A visita tardia de Sarah Toledo na cabana não era esperada por Toni. Ele esquentou um pouco de água e fez um café para a mulher.
- Está um pouco frio e deve esfriar um pouco! – Disse Toni.
- Obrigada. Estava precisando mesmo. – Disse Sarah sorrindo.
- Eu poderia até reacender a fogueira lá fora, mas é melhor ficarmos aqui. Você soube o que aconteceu com uma das gêmeas. Coitada. Perde-se nesta floresta! – Relatou Toni.
- Você acha que algum animal possa ter sido a causa? – Questiona Sarah.
- Temo que haja respostas. A Delegada está na cidade. Ouvi que a Ângela é bastante competente. – Disse Toni.
- Toni! Toni! – Disse uma voz de mulher. Toni ficou parado e Sarah estranhou o jeito do amigo.
Os olhos de Toni permaneceram fixados e ele parecia olhar para o nada.
- Toni! Você está me ouvindo? – Questiona Sarah.
- Oi! – Respondeu ele.
- Você está com a cabeça onde? – Pergunta a jornalista.
- Você ouviu a voz? – Questiona Toni.
- Eu não ouvi nada Toni! – Respondeu Sarah.
O dia chegou iluminando a cidade. A Delegada Ângela Mangabeira abria as cartas que havia recebido e era acompanhada por Terêncio até a delegacia.
- Novidades da sua cidade? – Pergunta o soldado.
- Minha filha está bem e isso é o que mais me conforta neste momento. – Respondeu a Delegada.
- Fico contente que tudo esteja bem! – Disse Terêncio.
- Nesta cidade? Precisamos nos organizar! – Disse Ângela.
No casarão de Albert Blumm a luz do sol pouco batia, ele estava observando sua cama e Elizabeth estava deitada com uma aparência de cansaço. Ela despertou pouco tempo depois.
- Onde estou? Albert? – Pergunta Elizabeth assustada.
- Elizabeth! Fico contente que esteja bem! – Respondeu Albert.
- O que estou fazendo aqui Albert? – Questiona Elizabeth.
- Tu vieste sozinha até a mim. O que pude fazer? Jamais a deixaria desamparada. – Respondeu ele.
- Eu não acredito em você. Você pode ter me atraído até aqui. Irei embora agora mesmo! – Disse Elizabeth levantando-se.
- Eu nunca neguei ajuda alguma. Eu só espero que algum dia você enxergue o quanto gosto de você. – Disse Albert.
- Você é um sanguinário! Eu tenho horror de você! – Disse Elizabeth saindo às pressas.
- Horror a mim? – Questiona Albert triste e ao olhar para o espelho, o mesmo não reflete a sua imagem.
Elizabeth entrou ofegante e Denise a surpreendeu com um olhar de questionamento. As duas se encararam por um momento e a bruxa esperou alguma explicação.
- Ás vezes fico me perguntando onde tens passado a noite. – Disse Denise.
- Tia Denise! – Disse Elizabeth ainda sem respostas.
- Não vai me contar onde estava minha querida sobrinha? – Questiona Denise.
- Eu saí muito cedo. A senhora estava dormindo e não quis acorda-la. – Mentiu Elizabeth.
Clarisse ouviu uma parte da conversa e surgiu na sala sem dizer nada.
- Com licença! – Pediu Elizabeth ao sair.
- Agora a senhora sabe que ela está mentindo! – Disse Clarisse.
- Da sua prima cuido eu! – Disse Denise.
Na casa do prefeito, Joana pegou o vestido de noiva e vestiu-se. Maria Regina acordou e viu a filha.
- O que está fazendo Maria Joana? – Questiona Regina.
- Estou provando o meu vestido de noiva! – Disse Joana.
- Sabe o que a nossa família está passando para ficar pensando em casamento. Deveria respeitar a minha dor! – Disse Maria Regina.
- Não posso esperar mais. A Julieta sumiu. A Júlia tentou me matar e provou do próprio veneno. Eu tenho a necessidade de ser feliz. – Disse Joana.
- Espere só mais um pouco. Não vê o que estou passando com o seu pai? Eu tendo que engolir a traição para poder suportar mais ainda essa dor que há em mim. – Disse Maria Regina.
- Vou esperar só mais alguns dias! – Disse Joana.
- Obrigada filha. Amo muito você! – Disse Maria Regina ao sair.
Chegando à sala deparou-se com Geraldo e Celso.
- Está tudo bem? – Pergunta Geraldo.
- Celso... Conversei com a minha filha e pedi que ela esperasse mais alguns dias para subir ao altar. – Disse Maria Regina.
- Eu compreendo perfeitamente. – Disse Celso.
- Não vai me responder Maria Regina? – Questiona Geraldo.
- Você ainda ousa se dirigir a mim? Deveria procurar as suas amantes. – Respondeu Maria Regina.
O Médico Afonso estava no quarto de Maria Júlia e encontrou todos na sala.
- Como vai? – Pergunta o Médico.
- Alguma melhora doutor? – Questiona Maria Regina.
- Continua do mesmo jeito! – Disse Afonso.
No casarão, Albert Blumm descansa em uma caixa que está no sótão. Clarisse bate na porta e entra quando percebe que ela se encontra aberta.
- Tem alguém em casa? – Questiona a mulher. Um morcego sobrevoa a sala imensa do casarão assustando a visita. – Este lugar está precisando de um belo tratamento. Teias de aranha. E agora morcegos?
Ela sobe devagar a escadaria que dá para os quartos e a madeira velha range causando certo desconforto por se tratar de uma casa velha.
- Você está ai? – Pergunta Clarisse por Albert, mas ninguém responde.
Na pensão, Deodora recebe as correspondências e um buque de flores. Sarah e Cecília entram no mesmo momento.
- Recebendo flores? – Pergunta Cecília.
- Está direcionada a você Cecília! – Respondeu Deodora.
- Flores para mim? Mas de quem? – Questiona Cecília.
- É melhor você abrir e descobrir você mesma de quem se trata esse admirador! – Disse Deodora. Sarah sorriu com a situação e Deodora lhe entregou um envelope.
- Este é para você. Raquel Fullfield! – Disse Deodora.
O nome citado por Deodora foi o suficiente para deixar Sarah Toledo tremula.
- Você está bem querida? – Questiona Deodora.
- Está tudo bem. Eu vou abrir em meu quarto, com licença! – Disse a jornalista saindo.
Cecília estranhou o jeito de Deodora.
- O que foi? – Pergunta Cecília.
- Não é de hoje que estranho alguma coisa nessa jornalista, Raquel Fullfield! – Disse Deodora.
- E o que você está pensando? – Questiona Cecília.
- Nada por enquanto! – Respondeu a dona da pensão.
Sarah Toledo entrou em seu quarto e trancou a porta. Ela sentou-se na cama e abriu o envelope com cuidado.
- Não pode ser! – Reagiu Sarah ao começar a ler parte da carta.
As lembranças vieram à tona. Pedro sorria para Sarah, pois acreditava que tudo sairia como planejava.
- Você vai para Boas Lembranças e começara uma nova vida... – Dizia o amigo Pedro.
-... Eu não vou para lugar algum! – Respondia Sarah se recusando.
Raquel corria em um imenso campo verde e também sorria.
- Raquel e a Rosa eram grandes mulheres. – Disse Sarah. – Parece que as coisas não andam como fora planejado. Espero que ao menos você esteja bem Pedro!
Na Capital... Odete Valentine dirige seu carro até um terreno baldio e encontra Pedro.
- Eu vim ao seu encontro como combinado! – Disse Pedro.
A mulher sorriu e abriu a porta do carro. Ela desceu segurando sua bolsa.
- Tu és bastante corajoso! – Disse Odete.
- Eu ainda não entendo o motivo desse encontro! – Disse Pedro.
- Eu explicarei tudo em detalhes. Eu sei muito bem que tu és amigo daquela jornalista que publicou uma matéria enganosa sobre o meu nobre marido. – Disse Odete Valentine.
- A Sarah publicou nada mais que a verdade. – Disse Pedro defendendo a amiga.
- Ainda bem que você lembra-se de quem estamos falando. Sua querida tentou difamar o Estevão. – Disse Odete.
- Por que a senhora continua do lado do Estevão? Ele matou a própria amante. O corpo nunca foi encontrado, mas ele havia saído com ela. – Disse Pedro.
- O corpo nunca foi encontrado, realmente... Diferente daquela tal de Rosa. Você viu o relato de como foi encontrada? – Questiona Odete.
- Eu tinha certeza de que tinha dedo do Estevão! – Disse Pedro.
- Espertinho! – Disse Odete sorrindo.
- A Sarah está morta. O que ainda quer com tudo isso? Por que tanto derramamento de sangue? – Questiona Pedro.
- Eu sei que a Sarah Toledo não está morta! – Afirma Odete.
Continua...
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.