História Mutter - Família

                Naquela manhã de domingo, incrivelmente Tatsuki acordou antes da Orihime. A morena  estava deitada na cama, sorridente e ainda pensando no dia anterior, na sua primeira vez com o Ichigo e no convite para conhecer a família quando um detalhe veio na sua mente, o encontro com Orihime e Ishida.

                Obviamente não era possível estar em dois lugares ao mesmo tempo e como não conseguia pensar em uma solução, ela simplesmente levantou foi fazer um chá. Dez minutos depois Orihime estava de pé na cozinha.

                - Bom dia - Tatsuki cumprimentou.

                - Bom dia amor! O que você tá fazendo? - perguntou Inoue, ainda sonolenta.

                - Fiz um chá pra nós duas.

                - Podia ter me acordado pra fazer isso pra você.

                - Minha mão não vai cair se eu fizer um simples chá – ela verificou as xícaras - Está pronto!

                As duas sentaram e começara a tomar sua bebida.

                - Recebi uma mensagem da minha tia – disse Tatsuki.

                - É mesmo? Você não fala com a sua família há quanto tempo mesmo?

                - Uns Dez anos. Ela me falou que minha mãe tá muito doente, to querendo ir na casa dela hoje. Não vou poder sair com você e o Uryuu, se importa?

                - Claro que não. Quer que eu desmarque com ele vá com você?

                - É melhor não, do jeito que minha mãe te odeia é capaz de levantar do túmulo pra te bater.

                - Isso é verdade. Vai sair que horas?

                - Umas onze.

                - Tá bom. Apesar de tudo, espero que ela fique bem.

                Quando deu esse horário, Tatsuki saiu rumo à casa do Ichigo, e pouco depois Orihime também foi se encontrar com Ishida.

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                Orihime foi ao shopping encontrar com Ishida. Quando chegou, ele já estava esperando no local combinado.

                - Uryu-chan!

                - Orihime-chan!

                Os dois se abraçaram.

                - E aí sua doida, tudo bem com você? Cadê a Tatsuki?

                - Parece que a mãe dela tá doente e ela foi visitá-la.

                - Hum, sei bem como são essas coisas. Vamos conversando enquanto procuramos um lugar pra comer, mas nada de sashimi com leite condensado, da última vez eu quase vomitei.

                Os amigos foram papeando até encontrarem um restaurante do agrado de ambos, então sentaram e pediram uma refeição.

                - Mas e aí, o que foi aquilo de você sair correndo atrás do Kurosaki aquele dia no hospital?

                - Ah tá, eu pedi pra ele ser o pai do meu filho.

- What? – Ishida pulou da cadeira - E o que ele disse?

                - Ele concordou.

                - E como vai ser, como eu vou dizer... a concepção?

                - Inseminação artificial, como mais seria?

                - Sei lá, se fosse eu aproveitava pra dar uns pega no bofe.

                - Você sabe muito bem que meu negócio é outro.

                - Ai ai, é como dizem, Deus não dá asa a cobra.

                Logo a garçonete trouxe o almoço e eles continuaram conversando enquanto comiam.

                - Animada pra ser mãe?

                - Muito! Eu tava pensando em alguns nomes, se for menina Neliel e se for menino, Grimmjow.

                - Nossa, como você é criativa!

                - São nomes estrangeiros.

                - E a Tatsuki, tá curtindo a ideia também?

                - Sim, ela tá me apoiando. Na verdade, a ideia de fazer a inseminação foi dela, apesar que... - Orihime interrompeu o que ia dizer.

                - Pode falar, abra o seu coração com buraquinhos pra mim.

                - Sei lá, ela tem agido estranho ultimamente.

                - Como assim?

                - Ela tem chegado tarde em casa, quando está comigo fica distante, como se estivesse com a cabeça em outro lugar.

                - Hum...

                - Além disso, já faz uma semana que não transamos.

                - Não é tanto tempo assim.

                - Você não tá entendendo, estamos falando da Tatsuki. Por ela eu ficaria o dia inteiro pelada em baixo dela.

                - Entendi. Bem, ela sabe que uma criança muda a rotina do casal, talvez ela esteja insegura quanto a isso.

                - É, pode ser...

                - Ou ela pode estar com ciúme do Kurosaki.

                - Será? Achei que ela confiasse em mim...

                - A questão não é confiança, mas ele está fazendo por você algo que ela não pode.

                - Faz sentido.

                - Conversa com ela. Você já os apresentou?

                - Ainda não.

                - Então faça isso logo mulher!

                - Você deve estar certo.

                - Agora vamos parar com esse papo deprê e fazer uma coisa realmente importante?

                - Tipo o que?

                - Entrar em todas as lojas do shopping.

                - Isso é mesmo importante! Vamos?

                Eles ficaram olhando as lojas e conversando a tarde toda. Antes de sair, Inoue ligou para a Tatsuki pra saber notícias, porém ela não atendeu e então, Orihime se despediu do seu amigo e foi para casa.

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                Arisawa chegou à casa do namorado pouco antes do meio dia. Ele a recebeu no portão, deram um rápido beijo e entraram, onde os familiares do rapaz conversavam na sala.

                - Pessoal, essa é Tatsuki Arisawa, Tatsuki, esses são pai, minha irmã Karin e seu marido Jinta e a minha outra irmã Yuzu e seu marido Toushiro.

                - Prazer - Tatsuki cumprimentou a todos, e todos a cumprimentaram alegremente.

                - Passa 300 ienes pra cá - Isshin esticou mão e Yuzu pegou o dinheiro na bolsa, entregando ao seu pai - ganhei a aposta!

                - Vocês não esqueceram essa aposta de dez anos atrás? - comentou Karin.

                - Do que vocês estão falando? - Ichigo estava desconfiado.

                - Eu apostei com a sua irmã que você não era gay e veja, ganhei 300 ienes!

                - Então você apostou que eu era gay? - Ichigo perguntou a sua irmã, ainda sem acreditar.

                - Ah nee-san, você tem que concordar que naquele tempo as evidências não estavam ao seu favor - Yuzu se justificou.

                - Não foi só naquele tempo não... - disse Jinta.

                - Que que foi moleque? Faz tempo que não te dou umas porradas, hoje eu te pego!

                Logo a confusão estava instaurada e a Tatsuki apenas observava aquilo tudo chocada.

                - Com o tempo você acostuma - Toushiro disse tranquilamente para Tatsuki, enquanto rolava a confusão da família Kurosaki.

                Depois que a ordem foi restabelecida, Yuzu foi para a cozinha, enquanto o resto das pessoas ficou conversando na sala.

                - Tatsuki o seu nome não é? - perguntou Karin.

                - Isso mesmo - ela confirmou.

                - Você é bonita e parece normal, por que tá namorando o Ichigo?

                - O que você tá querendo dizer com isso? - reclamou Ichigo, com a veia da testa saltada.

                - Que ela é muito bonita pra você e mesmo grávida, mantém a forma - disse Karin com naturalidade, mas deixando Ichigo e Tatsuki sem palavras.

                - Vou explicar, Karin. Quando falamos por telefone ontem, eu te falei que o Ichigo ia ser pai não foi? Isso é verdade, mas a linda namorada dele não é a mãe - contou Isshin.

                - Agora não estou entendendo mais nada, o Ichigo tá namorando uma mas engravidou outra? - estranhou Hitsugaya.

                - Você tá com duas ao mesmo tempo? Retiro tudo o que disse sobre você Cabeça de Abóbora, tu tá realizando o meu sonho - falou Jinta, que logo depois levou um soco da Karin.

                - Eu só tenho uma namorada - Ichigo segurou a mão da Tatsuki - mas vou ser doador de esperma pra uma amiga que não pode engravidar da forma convencional por motivo de força maior.

                - Motivo de força maior? - estranhou Karin.

                - É que a moça é adepta de uma colação de velcro - Isshin foi bem direto ,- e vai ser uma ótima mãe pro meu netinho. Eu mesmo vou cuidar de tudo, da inseminação até o parto.

                - Ah tá, agora entendi - disse Karin.

                Tatsuki não pôde evitar se sentir mal com aquela conversa. Todos falavam alegremente sobre a criança que estava por vir e ela tinha que ficar ali sorrindo e fingindo que não conhecia a futura mãe.

                - Está pronto, vamos comer! - anunciou Yuzu.

                Todos sentaram à mesa e começaram a comer.

                - Humm, isso tá uma delícia - Isshin elogiou - você é um cara de sorte Toushiro, eu ainda vou te matar pra Yuzu voltar a morar comigo.

                - O senhor é muito brincalhão, kurosaki-san - disse Hitsugaya, quase dando um sorriso.

                - Eu estou falando sério - Isshin fez um olhar psicótico para o genro, deixando todos os presentes assustados.

                - Mas e aí Karin, você vai ficar quanto tempo aqui no Japão? - Yuzu mudou o rumo da conversa.

                - Vou ficar mais uma semana antes de começar os treinos pra liga nacional - respondeu Karin.

                - Você é esportista? - perguntou Tatsuki.

                - Sou jogadora de futebol, jogo em um time nos Estados Unidos.

                - A Tatsuki também é esportista, competia em caratê não é? - disse Ichigo.

                - É sim, atualmente sou professora de Educação Física.

                - Todo mundo tem profissões interessantes, menos você Jinta, que é dono de casa, e tu Toushiro, que é entregador de gelo - falou Isshin.

                - Não sou dono de casa, sou acessor da Karin - reclamou Jinta.

                - E eu sou executivo da maior empresa de refrigeração do Japão - disse Hitsugaya.

                - Tanto faz. Acabei, quero mais! - Isshin entregou o prato vazio para Yuzu, que logo o reabasteceu.

                Todos terminaram de comer e ficaram conversando até o fim da tarde, quando Yuzu e Hitsugaya se despediram e foram embora.

                - Eu também já vou - disse Tatsuki - obrigada pela Tarde, Kurosaki-san.

                - Que isso menina, a casa é sua pro que você quiser. O Ichigo vai fazer a coleta na terça de manhã, eu posso passar a noite fora se vocês...

                - Super mega chute! - Ichigo jogou se pai longe com um chute - vamos Tatsuki, eu te levo no portão!

                Ele  a acompanhou até o portão.

                - Desculpe o meu pai, ele é sem noção mesmo.

                - Esquenta não, foi divertido.

                Nesse momento, o telefone da mulher começou a tocar.

                - Não vai atender? - perguntou Ichigo.

                Tatsuki pegou o celular e viu o contato identificado como "Hime", e logo o guardou rapidamente.

                - Não era ninguém.

                Ela beijou o rapaz e em seguida saiu correndo, como costuma fazer.