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História More Than This - We may have erred in accepting things the way they happened.


Escrita por: stylesweetz

Notas do Autor


Então amoras, infelizmente a parte hot ainda não está nesse capítulo, porque achei que ficaria muito cansativo e tals... eu prometo que o próximo vai ser só o hot, okay? Okay. obg, dnd.
Amo vcs, aproveitem sz

Capítulo 38 - We may have erred in accepting things the way they happened.


SARAH POV

Olhar para a minha melhor amiga e pensar que a qualquer momento ela poderá me deixar aqui, sozinha. Isso me deixa triste. Mais que triste, muito mais que só triste. Basicamente, Beatrice é a pessoa que mais se importa comigo. Até meus pais decidiram desistir de mim, mas ela não. Eu sei que não importa o tempo, não importa o humor, não importa o que aconteça, Bea sempre vai estar aqui para me ajudar. Ela não desistiu de mim, por mais que tenha desistido de si mesma. Isso é tão... apavorante. Uma pessoa que faz bem à todos mas não entende isso, ela só quer deixar todos felizes e não se importa consigo mesma. Mal sabe ela que isso dói em todos que a veneram e a amam, dói saber que ela não faz exatamente nada para continuar aqui, com a gente. É como se a morte para ela fosse um enorme tanto faz. Mas o que dói mais ainda é não poder mudar isso, esse destino cruel. Parece que é tão fácil para ela aceitar a morte, como ela consegue? Hoje pela manhã eu fui um tanto rude com ela, mas não porque eu quis. Quando a vi jogada no chão da sala ontem à noite, eu percebi que tudo estava pior. Está cada vez pior. Não consigo admitir isso à ela, não consigo admitir que isso é a realidade. Todos que me conhecem sabem como eu fico quanto estou extremamente triste, eu me fecho, me culpo por tudo e sou agressiva com as palavras. Então acho que Beatrice percebeu a minha tristeza e nesse momento deve estar calculando o porquê. Eu não quero perdê-la. Não é justo. Droga de mundo, droga de vida, droga de doença. Maldita hora, maldito momento, maldito destino. Eu devia ter a conhecido antes, muito antes. Talvez nós teríamos mais tempo. Agora não adianta mais, o tempo está acabando... e quando acabar, vai ser o fim. O nosso fim, porque prometi à ela que faríamos tudo juntas. ''E um juramento de dedinho nunca, nunca, nunca deve ser desfeito.'' 
       Fui dispensada no trabalho mais cedo, por motivos ainda desconhecidos por mim. Quando cheguei em casa, senti o local tão vazio sem Beatrice. Quando eu não sabia de sua doença e ficava sozinha em casa, eu não sentia a mesma coisa. É tão estranho saber que um da terei que viver assim, sem ela. Bem que as pessoas que amamos poderiam ser eternas, aí nunca ninguém sofreria. Mas infelizmente, a realidade está aí, na nossa porta. Temos que atendê-la, tomar café da manhã, almoçar e jantar com ela. Passar todas as 24 horas do dia ao lado dela, é só uma questão de convenção. Porcaria de realidade.
       Estava de ponta cabeça no sofá, de pernas para o ar literalmente. Isso me fazia esquecer os problemas, bom, a metade deles. Mais uma das minhas manias ridiculamente estranhas. Quando alguém bate a porta, me levanto um tanto atrapalhada e vou até a mesma, murmurando alguns xingamentos e algumas ofensas. Quando abro a porta, dou de cara com ninguém mais ninguém menos que...

— Styles? — indago rolando os olhos, ainda não esquecera o que ele fez com Beatrice. 

Ele acena com a cabeça positivamente.

Hmm... — grunhi. — Beatrice não está. — logo informei.

— Eu preciso falar com você. — ele disse, por sua vez.

— Comigo? — questionei confusa.

— Sim, tem alguns minutos? A conversa é um tanto delicada e séria. — ele dizia me encarando fixamente com aqueles olhos verdes.

Por favor, não tente me beijar.

 T-tudo bem... entre. — digo deixando a porta aberta para que ele entrasse, Harry o fez e me seguiu até o sofá logo depois de fechar a porta com cuidado.

— Você é a melhor amiga de Beatrice, não é mesmo? — ele começou, ainda muito sério.

— Sim. — respondo.

— Então você sabe sobre a... 

— Doença? Sei. — completo sua frase. A seriedade do assunto com certeza se referia à isso. — Como você sabe sobre isso?

— Descobri sem querer enquanto ela estava no hospital. — ele responde concreto.

— Por que veio aqui falar comigo sobre isso? — indago.

— Você precisa falar com Beatrice. Há tempos ela esconde esse fato de Niall, e ele está cada dia mais preocupado.

— Mas eu não posso simplesmente contar à ele que a namorada dele tem uma doença terrível e que pode... — suspirei. — Até porque Bea me fez prometer que não tocaria nesse assunto com ninguém.

— Sim, ela também me pediu para que não contasse. Mas não estou lhe pedindo isso, estou pedindo para que tente fazer a cabeça dela. Niall está muito incomodado com tudo isso, você entende? Os dois estão sofrendo, eles não merecem. Beatrice não precisa mentir e Niall não precisa de mentiras. Você me ajuda? — ele pergunta me encarando como se fosse uma coisa extremamente séria. Mais séria até que o enorme buraco que existe na Camada de Ozônio.

— S-sim, eu te ajudo. Vou dar o máximo de mim, tudo bem?

— Tudo bem, obrigado. — Harry disse já se levantando. — E me desculpe por ter sido tão idiota no passado recente, nunca quis magoar sua amiga. — ele falou de uma forma tão triste, queria poder abraçá-lo e dizer que tudo iria ficar bem, mas não tinha a tal liberdade.

Assenti com a cabeça e Harry se foi. E agora temos mais um problema.

BEATRICE POV

Tudo na aula estava indo bem, tirando todas as vezes que Nathaly passava por mim e me empurrava de uma forma ''discreta''. Ela caiu sem querer em mim umas dezessete vezes só no intervalo. Bom, nem tanto assim, mas como isso me irrita eu exagero para tornar a irritação maior. Além tudo que ela fez, tudo que ela faz, eu ainda não consigo odiá-la. As pessoas cometem erros, não cometem? Temos que perdoar, pois todos nós erramos.
          Eram os últimos minutos de aula, o professor se despediu e nos desejou um ótimo final de semana. Todos os alunos iam saindo, arrumei minhas coisas, coloquei a minha bolsa no ombro e fui me dirigindo para a porta até que:

— Ei, não ligue para o que Nathaly faz. — umas voz delicada e ao mesmo tempo falha, me informou. — Ela não é uma pessoa boa.

Olhei para trás e vi uma garota, cabelos ruivos e ondulados, olhos negros e algumas sardas no rosto. Ela era fofa, sua voz era doce como a de um anjo. Ela expressava ser bem quieta e certinha, daquelas pessoas que guardam qualquer segredo, seja ele super importante ou nem tanto.

— Eu sei, não me importo. — digo sorrindo de lábios fechados.

— Sabe, eu te acho muito legal. Não quero que se incomode com as coisas que Nathaly faz, ela é má. — a garota disse baixo.

— Eu quero que ela seja muito feliz, só isso. — comentei. — Qual seu nome mesmo?

— Caitlin. — ela respondeu sorrindo.

— Ah sim, meu nome é...

— Beatrice! — ela me interrompeu rindo. — Já sabia seu nome. — Caitlin disse e eu sorri.

— Tudo bem, Caitlin. — ri. — Muito obrigada por se preocupar comigo. — lhe dei uma piscadela, ela sorriu e eu segui.

Segui até o portão da faculdade, a grande maioria já havia ido embora. Sempre que saio nunca espero por Niall, porque nunca pedi isso à ele. Mas independente do que eu peça ou não, ele sempre vai estar lá. Como se fosse um de seus deveres diários. E lá estava ele, com o carro estacionado bem ao lado da calçada. Olhando o movimento dos veículos, mas de vez em quando dava algumas olhadas para dentro do portão.

— Quem você está esperando? — digo abrindo a porta do carro, acho que o assustei.

— Caramba, Bea! Que demora, eu já estava ficando preocupado. — Niall me encarou sério.

Rolei os olhos e entrei no carro.

— O cinto, por favor. — ele disse, pondo a chave na ignição.

— Para de se preocupar comigo, eu sei o que eu faço.

— Se soubesse mesmo estaria ciente de que o cinto é uma forma de segurança e não uma corda para pular. — ele disse sério, mas no fundo estava rindo da minha cara.

— Muito engraçado, olhe só, estou morrendo de rir. — o encarei com cara de paisagem.

— Para onde vamos? — ele pergunta, como se tudo dependesse de mim e ele fosse apenas um mero funcionário.

— Preciso ir para casa conversar com Sarah. — informo.

— Tudo bem... e à noite, você vai fazer algo? — Niall indagava, um tanto tímido.

— Dormir. — rio da cara dele.

— Em uma sexta-feira à noite você vai ficar em casa dormindo? — ele ri.

— Sim. — o respondo curta, ele acena com a cabeça.

— Acho que devemos sair. — Niall sugeriu.

— Por que?

— Namorados fazem isso. — ele sorri para mim.

— Mas...

— Sem mas! Eu vou levar a minha namorada para sair e pronto. — Niall me interrompe e sorri largo, a única coisa que eu sei fazer é abaixar a cabeça e sentir a maior vergonha do mundo por ele ser tão meloso comigo. 

Niall dirigia e eu pensava nas possíveis possibilidades de tentar não morrer até o final da minha faculdade. Mais quatro anos com Niall e Sarah. Eu também posso arranjar um trabalho, ganhar dinheiro e comprar uma casa aqui em Londres para minha tia e Charlie. Então por favor, Sra. Morte, tenha piedade.

— Como está sua tia? — Niall pergunta de repente, é realmente uma pergunta que eu nunca esperaria de Niall.

— Bem, eu acho. — respondo.

— Sabia que a mídia já está desconfiada do nosso namoro?

— Sabia. — respondo.

Niall para o carro em frente ao condomínio.

— O que acha disso? — ele continua.

— A metade da população do mundo vai me odiar, a outra parte já me odeia. Está completa essa desgraça. — digo baixo e abro a porta do carro para sair, Niall me impede.

— Eu não te odeio, e também não dou a mínima pra quem sente ódio de você. Meu amor nunca irá diminuir por causa disso. — ele diz sério, sua boca estava há dois centímetros da minha, eu estava ofegante.

— Niall, você não percebe? Eleanor ainda é odiada, e ela está namorando há anos com seu amigo.

— Louis não liga para isso. Ele sabe que o amor que sente por Eleanor é maior do que todo o ódio e rancor que a rodeiam. Ela acredita nele, ele acredita nela. Eles não precisam de opiniões alheias em seu relacionamento, até porque essas opiniões nunca seriam capazes de mudar as coisas. — ele se aproximou mais. — Nós podemos ser como eles, mas você precisa acreditar em mim.

— Eu acredito. — respondo baixo. Foi o bastante para que Niall tivesse a certeza de que poderia me beijar. E ele o fez.

— Me prometa uma coisa... — Niall disse parando o beijo, suas duas mãos estavam em volta do meu rosto.

— O que? — pergunto.

— Me prometa que nunca vai ligar para que os outros dizem, me prometa que irá ligar somente para nós, me prometa que você não vai desistir de mim por causa de coisas que com certeza vão te dizer. Me promete que vai estar comigo até o fim... só me prometa, porque eu já prometi. — ele disse encostando sua testa na minha.

— Eu prometo. — disse o que ele queria ouvir, Niall então não hesitou em me abraçar forte.

— Eu te amo muito, nunca se esqueça disso. — ele murmura.

— Não vou. — sorrio sincera.

— Venho te buscar às sete horas, certo? — Niall diz checando seu relógio de pulso.

— Certo. — assenti sorrindo e saí do carro.

Logo segui para dentro dos portões do condomínio, só depois disso ouvi o carro de Niall se afastar. Caminhei até o apartamento de Sarah, chegando nele, abri a porta e percebi que estava tudo calmo. Acho que ela ainda não havia chegado do trabalho. Mas aí...

— Bea! — ela apareceu do nada gritando e correndo em minha direção, assim como uma criança de cinco anos quando vê se pai chegar do trabalho.

Sarah pulou em meus braços e me abraçou forte.

— Eu te amo muito amiga, me desculpe por hoje! — ela dizia de uma forma histérica, eu não entendia o porquê disso, era cruciante.

— Tudo bem... — disse jogando minha bolsa no sofá. — Mas por quê isso tudo? — perguntei rindo.

— Acho que fui uma idiota com você hoje pela manhã, você não merece isso. — ela sorriu e me abraçou. — Te amo muito, Bea.

— Eu também te amo, melhor amiga. — eu ri.

Sarah se afastou e se jogou no sofá de uma forma atrapalhada.

— Como foi seu dia? — ela pergunta interessada.

— Foi bom... Niall me chamou para sair. — disse e Sarah me olhou com uma cara de ''É sério?''.

— Vocês são tão fofos. — ela sorria mostrando seus dentes brancos.

— Não sei se você sabe mas... ele me pediu em namoro. — sorri envergonhada, Sarah me olhou assustada.

— Por que você não me disse? 

— É que você estava muito triste no dia, achei melhor não comentar. — respondi, dando de ombros.

Sarah sorria como nunca, nossa tarde se definiu em sorrisos... Mesmo não sabendo o porquê dessa felicidade toda, é legal se sentir feliz pelo menos uma vez na vida.

***

— Sarah, estou parecendo uma rapariga. — reclamei, enquanto Sarah me fazia vestir um por um de seus vestidos.

Hmm, tente esse. Eu acho ele muito bonito. — Sarah disse me entregando um vestido preto.

Coloquei o vestido e, francamente, eu o adorei. Não era tão curto nem tão longo, era discreto e expressava doçura. Com certeza irei com esse vestido!

— Esse! — disse decidida.

— Que bom que você gostou, eu também adoro ele. — Sarah riu. — Agora sapatos... espere um minuto, eu acho que tenho um que vai combinar muito bem com o vestido. — ela disse erguendo o indicador para mim.

Sarah foi até seu quarto e logo depois voltou com uma caixa de sapatos. Ela a abriu e tirou de dentro um par de sapatilhas da mesma cor que o vestido e me entregou.

— Você está linda! Não estou dizendo isso só porque fui eu que te vesti... talvez sim, mas esse não é o assunto de agora. Enfim... está faltando algo... — Sarah disse me visualizando pensativa. — Já sei! — ela diz, como se uma lâmpada se acendesse em cima de sua cabeça.

Sarah foi até seu quarto de novo e depois voltou com uma jaqueta jeans nas mãos.

— Jeans combina com tudo, e também ficaria algo muito gótico se você fosse se encontrar com Niall vestindo só preto. — ela riu.

— Obrigada. — disse a olhando.

— Tudo bem... está quase na hora. Venha, Bea. — Sarah disse me puxando até seu quarto.

Lá ela pegou um de seus perfumes mais ''meigos'' digamos assim, e fez com que eu o passasse. Ela também queria que eu me maquiasse, mas maquiagem faz com que a pessoa esconda o que realmente é, e eu não quero isso. Então neguei. Mesmo fazendo essas poucas coisas, eu sabia que não precisaria ficar linda para Niall. Com certeza não.

— São exatamente seis horas e cinquenta e quatro minutos da tarde. Acho melhor você ir descendo até o portão. — Sarah disse séria. — Tudo pronto? Já tomou seus remédios hoje, não tomou?

— Sim.

— E a sua bombinha de ar? 

— Estou levando.

— Se Niall fizer algo que te magoe ou que você não goste, me ligue na hora. Entendeu? — ela disse extremamente séria.

— Tudo bem. — eu ri. — Até parece minha tia. 

— Se ela não está aqui para cuidar, quem vai cuidar? Espero que tenha entendido. — ela riu.

— Tchau Sarah. — disse me afastando.

— Tchau Bea, se divirta. — Sarah falou com um meio sorriso no rosto.

Segui devagar até a porta, e então pensei que não poderia sair sem dar um abraço em Sarah. Voltei correndo em sua direção e lhe dei um enorme e forte abraço.

— Obrigado. — murmurei e me afastei. Pude vê-la sorrir satisfeita.

Então eu retomei o meu percurso até a porta. De fato Niall já estaria me esperando, ele tem problemas com atrasos. Chegando lá, pude avistar o carro dele, dito e feito. Segui até o mesmo, percebi Niall saindo do carro e vindo em minha direção. Ele usava uma calça bege rasgada nos joelhos (o que não era novidade), uma camiseta branca e uma blusa comum. Ele estava casual e, bom, estava lindo. Eu amo o estilo de Niall, é comum, mas o comum de seu jeito. Não tem como explicar, é simplesmente apaixonante.

— Você está linda. — ele disse sorrindo.

— Obrigada. — sorri envergonhada.

Niall abriu a porta do carro para mim, logo depois que eu entrei ele a fechou. 

— Você tem noção de onde nós vamos? — ele disse entrando no veículo.

— Não. — rio.

— Depois de jantar iremos a um lugar incrível. — ele informou, já ligando o carro.

— Posso saber aonde fica e o que é esse lugar incrível?

— Espere e verá. 

Rolei os olhos e Niall riu da minha curiosidade, e também do seu mistério que me fazia ficar irritada.

***

Algum tempo se passou, e basicamente o que aconteceu foi: nós jantamos, algumas fãs nos viram juntos, Niall precisou de seguranças para entrar no restaurante, etc. Bom, nada que eu nunca tenha visto. Já eram dez e meia da noite, terminamos o jantar e voltamos para o carro. Agora sem tanto tumultuo, pelo fato de ser um tanto tarde. 

— Está pronta? — ele dizia como se fossemos participar de um torneio de paintball.

— Depende. — o encaro.

— Mas você tem que estar. — ele ri, eu balanço a cabeça.

Niall liga o carro e dirige até a Tower Bridge (ou em português ''Ponte da Torre''), um dos pontos turísticos mais visitados e mais bonitos de Londres, em um silêncio absoluto. 

— Você sabe que não pode parar aqui, não? — indago no mesmo momento em que ele para o carro na calçada.

— Sei, mas a rua está vazia. Não há problema algum. — ele diz saindo do carro e seguindo até o meu lado do automóvel.

— Mas você está fora das leis. Já ouvir falar em câmeras de postes? — reclamei quando ele abriu a porta para mim.

— Não. O que são? — ele riu, pegando em minha mão e travando o carro. — Bea vamos fazer assim, sem reclamações, certo? — Niall disse me olhando fixamente.

— Certo. — suspirei.

— Agora me siga. — ele disse, entrelaçando nossas mãos e me conduzindo em direção à torre.

— Niall, onde nós vamos? — perguntei, ele apontou para cima.

— Não, não, não, não e não. — falei parando. — Eu tenho medo de altura, vamos voltar.

— Beatrice. — Niall suspira. — Por favor, eu já subi várias vezes lá em cima e nunca aconteceu nada. Você não vai cair, eu cuido de você. Prometi que não ia deixar você, e não vou mesmo. Lá é incrível, você precisa conhecer e, vamos combinar, não é a pior coisa do mundo. — ele estendeu sua mão para mim novamente.

Pensei duas vezes e... segurei sua mão.

— Mas também não precisa decepar minha mão. — ele disse.

— Oh, desculpe. — eu ri.

Acho que disse umas mil vezes a frase ''Já chegamos?'', Niall estava a ponto de ficar bravo comigo. Quando finalmente chegamos lá, eu vi a paisagem mais linda do mundo. Aquilo era perfeito, até mesmo de noite. Não sei como as pessoas daqui não sentem vontade de passar o dia inteiro nesse lugar, é maravilhoso. Me sentei em um lugar que era possível ver quase tudo, Niall se sentou ao meu lado.

— Legal, não? — ele perguntou sem olhar para mim.

— Muito.  — concordei. — Esse lugar me faz ficar calma, e lembrar de coisas que achei que nunca fossem possíveis. Tipo um texto de uma publicitária brasileira.

— Como é?

— ''Só me fala que vai me aturar. Aturar todas as minhas crises de ciúmes, meus momentos — não tão raros — sem paciência, as minhas desconfianças e meus surtos de insegurança. Aturar meus dramas, minhas teimosias, minha arrogância, minhas piadas sem graça e o meu não-romantismo. Aturar todos os meus tipos de provocação, meu amor por outras pessoas, minhas mudanças inconstantes de humor e de temperamento. Aturar minha mente confusa, minha memória irritante, minha sinceridade exagerada. Aturar quando eu falar que te amo mais e também quando eu não falar que te amo. Aturar e segurar tudo não por mim, nem por você... Mas por nós.'' —  lhe respondi.

— Isso demonstra exatamente como você é. — Niall diz sorrindo.

— Sim, eu lia todos os dias. Por isso sei de cor.

Eu te aturo. — diz Niall, olhando diretamente em meus olhos. — Você deve achar que não existe algo mais insano do que meu amor por você. Honestamente, nunca conheci alguém que tenha tantos defeitos como você. Te amar é complicado, te querer é complicado, eu e você é complicado, tudo em relação a nós é complicado. Mas esqueci de mencionar que, em momento algum isso foi motivo para eu pensar em desistir de nós.

— Nem parece que isso veio de você. — digo rindo, impressionada.

— Mas não veio mesmo, eu vi isso em algum lugar há três dias. — ele riu. — Mas vale como se fosse meu, porque era tudo que eu queria dizer para você.

Eu te amo, tá? — falo me aconchegando em seus braços.

— Eu também te amo, mesmo que você seja insuportável, eu te amo.

***

— Bea, acorde. — senti Niall tocando meu rosto delicadamente.

Abri os olhos e me vi dentro do carro, aquilo me assustou.

— M-mas nós não estávamos lá em cima? — perguntei assustada e confusa, mais assustada do que confusa.

— Sim, estávamos. Mas você acabou dormindo em meus braços, não quis te acordar, então te trouxe no colo para o carro. — Niall explicou.

— E-e se eu tivesse caído? Você é louco? Isso é perigoso! — disse mais assustada ainda.

Eu nunca deixei meu mundo cair, não vai ser agora que vou. — ele disse sorrindo discreto, enquanto ligava o carro. — Não acredito que são duas horas da manhã e você está me dando sermão. — Niall riu impressionado. — Você não cansa?

— Tudo bem, não quer mais sermão? Destrave o carro que eu desço e vou embora sozinha.

— Você não é louca. — Niall disse me desafiando.

— Ah eu sou, claro que sou. — disse o encarando.

— Tudo bem, você venceu. — ele desligou o carro, o destravou e ficou me observando sem dizer nada. — Saia de mãos dadas com a sua teimosia.

— Sério? Tudo bem. Podemos até casar. — disse abrindo a porta do carro de uma forma agressiva.

Bati a porta e saí andando, não sabia o caminho de casa, muito menos para onde estava indo. As ruas estavam em marasmo total, ninguém para pedir informação. Mas não iria me render, Niall que pediu isso.

— Eu estava brincando. — Niall disse dirigindo devagar ao meu lado. — Não achei que você fosse tão séria assim.

— Achou errado. — fui curta, e admito que arrogante também. 

— Por favor, entre no carro. Não quero ser obrigado a descer e te trazer a força. — ele ordenou.

— Você não manda em mim. 

— Por que você faz isso? — Niall pergunta na defensiva.

— Porque é uma questão de orgulho, eu não volto atrás no que eu digo.

— Vou contar até três para você entrar no carro. — ele disse.

— Querido, pode contar até mil, eu não vou entrar. — ri irônica.

— Um... — ele começou.

— Fala sério, Niall. 

— Dois...

— Eu não vou entrar. — insisti. — Pare de me seguir com esse carro.

— Três. Já chega! — ele desligou o carro e saiu do mesmo de um jeito rápido.

Tentei me afastar dele mas ele me alcançou e me segurou, não de um jeito agressivo, mas de um jeito atencioso. Depois me encostou no carro e fez com que não existisse mais nenhum espaço entre nossos corpos. Aquilo era provocante.

— Tem certeza de que não vai voltar para dentro do carro? — ele indagou segurando meus braços de uma maneira que provavelmente eu não escaparia.

— Você não vai me fazer mudar de ideia. — eu adoro esse lado da minha teimosia, embora seja insuportável.

— Tem certeza? — ele questionou, em seguida me pegou no colo contra a minha vontade.

— Niall, me larga! — eu não queria que ele me largasse, ele conseguiu me fazer ceder, mas eu nunca admitiria isso.

— Certo, eu te largo. Dentro do carro! — ele gargalhou me levando em direção ao carro.

Niall abriu a porta com a sua mão esquerda e também com a ajuda de sua perna, depois ele me colocou lá dentro. Ele estava ofegante, amar cansa, principalmente se a amada for eu...

— Olha só o que você faz comigo. — ele disse se apoiando no veículo, eu ri. — E ainda ri disso... — ele respirou fundo.

— Me desculpe. — murmurei.

— Não peça desculpas, eu gosto muito disso. — ele riu e se aproximou. — Eu gosto muito de você...

Eu nunca tomei a iniciativa de o beijar assim, de repente. Então eu o fiz. Niall estava me fazendo sentir vontade de seu beijo o dia inteiro, eu não sei o que é isso. Essa ''ansiedade de Niall''. O que eu estou dizendo? Deus me perdoe por isso. Ficamos algum tempo ''nos pegando'' dentro do carro como namorados normais, mas o clima estava ficando mais sério.

— B-Beatrice... — Niall disse parando em meio a um beijo. — Vamos para casa. — ele murmura com sua voz rouca e falha.

Assenti me ajeitando, enquanto ele dava a volta pelo carro e ia até seu lugar. Niall ligou o veículo e seguimos em direção a sua casa. Ele deixou o carro em frente a sua casa, depois pegou em minha mão e me conduzia até seu quarto.

— Veja só, você está com sono. — ele riu.

Passamos pela cozinha, Niall ouviu alguns barulhos estranhos no escuro do local e resolveu acender a luz.

— Droga, Harry! — ele disse rindo quando viu seu amigo usando somente uma cueca box enquanto atacava a geladeira. — Beatrice, não olhe! — ele falou tampando meus olhos.

— Nossa, que desespero. Como se Bea nunca tivesse visto um cara só de cueca andando pela casa de madrugada. — Harry disse rindo.

— Eu nunca vi. — respondi-lhe.

— E nunca vai ver. — Niall disse me conduzindo até o corredor para que eu não visse aquela cena.

Ele ficou alguns minutos conversando com Harry na cozinha, coisas que eu não escutava e muito menos entendia. Depois Niall veio até mim e voltou a me conduzir até seu quarto. Quando chegamos lá, ele fechou a porta.

— Estamos livres de cuecas. — ele riu, eu o acompanhei.


Notas Finais


Como Beatrice foi ao encontro: http://www.polyvore.com/beatrice_clothes/set?id=141631096
Me desculpem qualquer erro (como sempre)
Bye...


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