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História Mutter - Fim.


Escrita por: MalkBobo

Notas do Autor


É isso leitores, este é o último capítulo. Leiam até o final, não importa o que vocês estejam sentindo, leiam até o final, vocês vão entender do que estou falando.
Boa leitura!

Capítulo 13 - Fim.


                – Eu quero dizer que... eu te amo! – declarou Tatsuki.

                – Oh, adoro ouvir isso – Orihime a abraçou com força – você não é de falar essas coisas, o que houve?

                – É que eu preciso contar uma coisa.

                – Fala logo, estou ficando preocupada.

                – Eu... – Tatsuki tremia e gaguejava, tentando tomar coragem para falar o que tinha que ser dito – eu te traí.

                – Como? Você só pode estar brincando.

                Tatsuki não disse mais nada, e logo a ficha caiu para Orihime.

                – Agora tudo faz sentido, os atrasos em chegar em casa, o comportamento estranho... Quem é a vagabunda? Vou matar ela! – Orihime gritou.

                – Vou ser bem direta – a mulher tomou fôlego e então falou de uma vez só – é o Ichigo Kurosaki.

                – Você e o Kurosaki-kun? Impossível, ele é homem.

                – Eu tinha que te falar...

                – Aquele desgraçado se aproveitou de você, vou pegar minha faca de descascar bacon e vou atrás dele, meu filho já vai nascer sem pai!

                – Se for culpar alguém, culpe a mim! Eu vinha me encontrando com ele há algum tempo, mas ele não sabia que eu era sua esposa, só veio saber só depois da inseminação quando vocês foram me encontrar no trabalho.

                Depois disso, Orihime começou a gritar e xingar. Ela nunca imaginou dizer coisas tão ofensivas, muito menos à sua amada. Tatsuki apenas ouvia em silêncio, sabendo que merecia aquilo.

                – Hime, eu já rompi com ele, foi apenas uma paixão passageira, mas é com você que eu quero passar a vida inteira.

                Orihime não disse nada, apenas pegou sua bolsa e saiu de casa.

                – Vai aonde Orihime, está tarde – falou Tatsuki.

                – Qualquer lugar longe de você, e nem pense em me seguir!

                A ruiva desceu as escadas correndo, não tinha paciência nem para esperar o elevador. Saiu andando pelas ruas sem rumo, até que fez sinal para um táxi que estava passando e entrou nele.

                – Para onde moça? – perguntou o taxista.

                – Não sei, só dê uma volta pelo bairro enquanto eu faço umas ligações.

                O motorista obedeceu enquanto Inoue pegou o seu celular na bolsa. A primeira pessoa que pensou em procurar foi o Ishida, ela ligou para várias vezes, porém ouvia apenas a mensagem de que o telefone estava fora de área. Em seguida, ligou para o seu trabalho e lá, a recepcionista informou que ele havia viajado e passaria alguns dias fora.

                Orihime guardou o celular e em seguida, deu um endereço para o taxista levá-la. Em meia hora chegaram ao local, então a mulher pagou a corrida e foi para a porta de uma casa. Tocou a campainha e, pouco depois, foi atendida.

                – Hime-chan?

                – Oi Chizuru, sei que já está tarde e que não avisei nada, mas posso entrar?

                – É claro, entre.

                 Assim que entrou, Inoue começou a chorar.

                – O que houve, o que a Tatsuki fez com você?

                – Por favor, não pergunte nada – Orihime abraçou sua amiga com muita força – só me deixe ficar aqui essa noite.

                Inoue praticamente afundou seu rosto no ombro da Chizuru, que ficou fazendo cafuné na garota que chorava muito.

                Na manhã seguinte, Orihime se despediu da Chizuru e voltou para casa. Ao entrar, viu a Tatsuki sentada na sala tomando uma xícara de chá.

                – Orihime, te liguei várias vezes mas seu celular nem tocava, fiquei preocupada!

                – Eu me virei sozinha com doze anos, não é uma noite fora que vai me matar.

                – Que bom que você tá bem...

                – Você não deveria estar trabalhando agora? – Inoue perguntou secamente.

                – Eu faltei, estava preocupada demais pra trabalhar.

                – Você não se preocupou comigo quando saiu procurando homem por aí.

                – Te traí? Sim, mas te contei a verdade porque eu quero continuar com você. Não estou te pedindo perdão até porque eu sei que você não vai me perdoar, mas se você me deixar acordar toda manhã e te ver do meu lado, ficarei feliz.

                Orihime olhou diretamente nos olhos da companheira.

                – Você está certa, não vou te perdoar agora, nem vou amolecer com essas palavras bonitas que está dizendo. Mas nossa história fala por si só, tenho que reconhecer que você abriu mão de muitas coisas pra ficar comigo e quer continuar – Inoue pegou a mão da Tatsuki outra e a levou até a sua barriga – eu também quero continuar, ainda quero criar meu filho ao seu lado, mas e você, está disposta a ter essa responsabilidade? Se não tiver certeza é melhor parar por aqui mesmo.

                – É claro que estou disposta, e estou louca pra ver essa barriga crescendo, sentir ele chutar e depois, pegá-lo no colo pela primeira vez.

                – É só o que eu preciso saber. Agora vou pro quarto dormir um pouco, e não quero nem ouvir falar no Kurosaki por um bom tempo, entendeu?

                – Entendi.

                Assim, Inoue foi para o quarto e trancou a porta. Pouco depois, Tatsuki pegou seu celular e mandou uma mensagem de texto para o Ichigo.

                Do outro lado da cidade, Kurosaki recebeu a mensagem e a leu.

                Ichigo, o que tivemos foi especial e nunca vou te esquecer, mas vou continuar com a Orihime. Desculpe não falar isso pessoalmente, mas hoje preciso ficar com ela. Até um dia desses.

                Assim que o rapaz leu o pequeno texto, deu um sorriso.

                 – Você fez uma ótima escolha – Ichigo falou sozinho e bem baixo, apenas para ele mesmo ouvir.

                *****

                Uma semana depois, Tatsuki acordou assustada com a cama balançando.

                – Acorda, acorda, acorda.... – Inoue pulava na cama e cutucava sua companheira.

                – Que foi Orihime, tá escuro ainda!

                – Olha só – a ruiva mostrou uma tira com duas listras vermelhas.

                – Que é isso?

                – Teste de gravidez, deu positivo. Tô grávida!

                As duas começaram a comemorar, até que automaticamente elas se beijaram. Foi o primeiro beijo desde que Tatsuki contou sobre o caso que teve com o Ichigo.

                – Eu sei que ainda tenho que fazer um teste de laboratório, mas nunca ouvi falar de teste de farmácia que deu errado.

                – Tenho certeza que tem um bebezinho aí dentro – Tatsuki acariciou o ventre da esposa.

                Nesse mesmo dia, Inoue foi ao laboratório e fez o exame, cujo resultado saiu no dia seguinte e confirmou o que ela já sabia, realmente estava grávida. Com o resultado em mãos, ela correu para o consultório do Isshin, e assim que a recepcionista autorizou, entrou no consultório.

                – Doutor Kurosaki!

                – Já falei pra me chamar de Isshin! E aí, quais as novidades?

                – Olha isso – a mulher entregou o resultado do exame para o médico.

                – Oh, você tá grávida – ele começou a chorar e conversar com o retrato da falecida esposa – Oh querida, nosso netinho vai nascer, tomara que pareça com a mãe porque o pai é muito feio.

                – Bem, e agora, o que tenho que fazer? – ela perguntou.

                – Vamos começar o pré-natal. Pelas minhas contas você está de duas semanas apenas, vamos esperar mais duas e faremos uma ultrassonografia. Também temos que dar a notícia pro Ichigo, quer que eu fale com ele ou você quer contar?

                Orihime ficou tensa. Ela sabia que o Ichigo também foi enganado pela Tatsuki e não sabia que elas eram casadas, mas ainda assim se sentia desconfortável ao pensar em falar com ele.

                – Fale o senhor, agora tenho que ir e obrigada por tudo.

                Ela saiu do consultório apressada. Estava muito feliz pela confirmação da gravidez, mas a revelação de que sua esposa a traiu com o pai do seu filho ainda era muito recente e isso a fazia sofrer.

                A noite, quando Ichigo chegou em casa, seu pai já estava esperando por ele.

                – Ichigo, boas notícias – Isshin sorria muito.

                – Que foi?

                – Tá confirmado, a Inoue está grávida.

                – Legal!

                Ichigo ficou feliz com a notícia, mas também receoso a respeito de quanto contato poderia ter com a Orihime e também com o bebê.

                – Vá falar com ela, não vai dar uma de pai desnaturado e sumir.

                – Acho que ela não vai querer me ter por perto...

                – Para de falar merda, por que ela não ia querer contato? Tem alguma coisa a ver com a sua namorada?

                – Não tenho mais namorada, eu e a Tatsuki terminamos.

                – O que você aprontou hein?

                – Nada. O que aconteceu foi que...

                Ichigo hesitou, mas logo tomou coragem e contou toda a história para o seu pai.

                – Uau – disse Isshin, depois de ouvir tudo o que o seu filho contou – Isso foi tão surreal que parece um filme, uma fanfic ou coisa assim. Só tenho uma pergunta para fazer.

                – Fala.

                – Pelo menos comeu?

                – Acabei de chegar, já vou jantar.

                – Você sabe bem do que estou falando.

                – Seu velho pervertido, não vou ficar falando dessas coisas com você!

                – Se não tiver comido vou te dar o título de maior babaca da Terra.

                – Cala a boca e vai dormir!

                *****

                Duas semanas depois, Orihime foi ao consultório do doutor Kurosaki para fazer a ultrassonografia, conforme haviam combinado.

                – Está tudo bem? – perguntou Inoue, olhando para a imagem no monitor.

                – Me chame de Isshin, e está tudo bem sim. Ainda não dá pra ver o embrião, mas já podemos ver o saco uterino que condiz com quatro semanas de gestação.

                – Quando vai dar pra ver o sexo do bebê?

                – Vai demorar um pouco ainda, posso tentar ver na décima terceira semana, porém é mais garantido a partir da décima sexta.

                A consulta terminou e, quando Orihime saiu do consultório, viu Ichigo sentado na sala de espera lendo uma revista. Assim que a viu saindo, ele se levantou e foi falar com ela.

                – Inoue-kun – ele disse, sem graça.

                – Bem... – ela acariciou a própria barriga – quatro semanas.

                – Eu... queria... te pedir desculpa.

                – Você não sabia que ela era casada comigo, não dá pra te culpar.

                – Obrigado. Tá precisando de alguma coisa pro bebê, pra você ou coisa assim?

                – Por enquanto não, mas vou te manter informado.

                – Tá bom. Posso te acompanhar na próxima consulta com o meu pai?

                – É claro. Nos vemos daqui a um mês então.

                – Até lá.

                *****

                Durante esse mês, a gestante começou a ter os típicos enjoos e desejo de comer coisas estranhas, como bolinhos de arroz com shoyo ou macarrão com queijo ralado, ou seja, comida de pessoas normais. Um dia, Orihime acordou durante a noite e viu que a Tatsuki não estava ao seu lado, então levantou para procurá-la e a encontrou preparando alguma coisa no fogão.

                – O que houve Tatsuki? Você nem é de cozinhar, ainda mais de madrugada.

                – Me deu vontade de comer siri com calda de chocolate e não queria te acordar.

                Assim que a refeição ficou pronta, ela começou a comer na própria panela.

                – Servida?

                Ao sentir o cheio da comida, Orihime ficou enjoada e foi para o banheiro vomitar.

                – Tá tudo bem? – Tatsuki foi ajudá-la, porém ao ver sua parceira vomitando, acabou vomitando também.

                As duas não conseguiram mais dormir. Quando melhorou do enjoo, já de manhã, Tatsuki devorou a comida que havia preparado horas antes, aproveitando que Inoue estava no quarto e não sentiria o cheiro que a fez passar mal.

                Depois de escovar os dentes e eliminar qualquer vestígio do siri com chocolate, Tatsuki foi até o quarto ficar com a Orihime.

                – Tatsuki, posso fazer uma pergunta?

                – É claro.

                – Quando foi sua última mestruação?

                A morena ficou pensativa, fazendo cálculos mentais.

                – Já faz mais de dois meses...

                – Você tá grávida!

                – Não, não é possível...

                – Tatsuki, não venha me dizer que você e o Ichigo não transaram. É o que acontece quando se faz sexo com um homem, ou já se esqueceu das aulas de biologia?

                Tatsuki entrou em desespero. Estava bem com a Orihime e não via o Ichigo há muito tempo, o que faria se realmente estivesse grávida?

                – Preciso ir na farmácia.

                Arisawa foi a uma farmácia que ficava na esquina da sua casa, comprou um teste de gravidez e voltou quando voltou, o utilizou.

                – E agora Hime? – Tatsuki estava muito nervosa.

                – Espere alguns minutos.

                Ela esperou e enfim, pegou a tira.

                – O que significa – perguntou a morena, aflita.

                – Eu estava certa, você tá grávida!

                Tatsuki ficou muito nervosa, falou coisas sem sentido e quando se acalmou, Orihime foi falar com ela.

                – Quando você vai contar pro Kurosaki?

                – Eu não vou contar!

                – Tá maluca? Você tá grávida e seu filho tem um pai, ele precisa saber.

                – Não posso, eu e você estamos bem, não posso arriscar isso...

                – Você está totalmente segura de que quer continuar comigo?

                – Completamente.

                – Então fale com ele. Não vou mentir pra você, estou me rasgando de ciúme, mas não seria justo esconder isso dele.

                – Está bem, vou procurá-lo depois do trabalho, posso?

                – Eu te encontro quando você estiver saindo, não vou te deixar sozinha com ele.

                – Por mim tudo bem.

                A sensei foi trabalhar e no fim do dia, Orihime a encontrou na porta da escola.

                – E então, qual é o plano? – a morena perguntou.

                – Eu liguei pra ele mais cedo e disse que queria falar com ele sobre o bebê, só não especifiquei quem era a mãe – ela deu uma risadinha.

                – Como você consegue fazer piada numa situação dessas?

                – A merda já está feita, do que adianta ficar se lamentando? Vamos, ele disse que vai me encontrar na porta do shopping às seis e meia.

                O casal se dirigiu ao local de encontro. Quando chegaram , Ichigo já estava lá e se espantou ao ver que as duas.

                – Inoue-san, Arisawa-san... – ele as cumprimentou sem graça.

                – Boa noite! A Tatsuki tem uma coisa pra te contar – disse Orihime, deixando o homem ainda mais confuso.

                – Bem... é que... preciso te contar...

                – Fala logo – Orihime apressou.

                – Eu estou grávida.

                Ichigo ficou em choque. Não esperava ver sua ex qualquer coisa tão cedo e muito menos receber uma notícia como essa.

                – Eu sou o pai?

                – Não, é a Orihime. É claro que é você baka!

                Depois do choque inicial, ele começou a rir.

                – Caramba, por essa eu não esperava. Posso botar a mão na sua barriga?

                Tatsuki olhou para sua parceira, que balançou a cabeça concordando.

                – Pode.

                Ele colocou a mão. Obviamente não sentiu nada diferente por ser uma gravidez ainda no início.

                – Se sua mão tocar qualquer lugar que não seja a barriga, eu te mato – Orihime sussurrou no ouvido do Ichigo, o fazendo recolher a mão na mesma hora.

                Depois disso, Ichigo pediu para sentir a barriga da Inoue e foi atendido. Logo depois eles se despediram e foram para suas casas, apesar da aparência de estar tudo bem, não dava pra ignorar as circunstâncias nas quais a Tatsuki havia engravidado e não havia clima para conversas amistosas e comemorações.

                Ichigo foi para casa e, assim que o seu pai chegou, foi dar a notícia a ele.

                – Pai, encontrei a Tatsuki hoje.

                – É mesmo? Veja lá o que vai fazer, não esquece que a Inoue tá grávida.

                – A Tatsuki também está.

                – Que coisa boa, vou ter dois netinhos – ele começou a rir – é isso aí Ichigo, vou retirar o seu título de maior babaca da Terra.

                – Ainda parece que não está acontecendo, dois filhos com mães diferentes ao mesmo tempo...

                – Sim, o dobro de fraudas, mamadeiras, duas pensões... já considerou arranjar mais um emprego?

                – Não fala isso que já estou ficando com dor de cabeça.

                *****

                Os meses que se seguiram foram tranquilos. A gravidez das duas evoluiu, as barrigas cresceram e as duas fizeram o pré-natal com o Ishinn. A relação entre elas e o Ichigo se tornou menos tensa com o passar do tempo, apesar da Tatsuki e do Ichigo ainda preferirem não se falar sem que a Orihime estivesse junto.

                No sexto mês de gestação, Tatsuki sentiu uma necessidade de ver a sua mãe. Telefonou para a sua tia e, após falar rapidamente sobre a gravidez, pegou o endereço onde a sua mãe estava morando atualmente e foi até lá.

                Ela chegou a uma casa no subúrbio da cidade, então tocou a campainha e logo a mulher veio atender.

                – O que você quer? – a senhora perguntou rispidamente.

                Tatsuki não disse nada, apenas mostrou a barriga para a mãe.

                – Que palhaçada é essa, você não era sapatão?

                – O termo correto é lésbica, e sim, ainda sou e estou muito bem, obrigada. Só passei aqui pra te dizer que você será avó, se quiser conhecer seu neto me ligue daqui a três meses, a tia Mito tem o meu telefone. É só isso!

                Tatsuki foi embora. Não estava decepcionada, não esperava uma recepção calorosa ou algo assim. Saiu satisfeita e com o sentimento de que tinha feito a sua parte.

                *****

                Finalmente o grande dia chegou. Como as mães engravidaram praticamente ao mesmo tempo, a contagem de semanas foi a mesma e Isshin marcou o parto das duas na mesma manhã, na maternidade aonde ele também atende.

                Ichigo alugou um carro, pegou as duas mulheres e as levou à maternidade.

                – E aí garotas, nervosas? – perguntou Ichigo, que suava muito, apesar de estar no inverno.

                – Eu tô calma, e você? – disse Tatsuki.

                – Nervosa não, só um pouco ansiosa, não vejo a hora de pegar o meu bebê no colo.

                – Tá bom, fiquem calmas senão o neném nasce nervoso arfff.... tô com falta de ar.

                – Fica calmo presta atenção no trânsito retardado, senão eu te dou um soco do dragão e quebro seu nariz – brigou Tatsuki.

                Ichigo parou de falar e ficou atento ao trânsito, apesar de ainda estar muito tenso. Chegaram à maternidade e, como a Orihime estava mais ansiosa, Isshin resolveu fazer o parto dela primeiro.

                Orihime deu a luz a um menininho totalmente careca. Logo depois, ela foi levada ao quarto enquanto a Tatsuki entrou na sala de parto, onde deu a luz a uma menina de cabelos negros.

                Como o parto foi cesariana, elas só pegaram os bebês de noite. Com ajuda da enfermeira, elas conseguiram amamentar seus filhos.

                – Feliz? – perguntou Tatsuki.

                – Muito, e você?

                – É impressionante como é a vida, nunca passou pela minha cabeça ser mãe e aqui estou, segurando uma menininha que acabou de nascer e que amo mais do que qualquer outra coisa. E respondendo, sim, muito feliz.

                – Calada as duas, se falar demais vai acumular gases na barriga de vocês e vão sentir uma dor infernal – repreendeu a enfermeira.

                No dia seguinte, elas receberam visitas. Ichigo, Isshin, Yuzu e Toushiro foram ver as crianças e as mães.  Karin não pôde ir, mas gravou um vídeo de felicitações e mandou para o seu pai, que o mostrou para Tatsuki e Orihime no seu celular. O horário de visitas acabou e como Isshin era o médico delas, pôde ficar depois que os outros saíram.

                – Mamães, trouxe um presente para vocês – ele pegou um chaveiro do Kon, com algumas chaves penduradas nele.

                – Um chaveiro do Kon, ele é muito fofo – disse Orihime.

                – O presente não é o chaveiro, são as chaves da casa nova que estou dando pra vocês.

                – Uma casa? Desculpe Kurosaki-san, não podemos aceitar um presente tão caro como esse – falou Tatsuki.

                – Eu já sou velho, o que quer que eu faça com o dinheiro que tenho guardado,um enterro de luxo? Fiquem tranquilas, é uma casa com bastante espaço pras crianças e fica bem perto de onde vocês moram agora.

                Assim, elas aceitaram o presente e agradeceram. Dois dias depois elas tiveram alta e voltaram para seu apartamento, pois decidiram se mudar depois que o resguardo acabasse. Em casa receberam visitas de amigos e, um dia, a repentina visita da mãe da Tatsuki.

                A mulher entrou na casa. No momento, o filho da Orihime estava dormindo e ela preferiu ir para o quarto para deixar a mãe e a filha a sós.

                – Achei que você não fosse vir – disse Tatsuki.

                – É uma menina?

                – Sim, o nome dela é Soi Fong.

                – Posso pegar?

                A mãe da criança autorizou, então a avó pegou o bebê no colo. Minutos depois, ela a devolveu para a mãe.

                – Ela é linda, igualzinha a você quando era bebê.

                – Obrigada.

                – Agora estou indo, quando ela dormir aproveite e vá descansar também.

                – Tudo bem.

                Elas se despediram formalmente e a senhora Arisawa foi embora.

                *****

                Dois meses depois, elas se mudaram para a casa nova. Quando a licença maternidade da Tatsuki acabou, ela pediu demissão da escola e abriu uma pequena academia de artes marciais no quintal da sua casa, assim poderia estar mais disponível para as crianças. Nessa mesma época, Orihime começou a trabalhar no hospital do Ishida e combinou para seus plantões não coincidirem com os horários em que a Tatsuki dava os treinos, de forma que sempre uma delas estava com as crianças.

                Ichigo se mostrou um pai bastante presente e Isshin, um avô babão, assim como a tia Yuzu. Sobre avó materna da Soi Fong, bem, não dava pra dizer que ela era presente nem que se dava bem com a Tatsuki, mas ela aparecia a cada três ou quatro meses e fazia uma visita rápida.

                *****

                Um dia, Ichigo estava em um mercado fazendo uma grande compra de fraudas, quando ouviu uma voz feminina o chamando, então virou para olhar.

                – Rukia? Quanto tempo – ele ficou surpreso em vê-la.

                – Oi Ichigo. Nossa, quantas fraudas, é pro seu filho?

                – Meus filhos pra ser mais exato.

                – Gêmeos? Devem ser umas gracinhas.

                – Nasceram no mesmo dia e lugar, mas de mães diferentes. É uma história muito complicada, é melhor nem tentar entender.

                – Você casou?

                – Filhos sim, esposa ou namorada não, e você?

                – Trinta anos e solteira.

                – Como vai o seu irmão?

                – Daquele jeito de sempre. Mas sabia que outro dia ele falou em você? Depois que eu tive um namorado sem noção chamado Renji, tenho a impressão de que ele até passou a sentir sua falta.

                – Foi bom te ver.

                – Igualmente – Rukia pegou um cartão de visitas e entregou para o homem – aí tem o meu número, me liga qualquer dia desses.

                – Pode deixar. Até breve.

                *****

                DOIS ANOS DEPOIS.

                Eram sete horas da noite. Orihime andava por uma rua com a bolsa que costumava usar para ir ao trabalho, porém chegou até a porta de uma casa, pegou uma chave no bolso da sua calça e entrou. Dentro da casa, Chizuru deu um enorme sorriso quando viu a mulher entrando.

                – Oi, desculpe a demora – disse Orihime.

                – Estou feliz que você veio. Quanto tempo temos dessa vez?

                – A noite toda, falei pra Tatsuki que estou cobrindo o plantão de uma colega lá do hospital.

                – Que bom! Muito tempo que você não dorme aqui.

                – Dormir? Isso eu faço em casa.

                – Desculpa minha indelicadeza, a última coisa que vamos fazer essa noite é dormir.

                Chizuru segurou a Inoue fortemente pela cintura, a puxou até seus corpos ficarem colados e beijou sua boca calorosamente.


Notas Finais


No fim das contas, quem acabou ficando no lucro foi a Chizuru.
É isso gente, agradeço aos que chegaram até aqui. Me desculpem por eventuais erros, esse é um estilo de história muito diferente das que eu costumo escrever, mas é preciso sair da zona de conforto as vezes não é?
Até um dia!


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