar, sentia sua respiração quente próxima a mim e seu cheiro maravilhoso se instalar ali.

Eu o vi parado bem ali, ao meu lado, me olhando com uma expressão indecifrável. Não sabia bem descrever sua feição naquele momento, pude apenas perceber que ele estava aparentemente sereno. Depois disso, não consegui me concentrar em mais nada a não ser em seus olhos claros que brilhavam em uma intensidade admirável.

Tentei me mexer, mas meu corpo pareceu estar congelado, preso na mármore branca. Ele sorriu para mim antes de dar um curto passo para trás e começar a tirar suas roupas. Começando pela camisa, a retirando e jogando em um canto qualquer do banheiro. Depois tirou o par de tênis, e as de mais peças que até então compunha seu figurino.

Ele me olhou antes de entrar, como se estivesse pedindo permissão para juntar-se á mim. Apenas balancei a cabeça positivamente. Justin se acomodou no grande espaço vago na banheira. Seus pés tocaram minhas pernas. Uma sensação estranha instalou-se em mim, me impossibilitando de conseguir pronunciar sequer uma sílaba sem estremecer os lábios ou minha voz falhar.

Senti sua mão ríspida tocar minhas pernas ensopadas pela água. Ele se aproximou. Eu não conseguia desviar meu olhar do dele por mais que estivesse tentando muito, e juro que estava. Era como um tipo de imã. Um imã que prendia parte, ou até mesmo me prendia inteiramente á ele.

Suas mãos subiram, parando em minhas coxas ainda por baixo da água. As rosas a essa altura já haviam se desmanchado. O aroma ainda era presente, mas havia se misturado com o perfume de Justin, fazendo-me confundir qual era qual; ambos eram ótimos. 

Foi torturante ver lábios tão macios e úmidos tão próximos á mim e ter medo de tocar. Eu era fraca diante dele, sabia disso. Sabia que iria fraquejar em algum momento, mas antes que pudesse fazer isso por mim mesma, Justin se aproximou ainda mais, acabando com qualquer espaço que havia entre nós. Seu polegar foi de encontro com meus lábios. Ele os massageava delicadamente, sem despregar os olhos daquela área. Fechei meus olhos, sentindo seu toque, que por mais singelo que fosse, conseguia mexer comigo.

— O que está fazendo? - após alguns minutos em silêncio, consegui pronunciar algo mais do que síbilos inaudíveis.

— Eu vim tentar resolver as coisas. - afirmou ele. Justin fez uma pequena pausa, o tempo suficiente para se mover e tocar seus lábios nos meus, apenas os colando e descolando em uma fração miníma de segundos. – Garota, eu sou seu escravo. - sussurrou próximo ao meu ouvido, mordendo o lóbulo de minha orelha.

E eu não resisti.

 

 

 

 

 

"Você me deixa louca na metade do tempo
a outra metade eu estou apenas tentando te mostrar
que o que eu sinto é verdadeiro.
"

 

 

 


Notas Finais


Imaginem Justin Bieber sussurrando no ouvido de vocês que é seu escravo; iriam dar pra ele ou fugir? Suas respostas serão o que a Selena fará no próximo capítulo!
Mentira gente. nvfdjklh
O capítulo ficou enorme, scrr. Eu não queria que ficasse longo assim mas tudo isso foi necessário :(
Cher, Bridgit e Jeremy, yuuupi! Sentiram saudades deles? Eu senti; principalmente da minha loira má, senhorita Mendler <3 Amo tanto a Brid que vou deixar ela circulando por Moonshine por um bom tempo. Bridgit prefere saias? que an como
Na dúvida da cor do cabelo da Cher na fic, aqui ela é morena ta gente. No próximo capítulo vai acontecer algo envolvendo a Cher. Mas... não vou dar spoiler.
Viram como o Justin é um idiota? Pois é. Mas é um idiota convincente; vai dizer que não?!
Esse capítulo teve outros pov's além dos da Selena, que é o qual eu mais faço. Prefiro mais pov's da Selena porque sei lá, é mais fácil de descrever os pensamentos dela do que os dos outros personagens. Mas daqui para frente teremos mais pov's de outros personagens, principalmente da Cher e da Bridgit.
Enfim, espero que tenham gostado, sunshines. Até o próximo. ♥
xoxo


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