P.O.V Cindy:
Me despeço de Manuela e volto para casa caminhando. Quando passo novamente em frente à oficina – pelo menos, para mim, é uma oficina –, lembro-me que aquele loiro alto com olhos azuis fortes – com um olhar sinistro que me assustava – e uma expressão safada, porém ao mesmo tempo decidida, no rosto, que assoviou para mim. Realmente não vou esquecer desse idiota. Principalmente o olhar sinistro dele, aquilo é assustador – entretanto, não o suficiente para me fazer temê-lo exageradamente.
Afasto esses pensamentos de minha cabeça e continuo andando até chegar em casa. Quando entro, percebo que meus pais já chegaram.
— Oi filha! — diz minha mãe quando me vê chegando. — E aí, como foi lá? Como ela é? Ela trabalha? Estuda? Você vai fantasiada de quê?
— Oi mãe, oi pai. Foi legal. Pelo que entendi, ela faz faculdade de música de manhã, mas as aulas ainda não começaram, e trabalha na padaria de seus pais de tarde. Vou à festa fantasiada de Alice e, antes que perguntem: sim, é a Alice de Alice no País das Maravilhas. Manuela irá vestida de vampira.
— Uau! Alice e uma vampira! Quem diria, hein?! — comenta minha mãe enquanto ri. Já esperava comentários.
— Ela é uma boa influência — comenta meu pai. — Interessantes as fantasias, mas como vocês vão para a festa?
— ... Eu estava tão animada com as fantasias que acabei esquecendo esse pequeno detalhe... — digo desviando o olhar com um sorriso culpado no rosto.
Como fui esquecer disso! Eu nem peguei o número da Manu! Você está muito esquecida, Cindy Antariksa!, penso.
— Vou dar um jeito — digo, totalmente confiante. Mas primeiro vou comer alguma coisa! Estou quase morrendo aqui! Comida, preciso de você!
Pego uma maçã na geladeira e a como. Como também um pedaço de bolo, mais um, mais outro... E por fim, um maravilhoso sanduíche.
Depois de meu lanchinho, vou para meu quarto. Chagando lá, encontro Joe sentado em minha cama. Afago sua cabeça.
— Voltei, Joe.
Depois disso tudo, tomei banho, coloquei minha camisola e fui dormir com Joe deitado no meu lado. Demorei um pouco para pegar no sono, porém finalmente consegui.
Mas é sempre assim.
P.O.V Manuela:
Após terminar de comer, subo as escadas e vou para meu quarto. Verifico que horas são agora; 20:49.
Ainda não estou com sono. Que tal tocar um pouco, Manuela Singer?, penso para mim mesma. Levanto da cama, pego meu violão e sento-me novamente.
Começo a tocar trechos de algumas músicas que aprecio muito, como sempre faço. É incrível como as notas se juntam e formam uma melodia perfeita! Isso me faz relaxar, na verdade, faz qualquer um relaxar.
Depois de um tempo de cantoria, levanto-me e guardo o violão. Vou até minha cama e deito nela. Fico observando o teto.
Que teto interessante., penso ainda observando-o. Meus pensamentos começam a mudar rapidamente, ao ponto de nem me lembrar do primeiro pensamento e como consegui chegar a meus pais.
Meus pais. Estava com muita raiva por terem feito isso comigo, mas a raiva desapareceu. Uau. Acho que estou gostando da ideia deles. Essa festa vai ser divertida. Estou começando a ficar ansiosa...!
Continuei pensando, até que cheguei em outros pensamentos – que loucura!
Adrien Chevalier. O garoto-pintor cavalheiro. Ah, é mesmo, Manuela, você esqueceu de perguntar se ele era pintor. Nunca mais vou ver o garoto-pintor, que pena. Gostaria de vê-lo novamente e perguntar, mas Paris é grande demais para encontrar uma pessoa no meio de tudo isso – ainda mais quando não se sabe nada sobre ela! Na verdade, eu sei o nome: Adrien Chevalier. Mas quantos Adrien’s existem por aí? Muitos! Ele pode, talvez, nem ser daqui. Será difícil encontrá-lo outra vez. Espera: por que eu deveria encontra-lo?!
Minhas pálpebras começam a pesar e eu adormeço com todos esses pensamentos na cabeça.
~SONHO ON~
— Venha Manuela, vou fazer um retrato seu! — diz Adrien Chevalier. Ele pega minha mão e vai me arrastando até um banco da praça.
— Estou indo, Adrien.
— Ei! Eu quero ir também! — fala uma voz que parece ser Cindy.
— Você quer dizer nós queremos, não é? — diz outra voz. Esta, parece ser a voz de Kim.
— Nós três vamos e ponto! Vamos logo! Ei, vocês, esperem por nós! — acrescenta uma terceira voz. Esta, por sua vez, parece ser Sarah.
Quando Adrien para de me arrastar, viro-me para ver as garotas. Estão todas aqui, caminhando na nossa direção: Kim, Sarah e Cindy. Elas chegam até mim e sentam-se no banco. Eu faço o mesmo. Todas nós sorrimos fazendo pose para o retrato que Adrien irá pintar. Esse é um dos melhores momentos de minha vida. Fico sorrindo na mesma posição observando Adrien pintar. Em um momento ele para, olha para mim, sorri e grita:
— O café está pronto, Manuela!
~SONHO OFF~
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