História Mutual - Chapter 10

Na semana seguinte resolvi finalmente procurar um emprego para economizar e não depender tanto dos meus pais, enfim havia arranjado em uma cafeteria perto do meu apartamento e considerei uma boa opção por ser próximo. Estou com aquela sensação incomoda de que algo ruim iria acontecer não me abandonava fazia dois dias, dei de ombros resolvendo ignorar e segui meu caminho até em casa.

Semana passada havia passado tranquilamente, nenhuma novidade ou acontecimento relevante, o que era extremamente estranho devido aos acontecimentos recentes, mas um pouco de paz foi ótimo e esperava que continuasse assim.

― Jun!

Levantei a cabeça e suspirei ao observar Jeonghan juntamente com Seungkwan, neguei com a cabeça e acompanhei os mesmos até a mesa vaga.

― Estou vendo que vocês estão com muito tempo livre. – Resmunguei e Seungkwan riu enquanto olhava o cardápio e Jeonghan me fuzilou.

― Isso é jeito de tratar seus novos clientes VIPS? – Ele perguntou com cara debochada e eu rolei os olhos.

― Estou preocupado que esses clientes tragam problemas á meu trabalho. – Falei e observei ambos ficarem quietos, neguei com a cabeça e voltei ao balcão enquanto esperava eles terminarem.

Segui atendendo as pessoas que chegavam já que esse horário á noite era relativamente cheio, andei até os dois bobos que riam.

― Já decidiram?

― Ah sim, vou querer um Frappuccino de doce de leite. – Jeonghan pediu sorridente e assenti anotando.

― E eu vou querer um milk shake de baunilha. – Seungkwan sorriu fofamente e entregou o cardápio.

― Já volto e depois disso vou ser liberado, ok? – Ambos assentiram e voltaram a conversar.

Suspirei cansado e andei até o balcão pedindo, observei meu reflexo no vidro e percebi o quanto parecia cansado, se acostumar com uma nova rotina não é fácil. Agradeci aos céus quando o gerente me liberou e andei com os pedidos de meus amigos até a mesa, sentei e agradeci aos céus, minha coluna pedia esse descanso.

― É necessário mesmo você trabalhar Junnie? – Seungkwan perguntou curioso enquanto limpava sua boca depois de ficar um resto de sorvete.

― Depender de tudo de meus pais andava me irritando, gosto de ter um pouco de independência. – Deitei minha cabeça entre meus braços cruzados e Jeonghan começou a fazer carinho em meu cabelo, sorri sem mostrar os dentes.

― Ta parecendo um bolinho de arroz agora, vontade de te apertar. –Jeonghan riu enquanto apertava minha bochecha e rolei os olhos. ― Pena que é tão chato.

― Brigada pela parte que me toca. – Fiz bico fingindo estar chateado, mas os dois apenas me olharam com tédio. Ingratos.

Ficamos conversando até ambos acabarem e seguimos em direção a minha casa, estava cansado de ficar com aquele uniforme e precisava urgente de um banho. Fiquei em silêncio na maioria do tempo apenas escutando os dois tagarelando, não tinha força para ser tão sociável no momento. Ao ver meu prédio agradeci aos céus, abri a porta e segui me arrastando até o banheiro, me despi rapidamente e ao sentir aquela água quente aliviar meus músculos e suspirei aliviado.

Quando sai do banheiro já vestido observei Jeonghan e Seungkwan que observavam um programa com idols que passava no momento, dei de ombros e fui até a cozinha para preparar algo para a gente comer.

― Jantar está pronto. – Falei alto e escutei barulhos de ambos levantando, logo vendo a cara dos dois também sonolentos.

― Podemos dormir aqui Junnie? – Seungkwan bocejou e coçou seus olhos. Muito fofo.

― Claro que podemos. – Jeonghan disse e começou a comer. Tinha que ser ogro mesmo.

― Só o Seungkwan pode, por que ele é fofo.

― Ata. – Jeonghan rolou os olhos e voltou a comer.

Intimidade é uma coisa triste viram, as pessoas vão ficando abusadas e que mandam em alguma coisa, mereço. Depois de arrumarmos a cozinha ajeitei o outro quarto que ali havia, dei boa noite e assim terminou meu dia cansativo.

― Junhui, anda, levanta!

Acordei com o desgraçado do Jeonghan pulando em cima de mim, chutei o mesmo que caiu no chão e começou a me xingar de todos os nomes, virei para o outro lado e tentei voltar a dormir, mas é claro que o demônio não iria desistir. Puxou meus pés me fazendo sentar e lhe fitar com olhar assassino, um sorriso sapeca estava em seu rosto enquanto me fitava.

― Que foi caceta? – Resmunguei com minha voz rouca.

― Vamos dar uma volta, já está na hora do almoço. – Ele disse tentando puxar meu braço para me fazer levantar, bocejei enquanto era sacolejado por Jeonghan.

― Eu sei levantar, para de balançar meu braço. – Grunhi e o mesmo parou de puxar, levantei lentamente.

― Se vista logo, não enrole. – Jeonghan ditou enquanto saia do quarto.

Suspirei profundamente e fui fazer minhas higienes matinais, escolhi qualquer roupa e sai do quarto encontrando ambos já me esperando.

― Bom dia Junnie.

― Bom dia Kwan.

 Saímos e pegamos um táxi até a casa de Jeonghan, pois iriamos de carro. O caminho fora tranquilo até a cidade vizinha, as árvores apareciam com mais frequência e o ritmo acelerado de Seoul ia desaparecendo, deixamos o carro no estacionamento do restaurante, comemos calmamente e descontraídos. Aquele clima gostoso de tranquilidade, Seungkwan havia voltado a ser ele mesmo e até mais feliz, Jeonghan sorria com mais frequência tentando se virar nesses turbilhões de sentimentos.

― Jeong, teve alguma notícia da nossa antiga turma? – Perguntei enquanto passeávamos em um parque lotado de árvores que deixava a paisagem encantadora.

― Hm, não com tanta frequência. Por quê? – Ele perguntou e me olhou curioso.

― Você sabe o motivo.

― Sério que você ainda se preocupa com ele? Você é muito otário mesmo Junhui.

― Quem? – Seungkwan perguntou enquanto estava concentrado em seu sorvete, ri quando vi o mesmo todo sujo do mesmo.

― Jihoon, lembra? Eu te contei.

― Oh, o ex do Jun? – Seungkwan voltou o olhar para mim e suspirei fundo.

― Aquele que o fez sofrer pra caralho e ficar com trauma de gostar de alguém novamente? Esse aí mesmo. – Jeonghan alfinetou e eu apenas fiquei em silêncio.

Não podia negar que havia acontecido isso, pois fora basicamente o que ocorreu. Mas querendo ou não o que senti foi profundo, o apreço que sinto pelo mesmo ainda existe no meu âmago, não dá para negar. Fechei os olhos e deixei a brisa balançar meus cabelos, aquela sensação que algo ruim iria acontecer ainda estava ali.

Passamos o dia restante ali comendo e tirando fotos em lugares turísticos e assim chegou rapidamente Domingo, revisei alguns assuntos que iria cair na próxima prova e coloquei alguns episódios em dia.

Suspirei profundamente ao ver que seria aula com a professora que eu menos gosto, sempre me fodia nessa matéria porque a mesma não sabe explicar. Pulei de susto ao Joshua agarrar minha cintura, coloquei a mão no coração e normalizei minha respiração.

― Hoje vou ao seu trabalho novo. – Ele sorriu e seus olhos ficaram com aquele formato felino que eu tanto gostava, neguei com a cabeça.

― Não dou desconto. – Falei brincalhão e o mais velho me fitou indignado.

― Nem para futuros pretendentes? – Ele sorriu de lado agarrando seu braço ao meu, admito que fiquei nervoso sim. Joshua andava muito brincando com isso, mal sabe ele que estou no meu limite.

― Ata. Usurpador, isso sim. – Sussurrei e ganhei uma cotovelada, o mesmo afastou fingindo estar bravo.

Ri baixinho e neguei com a cabeça, me despedi do mesmo e segui para a aula do capeta.

Ao ver que Joshua não apenas tinha vindo, mas também arrastado Wonwoo e Minghao junto quis mata-lo, meu chefe poderia me dar uma bronca por tanto barulho dessas criaturas.

― Que orgulho hyung, tomando vergonha na cara. – Minghao riu e ajeitou meu crachá.

― Aproveita mesmo que tenho que ser simpático. – Resmunguei e fitei de canto de olho meu chefe.

― É engraçado te ver assim todo arrumadinho. – Wonwoo sorriu contido e eu rolei os olhos.

― Peçam logo, pestes. – Sussurrei a última parte.

― Adoro pessoas trabalhadoras. – Joshua disse sacana e eu tive vontade de socar a cara dele. Esse filho da puta.

Todos pediram e foram sentar, troquei com minha amiga de lugar e peguei a bandeja já pronta com seus pedidos, assim que virei entendi meus arrepios e o eco da bandeja caindo no chão ecoou pelo local.

― Junhui?

Aquela voz rouca reconhecível á quilômetros, seu cabelo rosa como algodão doce, sua estatura baixa que contribuía para o mesmo ser extremamente fofo.

― Woozi?