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História Mudança no Destino (HIATUS) - Sweetheart


Escrita por: venuslol

Notas do Autor


Hey, hey :3
Demorei um pouquinho mais dessa vez, mas tá aí.
Eu ia escrever um cap bônus ao invés desse aqui, pra dar uma ajeitada na relação do Sting e da Rain, mas não rolou, eu tive umas ideias muito loucas pro vilão dessa história :P
ENTÃO, pra quem quer ver o romace deles, CALMA! Vai demorar uns caps a mais pra eu conseguir ajeitar tudinho antes das tretas (hue e.e) e enquanto eu ajeito tudo, vou tentar ajeitar eles também. Mas não sei se vocês vão me entender, mas é difícil eu fazer os dois se entenderem... Boa sorte pra mim T-T

BOOOM, música do cap é Ho Hey, do The Lumineers.

Boa leitura!

(Não revisei, me avisem qualquer erro e.e)

Capítulo 22 - Sweetheart


            Frio.

            Ele sentia tanto frio...

            Olhou ao redor, em sua sala, e a luz prateada que entrava pela janela era a única iluminação que lhe permitia visualizar as silhuetas dos móveis.

            Fechou os olhos por um minuto, e quando os abriu novamente já não estava sozinho na sala.

            — Já está tudo pronto — disse a mulher à sua frente. Sabia exatamente o que aquilo significava.

            — Dispensada, Tsuki — respondeu seco, e logo estava sozinho novamente.

            Levantou-se de sua cadeira e se aproximou da janela. Olhava para a lua. Curiosamente, Tsuki significava luar. Ah, a loucura...

            Uma risada baixa e seca se formou em sua garganta, e seu sorriso demonstrava o deleite de não precisar viver por muito mais tempo com a podridão que aquele mundo tinha se tornado. Usaria a jovem como um anjo de purificação. E talvez, desse modo, até mesmo seu coração não estaria mais manchado.

            — Pecados, pecados... — Sussurrou, batendo levemente os dedos no batente da janela. — Logo não haverá tal coisa.

           

~*~*~

 

            Lucy e Rogue tinham consciência de que ambos estavam acordados já há algum tempo. Mas a preguiça causada pelo conforto e calor dos dois corpos os impedia de sair da cama ou comentar qualquer coisa. Só ficaram ali, quietos, em paz...

            Não que paz durasse tanto tempo naquela casa.

            No andar de baixo, o barulho de panelas caindo fez-se presente, e Lucy levantou a cabeça com curiosidade.

            — Droga... — sussurrou Rogue, virando-se para ficar de barriga para baixo e escondendo seu rosto no travesseiro. — Sting deve ter decidido fazer o café — resmungou.

            Lucy abafou uma risada e se aproximou do moreno, passando as mãos levemente pelos cabelos escuros. Rogue virou seu rosto e observou-a, os olhos escarlate brilhando enquanto percorriam todo o caminho da face da garota até o colo acima de seus seios.

            — Posso saber o motivo da curiosidade? — Perguntou envergonhada, puxando o lençol para cobrir seu corpo nu.

            — Está linda — respondeu simplesmente, ao que Lucy levantou uma sobrancelha.

            — Acabei de acordar e meu cabelo deve estar um ninho, acha mesmo que estou tão bonita assim? — Perguntou com humor.

            — Você sempre está linda — respondeu simplório, levantando seu corpo para depositar um beijo simples na bochecha da loira —, mas estava falando da sua nova tatuagem — completou em tom humorado.

            A testa de Lucy franziu em confusão enquanto olhava para baixo, só então percebendo o dragão que repousava em sua clavícula, os olhos de cor escarlate brilhando igualmente aos de seu namorado... Parceiro. Agora era seu parceiro, não apenas namorado.

            — Não sabia que a marca vinha com uma marca literal — disse, mas seus olhos sorriam com seus lábios enquanto seus dedos passavam sobre a marca. A cabeça do dragão negro se encontrava no centro de seu peito, um pouco acima de onde se situava seu coração. O corpo se estendia sobre o seio esquerdo, e a cauda pendia ao lado desse mesmo. Era linda.

            — É apenas uma representação de posse, não acho que seja tão necessária — Rogue deu de ombros, seus dedos também explorando a pele da maga —, mas pelo menos os outros Dragon Slayers não vão tentar nada com você. Me deixa mais aliviado — admitiu, e seu discurso se interrompeu enquanto as mãos do mago deslizavam um pouco mais para baixo, provocando com os dedos o bico sensível do seio de Lucy.

            Um suspiro deslizou por entre os lábios de Lucy, e seus olhos já começavam a se fechar quando o barulho na cozinha aumentou e junto às panelas também era possível ouvir vidros se chocando.

            — Acho melhor irmos logo — disse Lucy, um sorriso divertido brotando em seus olhos.

            Rogue suspirou e se levantou, deixando a garota repentinamente envergonhada pela sua nudez.

            — Pode se acostumar, querida — disse de bom-humor, indo até o armário pegar suas roupas —; esse vai ser um cenário bem comum em seus dias de hoje em diante — e sumiu atrás da porta do banheiro.

            Lucy riu e deitou-se na cama de novo. Achava incrível como Rogue conseguia deixa-la confortável mesmo em situações como aquela.

            Distraidamente, seus dedos voltaram a circundar a marca em seu peito. Lembrava-se de que magia tinha corrido livremente pelo seu corpo em algum momento durante a noite dos dois. Não sua magia, magia dele. Foi dolorido no início e a deixou exausta, mas Rogue também não parecia ter terminado em uma situação diferente, então só decidiram ir dormir e deixar qualquer assunto pendente para o dia seguinte.

            — Vou impedir Sting de começar um incêndio — disse Rogue, saindo repentinamente do banheiro do quarto com os cabelos levemente molhados —, não demore muito para descer também. Vamos para a guilda hoje, antes que Hikari apareça aqui — seu nome se contorceu levemente em descontentamento à menção do nome de seu mestre, mas deixou isso de lado e saiu pela porta, fechando-a atrás de si para dar mais privacidade à sua parceira.

            Parceira. Era incrível como uma simples palavra poderia trazer tanta felicidade ao seu coração. Sua paz ao lado de Lucy era perceptível, e agora que não precisava se preocupar tanto com o desejo incontrolável e com a possessividade excessiva, poderia relaxar e aproveitar ainda mais o tempo ao lado dela.

            Quando chegou à cozinha, o caos estava instalado. Sting encontrava-se apenas com uma calça moletom em frente ao fogão, resmungando baixo e parecendo meio perdido no que estava fazendo.

            — Aceita ajuda? — Perguntou Rogue, colocando-se ao lado de seu irmão. Seu bom-humor não o permitia se irritar com a bagunça de farinha e leite que se encontrava na pia.

            — Foi mal, Rogue, queria fazer umas panquecas — disse Sting, dando espaço para o moreno. — Mas não consegui achar o liquidificador e derrubei umas panelas enquanto procurava. Fui tentar bater os ingredientes num prato, mas acabei derramando metade da massa na pia e quebrei um copo quando fui limpar a sujeira — o rosto de Sting se contorceu em desgosto. — Acho que sou uma negação na cozinha.

            — Você acha? — Perguntou Rogue ironicamente, mas sem ter a intenção de provocar o loiro. Só estava achando toda a situação engraçada.

            Enquanto limpava as coisas e pegava o liquidificador em um armário embaixo da pia, Sting o observava apoiado na mesa. Seus olhos acompanhavam todos os movimentos de Rogue, e logo o garoto sentia-se incomodado pela constante observação.

            — Algum problema? — Perguntou, seu tom um pouco mais próximo do normal, frio e levemente distante. Mas o brilho em seus olhos continuava ali.

            — Você está diferente — sussurrou em resposta, e sorriu abertamente enquanto sentava-se na mesa de mármore. — Um diferente bom. Não está rabugento e tem essa... aura cor de rosa.

            — Do que você está falando? — Perguntou em um resmungo, sua paciência lentamente começando a sumir.

            — Não precisa se irritar, calma — disse Sting, rindo. — Só queria saber... Você a marcou?

            Rogue parou por um momento o que estava fazendo e voltou seus olhos para Sting. Os olhos castanhos lhe analisavam com cuidado e a cabeça pendia levemente para o lado, a dúvida presente em seu olhar.

            — Sim... — Respondeu cauteloso, sem saber que tipo de reação esperar. — Sim, eu marquei Lucy.

            Um momento de silêncio se fez presente enquanto Sting o observava ainda mais intensamente, o sorriso aumentando cada vez mais.

            — Você sabe... — começou o loiro, brincando com seus próprios dedos distraidamente. — Quero sobrinhos.

            Rogue engasgou com o pedido repentino e sua paciência sumiu completamente enquanto encarava Sting com certa raiva.

            — Ainda é cedo para isso — rosnou em resposta, virando-se de costas para não ter que ficar encarando o sorriso pretensioso de seu amigo.

            — Ah, entendi... — a voz do loiro estava carregada com seu humor. — Então quer dizer que vocês usaram proteção, certo?

            Os membros de Rogue repentinamente ficaram tensos. Merda. Como tinha se esquecido da camisinha?

            — Não acredito... — Sussurrou Sting, espanto genuíno podendo ser reconhecido em sua voz — Rogue Cheney, o cara mais chato sobre só fazer sexo com proteção, esqueceu a camisinha? — Descendo da mesa, Sting puxou Rogue para que seus olhos se encontrassem. O pânico era palpável tanto nos olhos castanhos quanto nos vermelhos. Especialmente nos vermelhos. Não queria ser pai tão cedo, droga. Mas estava tão focado em Lucy com seu cheiro embriagante e no desejo que sentia por cada centímetro do que a representava que simplesmente... esqueceu.

            — Podem contar com a sorte, meninos — disse uma terceira voz, juntando-se a eles na cozinha —; não é sempre que Dragon Slayers engravidam suas parceiras, lembrem-se disso. Tanto que não há nenhum herdeiro para contar história nos dias de hoje. As chances são baixas, Rogue, relaxe — os ombros do moreno realmente pareciam mais leves. Sorte a deles ter Rain por perto nas horas que mais precisavam.

            Enquanto a paz se instaurava novamente no ambiente, Lucy descia alegremente as escadas enquanto o cheiro de panquecas instigava seu estômago. Sentia-se alegre, mas tinha uma outra coisa dentro de si... Não conseguia definir muito bem o que era, só sabia que era forte. Não ruim, apenas forte. Depois perguntaria a Rogue se aquilo tinha alguma relação à marca.

            Entrou na cozinha a tempo de ver Sting atacar uma pilha de panquecas sem remorso. Não o culpava. Ninguém tinha jantado na noite anterior, até ela estava faminta. Juntou-se aos outros na mesa com um animado “bom dia!”

            — Oe, Lucy... — Chamou Rain, quando todos já tinham terminado e Lucy levava as louças para a pia. — Posso ver?

            Confusão tomou as feições da garota por alguns segundos até entender ao que Rain se referia. Baixou um pouco mais de seu decote, o bastante para a cabeça e boa parte do corpo do dragão ficarem à mostra.

            — É linda... — Sussurrou a azulada, quase hipnotizada pela marca.

            — Incrível — sussurrou Sting ao lado de Rain. Curioso, sua mão se estendeu pronta para tocar a pele onde a marca repousava, mas um rosnado atrás de si o parou no meio do caminho. — Tudo bem, tudo bem, se vê com os olhos e não com as mãos — resmungou afastando-se de Lucy antes que irritasse sem querer seu irmão como no dia anterior.

            — Rogue, achei que já tínhamos falado sobre isso — advertiu Rain, virando-se para olhar o moreno. — Eu e Sting não somos ameaça, droga. E Lucy já está marcada, então pode parar com isso. Sabemos muito bem a quem ela está ligada agora.

            Respondendo com um simples “tsc”, Rogue se pôs à pia enquanto Sting e Rain subiam as escadas para se arrumarem para irem à guilda. Lucy se aproximou e antes que o moreno pudesse começar a lavar a louça, ficou de frente para ele e o abraçou. Em um primeiro momento Rogue não soube como reagir, mas devagar passou os braços ao redor de Lucy e se inclinou para afundar seu nariz no pescoço da maga. O cheiro ali era mais forte.

            — Você não precisa ser tão possessivo, sabia? — Começou, passando os dedos no cabelo de Rogue em um carinho que ele considerava calmante. — Muito menos com Sting. Ele também é como um irmão para mim, não precisa ter ciúmes dele. E mesmo que ele não fosse, pode confiar em mim.

            — Eu confio em você — disse prontamente, apertando mais os braços ao redor de Lucy — só... não confio tanto nas outras pessoas — admitiu com um suspiro.

            Antes que a situação entre eles fosse resolvida, os exceeds entraram na cozinha reclamando de fome. Lucy deu uma panqueca para cada e ficou conversando animadamente com os gatinhos enquanto Rogue voltava às suas tarefas. Fro fazia perguntas sobre Lucy ser a sua nova mãe enquanto Lector apenas comia, lamentando a falta do “grande Sting-kun”.

            — Mas fada-san... — disse Fro, parecendo um pouco relutante — você não vai embora, certo?

            Nesse momento, Lucy notou com o canto dos olhos como Rogue ficou tenso diante da pergunta. Negou com seu tom paciente, e perguntou delicadamente o motivo da pergunta. Lembrou-se imediatamente de quando tivera uma conversa parecida com o gatinho, mas esse mesmo dormira antes que ela entendesse o que tinha acontecido.

            — Yuki-san foi embora — explicou simplório, sem ter noção das mãos de Rogue que apertavam com força a pia de mármore. Mas Lucy notou. — Foi embora, e não disse tchau para o Fro. Nem para o Rogue-kun. Fro não entende. Mas deixou Rogue-kun bem triste.

            Antes que perguntasse mais alguma coisa, Rogue virou-se para ela, suplicando com os olhos para não perguntar mais nada. A mágoa em seus olhos quebrou o coração de Lucy, e a garota apenas aceitou em silêncio. Talvez fosse melhor se perguntasse diretamente ao moreno mais tarde.

            Parecendo não ter noção do peso das palavras que tinha dito, Fro continuou conversando com Lucy, assuntos completamente paralelos e divertidos. Mas mesmo assim, a curiosidade para entender o que tinha acontecido cutucava a mente de Lucy. “Yuki-san”? A Yuki da guilda?

            Ainda sem respostas, Lucy saiu de casa com os outros, caminhando juntos em direção à guilda. Se forçou a esquecer momentaneamente a curiosidade. Se matar de pensar não adiantaria nada no momento.

            A chegada à Sabertooth foi uma festa, como sempre. Os membros vieram lhes cumprimentar, e faziam perguntas sobre a viagem e membros da Fairy Tail. Quando a baderna se acalmou um pouco, o mestre apareceu, sorrindo para eles.

             — Bem-vindos de volta — Hikari lhes oferecia um sorriso animado, apertando suas mãos e olhando fundo em seus olhos — prontos para os jogos?

            — Sempre — Rain respondeu, sorrindo simpática — mas temos uma semana ainda, certo?

            — Cinco dias, para ser mais exato — os olhos castanhos do mestre voltaram-se para Lucy — preciso fazer alguns testes com você, senhorita. Se importam se eu pega-la emprestado por um momento?

            — Vá em frente — Sting disse, bagunçando levemente os cabelos da loira antes de se juntar ao montinho de pessoas no balcão.

            — Te vejo depois, loira — Rain se despediu, seguindo Sting para arranjar alguma confusão por ali.

            Rogue nada disse, apenas acenou brevemente com a cabeça antes de encarar Hikari por alguns segundos e seguir os exceeds para perto de Yuki. Yuki. O mesmo nome. Apesar de não saber se a história que Fro contara era sobre ela, não pôde evitar de sentir uma leve pontada de ciúmes.

            — Então, vamos? — Perguntou o mestre sorrindo-lhe agradável e apontando para a escada que levava para o segundo andar. Lucy sorriu de volta e o seguiu para o local indicado, afastando qualquer sentimento incômodo.

            Subiram as escadas e entraram em uma sala já conhecida por Lucy. Reconheceu-a de quando veio para a Sabertooth e ajudou Rain a pregar uma peça no mestre. Parecia que isso tinha ocorrida há anos, mas apenas alguns meses tinham se passado. Achava incrível seu amadurecimento desde aquela época.

            — Bom, Lucy, não se preocupe. Os testes que vou fazer não são nada de mais, e é só para ter certeza de que seu rendimento será melhor do que o do ano passado — um sorriso cresceu no rosto do mestre antes que ele abrisse as gavetas de sua mesa procurando por alguma coisa.

            Como um soco, as lembranças do Grandes Jogos Mágicos voltaram repentinamente. Lembrava-se de cada detalhe do que tinha acontecido e de como tinha se magoado por não ter conseguido orgulhar sua guilda. Ou assim pensava. Sabia que todos a amavam, e que suas derrotas ou vitórias não influenciavam em nada. Além disso, tinha se tornado mais forte durante seu treinamento, e sentia-se mais confiante do que nunca. Mesmo assim, as palavras do mestre a atingiram e magoaram. Apenas fingiu que não.

            — Muito bem, só preciso de uma amostra da sua magia nesse frasco — disse Hikari, colocando um frasquinho de vidro em cima da mesa. — É possível ter uma boa noção da força de um mago mesmo por uma pequena fração de sua magia.

            Lucy assentiu e fechou os olhos, lembrando-se de como Rain e Capricórnio lhe ensinaram. Expirou e se concentrou no ambiente ao redor, para depois se focar em si mesma. Viu o tal poço de magia e, quando o sentiu se encher, abriu seus olhos. Mas não encontrou a magia que encontrava.

            O mestre franziu o cenho.

            — Você não era uma maga da luz?

            Bom, sim, ela era. Mas agora era parceira de Rogue. A magia do mago tinha se fundido à sua. Só não esperava que quando evocasse sua magia, a das trevas dele também aparecesse. Era incrível e lindo e... Forte. Talvez, o que sentia de diferente naquela manhã enquanto tomava banho era justamente a magia de Rogue correndo por suas veias.

            Um sorriso brotou em seus lábios.

            — É a magia de Rogue — explicou, brincando com a magia e lembrando-se do pingente que trazia sempre pendurado em seu pescoço.

            — Por que você evocou a magia de Rogue? — Perguntou Hikari, não entendendo muito bem,

            — Eu sou sua parceira — explicou tímida —; sua magia se fundiu à minha quando ele me marcou.

            Fez-se um momento de silêncio antes de Hikari aceitar e colocar a amostra dentro do vidrinho.

            — Afinal, o que diabos aconteceu nessa viagem? Primeiro vocês me falam de um tal incidente sem me explicar o que aconteceu, agora você e Rogue aparecem como um casal. Preciso de algumas explicações aqui.

            Lucy riu e brevemente explicou o ocorrido com o ilusionista, não dando muitos detalhes sobre os sonhos lúcidos que teve. Afinal, o mais assustador deles tinha sido justamente sobre Minerva, uma das mulheres que mais tinha lhe causado dor nos Jogos Mágicos. E a última coisa que queria no momento era falar sobre os GJM com Hikari,

            — Entendi... — Sussurrou Hikari, perdendo-se em pensamentos brevemente, uma expressão séria tomando seu rosto. — Esperamos que não aconteça novamente, certo? — O sorriso voltou ao seu rosto enquanto lhe pedia para descer novamente ao térreo para que pudesse anunciar o novo casal e festejar.

 

~*~*~

 

            — Ele te disse alguma coisa? — Perguntou Rogue mais tarde, enquanto a festava rolava. Todos dançavam, cantavam, brigavam ou bebiam, mas mesmo assim a atmosfera familiar era ótima.

            — Não, não disse — mentiu Lucy, tentando esquecer o comentário sobre os Grandes Jogos Mágicos.

            — Mentirosa — resmungou Rogue, revirando os olhos. Estavam sentados em uma das mesas enquanto Sting e Rain arranjavam alguma briga pela guilda e os exceeds continuavam com Yuki. Foi então que Lucy se lembrou de sua curiosidade.

            — Ei... — chamou, seus olhos presos na albina com os cabelos agora mais longos do que antes. Sua personalidade fria e distante se quebrava perto dos gatinhos, e a visão dela se divertindo com eles lhe lembrava de Wendy. Deviam ter a mesma idade. — De quem o Fro estava falando hoje de manhã?

            Rogue apertou a cintura de Lucy um pouco mais forte, tenso com o assunto. Mas seguindo o olhar de Lucy até a garota do outro lado da guilda, deu um sorriso.

            — Não é a Yuki que você pensa — disse ele simplesmente, se calando logo depois.

            — Então quem é?

            — Ninguém.

            — Do que Fro estava falando hoje de manhã?

            — Nada.

            Lucy voltou-se irritada para ele.

            — Voltamos para o estágio onde você esconde as coisas de mim? — Perguntou, suas palavras pingando cinismo enquanto estreitava seus olhos para Rogue.

            — Você que começou — retrucou o moreno, dando de ombros.

            Então se calaram. Lucy lentamente percebeu que estava sendo injusta, e sentiu-se provar um pouco do próprio veneno antes de se desculpar.

            — Tudo bem, me desculpe — disse, e suspirou —; mas não quero que você se irrite nem nada do tipo. Não foi nada de mais.

            Os olhos de Rogue agora a observavam com uma atenção quase mortal.

            — O que Hikari te disse?

            — Apenas me relembrou um pouco sobre como não fui capaz de ganhar uma única batalha nos Grandes Jogos Mágicos no ano passado — respondeu, dando de ombros como se não se importasse, mas depois franzindo o cenho. — Como sabe que ele me deixou incomodada?

            — Senti — percebendo a dúvida ainda presente nos olhos de Lucy, explicou: — A marca nos permite ter uma conexão mesmo estando quilômetros separados. Posso dizer como você sente, assim como você também vai poder fazer daqui algum tempo, e após alguns anos fortalecendo a conexão é possível dizer até mesmo o que o outro pensa.

            — Legal — disse Lucy, sorrindo —; vamos tentar agora. No que estou pensando?

            — Bananas — respondeu Rogue, sem nem mesmo pestanejar.

            — Uau, como você fez isso? — Perguntou, fingindo surpresa. — Você deve ser mesmo um leitor de mentes!

            Riram e logo voltaram ao silêncio. Lucy se apoiou no peito de Rogue e passou suas pernas por cima das dele, achando uma posição mais confortável para si e também para receber um pouco mais do calor corporal do moreno.

            — Você ainda não me contou sobre a tal Yuki... — sussurrou sabendo que ele ouviria. O silêncio se prolongou por mais algum tempo antes que ele se pronunciasse.

            — Yuki era um apelido que Fro usava — começou, passando as mãos pelos fios loiros de Lucy. — Seu nome era Yukino Agria.

            Com espanto, Lucy se ajeitou para que pudesse olhar para Rogue. Ele não estava brincando.

            — Então você tem tipo uma atração por magas celestiais ou...? — Perguntou, fazendo Rogue soltar uma breve risada antes de puxá-la de volta para se encostar em seu peito.

            — Nós namoramos por algum tempo — disse, sua voz dando a entender que estava perdido em memórias —, mas não dávamos muito certo. Eu era muito frio ou muito distante, e ela exigia mais do que eu podia dar. Mesmo assim, nos amávamos à nossa maneira — um suspiro saiu pela sua boca. — Até o dia em que ela descobriu sobre marcas por meio de Sting. Me pediu para marca-la como prova de amor, mas eu... não podia fazer aquilo — seu tom de voz se tornou triste. — Não tinha certeza de que ela era minha parceira, o que hoje tenho certeza de que não é, e tinha medo de machuca-la no processo de descobrir. Quando sugeri que apenas vivêssemos sem a marca, namorando normalmente sem essa ligação, ela se magoou. Não entendeu que eu só não queria machuca-la, e achou que eu não a amava. E foi embora sem falar com ninguém, dando a desculpa de que ia treinar para se tornar mais forte.

            Os braços de Rogue puxaram Lucy para cima de suas pernas enquanto a abraçava fortemente. Não gostava de lembrar disso.

            — Talvez, se eu tivesse explicado melhor, ela teria entendido. Não teria ido embora. Mas eu sinceramente não sei o que faria se te encontrasse enquanto ainda namorasse com ela. Droga, talvez eu até a magoasse mais. Mas ainda me preocupo, e tenho medo do que ela pode estar passando sozinha.

            Rogue interrompeu sua fala e escondeu seu rosto na curva do pescoço de Lucy, como tanto fazia. Tinha se tornado um refúgio para ele, e se esconder de suas lembranças era a única coisa que queria no momento. Mas Lucy não ia deixa-lo se esconder mais.

            — Sei que pode não dar ouvidos quando dizem isso, mas... — Se interrompeu de repente, olhando para onde Rogue estava apoiado. — Olhe para mim, Rogue.

            Quase como uma ordem, seus olhos escarlate se voltaram para os castanhos imediatamente.

            — Não é culpa sua, e quero que você me ouça quando digo isso. Foi uma decisão dela, e talvez isso tenha até mesmo a ajudado a superar tudo. O motivo de eu ter parado aqui com vocês também foi meio que uma fuga do Natsu — sorriu brevemente olhando para baixo — mas vê como tudo melhorou? Às vezes a gente só precisa de uma mudança brusca pra perceber que deixamos pra trás algo que não nos faria bem no futuro.

            Suspirou, e abraçou Rogue, prendendo seus braços fortemente ao redor do pescoço do garoto.

            — Talvez, se vocês continuassem juntos, nunca seriam verdadeiramente felizes. Entende o que eu quero dizer?

            Rogue assentiu levemente e envolveu a cintura de Lucy com a mesma força que ela o segurava. Se fosse qualquer outra pessoa lhe dizendo aquilo, relutaria em aceitar. Mas era Lucy, e confiava plenamente nela.

            — Eu te amo — sussurrou, deixando escapar sem perceber. Sentiu algo se revirar em seu estômago ao perceber que era a primeira vez que dizia isso com todas as palavras, e a felicidade vinda de Lucy inundou seu corpo por intermédio da marca. Seus olhos se fecharam para aproveitar a sensação. Talvez dissesse isso mais vezes para poder sentir o prazer que a felicidade de Lucy lhe proporcionava.

            — Eu também te amo.

 

~*~*~

 

            — Trouxe o que eu pedi?

            — Trouxe, claro, mas... Você não vai gostar.

            — O que há de errado?

            — Não é mais pura. A magia de outra pessoa está fundida permanentemente com a dela.

            — Não importa. Apenas eliminamos o provedor de magia e a teremos pura novamente.

            — Não acho que seja assim que funciona...

            — Não importa — repetiu.

            — Achei que tínhamos um trato sobre apenas começar os planos durante os Jogos em Grupo.

            — Os planos mudaram.

            — Não pode fazer isso. Espere apenas mais um pouco, estarei muito exposto se começarmos agora. Se me pegarem, você sabe que também pegam você.

            — Sete dias. Vou te dar sete dias antes de começar. Se ainda não estiver pronto, vou realizar o plano de qualquer forma. Mas será até melhor. A lua nova aparecerá em sete dias.

            — Certeza que pretende utilizar Tsuki em uma noite de lua nova? Sabe que ela já perde o controle em noites normais...

            — Não me diga o que fazer, Hikari.

            Um arrepio subiu pela espinha do homem enquanto o olhar sanguinário era dirigido para si.

            — Você sabe que um passo em falso seu resulta em morte — rosnou o outro homem, se levantando de sua cadeira. — Um passo em falso seu, e vou considerar como se você estivesse do lado deles.

            — Não, senhor — sussurrou Hikari, abaixando sua cabeça obedientemente.

            Olhando pela janela como costumava fazer, Hajime sorriu.

            Apenas sete dias.

           

So show me Family / Então mostre-me família

All the blood that I will bleed / Todo o sangue que sangrarei

I don't know where I belong / Não sei aonde pertenço

I don't know where I went wrong / Não sei onde errei

 

[...]

 

I belong with you, you belong with me / Eu pertenço a você, você pertence a mim

You’re my sweetheart / Você é meu doce amor


Notas Finais


CAPÍTULO NÃO REVISADO! Se acharam algum erro ou frase sem sentido, me avisem, porque eu costumo escrever de madrugada e às vezes acho umas coisas bem toscas durante a revisão kkkk'

Agora é o seguinte... Acho que vou começar a postar esses capítulos de 4000~5000 palavras, mas sem ser na mesma frequência que antes. Não pretendo demorar um século pra postar, mas escrever toda semana já estava me consumindo...

Bom, é isso. Comentem e me digam o que acharam e

OPAAAA, quase esqueci KKKK

Feliz natal e feliz ano novo, meus amores <3
Vocês não tem ideia de como são importantes pra mim, e espero que continuem comigo no ano que vem. Essa é a última postagem do ano, então até o ano que vem <3


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