História Motivos para Odiar Millie Bobby Brown - Ela é Maluca - Spin Off

Ele puxou uma cadeira. Um suspiro deslizou suavemente para fora de seus lábios, cansado, indisposto, estressado.

Finn não aguentava mais os jogos, as perseguições, as intrigas, as brigas, não aguentava mais ela. Todo santo dia, acordava com dores de cabeça, tanto pelos xingamentos e berros que trocavam o dia inteiro, quanto pela música alta que a mesma fazia questão de ligar para atrapalhar seu sono.

Deixou os olhos vagarem até a figura de Brown, sentada na outra ponta da extensa mesa de marfim. Por mais que ele odiasse admitit, ela estava deslumbrante, ostentava um sorriso diabolicamente bonito, assim como em todas as vezes que aprontava alguma de suas travessuras.

Vez ou outra ele se questionava interiormente do porque continuar insistindo em permanecer naquele lugar. Tinha total ciência de que também era dono da casa e que de certo modo, ceder as vontade de Millie, seria um sinal de submissão, todavia seus sentidos eram atraídos como uma imã por todo aquele mistério, por toda aquela confusão.

Porém em como toda grande aventura existem as pedras no caminho, no de Finn não seria diferente. O problema é que Millie não era uma pedra, era uma montanha do tamanho do Everest.

Ela deu uma risadinha ao notar que Finn a encarava, a coisa toda soou de forma irritante para ele.

– A noite está formidável – O Wolfhard olhou-a nos olhos. Millie tinha esboço um de seus sorrisos cínicos. Finn revirou os olhos, levando uma taça de suco de laranja aos lábios – Mas, você parece abatido...

– Ah, talvez seja por conta do volume do rádio que você ligou essa madrugada, ou quem sabe pelas festas de ontem, anteontem e antes de ontem... – Sua voz saiu arrastada, não tão prepotente ou autoritária quanto desejara.

Millie torceu os lábios pintados de um vermelho as sangue, cruzou os braços e acabou por fixar seus olhos nele com tanta convicção que o fez tremer.

O Wolfhard pensou nas formigas que ela fez os empregados lhe servirem em todas as refeições, pensou em todas as vezes que ela mandou que desligassem a água quente durante seus banhos e até nas suas peças de roupa que Millie fizera questão de picotar com uma tesoura em sua frente. Quando Brown lhe olhava no fundo dos olhos daquela forma, quase duvidava que se tratassem da mesma mulher. No fundo, ele conseguia ver algo doce ali, e o fato de querer desvendá-la havia se tornado um vício para Finn.

– Sabe, Wolfhard – Pigarrou, parecendo recobrar seus sentidos – Não existem palavras para exprimir o quanto odeio sua presença nessa casa, talvez imensurável seja uma definição próxima, mas...

A garota reecostou-se contra as costas da cadeira ao qual estava sentada. As mãos sobre as proprias pernas cruzadas, numa pose um tanto debochada.

– Se você simplesmente fosse embora, me faria evitar ter que gastar meu tempo precioso me preocupando em arrumar uma forma de te tirar daqui.

Ele prendeu seus olhos aos dela entrando no jogo dos olhares intensos. Finn nunca havia sido fã de brigas ou desentendimentos, porém ceder as vontades de Millie Bobby Brown, seriam o mesmo que mostrar fraqueza e ele definitivamente não iria embora com o rabo entre as pernas, só porque ela queria.

– Sair deste lugar não é uma opção pra mim – Cruzou os braços, querendo parecer ainda mais autoritário.

Millie revirou os olhos de forma tediosa, levantou-se a contragosto, fazendo com que a cadeira ao qual estava sentada chiasse alto.

– Pois bem, não diga que não lhe avisei – Olhou-o por cima dos ombros afim de ter uma última visão dele naquela noite, pronta para partir em direção aos seus aposentos.

– Nunca.

Millie gargalhou baixinho.

– Certo, certo... – Deu de ombros em desdém – Bom apetite.

Finn suspirou, ele já sabia o que aquilo queria dizer.

Com pesar, tirou a tampa que ocultava o que havia no interior de seu prato, e ao ver o emaranhado larvas e minhocas se contorcendo, teve de se segurar para não vomitar.

Se era guerra que ela queria, era guerra que iria ter.