História Mudança de planos - 20- NUNCA ? 😱

Cheguei em casa cansada. Joguei a mochila na cama tirei a blusa. Fui lavar o rosto.
- podemos conversar agora?- perguntou Fábio atrás de mim. Pulei com o susto e me escondi com uma toalha. Eu estava de sutiã. Fechei a porta em sua cara.
- pega minha blusa na cama. – falei atrás da porta. Houve um silêncio do lado de fora e depois uma batida leve na porta. Coloquei a mão pra fora e puxei a blusa que me oferecia. Vesti e abri a porta. – não temos o que conversar... – falei. Ficou me encarando.
- não gosto de discutir com você. – falou calmo. Fiquei arrepiada com seu olhar. Não tenho o que responder a isso. – quero que me perdoe, eu juro que aquilo não vai acontecer mais...
- aquilo o que ? Você não fez nada, seus amigos fizeram, e você não pode fazer nada diante disso... E eu não ligo para eles ou para suas brincadeiras sem graça... Não se desculpe. – falei. Me encarou sério.
- por que está brava? – perguntou.
Por que eu estou brava ? Porque ficou definitivamente na cara de que eu não sirvo pra ser amiga dele ? Porque ele não me defendeu ? Porque eu ligo sim para o que falaram sobre mim ? Por que ?
- me deixa Fábio. – pedi. Negou.
- diga que me desculpa, me abraça forte e eu te deixo em paz!- falou. O encarei. – eu sinto muito pelo que você passou, deve ser vergonhoso, mas eu estou aqui... – falou. Não sei o que me deu... Me aproximei e abracei seu pescoço. Ele é tão lindo, maravilhoso, companheiro, dedicado... Que droga!
Ele ficou paralisado e depois foi deslizando as mãos pela minha cintura até me abraçar completamente. Era bom, mas é muita proximidade, toque me deixa nervosa, imagina Fábio me tocando? Estou completamente arrepiada.
Me apertou contra seu corpo.
- odeio quando você é bonzinho – falei próxima do seu ouvido. Senti seu sorriso em meu ombro.
- odeio quando brigamos, ou quando se fecha pra mim...- falou em meu ombro.
- desculpa.- pedi. Apertou minha cintura assentindo.
- ainda vai a minha festa ?- perguntou. Me afastei e o encarei.
- não sei se é uma boa ideia...- falei.
- por favor – pediu beijando minha mão e me olhou com aquela cara de gato de botas que dá vontade de apertar.
- Fábio... Para com essa cara, eu vou. – falei. Seu sorriso imenso me acertou em cheio. Fiquei alguns segundos sem reação. Concordou.
- ah Elisa... Você me enlouquece. – falou segurando minha mão fria entre as suas sempre quentes. Sorri, ficou me observando.
- espero que tenha sido um elogio.- falei. Sorriu tímido e concordou.
- e eu espero você amanhã lá.- falou. Concordei.
- já vai embora? A gente podia ir tomar sorvete ou sei lá... – falei. Beijou minha testa e discordou.
- tenho uma festa para organizar. – falou, concordei. – pode me ajudar se quiser... – falou.
Sempre ajudei na organização das festas de família e aniversários, adoro ajudar nisso.
- não sei se posso ajudar mas vamos lá!- falei. Sorriu.
Fomos para a casa dele e ele me entregou uma prancheta com itens para conferência.
O pai dele saiu do escritório e sorriu ao me ver.
- olá Elisabeth.- falou. Sorri. – vai ajudar Fábio com a festa ?- perguntou.
- me chama só de Elisa e sim, eu vou tentar ajuda-lo. – falei. Concordou.
- e eu vou indo pro aeroporto porquê estou atrasado – falou. Com uma pasta na mão. -tchau... Se cuidem e Fábio... Eu quero essa casa limpa quando chegar. – falou. Fábio concordou, se despediram e cada um foi para um lado.
Ajudei ele a planejar os últimos detalhes.
- sinto que a piscina vai ficar meia vazia – falou querendo idéias.
- ué! Podemos iluminar ela e o jardim! – falei se virou na cadeira e me encarou.
- Como sabe que aqui em casa tem jardim ?- perguntou curioso. O encarei incomodada.
- hmm... Léo morava aqui. – falei bufou.- conheço essa casa tão bem quanto a minha...- falei.
- então você frequentava bastante a casa dele...- falou incomodado.
- sim, eu e ele éramos um grude que só...- expliquei. Levantou uma sobrancelha.
- pelo visto continuam. – falou.
- não... Com a mudança dele a gente se afastou um pouco...mas ainda estamos juntos.- falei. Percebi seu incômodo.- desculpa... Sei que o santo de vocês não batem.- falei. Sorriu.
- respeito ele. – falou. Voltou a se virar e arrumamos a posição das luzes.
Luciana ligou pra ele, que atendeu se retirando do quarto.
Terminamos tudo e ficamos conversando. Logo seu celular tocou novamente.
Ele pulou da cadeira com o que ouviu e começou a tirar o tênis, o Moletom. Fiquei nervosa, “ele vai ficar pelado aqui?” me perguntei.
Desligou e me olhou.
- esqueci completamente da pré-estreia. – falou preocupado.
- nossa, é verdade. – falei adotando seu desespero. Nos encaramos.- eu vou indo então. – falei. Segurou meus ombros.
- não, me espera que a gente saí junto. – falou. – por favor. – pediu. Concordei.
Correu para o banheiro para tomar banho.
Me sentei em sua cama. Seu celular tocou novamente. Bati na porta do banheiro e ele pegou o celular.
Quando saiu. Estava com uma calça de terno, uma camisa social, pegou o smoking vestiu, colocou um adidas branco.
- desculpa... Te fiz ficar atrasado. – falei. Me encarou e negou.
- não é culpa sua ser interessante e ter um bom papo, me fez esquecer que tenho vida!- falou. Sorri.
Sua gola, estava toda torta. Apontei pra gola.
- quer ajuda?- perguntei. Sorriu.
- por favor! – falou. Me aproximei e comecei a arrumar, sua pele é macia, seu perfume é viciante e sua temperatura sempre quente. Sorriu colocando relógio.
- que foi ?- perguntei. Me olhou por alguns segundos.
- sua mão é sempre gelada. – falou. Sorri concordando.
- eu sei... – falei. Me entregou uma gravata borboleta. Coloquei nele.- como pôde esquecer da sua estréia ?- perguntei sorriu e colocou a mãos na minha cintura. Corei, sorriu.
- já falei... Você me fez esquecer completamente do que tinha que fazer. – falou. Discordei. – não precisa ficar vermelha... – falou obre sua mão em minha cintura.
- desculpa...– pedi. Sorriu e negou.
- não é necessário se desculpar. – falou. Concordei terminando sua gravata. Sorri pra ele, que ficou me observando.
- prontinho. – falei. Se virou para o espelho.
- é boa nisso. – falou. Concordei. Entrou na frente do espelho e começou a arrumar o cabelo. Se virou pra mim de repente.- estou imaginando como foi seu primeiro beijo, deve ter ficado bem vermelha. – falou. Voltei a corar.
- não imagine. – pedi. Sorriu pro espelho encontrando meus olhos.
- o meu foi bom... Sério. – falou. Virei de costa.
- podemos parar de falar nisso ? Vamos focar na parte que você vai se atrasar ?- perguntei.
- sei que estou atrasado, mas consigo conversar enquanto arrumo o cabelo... – falou.
- vamos falar de outra coisa então... – falei. Me encarou.
- por que ? Tem vergonha de dizer até como foi ?- perguntou.
- não... – falei. Voltei a encara-lo.
- então por que ?- perguntou. O encarei para pegar bem sua reação diante do que vou dizer.
- não vou falar porque simplesmente nunca beijei...- falei. – não precisa imaginar nada porque nunca aconteceu. – falei. Soltou a escova e ficou encarando o espelho, paralisado.
- você... Nunca beijou ? Nunca...? Ai... Elisa... Nunca pegou ninguém ?- perguntou. Corei.
- nunca beijei, automaticamente nunca peguei ninguém – falei. Ficou me encarando. Seu celular tocou. – eu vou indo...- falei. Fui até ele, dei um beijo em sua bochecha e saí andando.
- Elisa... Espera...- pediu. Saí.
Entrei  casa. Espero que agora ele nunca mais tente nada como aquele dia em que quase nos beijamos.