História Mudança de planos - 163- Do que gosta ? 💁🏽‍♀️

-não vai conversar comigo?- perguntei me irritando.

-não quero conversar.- falou arrogante. Decidi falar o que sinto.

-acha que estou aqui por quê? Acha que estou olhando as estrelas...

-Elisa eu quero ir, mas não quero me afastar de você...- falou me interrompendo. 

-não vai se afastar de mim.- comentei.

-fisicamente sim! E eu quero... preciso, te tocar todos os dias...- falou.

-e acha que eu quero ? Mas será bom, pra você! Sei que sempre atuou, e gosta disso! Não vai deixar de ir, não nunca deixou... Por garota nenhuma!- falei irritada. 

-chega! Não quero conversar! Se insistir nisso eu não vou!- falou. Me levantei. 

-então não vai, ou vai e aproveita para arranjar alguém que esteja fisicamente com você, alguém que queira conversar já que minha ajuda não é necessária...- falei e se colocou de pé em um pulo.

 Me arrependi do que disse. Ele vai embora domingo e eu estou aqui, brigando com ele. 

 Sai andando e passou na minha frente segurando meus ombros. Me olhou e abaixou a cabeça me puxando para um abraço. 

 O abracei apertado enlaçando sua cintura enquanto enterrou o rosto em meu pescoço. Afastou o rosto do meu e beijou o canto dos meus lábios e me beijou. Continuei segurando sua cintura enquanto ele segurava minha nuca. 

 Me encostou em uma parede, enfiou a mão no meu cabelo e se afastou mordendo meu lábio me dando um selinho em seguida. 

-desculpa... Eu sou ignorante, mas não gosto de conversar sobre algo que não me levará a lugar algum... Eu não quero outro alguém...-falou. O encarei decepcionada e o soltei.

-pode deixar, não vou cobrar diálogo e conversas... afinal, parece que estamos longe de conseguir isso, só nos vemos pra nos agarrar e nos despedir.- falei olhando para a piscina.

-não é isso Elisa, é que eu não quero conversar...- interrompi.

-já entendi.- falei pegando minha sandália e sai andando.

-Elisa...- chamou. 

-olha eu tive um dia bem agitado, quero dormir.- falei andando. 

-eu vou com você.- falou. 

 Não respondi, mas ele foi comigo para o quarto. Tomei um banho e sai ele estava sem camisa pra variar. 

-vai mesmo dormir aqui?- perguntei. 

-por que não dormiria?- perguntou. Não respondi e me deitei de costas pra ele. Acariciou meu cabelo.- por que tem que ser tão irritadinha ?- perguntou -não quero dormir brigado com você...- falou acariciando meu braço.

-não brigamos, apenas discutimos por tem um conflito de intenções... Eu queria conversar, e você... Bom, não sei o que queria.- falei 

-quero estar com você.- falou em meu cabelo.

-então deve estar feliz.- falei.

-não da forma que eu queria.- falou. Respirou fundo.- fiz essa noite ser um desastre.- falou se afastando.- boa noite Elisa.- falou. 

 Demorei pra dormir, no meio da noite acordei com ele sentado na cama. 

 Me sentei. 

-o que foi ?- perguntei. 

-não consigo dormir... Elisa eu sei que fui...

-shh.- falei o calando.- chega.- falei. Enlaçou meus ombros.

-não quero que pense que eu a uso...-falou baixo.

-também sinto muito... Queria te ajudar, não te obrigar a nada.- falei, me puxou pra perto. 

 Nos olhamos e o beijei. 

-me desculpa.- pediu, passei a mão pelo seu cabelo.

-claro...- falei, enterrou a mão em meu cabelo e encostou os lábios nos meus. 

-não quero te causar incômodos...- sussurrou. 

-já causou tantas coisas em mim, que eu espero que também não tenha a intenção de causar.- falei, me beijou e me puxou sobre ele. Segurei seus ombros e desci por seu abdômen.

-espero que tenham sido positivos.- falou. Deitei ao seu lado com a cabeça em seu ombro. 

-é... Foram.- conclui e beijei seu pescoço. 

 Acordei e ele não estava ali.

 Não tenho trabalho, o que me deixa com tempo pra Carlos, voltei depois da escola pra casa, e levei um susto quando entrei e ele já estava lá. 

-desculpa.- falou quando me assustou. Bufei cansada. 

-vocês e essa mania chata.- falei jogando a mochila no sofá. Me observava.

-vocês ?- perguntou. 

-é! Fábio também tinha essa mania. - falei indo para a cozinha, me seguiu e pegou uma maçã a mordendo. 

-entendi.- falou me olhando, me ofereceu a maçã quando passei por ele, mordi e ele me olhava com a pergunta “por que falar dele?”. 

-desculpa, nem sei porque lembrei disso...- falei. Me deu um selinho e foi para a sala. O segui.

-vai trabalhar hoje ?- perguntou se jogando no sofá.

-não... Tenho muito tempo hoje pra ficar com você...- falei sentando em seu colo e enlaçando seu pescoço. Sorriu.

-então vamos procurar o que fazer com seu tempo livre, embora eu já tenha muitas ideias em mente.- falou malicioso. - mas eu tenho que buscar uma encomenda hoje...-falou olhando a hora no celular.- inclusive estou atrasado. Sai de seu colo e sentei no sofá.

-vou tomar um banho, volta quando der...- falei. 

 Estava lendo um livro durante a tarde quando ele apareceu na porta. 

-demorou.- comentei. 

-quer sair ?- perguntou. Concordei. 

-onde vamos ?- perguntei levantando. 

-onde quer ir ?- perguntou. 

-um dia de sol combina com um parque...- falei. Me olhou e pensou.

-ótimo, vamos!- falou. Coloquei um tênis e quando saímos da minha casa tinha um carro na frente. Sai andando.-onde vai ?- perguntou encostado no carro. 

-para o parque acabamos de falar isso...- falei.

-ótimo, então entra...- falou Abrindo a porta do passageiro. Cruzei o braço. 

-que ?- perguntei sem entender.

-acabei de ganhar... essa era a tal encomenda. Me aproximei e sorri.

-não me contou nada!- falei. 

-sei que não me levaria a sério... Demorou meses pra ficar chegar.- falou. Ri. 

-tem razão, não levaria.- falei. Me beijo.

 Entrei e no parque perguntou. 

-o que achou ?- perguntou.

-um Audi A6 pra primeiro carro não está nada mal. - comentei. 

-entende de carros...- falou. Murchei lembrando de diego e nossas conversas sobre o mundo automobilístico.-não sabia...- falou. 

-nunca perguntou.- comentei.- poucas pessoas sabem.- falei.

-poucas quantas ?- perguntou. 

-meu pai, Diego e agora você.- falei.

-era isso que tinham pra conversar então?!- perguntou. Não respondi.

 Andamos de bike, assistimos um basquete e nos sentamos em um banco.

-o que mais você gosta ?- perguntou.

-futebol, basquete, futebol americano... culinária italiana, viajar, praias, piscinas, montanhas... logistica, animais...- falei. Ele sorria.-só consigo me lembrar disso.- falei. -um pouquinho de você...- comentei. Puxou meu rosto pra perto. 

-só acha ?- perguntou ofendido.

-na verdade um pouquinho...- brinquei. 

-prefiro o “só acho”.- falou e me olhou sorrindo.

-e se eu puder melhorar...? E dizer que gosto mais do que deveria...?- perguntei. Sorriu tímido e olhou em meus olhos.

-acha que tem cota?- perguntou. O olhei e sorri.

-só não quero parecer grudenta.-falei. Me olhou. 

-não acharia isso...- comentou. Segurei seu rosto.

-desculpa... Não quero aborrecer.- falei quando notei que isso tinha o incomodado. Me deu um selinho e levantou. 

-tudo bem... Vamos embora...?- perguntou. Levantei e peguei sua mão. 

 O caminho foi silencioso. Me deixou na porta de casa.

-não vai entrar ?- perguntei. 

-não, jantar em família hoje...- comentou. Concordei. 

 Na cama eu fiquei me perguntando o que estou fazendo... Ta tudo errado, eu deveria dizer logo a ele o quanto gosto dele...  

 Olhei no relógio e ainda estava cedo pro jantar, levantei e decidi ir falar com ele. 

 Fui até a casa dele e o pai atendeu me deixando subir. 

 Entrei no quarto dele e o encontrei de óculos de grau, com varias anotações e o cabelo lindo bagunçado. 

-Elisa ?- perguntou me tirando de meus devaneios. 

-oi...-falei fechando a porta e me aproximei. Se levantou e tirou o óculos se aproximando. 

-tá tudo bem?- perguntou. Peguei sua mão. 

-não... não existe cota pra gostar de alguém, não queria magoar você com aquilo...

-eu...- o calei. 

-shh... Nós... Eu e você, já existimos a um tempo, não gosto de falar, mas aquele papo de “se envolver” não existe mais, estou mais do que envolvida.- falei. Olhou em meus olhos. -não vamos rotular, só vamos continuar como está, mas não acho que preciso dizer que gosto de você quando você já tem certeza disso.- falei. Ele estava atônito.

-gosta de mim?- perguntou com o rosto próximo. 

-gosto... Eu sou louca por você...- falei baixo tocando seu rosto.

-precisava ouvir isso da sua boca.- falou. 

 Tirou a própria camisa e me beijou. Enlacei seu pescoço, e me pegou no colo me prendendo contra a parede. Tirou minha camisa e meu shorts e desceu os beijos pelo meu pescoço. 

 Me colocou na cama e me olhou acariciando meu rosto antes de seus lábios descerem pelo meu corpo. Me virei sobre ele. 

                        •••

 Cai ofegante sobre ele. O sol se punha em sua janela deixando o quarto com o tom lindo, o som da sua respiração ofegante me fez sorrir. 

 Acariciava minha coluna, com uma mão e acariciava meu cabelo com a outra... mantive as duas mãos em seu peito, debaixo da minha cabeça.

-não sei porquê pra você é tão difícil dizer que gosta de mim, mas saiba que eu... Eu te amo...- falou. O olhei.

-diz isso porque estou nua sobre você.- falei. Negou sorrindo.

-não. Se não você diria o mesmo sobre mim.- falou. Entrelaçou os dedos nos meus. Esticou o braço em direção ao sol.-nos encaixamos bem... Tem que admitir...- falou. Observei nossas mãos.

-é verdade... Do que você gosta Carlos ?- perguntei. Continuou com outra mão acariciando minhas costas.

-do seu cheiro, seu perfume, sua voz, seu beijo...- falou. O olhei. 

-estou falando sério...- falei. 

-eu também...- falou, bufei e ele sorriu. 

-sem ser de mim... Do que você gosta?- perguntei. 

-experimentar comidas diferentes, falar diversos idiomas, aprender sobre culturas, tocar... 

-tocar? Tocar o que ?- perguntei. 

-violão... cantar... Você toca algo?- perguntou. 

-minha mãe me ensinou a tocar piano e violão...- comentei. Sorriu. 

-também gosto de viajar, de praticar slack line, gosto de trabalhar, de ir à praia, de neve, gastar, estudar... Não sei o que mais.- falou.

-tudo bem... Descobriremos com o tempo... E falado nele, tenho que ir...- falei levantando.- você tem um jantar e eu vou tomar um banho...- se levantou e entrei rápido no banheiro sabendo que ele ia querer entrar.- e você me espera aqui.- falei. 

 Tomei banho e quando sai ele já estava limpo e trocado. 

-já ?- perguntei.

-tomei lá embaixo já que você alugou meu banheiro.- falou. Me olhei no espelho arrumando o cabelo e ele pegou o violão e começou a cantar e tocar.

 Eu fiquei hipnotizada, quando sua voz começou com Maneva, luz que me trás paz. 

 Fechei os olhos e ele sorria quando voltei a abrir. Terminou e me olhava.

-quando ouço só consigo pensar em você...- falou sobre a música. 

-eu adorei.-falei. Me entregou o violão.-vai ficar péssimo.-avisei e comecei. 

 Terminei e ele embolsava bobo. 

-muito ruim?- perguntei com vergonha. Se aproximou segurando meu pescoço.

-eu estou encantado... Sua voz é linda...- falou. Me beijou indo sobre mim, o parei. 

-obrigada, mas chega!- falei tímida. Sorriu. 

-você é linda.-falou me enchendo de beijos.

-por que está tão surpreso?- perguntei.

-ah, sua voz é tão irritante que eu não imaginava que poderia ficar bonita.- falou brincando. Ri. 

-não é tão ruim...- comentei. Sorriu.

-não... Ela e você todinha, é tudo que eu mais preciso.-falou. 

 O beijei com intensidade. 

-acabamos de sair da cama.- comentei. Sorriu.

-e eu já quero voltar pra ela...- comentou. 

-logo terá um jantar de família, e sua mãe me odeia, pretendo sair antes de encontrar com ela...- falei. 

-ela é um saco, igual Gabriela, talvez seja por isso que se dão tão bem.- falou.

-nunca conviveu com ela ?- perguntei. Negou. 

-muito pouco, até os quatro anos, logo começaram as viagens a trabalho, eu fui mandado para Toronto, um colégio interno e Fábio para Washington... Meu pai era quem cuidava de nós mas sempre trabalhou muito... A ideia da distância entre nós era pra dificultar o assédio da mídia sobre nós, logo comecei a morar com uma tia, e Fábio com outra, encontrávamos nossos pais apenas em datas comemorativas, fiquei no Canadá até os oito anos, depois fui pra Califórnia, mas não pra comemorar com meu pai, fiquei até os onze anos e fui para a Flórida, Espanha, Inglaterra e Alemanha...- falou. Pareceu cansado.- toda minha vida passando de mão em mão, como um objeto.- falou. Acariciei seu cabelo. 

-teve um lado positivo... Conheceu muitos lugares, muitas pessoas, culturas e costumes... Se tornou independente, e sobreviveu à ocasiões.- falei pegando sua mão, sorriu.-mas quando começou as desavenças com Fábio ?- perguntei.