História More than a friend - Imagine com Ten NCT - - Capítulo 2

S/N POV.

Quando nossas aulas acabaram voltamos juntos para casas como fazíamos todos os dias desde que éramos crianças, durante o trajeto paramos em uma sorveteria, escolhemos nossos sabores favoritos e seguimos conversando e brincando como sempre fizemos, a brincadeira acabou virando uma guerra de sorvete o que resultou em duas “crianças” correndo e gritando todas sujas de sorvete pelas ruas do tranquilas do bairro onde morávamos.

Durante esse tempo esqueci-me dos problemas, eles apenas não existiam, tudo estava como sempre foi, Ten estava sorridente ao meu lado e não pude evitar um enorme sorriso em meu rosto também.

Mas ao chegarmos em frente a minha casa tudo voltou, fiquei olhando fixamente para o chão, não queria dizer adeus, queria que tudo continuasse como é. Derrepente senti uma lágrima descer por meu rosto, e novamente meu peito doía. Eu sentia medo, medo de perdê-lo.

- S/n, por favor, não chora. – Disse o mais alto se aproximando.

Não conseguia respondê-lo, tentei dizer algo, mas as palavras estavam presas em minha garganta, mais lágrimas desceram por meu rosto, não pude contê-las. Ten tentou aproximar-se, mas o impedi e corri para dentro de casa antes que ele chegasse mais perto, não queria que ele me visse desse jeito.

Fui para meu quarto e fiquei encolhida na cama durante horas no escuro esperando que a dor em peito se fosse, mas ela não iria e eu sabia disso.

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Escutei algumas batidas em minha porta, logo em seguida ela foi aberta.

- Filha tudo bem com você? Venha comer algo, não fique aí jogada como se o mundo fosse acabar. – Era minha mãe falando, e é claro que para ela isso era apenas mais um drama de adolescente.

-Já vou. – Disse retirando as cobertas da cabeça, ela apenas fechou a porta me deixando no escuro novamente. Tentei me recompor, sentei na cama e fitei o escuro enquanto lágrimas quentes e grossas escorriam por meu rosto, permaneci assim por alguns segundos ou minutos, não sabia mais, já havia perdido a noção do tempo

Estava com dor de cabeça de tanto chorar, fui para meu banheiro tive a impressão de que a dor aumentou com a claridade da luz, ao olhar no espelho me deparei com uma garota descabelada, olhos inchados e vermelhos com grandes marcas escuras abaixo dos mesmos. Eu realmente estava péssima, precisava dar um jeito nisso, mas não tinha forças e nem vontade para fazer nada, apenas joguei uma água no rosto, desembaracei meus cabelos e tomei um remédio para a dor.

Joguei-me na cama novamente e fiquei olhando para o teto como se meus problemas fossem se resolver com esse gesto.

Derrepente meu celular toca iluminando todo o quarto, ao pega-lo meus olhos ardem com a luminosidade do aparelho, mas logo se adaptam, quando vejo o número de Ten automaticamente meu coração dispara, não estava preparada para ouvir sua voz e sentia que poderia chorar a qualquer momento, resolvo ignorar a ligação. A mesma coisa acontece mais três vezes até as ligações pararem, estranhei pois ele não desistiria tão facilmente. Fica tudo em silêncio até que começo a receber mensagens atrás de mensagens, todas vindas Ten, apenas as lia sem responder nenhuma, mas uma delas chama minha atenção “Olhe pela janela”.

Levanto-me da cama rapidamente e vou em direção à janela, olho para a rua pela fresta da cortina, mas não o vejo, recebo outra mensagem “Procure direito sua preguiçosa”. Abro as cortinas e olho atentamente procurando-o, até que Ten sai de trás da árvore que ficava do outro lado da rua, ele sorri e manda outra mensagem “Parabéns!! Você me encontrou, agora venha buscar seu prêmio!”.

Após ler a mensagem olho para o garoto novamente e dessa vez seu sorriso estava maior, não pude evitar e acabei sorrindo junto com ele. Era impressionante como ele conseguia me fazer sorrir com um simples gesto, mas não posso esquecer que alguns minutos atrás era por causa dele que eu estava chorando.

“Espere só um minutinho, já estou indo” respondi a mensagem anterior.

Sai de casa às pressas, quando cheguei ao portão senti meu corpo se arrepiar com a brisa da noite, esfreguei meus braços na tentativa de me esquentar e olhei para o lugar onde Ten estava, ele não se encontrava mais no local - “será que ele já foi?” Pensei – antes que pudesse me virar para procurá-lo do outro lado senti algo quente em meus ombros. Era a blusa que Ten vestia a alguns minutos atrás.

- Nossa, você está péssima garota. - Disse bagunçando meus cabelos um pouco mais. – Acho que em todos esses anos nunca vi você nesse estado, até parece um zumbi. – Provocou-me.

Lembrei de meu péssimo estado e abaixei a cabeça sentindo vergonha, apertei sua blusa em meus ombros sentindo seu cheiro.

Antes que eu pudesse responder sua provocação Ten me envolveu em um abraço quente e apertado, ele nunca havia me abraçado desta maneira. Não tentei evitar e nem recuei, apenas coloquei meus braços em volta de sua cintura.

- Me promete que você não vai ficar assim quando eu for embora. – Disse me apertando mais em seus braços.

- Prometo. – Soltei um riso engasgado. – Agora me deixa respirar, por favor. – Implorei.

- Não quero! – Respondeu rindo e me apertando ainda mais. – Você é tão fofa.

Comecei a dar leves tapinhas em suas costas até que ele me soltasse.

- Caso você tenha esquecido eu preciso respirar para poder viver. – Disse fazendo cara feia.

- Me desculpa, não consegui me controlar. – Respondeu olhando para baixo coçando a nuca. – Sei que está meio tarde, mas você quer dar um passeio? – Perguntou com carinha de cachorro pidão. Ele sabia que eu não conseguia negar nada quando ele fazia aquela cara.

- Vamos! Quem chegar primeiro no parque tem direito a um pedido! – Gritei e sai correndo.

- Hey! isso não vale. – Disse Ten logo atrás tentando me alcançar. – Volta aqui! Isso é trapaça!

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Não sei porquê fui inventar de apostar corrida, nunca fui boa em corridas, e é claro que Ten havia chegado primeiro no parque. Agora estávamos sentados em dos vários banquinhos de madeira que ficavam espalhados pelo parque, eu tentava controlar minha respiração enquanto ele ria de mim.

- Você é tão lerda que nem trapaceando conseguiu me vencer. – O menino disse rindo ainda mais alto.

- Fica quieto, as pessoas estão olhando para nós como se fôssemos loucos. – Respondi segurando riso e dando um empurrãozinho em seu ombro.

- Agora eu tenho direito a um pedido. – Disse fazendo uma cara diabólica.

- Ah não! Eu estava brincando, você não tem direito a nada, eu menti. – Disse apavorada, Ten sempre me dava medo quando fazia essa cara.

- Yah! É claro que valeu, para de ser medrosa, não é como se eu fosse mandar você dar 10 voltas no parque. – Disse tentando ficar sério. – Por mais que isso seja tentador. – Sorriu malignamente.

- Hey! Nem pense nisso, já estou morrendo só de imaginar. – Disse dando um tapinha em sua testa. – Faça logo o seu pedido.

- S/N, eu quero que você continue sendo minha amiga.

- O que? É claro que eu vou continuar sendo sua amiga. – Respondi meio confusa por causa de seu pedido.

 - Eu sei disso, o que eu quis dizer é... – Ele parecia bem nervoso. – Eu quero que você goste de mim apenas como amigo, a verdade é que eu sei o que você sente por mim.

- O-O que? – Senti minhas bochechas esquentarem, então ele sabia.

- Eu não quero que você continue sentindo o que sente por mim, você só vai se ferir se continuar com isso. – Disse segurando minhas mãos.

- Mas por quê? Eu não estou te entendendo.

- S/n, por favor. Eu percebi o que você sentia por mim a algum tempo atrás. E você não sabe como isso me deixou feliz. – Disse abaixando seu rosto e sorrindo. – Eu só quero que você saiba que eu também gosto de você.

- Sério? Mas por que você quer que eu não sinta mais isso? – Eu estava feliz com sua confissão, mas ao mesmo tempo ainda estava muito confusa.

- Isso está sendo muito difícil para mim. Mas eu sinto que isso é a coisa certa a se fazer. – Disse olhando diretamente em meus olhos acariciando meu rosto. – Sabe, eu não posso deixar você aqui sozinha me esperando por tempo indeterminado. Eu vou estar fora realizando meu sonho. E você? Pode ser um pouco difícil para nós dois no começo, mas eu quero que você siga em frente, só quero sua felicidade. Faça isso por mim s/n.

Estava segurando o choro o máximo que podia. Descobrir que seu amor é recíproco é uma das melhores sensações do mundo, mas não poder ficar com essa pessoa era uma das piores.

- E-Eu vou tentar. Vou tentar por você. – Disse soluçando.

- Muito obrigado. – Ten disse e me puxou para um abraço. – Eu te amo. – Disse dando um beijo no topo da minha cabeça.

- Também te amo. – Respondi apoiando minha cabeça em seu ombro inalando seu cheiro.

Ficamos assim durante um bom tempo, era aconchegante e eu me sentia protegida.

Ten me levou em casa, quando fomos nos despedir ele me surpreendeu com um beijo calmo e apaixonado. Eu só queria sentir aqueles lábios nos meus, mas tivemos que nos separar.

- Boa viagem. – Disse com um sorrisinho sem graça.

- Obrigado, boa noite. – Disse o mais alto me puxando para outro abraço. – Te amo.