História More Than Pets - Imagine TXT (Yeonjun e Soobin) - De Olhos Vermelhos

Eu pensei em tudo o que Jin me alertou, mas eu não podia me resignar e aceitar o meu destino. Ele deveria me conhecer melhor...

Enquanto eu andava até o estúdio 17, onde Yeonjun deveria estar fazendo sua terceira sessão de fotos, eu pensava nos caminhos que nos uniram até aqui.

Aquela noite fria em que eu fui escolhida para salva-lo. 

Eu não me arrependia de nada. 

Graças aquela noite. Eu descobri o verdadeiro Shin Daewon, eu redescobri a mim mesma, a mudança de estrada...

Tudo.

Eu tinha um novo propósito de vida. 

— Você está ótimo. — Ouvi a fotógrafa Lee Chohee elogia-lo, quando entrei na sala ampla. Ele realmente era responsável com o trabalho. — Olhe para esquerda e levante um pouco o queixo. 

Tão responsável que veio concluir as fotos do último dia. Não obstante, ele parecia incomodado. 

Ele não poderia me ver de onde eu estava, mas, mesmo assim, eu poderia jurar que ele sentia o meu cheiro por trás das telas brancas. E isso o atrapalhava. 

— Pra onde você está olhando? — Eu me escorei atrás da tela, tomando cuidado para não esbarrar nas câmeras altas e arraras em volta, enquanto me escondia. — Concentre-se por favor.

Ela era uma boa menina. Talvez um dia pudesse me substituir nessa agência...

O propósito de Daewon com certeza era esse quando a contratou. Eu não tinha dúvidas disso. 

Ele era um homem precavido no final das contas.

— Eu posso sair por três minutos? — Yeonjun pediu. — Eu preciso usar o banheiro.

Ele estava inventando uma desculpa para fugir de mim?

— Okay, três minutos! — Ela era exigente. — Eu também preciso de uma pausa.

Esperei a porta bater e saí do estúdio pela porta dos fundos. 

Eu segui correndo pelo o corredor atrás de Yeonjun. Ele tinha entrado no primeiro banheiro masculino que achou. 

— Agora você pode me dizer por que fez aquilo. — Tranquei a porta que por sorte tinha chave, antes de olhar para ele.

Eu não iria sair até esclarecermos tudo.

— Eu te amei e te marquei como minha.

— E na sua cabeça isso pareceu certo? — Ele parecia irritantemente calmo. Enquanto eu estava prestes a chutar o balde. — Que droga Yeonjun! — Eu não aguentei e surtei. O que ele estava tramando?  — Você enlouqueceu?! 

— Eu fui muito burro em pensar que você...

— O que Yeonjun?! — Eu estava exausta. — Você me marca e eu deveria ficar feliz?

— Se você me amasse de verdade estaria. — Ele se aproximou de mim e acariciou o meu rosto cautelosamente. — Mas você não me ama mais... — Eu suspirei sem saída. Eu não queria continuar brigando, mas eu ainda estava inconformada. — Você ama aquele coelho, não é?

— Yeonjun...

— Você não precisa de mim.

Eu não queria perder o seu toque, mas ele se afastou antes que eu pudesse impedir. Então, eu o abracei.

— Não diz isso nunca mais. — Eu apertei sua cintura o máximo que pude. — Eu preciso de você. — A marca era o de menos. Ser eternamente dele era o que me assustava. Eu não acreditava nisso. — Volta pra casa, por favor...

— Eu não posso.

— Por que? — Eu procurei os olhos dele. Eles estavam mais cinzas do que de costume. — Por que você odeia ele? — Eu não conseguia entender... — Ele é...

— Inocente? Ele não é mesmo. 

— Yeonjun... — Ele desfez nosso abraço, me olhando bravo. Eu não sabia mais o que fazer para convence-lo. — Você está cego de ciúmes! — Eu estava ciente disso. — Ele não é uma ameaça. Por que você insiste em agir assim?

A resposta não veio e eu pensei que foi a melhor escolha. 

Eu estava cansada demais para discutir. 

A situação era desgastante demais. Talvez a marca tenha me deixado assim...

Sensível.

A indiferença de Yeonjun começava a me cansar também. 

— Fique com o seu orgulho. Eu cansei.

— O que?

A minha mão hesitou na maçaneta da porta, quando ele olhou pra mim assustado com a possibilidade. 

Eu não estava preparada para dizer adeus. Todavia, eu não aguentava mais nada.

O adeus parecia a saída mais digna e justa para ambos naquela merda toda.

— Adeus Yeonjun.

— Noona espera!

Eu saí do banheiro sem deixar cair uma lágrima. Eu não me preocupei em olhar para trás.

A saída mais certa.

Essa seria a minha pena. 

A decisão estava tomada.

ゝゝゝ

— Sobre o que vamos pesquisar? — Perguntei, fitando seus olhos escuros. Soobin estava sentado ao meu lado na cama. Finalizando o dever de casa que Jin havia lhe passado. Não era o melhor lugar para estudar, mas ele insistiu em trazer o notebook pra cima da minha cama.

— Hum?

— Você não quer ajuda com os deveres?

— Não. 

— Então por que veio estudar no meu quarto? — Eu disse que ele poderia estudar na sala. Eu não estava bem desde a conversa com Yeonjun mais cedo. — Soobin...

— Eu não queria deixar a noona sozinha... — Ele falou, deixando de lado o notebook e sorrindo pra mim timidamente. — Aconteceu alguma...

— Tudo bem, bebê. — Levantei da cama e segui em direção a porta. Eu estava com vontade de tomar algo quente e sem a mínima disposição para falar sobre Yeonjun com Soobin. — Você já jantou?

Eu sempre deixava comida caseira congelada pra ele. Felizmente, ele sabia usar o micro-ondas. Apesar de ser um coelhinho bastante esquecido.

— Ah? Sim, noona.

— Okay... — Eu estava orgulhosa de Soobin. Ele estava se esforçando bastante nos estudos. Talvez eu devesse lhe dar um presente. — Eu já volto.

Caminhei até a cozinha e preparei o melhor chocolate quente da minha vida. Enquanto pensava em o que comprar para Soobin.

Despejando o liquido cremoso e escuro dentro de duas canecas. Eu inspirei o delicioso cheiro doce que preencheu o local e voltei com as canecas para o quarto, encontrando Soobin quase dormindo sobre os meus travesseiros.

— Soobin! 

— Noona... — Sentou na cama com as orelhas longas em pé. Ele ficava muito fofo assustado. — O que é isso? 

Aquele narizinho farejando...

Ele deve ter gostado do cheiro.

— Chocolate quente. — Sorri e lhe entreguei a caneca com estampa do Homem Aranha. Ele provou e soltou um gemido de satisfação, me fazendo morder os lábios em expectativa. — Está gostoso?

— Isso é muito bom! — Ele lambeu os lábios e eu sorri sem jeito, voltando minha concentração para o conteúdo dentro da caneca. 

Depois de um tempo bebendo em silêncio, olhei de relance para Soobin e vi que ele olhava fixamente para mim. Coloquei a caneca na mesinha e olhei para ele, arqueando as sobrancelhas. Soobin desviou o olhar com as bochechas coradas e deixou sua xícara na mesinha ao lado da cama.

— O que foi?

— Quando eu era pequeno, mama fazia uma coisa parecida com essa quando eu ficava triste. — Ele sorriu com os dentinhos salientes a mostra, antes de sua expressão esfriar e rapidamente se transformar em tristeza. — Noona...

— Você sente muita falta dela?

— S-sinto... — Eu o puxei para um abraço. Então, ele se aninhou em mim e eu acariciei seus cabelos suavemente. — Eu não tô dizendo... Noona você cuida muito bem de mim... Eu só...

— Tudo bem, Soobin. É normal sentir saudades. — Eu quem o diga.  — Você é muito forte.

Ele aguentou tanta coisa...

Apesar de só ter dezoito anos. A vida não lhe mostrou a face mais bonita.

Soobin suspirou no meu peito coberto pela blusa, arrastando a ponta do nariz sobre o tecido fino até a pele despida do meu pescoço. Ele inspirou e expirou ar naquela parte sensível, e eu suspirei sentindo a aproximação perigosa.

— Eu te amo, Noona.

— E-Eu também te amo, bebê. — Era estranho falar em voz alta. Nossos rostos estavam tão próximos que eu podia sentir a respiração dele soprando em mim. A boca pequena entreaberta se aproximando... — Soobin...

A primeira coisa que senti foi sua boca macia na minha. Ele sugou deliciosamente meu lábio inferior, sem pressa alguma, parecendo querer prolongar o momento. Sua língua pediu entrada timidamente e eu abri caminho. Depois, sentindo o gosto de chocolate, eu percebi que o chocolate era mais gostoso provado da boca dele do que da caneca de porcelana. Suas mãos repousando na minha cintura. O ósculo interrompido apenas para respirar. Nossos lábios se tocando levemente...

Eu aprofundei o beijo e nossas línguas dançaram enquanto eu acariciava seus cabelos. Ele gemeu nos meus lábios quando eu puxei seus fios lisos, me fazendo suspirar em sua boca. Suas mãos ainda estavam em volta da minha cintura, repousando sem parecer querer se afastar, quando eu precisei retomar o fôlego.

— Você tem noção do quanto é lindo? — Murmurei em um sopro de voz, sentindo-me impressionantemente ofegante assim como ele. 

Acariciei a pele delicada de seu rosto pálido. Ele fechou os olhos aproveitando o carinho.  

— Noona... 

— Shh... — Encostei o dedo na boca rosada, apenas para silenciá-lo. — Não fala nada.

— Eu preciso...

Selei os lábios cheinhos rapidamente. 

Ele não era muito obediente.

— Sem arrependimentos... — Sussurrei olhando em seus olhos, mas eu estava falando pra mim mesma. — Soobin seus olhos...

Eu nunca tinha reparado na mudança de tom deles. Ou nunca tivesse tido essa mudança antes. 

Eles estavam com uma cor vermelho-marrom cintilante. Diferente do marrom característico.

— O que tem?

— Eles mudaram... — Precisei suavizar minha expressão e conforta-lo. Ele parecia assustado, como se algo horrível estivesse acontecendo. — Fica calmo. — Acariciei sua bochecha quentinha e deixei um beijo em sua testa antes de levantar da cama. — Eu vou cuidar disso.

— Noona... — Eu murmurei um "O que?" preocupada, quando ele segurou a barra da minha blusa. — O-o beijo... E-eu...

— Você gostou? — Ele assentiu tímido e soltou minha blusa. — Eu também gostei. Não fique pensando nisso agora. Eu vou ligar pro Jin. — Ele era o único que podia esclarecer as coisas. — Volto logo.