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História Morfeu - Namjoon Oneshot - 1. para que ele se vá


Escrita por: forella

Notas do Autor


Morfeu é o deus grego dos sonhos. Dono das dores obscuras e das mentiras bonitas. Afoga a imaginação da madrugada numa dança gostosa, como se fosse o protetor da verdade. Mas ele só mente, só mente...

Capítulo 1 - 1. para que ele se vá


Um, dois, três, quatro copos. Bebida, álcool, uísque. A sala gira ao meu redor, e os móveis giram junto. Sou o único ser parado por aqui. Meu estômago se contorce, minha cabeça dói. Essa então é a hora em que as alucinações começam.

A primeira coisa que vejo, é uma das rosas que ficam na mesa de centro começar a cantar. Seu vermelho forte se coincidia com sua voz bonita, que cantava uma ópera antiga. E depois de notá-la, noto também borboletas. Elas voam por todos os cantos, todos os lados. São muitas, por isso fecho os olhos e os protejo o rosto com as mãos para tentar me desviar delas. 

Até me lembrar de que elas não são reais.

Ajeitei a postura após descobrir o rosto. Tentei controlar meu coração e minha respiração, mas cada vez mais a bebida fazia efeito dentro de meu sistema, e eu já quase não sabia nem quem eu era. Um embalo nervoso me atinge, e de alguma forma, o vento da janela grande da sala sopra em meus ouvidos. Minha pele se arrepiou, e eu reconheci o toque da brisa na minha pele. Entendi aquele aviso que me dizia que ele estava chegando. Eu não sabia como afirmar isso, mas tinha certeza de que ele estava bem perto de mim.

Eu o senti. Minhas mãos soavam e meu corpo todo tremia só pelo razo pensamento dele estar chegando. Não por medo dele, mas por medo do sentimento. Por medo de amá-lo tanto, que minha matéria sumirá do espaço e deixará de ser átomo. E então, tudo parou de girar. A rosa parou de cantar. Tudo voltou ao normal, menos as batidas do meu coração.

É como se meu corpo soubesse que ele estava perto. Como se meus sentidos e cada segundo a mais de minha vida implorasse de joelhos para que ele tomasse toda minha alma, todo meu ser.

E quando vi, ele entrou na sala.

É uma alucinação, eu ouvia minha mente alertar. Então me virei de costas e tapei os ouvidos. Queria acreditar que não era verdade. Queria acreditar que eu não morreria por ele outra vez. Queria acreditar que eu era eu, e que ele era só o vento, e nada mais que isso. Então me repeti essa mentira em voz alta, querendo acordar de um pesadelo não sonhável.

— Ele não é real… ele não é real…

Mãos na minha cintura. Corpo perto do meu. Respiração forte. Ele, ele, ele, mil vezes ele. Seu toque me vem como um anestésico, então me calo. Me calo porque sei que cada palavra é uma covardia ridícula. Quando suas mãos subiram de minha cintura para meu braços nús, minha pele formigou. Sua palma suada estava voltando a me tocar, e eu queria morrer só por querer mais. 

Só por querer mais dele.

O mundo caiu em cima de mim. Eu me coloquei em meu lugar, abri os olhos. Vi suas mãos me segurando. Olhei para seu rosto por cima do ombro, ele sorriu e encostou seu nariz em minha bochecha. Seu carinho arrepiava meu corpo, e sua respiração me fazia perder a noção de tudo e todas as coisas nas quais já amei. Num momento, tudo era ele. Amava ele, e apenas ele. 

Quando me virei em seus braços e o encarei, vi aquele par de olhos castanhos me encarando profundamente. Tentei ler os seus olhos, que brilhavam de um jeito em que eu nunca havia visto. Uma mistura de raiva e preocupação me diziam que ele queria que eu parasse. Seus olhos me imploravam para parar tudo o que eu estava fazendo. Me imploravam pra que eu parasse de fugir, fugir dele. E antes que eu pudesse pensar em mais alguma coisa, sua voz soou em meus ouvidos com certa raiva, mas se mantia controlada.

— O que você tem na cabeça, Safira? Vai morrer se continuar assim.

— Vou morrer de qualquer jeito. — Me desfiz de seus braços ao redor de mim — Eu tento te esquecer, mas em todas as tentativas você aparece e me impede de fazer isso. Não aguento mais essa sua brincadeira tola, Morfeu…

— Brincadeira? — Ele voltou a estar perto de mim. — Safira, você está tão doente…

— Ah, — Ri — Agora isso te importa? — Desviei de seu olhar. — Foi embora na primeira oportunidade. Ah, espera, permita-me corrigir… não há como você ter ido embora se nem sequer esteve aqui de verdade.

Ele sustentou meu olhar por alguns instantes, mas logo abaixou a cabeça e suspirou. 

— Safira, tente me entender… Tudo o que eu fiz foi pra proteger você.

— Tudo? — Eu ria de cada palavra. — Tudo, Morfeu? Você fez com que eu te amasse. E meu Deus, eu te amei tanto que poderia morrer por você. Eu chorei por você, vivi por você. E depois de me prometer o mundo e dançar comigo todas aquelas madrugadas, você foi embora. Isso foi pra me proteger também?

— Ah, Céus. — Suas mãos passaram-se por seus fios de cabelo, seus olhos demonstravam sua raiva. — Eu não posso te deixar de novo. Entende? — Sua mão voltou a puxar meu pulso. — Não posso, Safira.

— Deixar? — Me aproximei. — Querido, sua presença nem é de verdade aqui. É só… só seu poder. Está fazendo isso de novo, me faz alucinar, te ver, chorar…

— Me sinta. — Levou minhas mãos ao seu rosto em desespero, me fazendo sentir a pele de suas bochechas. — Estou aqui, não vê isso, amor? — Eu neguei. — Me sinta. Por favor, me sinta. — Desceu uma de minhas mãos para seu peito, e logo senti seu coração batendo.

Uma lágrima descia pelo meu rosto. Uma, apenas. Uma maldita lágrima que gritava por mim, me lembrando que as batidas de seu coração são apenas um reflexo maldoso do poder dele.

— Não pode estar aqui. — Sorri negando, me segurando para não abraçá-lo e acreditar. — És a merda de um deus grego, amor. Um deus grego que errou em aparecer pra mim. Não deveria ter aparecido nunca. Volte pra lá, seja qual mundo for. Me deixe morrer quieta…

— Safira…

Olhos vermelhos. Seu controle está se esvaindo.

— Safira, pela última vez, me sinta. Vem comigo.

— Parece tão real… — Minhas mãos contornavam seu rosto, sentindo seus cabelos e sua covinha na bochecha, já que a outra estava desaparecida. — Mas é a porcaria de uma mentira, Morfeu.

— Me desculpe, amor. É o único que posso ser.

Beijou minha testa e sumiu.

Sumiu.

Como fumaça, desapareceu.

Decaiu-se.

Meu Morfeu… que entra em sonhos e trás desejos. E acaba de trazer o meu de vê-lo pela última vez, — mas dessa vez, numa morte secreta.

 


Notas Finais


oi! espero que tenha gostado. esse perfil é um lugar onde eu apenas treino a minha escrita e posto meus resultados. minhas histórias oficiais estão no wattpad, como PeareCoffee.

Link do meu perfil por lá: https://www.wattpad.com/user/PeareCoffee


Dica final da autora: 𝐧𝐮𝐧𝐜𝐚 𝐝𝐞𝐢𝐱𝐞 𝐞𝐥𝐞 𝐬𝐞𝐫 𝐫𝐞𝐚𝐥.


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