História More Than This - Did not want to meet you this way.

BEATRICE POV

Por onde começar? Bom, acho que pela parte em que eu não consegui dormir porque fiquei pensando naquele rapaz. Eu me odeio. Eu disse que não deveria gostar de alguém e não estou cumprindo isso, sabe o quanto isso é ruim? Não, não é ruim. É horroroso! Eu não deveria ser tão desastrada, e ele não deveria ser tão lindo. Será que vou vê-lo novamente? Provavelmente. Então vou mentir que estou doente para o resto da vida, e nunca mais precisarei andar de novo por aquela rua. É isso.

— Bom dia flor do dia! — Sarah disse alto entrando no quarto. — Você tem que se levantar, hoje é mais um dia de faculdade. — ela dizia alegre.

— Não posso ir hoje, estou doente. — resmunguei e cobri a cara com o cobertor.

— Bea, você não está doente. — ela disse já impaciente.

— Estou sim, olhe para mim. Meu nariz está vermelho, eu estou rouca e cheia e dores no corpo. Culpa desse frio horrível! — culpei o frio por uma gripe de mentira.

Sarah me encarou como ''Você acha que me engana?'' e depois riu.

— Vamos, vamos logo. — ela insistiu.

— Eu não vou!

— Bea, estou me sentindo uma mulher de cinquenta anos que precisa cuidar da sua filha adolescente que está começando a se rebelar. Você vai sim, nem que eu tenha que te puxar dessa cama!

— Tenta a sorte. — disse baixo, saiu da boca para fora, não queria que ela realmente me puxasse. 

De repente, senti duas mãos geladas encostarem nos meus tornozelos e me puxarem rigorosamente. Me segurei na cabeceira da cama.

— Ah Bea! — Sarah gritou. — Larga de ser teimosa! Por que você não que ir? — ela perguntou me encarando, dei de ombros e fiz uma cara de inocente. — Já entendi, conheceu alguém. Não é? — ela sorriu maliciosa e se deitou do meu lado. — Conta tudo.

— Não tem o que contar, ele só me derrubou sem querer e depois me ajudou a pegar minhas coisas caídas. Foi só isso. — respondi.

— E, como ele era?

— Ah, ele era bonito. Tinha olhos azuis e o cabelo era loiro com as raízes pretas.

— Água oxigenada. — Sarah informou e eu ri. — Mas por que você não quer vê-lo novamente?

— Eu passei à noite em claro pensando nesse cara, e eu não quero me apegar à ele. Como eu disse, não preciso de um cara na minha vida. Então se eu não o ver mais, vou esquecê-lo. — disse a minha teoria.

— Bobinha, você está apaixonada. Não vai esquecer ele tão fácil. — Sarah disse como se fosse a coisa mais óbvia do mundo para qualquer um. — Mas acho que você não precisa faltar aula para isso. — ela riu do meu exagero. Eu não estou apaixonada, isso é impossível. Talvez o destino só queira que sejamos amigos, apenas amigos.

Sarah estava certa, eu não precisava faltar aula para tentar esquecer o cara, é só eu fingir que nunca o vi na vida e que nada aconteceu. Sim. Me troquei rapidamente, peguei minhas coisas e me despedi de Sarah. Então segui pelas ruas de cabeça erguida, tentando não pensar no sexo oposto e prestando atenção para não esbarrar nele outra vez.

NIALL POV

Eu queria ver aquela garota de novo, não sei o porque. Mesmo que eu nunca tenha a visto na vida antes, sinto que estou preso à ela. Isso é estranho, eu sei. Mas ela é tão linda e parece ser tão carinhosa. Eu preciso ver o rosto dela outra vez. Então, segui pela mesma calçada em que a derrubei sem querer, talvez eu tivesse a sorte de encontrá-la. Comecei a procurá-la no meio da multidão, andava um pouco, parava e procurava. Eu estava determinado à isso. Até que reconheci seu cabelo e seus olhos verdes reluzentes que vinham em minha direção. Senti a impressão de que ela tentava não olhar para nada e ninguém, eu queria falar com ela, mas isso me impediu. Ela então passou por mim de nariz empinado e quando estava um tanto longe, vi um de seus papeis cair no chão. Era a minha chance.

— Ei, você deixou cair. — disse baixo a cutucando de leve. Ela se virou e teve um susto.

— Ah é — ela respirou fundo e tentava esconder o rosto. —, que desastre o meu. Obrigado. — ela sorriu e continuou.

— Ei, espera! - disse antes que ela fosse e fui atrás dela. — A gente já se viu duas vezes e eu ainda não sei o seu nome. Acho que devemos essa satisfação um para o outro. — disse sorrindo, ela suspirou e se virou para mim.

— Meu nome é Beatrice. — ela respondeu e antes de terminar, percebi na avenida uma van preta insulfilmada, já conhecia aquilo.

— Por favor, não me odeie por isso e não se assuste! — disse a puxando para um beco afastado do tumulto. — Por favor, não grite, as pessoas vão pensar que estou te matando. — disse em seu ouvido, ela se acalmou.

— Me larga! — ela disse se soltando de meus braços e se afastando. — Eu nem sei quem é você, você não tem direito de agir assim comigo! — Beatrice contestava.

— Espera, você não sabe quem eu sou? — perguntei confuso, a metade do mundo sabe quem é Niall Horan.

— Por que? Deveria? — ela questionou com raiva.

— Sim, q-quer dizer, não! — disse surpreso.

Percebi que a van ainda estava no mesmo lugar.

— Eu vou embora daqui! — Beatrice disse pisando duro, eu a parei.

— Não! Você não pode! Quer dizer, não entende. É uma coisa muito séria que está acontecendo e tem a ver com você. Por favor fique aqui e confie em mim. — tentei a convencer, ela bufou.

Eram paparazzis. Esperando qualquer coisa diferente acontecer para eles publicarem em revistas de fofoca e ganharem dinheiro com isso. Se eles me vissem com Beatrice, amanhã todo mundo estaria dizendo que ela é a minha nova namorada e daí, nunca mais iriam deixá-la em paz. Quero poupá-la disso, ela não merece.

— Escuta, eu vou te levar pra casa. — disse pegando meu celular e discando o número de Paul. Beatrice ficou em silêncio, mas a cara continuava emburrada. Paul não atendia, então mandei uma mensagem de texto. Logo que visse ele viria nos pegar.

Beatrice estava sentada no chão, de braços cruzados. Ela estava um tanto pensativa. Me sentei ao lado dela, deveria ser uma boa hora para socializar.

— Me desculpe, eu acho que interrompi seu dia. — disse baixo.

— Ainda bem que sabe. — ela murmurou.

— Me desculpe também por te deixar confusa assim. — comentei.

— Não faz mal, eu não quero saber da sua vida. — Beatrice foi grossa.

— Você é sempre grossa assim? — perguntei assustado.

— Não, só às vezes com pessoas que me irritam. — ela foi irônica.

Tentava não levar à sério as patadas que ela me dava.

— O que ia fazer antes de me encontrar? — indaguei.

— Faculdade. — ela foi curta.

— Do que?

— Desenho artístico. 

— Isso explica aqueles desenhos maravilhosos. — eu sorri.

O assunto cessou, ela não dizia nada e eu tinha medo de começar uma conversa.

— Quem é você? — ela finalmente perguntou.

— Niall Horan. — respondi.

— Bem, eu não queria ter conhecido Niall Horan. — ela riu, acho que estava brincando, ou não.

— Você não é daqui, né?

— Você está conversando com uma brasileira. — ela respondeu. Beatrice respirou fundo novamente. — Me desculpe por ter agido daquela forma com você.

— Não importa, eu não ligo. — sorri.

Quando um belo diálogo estava prestes à começar, Paul chega com seu carro. Me levanto, Beatrice me acompanha. Pedi para que ela entrasse rápido no carro, tentando não ser percebida por câmeras.

— Eu já disse que você não pode andar sozinho por aí, viu o que acontece? — Paul disse sério. — E essa garota?

— Eu explico mais tarde, Paul. — respondi.

[...]